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Introdução

O trabalho em gestão debruça sobre a lei reguladora da responsabilidade civil por


ilícitos civis, onde analisaremos a conduta, acção, dos agentes em face aos ilícitos
praticados pelos mesmos, no âmbito de direito internacional privado, veremos os
princípios que norteiam o mesmo, factores de atribuição da competência internacional.
Objectivo geral:

 Analisar a Lei Reguladora da Responsabilidade civil pelos ilícitos civis

Objectivos específicos:

 Abordar os princípios fundamentais que sustentam o tema;


 Trazer conceitos básicos e fundamentais para o entendimento do tema em gestão
 Fazer o enquadramento no ordenamento jurídico moçambicano;
 Trazer exemplos explicativos;

Metodologia:
Para alcançar os objectivos elencados, a metodologia usada na elaboração deste trabalho
foi a dedução onde houve a recolha de informação através de manuais e legislação, de
em seguida, feita a análise e compilação.
Dicionário Jurídico

 Juridiquês é um neologismo utilizado para designar o uso desnecessário e


excessivo do jargão jurídico. O termo reflecte o uso rebuscado do vernáculo na
comunicação escrita ou falada, quando esta é permeada por termos técnicos
complexos, por vezes em latim, comumente utilizados no âmbito do direito.
 O dolo é um instituto jurídico consistente na acção ou omissão consciente e
volitiva a fim de causar dano.
 Negligência é o termo que designa falta de cuidado ou de aplicação numa
determinada situação, tarefa ou ocorrência.
 imprudência, por sua vez, pressupõe uma acção precipitada e sem cautela.
 Lex fori: lei do local onde corre a acção judicial. Dentre os elementos de
conexão acima, cada país escolhe os que melhor lhes convêm para compor o
direito internacional privado nacional.
 LEX LOCI DELICTI, Lei do lugar onde o crime foi praticado.
 LEX LOCI REGIT ACTUM, A lei do lugar rege o acto. Significa que os actos
jurídicos ou contratos, inclusive as obrigações cambiárias, regem-se pela lei do
país onde forem celebrados.

Abreviaturas

CC – Código Civil

CPC – Código processual Civil

EUA – Estados Unidos da América

DIP – Direito Internacional Privado

Séc – Século
Revisão Bibliográfica

Noção:

O que é a lei de regulamentação?

A regulamentação é necessária para o funcionamento das regras contidas no marco


Civil, pois alguns artigos da Lei fazem remissão explicita ao regulamento, como as
exceções à neutralidade de rede ou procedimentos de segurança que as empresas devem
adoptar com os dados dos usuários.

O que significa quando uma lei é regulamentada?

Regulamentar, no “juridiquês”, significa explicar ou detalhar uma lei. Dessa forma, o


decreto regulamentar serve para garantir a fiel execução de uma lei que já existia, ou
seja, ele apenas detalha como a lei deve ser aplicada.

O que é ilícito civil?

O art. 159 do Código Civil dispõe que o ato ilícito ocorre quando alguém, por acção ou
omissão voluntária (dolo), negligência ou imprudência (culpa), viola direito, ou causa
dano a outrem, em face do que será responsabilizado pela reparação dos prejuízos.

O que é responsabilidade civil por ato ilícito?

Quando a conduta se caracteriza pela violação de um dever legal e geral de cuidado


(culpa), tem-se por ilícito o ato, gerando, por consequência, o dever de indemnizar,
causa ou resultado objectivo da conduta, e não por esta objectivamente analisada.

Pressupostos

Os pressupostos ou condições da responsabilidade civil são: uma conduta lesiva, a


respectiva ilicitude, a culpa do agente, o dano e o nexo de causalidade (entre a referida
conduta e a lesão causada).

A responsabilidade civil subjectiva por ilícitos culposos cabe tanto a responsabilidade


pré-contratual, como a contratual, como a extra-contratual ou delitual. Em todas estas
espécies, ela pressupõe uma conduta objectiva e subjectivamente reprovável (ilícita e
culposa, respectivamente).
A ilicitude é a culpa, mas especialmente a primeira, apresentam entre si nuances ou
mesmo, diferentes formas nas referidas três espécies de responsabilidade.
Critérios

A lei do lugar da conduta não sanciona a conduta, mas a lei do lugar do dano sim.
Começando pelo art 45º CC, o mesmo determina no seu nº 1 que a lei aplicável será
precisamente a lei do lugar da principal actividade causadora do prejuízo, admitindo-se,
portanto, que esta possa estar repartida por vários países. O critério torna-se complexo
sempre que a actividade e o resultado ocorram em países diferentes.

A excepção de ordem pública, impedindo a aplicação do preceito estrangeiro


competente, pode levar a um resultado positivo ou negativo, isto é, permitir a prática de
um acto ou um efeito jurídico, como nas hipóteses seguintes:

Tentativa de casamento poligâmico em Moçambique - efeito negativo ou proibitivo;


Casamento de sacerdote católico espanhol com moçambicana (o artigo 83º do CC, não
lhes dá capacidade matrimonial) - resultado permissivo ou positivo;
Casamento de tio e sobrinha, borundeses em Maputo, é proibido em Moçambique -
efeito permissivo.

Não é portanto a norma material ou sequer a respectiva ordem jurídica que são objecto
de juízo de valor negativo, mas sim e só os efeitos jurídicos que a sua aplicação
produziria na ordem do foro, com respeito ao caso << sub judice>> e nas circunstâncias
de momento : não se trata do problema de validade da norma (isto é, com a respectiva
ordem jurídica), mas apenas da sua eficácia em em determinado condicionalismo
estrangeiro (o da lex fori), evitando um resultado intolerável para esta em determinado
caso, momento e outras circunstâncias relevantes.

Lei Reguladora da Responsabilidade civil pelos ilícitos civis

Quando falamos da responsabilidade por actos ilícitos, estamos diante da violação


ilícita, com dolo ou mera culpa, de direito de outrem ou qualquer disposição legal
destinada a proteger interesses alheios fica obrigado a indemnizar o lesado pelos danos
resultantes da violação, nos termos do nr.1 do artigo 483 do CC, ou seja, quando se
comete um acto contrario ao estabelecido por lei, o individuo praticante deste acto
ilícito será responsabilizado.

No âmbito do Direito internacional privado, temos de observar alguns princípios


relevantes, sendo eles:

 O princípio da lex fori (lei do local onde corre a acção judicial);


 O princípio da lex loci delicti (lei do lugar onde o acto ilícito foi cometido);
 O princípio da lex loci actus e locus regit actus (lei do local da realização do acto
jurídico).
O princípio da lex fori (lei do local onde corre a acção judicial) ou concepção
jurisdicionalista

Começando pelo método ou concepção jurisdicionalista, é a orientação que defende que


os tribunais ou os órgãos administrativos aos quais sejam submetidas questões privadas
internacionais devem sistematicamente aplicar a essas situações a sua própria lei, a lei
do Estado do foro. Também se utiliza para descrever esta concepção lex forismo de lex
fori. Trata-se, portanto, da orientação que sustenta o princípio da lex fori, da lei do
Estado do foro. Chama-se também concepção jurisdicionalista porque, como é fácil ver,
é uma orientação que em certa medida subordina a determinação do direito aplicável a
situações privadas internacionais à jurisdição ou predeterminação da jurisdição
competente.

Da determinação que se fizer da jurisdição competente resultará automaticamente o


direito aplicável ao mérito da causa. Daí a expressão jurisdicionalista, esta orientação é
muito antiga, foi ela a orientação que prevaleceu na Europa até o séc. XII — até então
não havia a ideia de que se pudessem aplicar às situações plurilocalizadas direitos
estrangeiros, cada juiz aplicava a sua lei que era a única que conhecia, mas ainda hoje,
de forma mais ou menos aberta, esta orientação é praticada, sobretudo nos EUA. É nos
tribunais americanos que a lexforismo, tem ainda hoje grande aceitação.

Os EUA são uma espécie de laboratório de ensaios dos conflitos de leis porque, como
sabem, não há um único direito mas 50 diferentes direitos correspondentes aos 50
Estados e muito facilmente, neste país, se suscitam conflitos de leis no espaço.

Não serão muitas vezes conflitos internacionais, serão conflitos intralocais, mas em todo
o caso é dos EUA que vêm algumas das soluções mais discutidas no domínio do DIP,
justamente por via das decisões proferidas pelos tribunais americanos a esse respeito.

Na Europa de hoje esta orientação não se pode dizer que tenha grande favor, mas entre
nós ela encontrou um defensor, o Prof. Menezes Cordeiro que, em vários escritos, tem
defendido que os juízes devem aplicar, em princípio, a lei do foro. No entanto, alguns
actos jurídicos comunitários, em matéria de DIP não tanto procurado assegurar uma
primazia da lei do foro, como assegurar a coincidência entre o tribunal competente, o
órgão jurídico competente para julgar uma questão internacional, e a lei aplicável. Só se
pode ver aqui uma manifestação do tal lex fori ou primado da lei do foro.

Existem outras duas orientações dentro desta corrente jurisdicionalista que por uma via
um pouco diferente conduz fundamentalmente ao mesmo resultado.

Uma primeira orientaçãosustenta que o direito estrangeiro potencialmente aplicável às


questões privadas internacionais deve ter, no processo em que se discutem estas
questões, o estatuto de mero facto, e que não vendo alegado e aprovado o seu teor,
como sucede relativamente à maioria dos casos, então o juiz aplicará o direito do foro.
A segunda orientação é a que sustenta o carácter facultativo das regras de conflito -
Diz que, em princípio, as questões internacionais devem ser regidas pela lei designada
por uma regra de conflitos, mas essas regras de conflitos só serão aplicáveis se as partes
as invocarem no processo.

Se as partes, em matéria de direitos disponíveis, nada disserem nesse sentido — se não,


invocarem que é aplicável ao caso uma lei estrangeira, por via de uma régia de
conflitos, então o juiz aplicará o direito do Estado do foro. Também por essa via chega a
um certo primado da lei do foro.

Esta orientação tem tido alguma aceitação, nomeadamente,em França, em Inglaterra e


nos EUA.

O princípio da lex loci delicti (lei do lugar onde o acto ilícito foi cometido)

Este princípiodo lugar a direitos particulares é a lei que rege os direitos das partes num
processo judicial. Este termo é particularmente relevante no âmbito do processo civil,
onde surgem muitas questões sobre qual lei deve ser aplicada em uma determinada
controvérsia.

Relativamente a lex loci delicti, podemos recorrer ao art. 65 do CPC, que consagra o
seguinte:

Artigo 65.ºFactores de atribuição da competência internacional

1. A competência internacional dostribunais moçambicanos depende da verificação de


alguma das seguintescircunstâncias:

a) Dever a acção ser proposta emMoçambique,segundo asregras de competência


territorial estabelecida pela leimoçambicana;

b) Ter sido praticado em território moçambicano o facto que serve de causa de pedir na
acção ou algumdosfactos que a integram;

c)Serréu umestrangeiro e autor ummoçambicano, desde que, emsituação inversa, o


moçambicano pudesse ser demandado perante ostribunais do Estado a que pertence o
réu;

d) Não poder o direito tornar-se efectivo senão pormeio de acção proposta


emtribunalmoçambicano, desde que entre a acção a propor e o território moçambicano
exista qualquer elemento ponderoso de conexão pessoal ou real;

e) Tratar-se de acçõesrelativas a direitosreais ou pessoais de gozo sobre


bensimóveissituados os emterritório moçambicano;
f) Tratar-se de umprocesso especial de falência ou insolvência relativamente a
pessoascolectivas ou de sociedades domiciliadas em Moçambique, nostermos deste
artigo;

g) Tratar-se de processo destinado a apreciar a validade das deliberações dos


órgãossociais das pessoas colectivas ou das sociedades domiciliadas emMoçambique.

2.Quando para a acção seja competente,segundo a leimoçambicana, o tribunal do


domicílio do réu, ostribunaismoçambicanos

Podemexercer a sua jurisdição desde que o réu tenha domicílio emMoçambique ou se


encontre acidentalmente em território moçambicano, contando que, neste último caso, a
obrigação tenha sido contraída comum moçambicano.

3. Para efeitos do número anterior as pessoas colectivas ou sociedades estrangeiras


consideram-se domiciliadas em Moçambique desde que tenham aqui sede estatutária ou
efectiva, sucursal, agência, filial, delegação ou representação.

Ou seja, tratando-se, da lex loci delicti, o DIP em nossa legislação, apela ao encontro do
artigo acima citado, e nos casos em que o próprio artigo consagra em suas alíneas, pois,
sem as circunstâncias apresentadas neste artigo, os tribunais nacionais não terão aquilo
que é competência internacional.

O princípio da lex loci actus e locus regit actus (lei do local da realização do acto
jurídico)

O lugar regula o acto Principio segundo o qual a forma extrínseca ou relativa à prova
dos actos jurídicos deve ser regida pelas leis do lugar onde eles se celebram, qualquer
que seja a nacionalidade dos estipulantes, e art.14 do CC, reforça quando consagra que
os estrangeiros são equiparados aos nacionais quando ao gozo de direitos civis, e o
art.15 também do CC aumenta ainda quando consagra que a competência atribuída a
uma leiabrange somente as normas que, pelo seu conteúdo e pela função que tem nessa
lei, integram o regime do instituto visado na regra de conflitos, que pode ser observado
nos arts.25 a 34 do CC.

Conclusão

A responsabilidade por actos ilícitos, estamos diante da violação ilícita, com dolo ou
mera culpa, de direito de outrem ou qualquer disposição legal destinada a proteger
interesses alheios fica obrigado a indemnizar o lesado pelos danos resultantes da
violação, nos termos do nr.1 do artigo 483 do CC.

Em Direito internacional privado, os seguintes princípios nos ajudaram a entender o


alcança do tema : O princípio da lex fori (lei do local onde corre a acção judicial); O
princípio da lex loci delicti (lei do lugar onde o acto ilícito foi cometido); O princípio da
lex loci actus e locus regit actus (lei do local da realização do acto jurídico).

Referências bibliográficas

Sites de pesquisa

 Locus regit actum - Jus.com.br https://jus.com.br/amp/artigos/57051/locus-regit-


actum.
 https://vademecumbrasil.com.br/palavra/lex-loci-delicti.
 Lex fori - Enciclopedia Juridica
http://www.enciclopedia-juridica.com/pt/d/lex-fori/lex-fori.htm.
Dicionário juridico

 João Melo Franco, Herlander Antunes Martins, Dicionário de conceitos e


principios juridicos, 2ª edição, Almedina Coimbra 1988.
Manuais

Elsa Dias Oliveira, Da responsabilidade civil extracontratual

Jese Albertino, Responsabilidade Civil,3ed.2013

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