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INSTITUIÇAO ANHAGUERA

BACHARELADO EM DIREITO

LORRAINE KELEN RODRIGUES

DA NORMA PENAL

SÃO JOSE- SC
2022
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS NORMAS PENAIS INCRIMINADORAS
E NORMAS PENAIS NÃO INCRIMINADORAS

Trabalho referente

Professor: Leonardo Rodrigues

SÃO JOSE-SC
2022
DA NORMA PENAL

LEI PENAL E NORMA PENAL


A lei é a única fonte imediata de conhecimento, no entanto, usa-se o termo norma
para exprimir toda categoria de princípios legais, não obstante a norma penal esteja
contida na lei penal. Norma é o mandamento de uma conduta normal, advindo do
sentido de justiça que possui determinado segmento social. Lei, por sua vez, é a regra
escrita elaborada pelo legislador, possuindo o objetivo de positivar condutas
consideradas nocivas à sociedade. Lei, é o meio pelo qual a norma se manifesta e
torna obrigatória a sua observância.
Como consta no art.1 do CP e no art. 5 inciso XXXIX da CF/88 “NULLUM
CRIMEN, NULLA POENA, SINE PREVIA LEGE”. Não há crime sem lei não há
pena sem previa cominação legal. Principio da reserva legal e principio da
anterioridade da lei.
Significa que se uma conduta não está descrita na lei, se ela não tem um tipo penal
incriminador a mesma poderá ser praticada sem sanção penal.
Damásio de posiciona da seguinte forma:
“Entre lei e norma legal, mais correto é afirmar que a lei é a fonte da norma penal. A
norma é conteúdo da lei penal. Como diz Eduardo Correia, a norma proíbe ou impõe
concretamente a respectiva conduta que descreve. A regra jurídica que define um
comportamento e determina uma penalidade como consequência, está proibindo a
conduta. Assim, o fundamento da lei é um princípio de comportamento, uma norma.
A lei penal contém uma norma, que é a proibição da conduta por ela descrita. Em
‘matar alguém’, tal pena, está contida a norma proibitiva ‘não matarás’.”
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS
Normas penais incriminadoras e normas penais não incriminadoras
 normas penais incriminadoras;
Às normas penais incriminadoras é reservada a função de definir as infrações
penais, proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça de pena são as que criam
crimes e impõem as respectivas sanções. Estão contidas na Parte Especial do
Código Penal e na legislação penal extravagante. crimes culposos, rixa (art.
137 do CP), ato obsceno (art. 233 do CP). Crimes contra honra arts. 138 ao 145...
Preceitos da norma penal incriminadora – Quando analisamos os chamados
tipos penais incriminadores, podemos verificar que existem dois preceitos:
a) Preceito primário; O primeiro deles, conhecido como preceito primário
(preceptum iuris), é o encarregado de fazer a descrição detalhada e perfeita
da conduta que se procura proibir ou impor;
preceito secundário; ao segundo, chamado preceito secundário (sanctio
iuris), cabe a tarefa de individualizar a pena, cominando-a em abstrato.
 As normas penais não incriminadoras;
As normas penais não incriminadoras, são as que não criam crimes e nem
cominam penas, possuem as seguintes finalidades: a) tornar lícitas
determinadas condutas; b) afastar a culpabilidade do agente, erigindo causas
de isenção de pena; c) esclarecer determinados conceitos; d) fornecer
princípios gerais para a aplicação da lei penal. Portanto, podem ser as
normas penais não incriminadoras subdivididas em:

 Permissiva justificantes, quando tem por finalidade afastar a ilicitude


(antijuricidade) da conduta do agente.  são as que autorizam a prática de
determinadas condutas típicas, presentes na Parte Geral do Código Penal como:
art. 23 do CP) e, embora com escassez, na Parte Especial (arts. 128 e 142 do
CP)
 Permissivas exculpantes, quando se destinam a eliminar a culpabilidade,
isentando o agente de pena são as que estabelecem a inculpabilidade do
agente ou a impunidade de determinadas condutas típicas e ilícitas, presentes na
Parte Geral do Código Penal, como a inimputabilidade por doença mental (art.
26, caput, do CP), a inimputabilidade pela menoridade do agente (art. 27 do CP)
e a prescrição (art. 107, IV, do CP), e na Parte Especial, como no art. 312, § 3º,
1a parte, do CP, e no art. 342, § 2º, do CP;
 Normas penais explicativas interpretativas ou complementares: são
aquelas que visão a esclarecer ou explicar conceitos que esclarecem o
conteúdo de outras normas, ou delimitam o âmbito de sua aplicação. Ex.:
contagem do prazo penal (art. 10 do CP), conceitos de causa (art. 13, caput, 2a
parte, do CP), casa (art. 150, § 4º, do CP) e funcionário público (art. 327 do CP); 
 Normas penais diretivas: são as que estabelecem princípios de determinada
matéria, como o Princípio da Reserva Legal (art. 1º do CP);
 Normas penais finais complementares ou de aplicação: são as que fixam
limites de validade das normas incriminadoras, como os arts. 2º e 5º do CP
  Normas penais de ampliação, de extensão ou integrativas: são as que
complementam a tipicidade do fato, como aquelas atinentes à tentativa (art. 14, II,
do CP) e à participação (art. 29 do CP). 
 Norma penais completas: são as que definem todos os elementos da figura
típica, nós temos a conduta e a pena correspondente como o homicídio (art. 121
do CP).
  Normas penais incompletas: são as que reservam o complemento da figura
típica a outra norma, a um ato administrativo ou ao juiz. São as normas penais
em branco e os tipos penais abertos.
 Tipo penal aberto: são aquelas que dependem de um conteúdo ou uma
interpretação a ser dada pelo juiz ex: art. 121 § 3º homicídio culposo o juiz no
caso concreto irá analisar se o agente concorreu para a culpa ou não. (excesso
de velocidade se possuía carteira de habilitação etc.).
 Normas penais em branco ou imperfeita: e aquela que necessita de um
complemento para ser aplicada exemplo art. 33 da lei 11343/2006 que regula o
trafico de drogas contudo a citada norma não diz o que seria droga permitida ou
proibida. Sendo assim foi necessária a criação de uma portaria
regulamentadora para determinar quais substancias seriam ilícitas.
 Norma penal própria ou heterogenia; A fonte criadora da norma e diferente
da fonte complementadora da norma. Lei de drogas pois a lei 11343/06 foi
criada pelo legislativo e recebeu o complemento no executivo através da
portaria 344 pelo ministério da saúde.
 Lei 11343/06 > legislativo (criadora)
 Portaria 344, MS > executivo (órgãos diferentes heterogenia
complementadora).
 o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, previsto no art.
14, caput, do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/03), remete ao
chamado R-105 (Decreto nº 3.665/00), que define efetivamente o que é
arma, o que é acessório e o que é munição.
 Norma penal impropria homogenia: Neste caso tanto a fonte criadora da
norma quanto a fonte complementadora são emanadas ou produzidas pelo
mesmo órgão (poder legislativo). Dentro das normas penais em branco ainda
temos outras duas divisões são as normas heterovitelinas e homovitelinas.
quando a norma recebe seu complemento dentro do mesmo corpo jurídico ela
e chamada de homovitelina, porem quando recebe seu complemento dentro
de outro corpo jurídico ela e chamada de heterovitelina.
 Art. 312 funcionário público > legislativo
Art. 327 complemento do conceito de funcionário publico > legislativo,
ou seja, homovitelinas.
 Art. 335 código penal > legislativo
Regras do casamento código civil > legislativo
o crime de “contrair casamento conhecendo a existência de
impedimento que lhe cause a nulidade absoluta”, previsto no art. 237 do
CP, será complementado pelo art. 1.521 do CC), heterovitelinas.

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