O Processo Legislativo Brasileiro e suas Espécies Legislativas.
O Processo Legislativo Brasileiro é o procedimento pelo qual as leis são
elaboradas. Cada um dos nosso poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) possuem uma série de funções típicas e atípicas, a função típica do poder legislativo é justamente fazer as leis, ou seja, o processo legislativo é uma manifestação direta da função típica do Poder Legislativo. O processo legislativo compreende a elaboração dessas leis, e essas leis são chamadas de Espécies Legislativas, que são aquelas previstas no Artigo 59, da Constituição Federal, são elas: Emendas Constitucionais, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções. Esses atos legislativos adquirem força de lei, em outras palavras, não cabe ao legislador ordinário aumentar esse número, a não ser via reforma constitucional. Esta determinação está baseada no princípio da tipicidade das leis. O parágrafo único, do referido artigo, determina que lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. No entanto, a espécie legislativa não deve ser confundidas com espécies normativas. Na elaboração de todas as Espécies Normativas, há participação do Poder Legislativo, em maior ou menor medida. Não há hierarquia entre a Câmara dos Deputados e Senado Federal. Em um processo legislativo, quando um projeto de lei começa a tramita em uma das casas, essa casa é chamada de Casa Iniciadora, depois de sua aprovação vai para a Casa Revisora. O processo legislativo é, por fim, o conjunto de atos (iniciativa, emenda, votação, sanção, veto) realizados pelos órgãos legislativos visando à formação das leis constitucionais, complementares e ordinárias, resoluções e decretos legislativos. A forma pela qual os atos do processo legislativo se realizam é o denominado procedimento. Esse diz respeito ao andamento da matéria nas Casas Legislativas. Essas regras também são aplicadas aos Estados e Municípios. As Emendas Constitucionais refere-se à espécie legislativa que visa alteração do texto constitucional, atribuída ao poder constituinte derivado, a Emenda consiste em lei constitucional; uma vez promulgada integra a Constituição como norma superprimária. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; do Presidente da República e de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da federação, manifestando em cada uma delas, pela maioria relativa dos seus membros. A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa e estado de sitio. A proposta de emenda constitucional deverá ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando aprovada se tiver, em ambos, três quintos dos votos dos respetivos membros. Após a provação a emenda será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Existe as chamadas cláusulas pétreas (art. 6, da CF) que define os objetos que não podem ser emendadas ou modificadas pelas as espécies legislativas. A lei Complementar é uma lei criada para dar mais informações sobre o modo funcionamento de direitos ou obrigações (normas) que são definidos na Constituição Federal. Lei Ordinária é o ato legislativo típico; é um ato normativo primário, e via de regra, edita normas gerais e abstratas, motivo porque, na lição usual é conceituada em função da generalidade e abstração. A diferença entre as leis complementares e ordinárias reside no quórum para a sua aprovação: enquanto as leis ordinárias são aprovadas por maioria simples (maioria dos presentes à sessão de votação), as complementares exigem maioria absoluta (maioria do total de membros da Câmara ou do Senado). Como diz o artigo 61, da CF, a iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos na própria Constituição. O projeto de lei aprovado por uma Casa do Congresso Nacional (iniciadora) será revisto pela outra (revisora), em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, caso seja aprovada, se não for aprovada será arquivada. Se o projeto por for alterado pela casa revisora ele voltara para a casa iniciadora. Quando concluída a votação enviará o projeto para o Presidente da República, que, se concordar o sancionará. Se o Presidente da República considerar o projeto de lei inconstitucional ou vetá- lo, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado os motivos do veto. Decorrido o prazo de quinze dias, se o Presidente da República não se manifestar, o seu silencio significará sanção. O veto será apreciado pelo Congresso Nacional em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores. Se o veto não for mantido, será o projeto enviado novamente ao Presidente da República para sua promulgação. Em qualquer caso, se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, o Presidente do Senado a promulgará, e se este não o fizer em um prazo igual, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazer. As Leis Delegadas, inscritas no art. 68, serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. É uma exceção solicitada pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, e cabe ao Congresso Nacional anuir ou não, sendo sua decisão eminentemente política. Não podem ser objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada a lei complementar, nem as legislações sobre: organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais, planos plurianuais, diretrizes orçamentarias e orçamentos. A delegação ao Presidente da República será feita por meio de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. A resolução delegatória poderá determinar que a lei seja posteriormente apreciada pelo Congresso. Se isso acontecer, fará votação única, vedada qualquer emenda. As Medidas Provisórias, prevista no Art. 67 da Constituição, estabelece que em casos de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional Após a edição pelo Presidente da República, as medidas provisórias são submetidas à apreciação do Congresso Nacional, o qual, se aprová-las, às converterá em lei. Durante esse prazo, a medida provisória produzirá efeitos normalmente. Se as medidas provisórias não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável por uma única vez de igual período, perderão eficácia, devendo o Congresso disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas decorrentes. Porém, se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando suspensas até que a votação ocorra. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso do prazo. Se a medida provisória caducar pela expiração do prazo para aprovação, e não for editada, em até sessenta dias, decreto legislativo regulando as relações jurídicas surgidas durante a vigência da medida, tais relações serão consideradas como por ela regidas, ou seja, serão válidas, mesmo que a medida provisória não tenha sido aprovada. Os Decretos Legislativos, trata-se de um ato com força de lei ordinária, cujo exercício compete exclusivamente ao Congresso Nacional, conforme art. 49 CF. O decreto legislativo independe de sansão presidencial. Basicamente, o decreto legislativo é aquele que irá tratar de tratados, acordos ou atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos para erário e patrimônio nacional. As Resoluções, segundo o ordenamento jurídico brasileiro, existe dois tipos de resoluções legislativas, que se distingue pelos efeitos que produzem, internos ou externos. As que produzem efeitos internos são resoluções legislativas típicas, enquanto que as outras são resoluções legislativas atípicas. Sendo assim, as resoluções podem ser atos administrativos ou de outra natureza, aprovados pela Câmara, Senado ou do Congresso Nacional. Entende-se por ato administrativo aquele que irá tratar, no âmbito do poder legislativo, de sua organização, de seu regimento interno e de sua estrutura administrativa, competindo-lhe também a criação de comissões parlamentares de inquérito entre outros. A resolução legislativa atípica de efeito externo é aquele ato que trata da suspensão da execução e da lei declarada inconstitucional; autoriza operações externas de natureza financeira; fixa limites para dívida da União e dos entes federados e, por fim, fixa alíquotas de impostos de competência dos Estados e do Distrito Federal. Ela não possui qualquer relação com a lei ordinária, nem pela essência da sua matéria, nem pelo processo legislativo adotado e, como tal, não pode ser sancionada pelo Presidente, permanecendo imune a veto. Em resumo, a legislação é de extrema relevância dentro do Estado Democrático de Direito, com uma fundamental função de intermediar os conflitos dentro de uma sociedade compreendendo suas necessidades e agindo de maneira a regularizar e fiscalizar as suas atividades de uma maneira geral. FACULDADE VALE DO SALGADO
Curso: Bacharel em Direito
Turno: Noite
2º Semestre
Maiara Aciole Ferreira
O Processo Legislativo Brasileiro e suas Espécies Legislativas.