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FONTES MATERIAIS
FONTES FORMAIS
Espécies básicas
lei penal incriminadora, também chamada da lei penal em sentido estrito: descreve
a infração penal e estabelece a sanção;
lei penal não incriminadora, também chamada de lei penal em sentido lato: não
descreve infrações penais, tampouco estabelece sanções. Pode ser subdividida em
permissiva (que considera lícitas determinadas condutas ou isenta o agente de pena,
como as causas excludentes da antijuridicidade – arts. 23, 24 e 25 do CP, dentre
outros – ou as causas excludentes da culpabilidade – arts. 26 e 28, § 1º, do CP,
dentre outros) e explicativa (também chamada complementar ou final, que
complementa ou esclarece o conteúdo de outras normas – arts. 59 e 63 do CP, dentre
outros).
A doutrina tem utilizado os termos lei penal, e norma penal, muitas vezes, como
sinônimos, ignorando a distinção entre as duas.
Assim, lei ou norma penal incriminadora pode ser conceituada como o dispositivo que
compõe o Direito Penal por meio de proibições e comandos distribuídos na Parte
Especial do Código e em leis extravagantes.
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Fontes formais mediatas
As fontes formais mediatas são o costume e os princípios gerais de direito.
COSTUME
conjunto de normas de comportamento, a que pessoas obedecem de maneira
uniforme e constante, por convicção de sua obrigatoriedade. Não pode o costume
criar ou revogar uma lei penal, pois o princípio da legalidade reserva à lei a
exclusividade de estabelecer o crime e a respectiva pena. Mas o costume pode ser
utilizado como forma de interpretação da lei, tendo, muitas vezes, nítida influência na
elaboração da lei penal.
Costume e Hábito
contra legem: É aquele que conflita com a lei, não tem o poder de revoga-la ou
modifica-la. Poderia ser citada como exemplo a contravenção penal do jogo do bicho;
secundum legem: É aquele que não conflita com a lei, apenas esclarece e auxilia na
aplicação de seus dispositivos;
praeter legem: Aquele que funciona como elemento heterointegrador das normas
penais não incriminadoras, quer cobrindo-lhes as lacunas, quer especificando-lhes o
conteúdo e a extensão.
Não consiste a analogia em fonte formal mediata do Direito Penal, mas, antes em
forma de integração da lei. Assim, de acordo com o art. 4º da lei de Introdução ao
Código Penal, na presença de uma lacuna de ordenamento jurídico, deve o juiz decidir
o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
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Segundo Damásio de Jesus para que seja permitido o recurso à analogia exige-se a
concorrência dos seguintes requisitos:
analogia jurídica (ou analogia juris): ocorre quando se aplica, à espécie não prevista
em lei, um preceito consagrado pela doutrina, pela jurisprudência ou pelos princípios
gerais de direito.
A lei é a única fonte formal direta do direito penal. No Brasil, além do Código Penal, é
ela constituída pela lei das contravenções Penais, pelo Código Penal Militar, pela Lei
de Segurança Nacional e pelos dispositivos referentes a matéria das Leis de Tóxicos
(Lei n.º 11.343/2306), Falências (Lei n.º 11.101/205), Armas (Lei n.º 10.826/2003),
Meio Ambiente (Lei n.º 9.605/1998), Consumidor (Lei n.º 8.078/1990), etc.
A lei penal deve ser precisa e clara. Compõe-se de duas partes: o comando
principal (ou preceito primário) e a sanção (ou preceito secundário). Tomando-se o
artigo 121, caput, por exemplo, temos; “Matar alguém” (preceito do primário) –
“Pena, reclusão, de seis a vinte anos” (preceito secundário). Da conjugação dessas
duas partes surge a proibição (norma): “É proibido matar”. Nesse dispositivo, de lei
penal em sentido estrito (incriminadora), são descritas as condutas consideras
criminosas e, portanto, sujeitas a sanções penais.
O indivíduo só pode ser punido se praticar um dos fatos descritos como crime, diante
do consagrado princípio da legalidade do artigo 1º do CP.
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É imperativa porque a violação do preceito primário acarreta a pena. É geral por
está destinada a todos, mesmo aos inimputáveis, sujeitos a medida de segurança. É
impessoal por não se referir a pessoas determinadas e exclusiva porque somente ela
pode definir crimes e cominar sanções e, por, fim, se aplica apenas a fatos futuros,
não alcançando os pretéritos, a não ser quando aplicada em benefício do agente
criminoso.
CLASSIFICAÇÃO
Permissivas – São as que não consideram como ilícitos ou isentam de pena o autor
de fato que, em tese, são típicos. São as hipóteses dos artigos 23, 24 e 25 (estado de
necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular
de direito); do artigo 142 (imunidades dos crimes contra a honra); do arrigo 348, §
2º, (imunidade do crime de favorecimento pessoal); dos artigos 20 e 21 (erro sobre o
elemento do tipo e sobre a ilicitude do fato); do artigo 26 (inimputabilidade), etc.
Autêntica – É a que procede da mesma origem que a lei e tem força obrigatória.
Quando vem inserida na própria legislação, é chamada contextual. São os casos,
v.g. o conceito de “funcionário público” para os efeitos penais, estabelecido no artigo
327, e também o de que se deve entender por “casa” para a configuração do crime de
violação domiciliar, conforme dispõe os §§ 4º e 5º, do art. 150.
A interpretação, pode ser promovida por lei posterior, elaborada para esclarecer o
sentido duvidoso de uma lei já em vigor.
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