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INSTITUIÇAO ANHAGUERA

BACHARELADO EM DIREITO

LORRAINE KELEN RODRIGUES


PROFESSOR: VOLNEI
2° PERIODO

PROCESSO LEGISLATIVO

SÃO JOSE- SC
2022
Do Processo Legislativo

Processo legislativo consiste na sucessão ordenada de atos destinados à


elaboração de uma lei ou ato normativo. A palavra tem origem no latim procedere,
que significa “caminhar para a frente”. Ou seja, podemos defini-lo como o conjunto
de fatores reais que impulsionam e direcionam os legisladores a exercitarem suas
tarefas.
Segundo o art. 59 da Constituição Federal, o processo legislativo compreende a
elaboração de:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Subseção I

Disposição Geral

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I - Emendas à Constituição;
II - Leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - Leis delegadas;
V - Medidas provisórias;
VI - Decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração
e consolidação das leis.

 Emendas à Constituição
A primeira espécie normativa prevista no art. 59 da Constituição Federal é a Emenda
Constitucional, que é disciplinada no art. 60 da Constituição .
A Emenda Constitucional pode ser proposta por: a) pelo menos 1/3 dos deputados
federais ou dos senadores; b) pelo Presidente da República; c) por mais da metade
das Assembleias Legislativas, pela maioria simples de seus membros. Atualmente,
sendo 513 deputados federais no total, são necessários 171 deputados para
subscrição de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Sendo, ao todo, 81
senadores, são necessários 27 senadores para subscrição de uma PEC no Senado.
Iniciativa popular
Por fim, quanto aos legitimados, prevalece o entendimento de que esse rol, previsto
no art. 60, I, II e II, da Constituição, é taxativo. Isso significa que, para o
entendimento da maioria da doutrina, não se admite Proposta de Emenda
Constitucional de Iniciativa Popular, porque inexiste previsão constitucional.
Procedimento
Feita a proposta de Emenda Constitucional, ela será discutida, votada e, eventual
mente, aprovada pelas duas casas do Congresso Nacional. Segundo a Constituição
Federal (art. 60, § 2º), “a proposta será discutida e votada em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros”. Assim, a PEC será votada
nas duas casas do Congresso Nacional (Senado e Câmara), aprovando-se em dois
turnos (duas vezes em cada uma das casas) e por 3/5 dos votos dos seus
respectivos membros.
Prazo
Não há prazo. O Congresso Nacional poderá aprovar uma PEC em tempo reduzido,
em poucas semanas, bem como pode demorar décadas. Não há previsão
constitucional quanto ao prazo do processo de aprovação da Proposta de Emenda
Constitucional.
Sanção ou veto
Aprovada a Proposta de Emenda Constitucional pelo Congresso Nacional, não
haverá sanção ou veto presidencial. O Presidente não participa do processo de
aprovação da Emenda. A única participação possível do Presidente é a elaboração
da PEC, nos termos do art. 60, II, CF.
Promulgação
Depois de aprovada a Proposta de Emenda Constitucional, ela será, nos termos do
art. 60, § 3º, da Constituição, “promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal, com o respectivo número de ordem”.
Limitações circunstanciais
Por fim, duas considerações formais importantes acerca da Proposta de Emenda
Constitucional. Há três circunstâncias nas quais a Constituição Federal não poderá
ser emendada: intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa (art. 60, § 1º,
CF).
 Lei ordinária
A lei ordinária é a lei mais utilizada no ordenamento jurídico brasileiro, em razão de
sua amplitude. É a regra geral das leis emanadas do Poder Legislativo, podendo
versar sobre matéria penal, civil, trabalhista, tributária, previdenciária, processual
etc. O processo de aprovação de uma lei ordinária pode ser dividido nestas etapas:
1) iniciativa; 2) deliberação parlamentar; 3) deliberação executiva; 4) fase
complementar.
 Lei complementar
Lei complementar é a lei que se destina a complementar a Constituição, nas
hipóteses expressamente previstas. Como vimos no início desta obra, a Constituição
brasileira é analítica, ou seja, extensa, prolixa, repetitiva, detalhista. Para não ser
ainda mais prolixa, vários dispositivos da Constituição fazem referência à
complementação legal.
 Lei delegada
Lei delegada é aquela em que o Congresso Nacional delega, transfere para o
Presidente a possibilidade de fazer uma lei sobre um assunto específico. Trata-se de
uma espécie normativa pouquíssimo utilizada no Brasil, principalmente graças ao
uso da medida provisória. Está prevista no art. 68 da Constituição Federal: “As leis
delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional”
Procedimento
Caso o Presidente da República queira elaborar uma lei delegada sobre
determinado assunto, deverá solicitar essa delegação para o Congresso Nacional,
nos termos do art. 68, caput, da Constituição Federal.
) Matérias que não podem ser delegadas
Segundo o art. 68, § 1º, da Constituição Federal, não serão objeto de delegação:
1) os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional (são os atos previstos
no art. 49 da Constituição Federal, e que são elaborados por meio de decreto
legislativo do Congresso Nacional, sem a participação do Presidente da República);
2) os atos de competência privativa da Câmara dos Deputados (são os atos
previstos no art. 51 da Constituição Federal, que serão feitos por meio de resolução
da Câmara dos Deputados, sem a participação do Congresso Nacional);
3) os atos de competência privativa do Senado Federal (são os atos previstos no art.
52 da Constituição Federal, sem a participação do Presidente da República);
4) matéria reservada à lei complementar (por razões óbvias, se a Constituição
determina que o tema será regulado por lei complementar, com quórum qualificado,
não poderá ser feito por lei delegada);
5) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de
seus membros (como vimos acima, projetos de lei que versam sobre a organização
do Poder Judiciário e do Ministério Público são de iniciativa dessas duas instituições,
respectivamente, não podendo ser elaborada pelo Presidente da República por meio
de lei delegada);
6) nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
7) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos (a legislação sobre
matéria orçamentária, de iniciativa do Poder Executivo, está prevista no art. 165 e
seguintes da Constituição Federal, não podendo ser feita por lei delegada)
 Medida provisória
Medida provisória é o ato com força de lei feito pelo Chefe do Poder Executivo, em
caso de relevância e urgência, com prazo determinado. Previsto no art. 62 da
Constituição Federal, prevê ser de iniciativa do Presidente da República, em âmbito
federal.
Requisitos
A medida provisória deve ser editada em caso de “relevância e urgência”. Seu
antecedente legislativo no Brasil foi o “decreto-lei” de tempos ditatoriais. Todavia,
quanto a este último, o requisito era “relevância ou urgência”.
Procedimento
Editada a medida provisória pelo Presidente da República, em caso de relevância e
urgência, deverá submetê-la imediatamente ao Congresso Nacional, nos termos do
art. 62, caput, da Constituição Federal.
Aprovar a medida provisória
Se o Congresso Nacional aprovar a medida provisória, ela será convertida em lei.
Lembremos que a medida provisória, em sua origem, é um ato com força de lei, que
será convertido em lei pelo Congresso Nacional, se for por ele aprovado, nas duas
Casas, separadamente, pelo quórum de maioria simples ou relativa. A medida
provisória aprovada terá força de lei ordinária
Rejeitar a medida provisória
Caso o Congresso Nacional entenda que a medida provisória não preenche os
requisitos de relevância ou urgência, ou tem conteúdo inadequado ou inoportuno,
rejeitá-la-á. Nesse caso, ela perderá sua eficácia, de forma ex tunc, em regra. Isso
decorre do art. 62, § 3º, da Constituição Federal: “as medidas provisórias [...]
perderão eficácia, desde a edição”.
Não votar a medida provisória no prazo
Por ser “provisória”, evidentemente a medida provisória tem prazo determinado,
previsto no art. 62, §§ 3º e 7º, da Constituição Federal: terá duração de 60 dias
prorrogáveis automaticamente por mais 60 dias.
 Decreto legislativo
Decreto legislativo é o ato normativo previsto no art. 59, VI, da Constituição Federal
e, em regra, é o ato destinado a concretizar a “competência exclusiva do Congresso
Nacional”, que está prevista no art. 49 da Constituição Federal. Assim, todas as
competências previstas no mencionado artigo serão exercidas por meio de decreto
legislativo do Congresso Nacional. Outra hipótese prevista na Constituição Federal
para realização do decreto legislativo é disciplinar os atos já produzidos por Medida
Provisória rejeitada (art. 62, § 3º, da Constituição Federal).
 Resolução
Resolução é o ato normativo destinado a disciplinar a competência privativa da
Câmara dos Deputados (art. 51 da Constituição Federal), a competência privativa do
Senado Federal (art. 52 da Constituição Federal) e, em alguns casos, a competência
do Congresso Nacional, nas hipóteses previstas na Constituição ou no Regimento
Comum do Congresso Nacional.

Referencias: Moraes, Alexandre de Direito constitucional / Alexandre de Moraes. –


36. ed. – São Paulo: Atlas, 2020.
Martins, Flávio Curso de Direito Constitucional / Flávio Martins. - 6. ed. - São Paulo:
SaraivaJur, 2022.

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