Você está na página 1de 2

2.

6 O processo legislativo
Parte de nossa responsabilidade como cidadãos é entender e participar na elaboração das leis e
normas que são obrigatórias para todos. Como já vimos, o Poder Legislativo federal no Brasil é
exercido pelo Congresso Nacional, que é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal.

A câmara dos deputados


A Câmara dos deputados conta com 513 deputados federais, divididos por Estado de acordo
com a população de cada Estado.
Imagine agora que você se elegeu deputado federal. Parabéns, afinal, agora você é um
representante de toda a população de seu estado! Entretanto, seu primeiro dia de trabalho em
Brasília é desanimador: O assunto em pauta é a concessão de incentivos fiscais aos produtores
de mel.
São vinte comissões permanentes, mais as temporárias e as mistas (estas compostas também por
senadores). Vejamos o exemplo de algumas permanentes:
 Comissão de Educação e Cultura - CEC
 Comissão de Finanças e Tributação - CFT
 Comissão de Viação e Transportes - CVT
Assim, os deputados se reúnem nas comissões de assuntos do seu interesse, discutindo e
votando previamente os projetos de lei antes de leva-las à votação na sessão plenária, que reúne
todos os membros da casa legislativa.

O Senado Federal
O Senado Federal é composto por 81 senadores, com 3 senadores por cada um dos 26 estados e
3 senadores para o Distrito Federal.
No Brasil, os senadores são eleitos diretamente pela população do Estado, mas cada Estado tem
um número fixo de senadores, independentemente da sua população. São 81 senadores: 3 por
estado e 3 para o Distrito Federal.
Quanto à atuação legislativa, assim como os deputados, os senadores também atuam em
comissões condizentes com o interesse de cada um.

Processo legislativo ordinário


O processo legislativo ordinário envolve a criação e alteração de leis ordinárias. A elaboração
das leis no âmbito federal passa por uma sequência de 8 fases, conforme o art. 59 da CF:
Casa iniciadora:
 Iniciativa (propositura do projeto);
 discussão em comissões e plenário na casa iniciadora;
 votação na casa iniciadora.
Ida para casa revisora:
 discussão em comissões e plenário na casa revisora;
 votação na casa revisora.
Ida para a presidência da república:
 sanção ou veto pelo executivo;
 promulgação;
 publicação.
O processo legislativo então terá início com um projeto de lei apresentado em uma das casas,
seja câmara ou senado, que será considerada a “casa iniciadora” do projeto de lei. Todo projeto
aprovado vai necessariamente passar pelas duas casas, a Câmara e o Senado,
independentemente de em qual delas for iniciado.
Caso o projeto seja aprovado nas 2 casas, vai para o presidente aprovar a lei (o que chamamos
de Sanção), ou vetá-la, total ou parcialmente. Após sanção ou veto, o projeto é encaminhado
para promulgação, que é o ato formal de transformar o projeto em lei. Finalmente, depois de
tudo isso, basta publicar a lei em diário oficial para dar publicidade, isto é, para que todos
possam ter conhecimento da nova lei.
Dispensando intermediários: a democracia direta
Nossa Constituição de 1988 afirma que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Como posso exercer
diretamente o poder sem ter sido eleito? Bem, a Constituição de 1988 criou alguns mecanismos
para tornar isso possível, como o referendo, o plebiscito e a iniciativa popular de lei.
O referendo é realizado como uma consulta à população, na qual eleitores comparecem às urnas
para confirmar se concordam ou não com um projeto de lei que foi aprovado pelo parlamento.
Quanto ao plebiscito, ele se parece com um referendo, mas é realizado antes da lei existir. É
uma consulta sobre um assunto específico, como o que ocorreu em abril de 1993, quando houve
a consulta à população sobre a forma de governo (se república ou monarquia) e o sistema de
governo (se presidencialista ou parlamentarista).
Finalmente, outra forma de participação direta da população no processo legislativo é por meio
da iniciativa popular de lei. Diferentemente do referendo e do plebiscito, não precisamos de
nenhum ato parlamentar para participar. O único requisito é colher as assinaturas de pelo menos
1% dos eleitores brasileiros (o que equivale a 1,4 milhão de assinaturas) divididos entre cinco
estados, com não menos de 0,3% do eleitorado de cada estado. A assinatura de cada eleitor
precisa ter seu nome completo, endereço, número, zona e seção do título de eleitor.

Você também pode gostar