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DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

ART. 286, CP - INCITAÇÃO AO CRIME.

"Incitar (dar ideia) publicamente, a prática do crime"

*Essa conduta pode ocorrer na hora ou evento futuro.

*O crime em si, é você estimular a prática de outro crime.

*Antes que ocorra a prática do crime, o fato de você instigar as pessoas para fazer o crime já
caracteriza, porque de qualquer maneira prejudica a paz pública.

Ex. Esse crime ocorre quando o agente chega à rádio, e instiga aos ouvintes matarem as
pessoas que apoiam ao PT.
Nesse caso você está atingindo pessoas indeterminadas, e você nem sabe a quantidade de
ouvintes.

Bem Jurídico: paz pública

Art. 31, CP: (Espécies de pena)

Tipo objetivo: incitar (dar ideia, instigar)


Publicamente

Sujeito ativo: qualquer um

Sujeito passivo: coletividade (atinge um grande número de pessoas )

Elemento subjetivo: dolo

Consumação: formal (independe do resultado) Não precisa do resultado do crime.

Tentativa: difícil
ART. 287, CP- APOLOGIA AO CRIME OU CRIMINOSO

"Fazer publicamente, apologia de faro criminoso ou de autor de crime."

Acontece quando você enaltece algum crime.

Ex: "Você viu aquele carro que “A” roubou na frente da faculdade? Ele está certo, ganhando
dinheiro”.

Ex. Quando você elogia Bolsonaro ou alguém da ditadura dizendo que fizeram o certo.

A diferença desse artigo para o outro, é que se diz respeito ao crime que já ocorreu. De
criminosos que já praticaram o crime, que já foram condenados. E assim, você enaltece a figura
deles publicamente atingindo pessoas indeterminadas.

Esse artigo só vale para crime !

Obs. diferença do artigo 286 e 287?


O art. 286 você instiga as pessoas a fazerem crime, no 287 o crime já ocorreu e você elogia,
enaltece o criminoso.

Obs. Se você criar uma "marcha para maconha" ou "marcha para o aborto" NÃO se enquadra
nesse artigo, porque os doutrinadores veem isso como MANIFESTAÇÃO do seu pensamento.

Obs. Se um líder religioso fala para seus fiéis se matarem para encontrar a salvação. Não se
enquadra nesse artigo, porque nesse caso é instigação ao suicídio.

Bem Jurídico: paz pública

Tipo objetivo: fazer apologia (elogiar)


-enaltece o crime ou o autor

Sujeito ativo: qualquer um

Sujeito passivo: coletividade (atingir número de pessoas indeterminada )

Elemento subjetivo: dolo

Consumação: formal

Tentativa: difícil
ART. 288, CP - ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA.

"Associarem-se três ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crime."

No momento que forma a associação, já feriu a paz pública, então já caracterizou o crime.

O que caracteriza esse crime é:


-ser três ou mais pessoas;

-estabilidade (constância) significa que esses rapazes que estão unidos, estão juntos para
praticar o crime que "der e vier", e isso tem que ocorrer várias vezes.

-crimes indeterminados: Eles simplesmente se juntam para roubar tal banco, ou tal casa.

Ex. Ataque ao banco central. Vamos dizer que os rapazes assaltam o banco e depois vão embora
e não praticam mais crimes. Esse artigo NÃO se enquadra, porque aconteceu só uma vez, eles
se reuniram para praticar apenas esse crime DETERMINADO e depois não houve mais.

Obs.
*Se quatro pessoas se reúnem para matar um homem, e depois não praticam nenhum outro
crime, não caracteriza o tipo desse artigo. Porque houve sujeito determinado, e depois não houve
outro crime, então se inclui em concurso de pessoas.

*Digamos que o quarteto rouba hoje, mata uma vítima amanhã, e depois de amanhã estupra
outro. Eles respondem por associação +roubo+ estupro+ homicídio.
E Se desse quarteto uma pessoa não praticou os crimes porque estava estudando, mas estava
associado a eles. Ele responde apenas por ASSOCIAÇÃO.

Vamos dizer que no dia do roubo, os agentes da associação criminosa, foram "pegos" e estavam
com arma de fogo. Eles tinham praticado vários roubos anteriormente. Então respondem por
roubo, aumento de pena e associação.

Bem Jurídico: paz pública


-ato preparatório do crime

Tipo objetivo: associar

Elemento: *3 ou mais pessoas


* Associação estável fim de
Praticar crime indeterminado ( estabilidade)

Sujeito ativo: concurso necessário

Sujeito passivo: coletividade

Elemento subjetivo: dolo / finalidade, cometer crimes

Consumação: formação associação


Permanente
Tentativa: não

 Art. 8°--------- Lei 8.072/90 - crimes hediondos

 Art. 35°-------Lei 11.343/06 (fala do associado, específico para o tráfico de drogas)

 Art.1° parágrafo 1° ----Lei 12850/13 - Lei referente ao crime organizado.

ART. 288- A- CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA

"Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização parlamentar , grupo ou esquadrão


com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos.

121, §6° CP
129, §7°CP

 Crimes.
 Não há definição de número mínimo: Não tem número mínimo para caracterizar o delito. O
entendimento majoritário vai usar o art. 288, então precisará de três pessoas.
 formal
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Art. 269, CP - Omissão de notificação de doença, quando obrigatória

a) Omissivo
b)norma penal em branco: não cabe ao Código Penal determinar essas doenças, cabe somente ao
médico.

Tem como finalidade minimizar e coibir os efeitos da doença e o contágio da sociedade, ex. epidemia de
ebola;

 Crime próprio: só pode ser praticado pelo médico.

-> Art. 154,CP: Violação de segredo profissional - Não viola esse dispositivo pois ele tem uma justa causa
para atuar. (ele tem que identificar e expor quem é essa pessoa, para eventual isolamento desta)

A consumação se da quando acaba o prazo que o médico tem para notificar a autoridade;

-> Perigo abstrato - não é necessária a comprovação da existência do delito;

Art. 272, CP - Corromper, adulterar produto alimentício

a) Ação múltipla: várias condutas do tipo penal. Comete o crime praticando uma ou mais dessas condutas.

Ou adultera e transforma em agende nocivo ou o produto perde seu valor nutritivo.

b) Perigo comúm: muitas pessoas em risco

c) perigo concreto: Essa ação precisa gerar um perigo; O simples fato de adulterar não gera o crime.

Art. 273, CP - Falsificar, corromper, adulterar produto para fins medicinais

a) Hediondo Art. 1º, VII -B - Faz parte do rol de crimes hediondos; Tratamento processual diferente a
crimes mais graves.

b) Perigo abstrato: neste caso não é necessário que ninguém tenha acesso, a simples conduta conduta o
delito.
c) Desproporcional - cosméticos: os cosméticos são considerados condutas tão graves quanto aos
medicamentos. (Ex.Shampoo)

pena: 10 a 15 anos;

Art. 282, CP - Exercício ilegal da medicina, artidentária ou farmacêutico

Condutas:

a) sem autorização legal: significa que a pessoa cursou a faculdade, mas não preenche as normas ou
obrigações legais da profissão.
b) excedendo limites

Excede os limites da profissão que esta autorizado;

1) Há capacidade profissional, mas não legal: ex. não inscrito no CRM


2) próprio ( Habitual: exige habitualidade; Perigo abstrato: não precisa comprovar perigo advindo da
conduta, simples conduta gera o delito)

Ex. Farmacêutico não pode prescrever remédio.


Ex. Dentista não pode curar um câncer na boca.

Art. 283, CP - Charlatanismo

 Conversa fiada; Anunciar cura por meio secreto ou infalível;

Anuncia: "Curas milagrosas"

A vitima afasta-se dos meios legais de combate da doença, medicina verdadeira;

O sujeito ativo, pode ser um médico.

Bem Jurídico: Saúde Pública


-> perigo abstrato: não precisa comprovar o perigo;
-> ação múltipla
-> cunho secreto e infalível
-> ineficácia do meio: a ciência que o charlatão tem que o remédio não funciona; Ele tem que ter ciência
que aquilo que ele esta anunciando não funciona.
Com a finalidade de ganhar dinheiro: Responde por charlatanismo e estelionato. ( Duas condutas
distintas);

Consumação: com a proposição e sugestão, não precisa que a pessoa tome o remédio;

Art. 284, CP Curandeirismo

Ignorante, não tem nenhum conhecimento médico, através de gesto e palavras diz que cura as pessoas;

"Existem religiões que existem rituais de cura" - Se este não te influenciar a deixar de procurar o
tratamento médico, não comete o crime.

Fazer cortes e incisões nessas cirurgias espirituais, não estão descritas neste tipo, então seria o caso de
no máximo lesão corporal;

 Sujeito ativo: qualquer pessoa sem conhecimento médico;


 perigo abstrato: não precisa causar o mal, a simples conduta gera o delito;

Consumação - prática do ato;


Habitualidade: é necessária habitualidade;
Art. 289, CP

Bem jurídico: Fé pública: Garantia de verdade; Segurança da sociedade sobre determinada pessoa ou
documento;

A casa da moeda é a única com legitimidade para fazer cédulas no Brasil. E por isso ela goza de diversos
dispositivos para evitar a falsificação. Ex. Marca d'água.

Teoria Objetiva - falsificar - fabricando - contrafação: significa elaborar a falsificação.


- alterando (papel moeda verdadeiro) - Perícia: Trata-se de falsidade material, e
nesse caso a perícia é INDISPENSÁVEL.

A falsidade tem que ser capaz de iludir o Homem médio.

Quando a falsidade é grosseira e incapaz de enganar a "vítima" não configura crime; Ex. dinheiro de
brinquedo.

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa;


Sujeito Passivo: Estado;
Elemento subjetivo : Dolo;
Consumação - formal ( Vide as Súmulas - 17 e 73, STJ - aplicação do estelionato e a falsificação como
crime meio, absorvido como crime fim) - Basta a fabricação para consumar o crime.
Tentativa - Sim

§1º - Ação múltipla: Condutas posteriores, quando a moeda falsa já esta pronta, e o agente faz qualquer
das condutas previstas no dispositivo(Vários verbos determinam a conduta). Nesse parágrafo é obrigatório
que o agente tenha conhecimento que a cédula era falsa. Este não é o mesmo agente do caput.

§2º- privilegiada: Tendo recebido de boa-fé e sem conhecimento da falsidade a princípio. E repassa pra
outra pessoa, sabendo ser falsa. Neste momento ele consuma o delito do paragrafo 1º.

- pressuposto:

- boa fé de quem recebeu a moeda;


- certeza da falsidade;

§3º - qualificado: funcionário público, gerente da casa que faz moeda. Agente próprio (tem que ser o
agente especifico). Quando o peso for superior - não é crime, conduta atípica;
§4º - qualificado: colocar em circulação moeda ainda não aprovada.
Competência: Justiça Federal;

Art. 299, CP - Falsidade ideológica

Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação
ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.

- Falso intelectual, ideal, moral.

Na falsidade ideológica o documento é verdadeiro, porém o conteúdo as informações nele inseridas, são
falsas. Ex. omitir ou alterar uma informação extremamente importante.

Bem Jurídico: Fé Publica;


- Ideia falsa, documento verdadeiro
Teoria Objetiva: ação múltipla
Falsidade -> fato juridicamente relevante

Não cabe perícia nesse caso; Pois o documento é verdadeiro, não tem como constatar em uma perícia a
inveracidade, pois a falsidade é da ideia.

É necessário que essa falsidade seja relevante. Ex. em uma ação de divórcio a parte alega que mora em
endereço mas na verdade mora em outro endereço. Isso não tem relevância na ação de divórcio.

Sujeito Ativo: qualquer pessoa;


Sujeito Passivo: Estado
Elemento subjetivo: dolo
-> finalidade lesar direito: é necessária a finalidade de causar direito. Não é a falsidade pela simples
falsidade. É necessária a intensão de lesar direito. Tem que ter uma motivação.
Consumação: formal - Se dá c com a inserção da ideia falsa no documento.
Tentativa: sim

Art. 311, CP

- Teoria Objetiva: Adulterar sinal identificador de veículo - Chassi, Placa.

É necessário que essa alteração tenha caráter permanente.


-> remarcar

Ex. Se você colocar fita isolante na placa para ludibriar o rodizio, não configura esse crime.

É necessário caráter permanente

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa;


Sujeito Passivo: Estado;
Consumação: Conduta;
Tentativa: Sim.

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