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Resumo de Organização Estatal

I) Teoria da Tripartição do Poder:


A Tripartição do Poder é simplesmente a divisão de funções do Estado em três poderes
independentes e harmônicos. Esses são: o Legislativo, o Judiciário e o Executivo.
A República Federativa do Brasil adota um modelo político baseado no sistema de freios
e contrapesos, que busca a harmonia dos poderes e a independia deles através de dispositivos de
garantia, como por exemplo o poder de veto do Presidente (Executivo) e o poder de anulação de
veto do Congresso Nacional (Legislativo). Outro Exemplo é o de poder de análise de indicações
a suprema corte por parte do Legislativo e o poder de declarar leis criadas pelo congresso como
inconstitucionais por parte do Judiciário.

1.1) Características dos Poderes:


Poder Executivo: Poder responsável pela administração dos interesses do Estado. Existe
em três níveis: a União (Governo Federal), os Estados (Governos Estaduais) e nos Municípios
(Prefeituras).
Poder Judiciário: Poder responsável pela aplicação das leis. Existe em vários níveis,
sendo Tribunais Estaduais, Federais, as Supremas Cortes, Ministério Público, Procuradorias e
entre vários outros.
Poder Legislativo: Poder responsável pela criação das leis e a fiscalização dos interesses
do Estado. Existe em três níveis: Federal, Estadual, Municipal.

II) Poder Legislativo:


O Poder Legislativo, como visto antes, é responsável pela elaboração das leis e pela
fiscalização dos interesses estatais através de órgãos e comissões próprias do mesmo.
No Brasil, a constituição regula o Poder Legislativo da seguinte forma:
União: Modelo bicameral representado pelo Senado Federal, composto por
representantes específicos dos Estados e do Distrito Federal; e pela Câmara dos Deputados,
composta por representantes do povo, tanto a nível Federal, como estadual.
Estado Federado: Modelo unicameral representado pela Assembleia Legislativa,
composta pelos Deputados Estaduais.
Município: Modelo unicameral representado pela Câmara dos Vereadores, composta
pelos vereadores eleitos no Município.

2.1) Câmara dos Deputados:


A Câmara dos Deputados é a câmara baixa do Poder Legislativo Federal, sendo composta
por dois tipos de deputados: Federais e Estaduais.
Deputados Estaduais: Representam, legislam e fiscalizam pelo povo do seu Estado,
participando da Assembleia Legislativa e da própria Câmara.
Deputados Federais: Representam, legislam e fiscalizam pelo povo da União, ou seja,
fiscalizam o Governo Federal e criam leis de nível nacional, participando da Câmara.
2.2) Senado Federal:
O Senado é a câmara alta do Poder Legislativo Federal, sendo composta por
representantes das Unidade Federativas (Estados em si) e o Distrito Federal.
Os Senadores da Republica, são responsáveis por representar os seus estados como
unidades federativas perante os outros aderentes do pacto federativo, além de fiscalizarem
diretamente o Poder Executivo, legislar a nível federal, julgar e autorizar certas ações do
Executivo.
OBS: o mesmo padrão bicameral não se repete para o nível de Estado Federado e
Município, porem as funções legislativas são muito semelhantes, aplicando-se ao respectivo
nível.

2.3) Comissões:
As comissões são órgãos dependentes, temporários ou não é auxiliares do Poder
Legislativo, composto pelos próprios parlamentares.
Tais órgãos tratam de diversas matérias, sejam elas especificas ou não, tendo poder, por
exemplo, para realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil, convocar ministros
de Estado para prestar depoimentos e esclarecimento em relação a pauta debatida pela comissão
especifica, tendo de ser logicamente inerente; solicitar depoimento de qualquer cidadão ou
autoridade e apreciar planos, obras e programas que visem o desenvolvimento seja em nível
regional ou nacional.
Dentro das comissões, destaca-se uma especifica: a Comissão Parlamentar de Inquérito.
C.P.I.: A Comissão Parlamentar de Inquérito é uma comissão especifica para apurar um
fato incomum que envolva o poder público a nível federal em prazo especifico, tendo seus
membros os poderes de autoridade investigativa semelhante a judicial, podendo quebrar sigilos
bancários e telefônicos.
Após o fim da CPI, necessita-se que se faça um encaminhamento da conclusão do
inquérito, analises e relatórios para que o Ministério Publico realize as ações de
responsabilização civil e criminal dos envolvidos.
Vale ressaltar que no caso de envolvimento do Presidente da República em algum fato
julgado e investigado pela CPI, o único ente que pode efetuar a denúncia formal ao MP é o
Procurador Geral da República. O Congresso não tem poder de efetuar tal ato.

2.4) Congresso Nacional em União:


Em vários casos o Congresso precisa atuar em sua totalidade, ou, uma casa precisa dar
seguimento em projetos, processos e obrigatoriamente leis.
No caso especifico das Leis, é necessário sempre a aprovação das duas casas, havendo
ainda a necessidade de sanção presidencial para a validade da Lei.
E para que se regulem as atividades conjuntas e matérias competentes ao Congresso
como um todo, são emitidos os Decretos Legislativos.
OBS: Todos os anos, é obrigatória a existência e ocorrência de uma sessão conjunta das
duas casas para que se abram as sessões legislativas na capital federal, ocorrendo estas entre dia
2 de fevereiro e 17 de julho; e entre 1 de agosto e 22 de dezembro.
OBS 2: Para ser Presidente de uma das casas, o parlamentar precisa ser um brasileiro
nato, pelo fato de que ficara na linha sucessória do Presidente da República, que por sua vez, é
cargo exclusivo para brasileiros natos.

2.5) Tribunal de Contas:


O tribunal de contas é um órgão auxiliar ao Legislativo, porem independente, sendo
responsável, em linhas gerais, pela fiscalização das contas do Executivo em cada nível: Tribunal
de Contas da União e Tribunal de Contas do Estado (existem Tribunais de Conta Municipais,
mas são específicos para o município de São Paulo e para o município do Rio de Janeiro e
anteriores a vedação da Constituição de 88 à criação de ICMS, que por sua vez reconhece os já
existentes, validando os citados).
Todo Tribunal de Contas tem sua própria composição e modo de operação, de maneira
consonante ao que a lei explicita.
TCU: O Tribunal de Contas da União é órgão auxiliar do Congresso Nacional, composto
por 9 ministros, sendo 3 membros de escolha do presidente, com aprovação do Senado,
alternando entre auditores e membros do MP; e 6 componentes escolhidos pelo Congresso
Nacional e nomeados pelo presidente. Após a nomeação, os ministros adquirem prerrogativas
idênticas as de um ministro do STJ.
O TCU faz a fiscalização das contas e verbas a nível nacional, além de emitir pareceres
sobre as contas da União.
Os requisitos para que se possa se tornar um ministro do TCU são: Ter mais de 35 anos e
menos de 65 anos; possuir idoneidade moral e reputação ilibada; notórios conhecimentos
jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública; Mais de 10 anos de
exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados
no item anterior.
TCE: O Tribunal de Contas do Estado é órgão auxiliar a Assembleia Legista e tem efeito
em todos os municípios do Estado Federado, sendo composto por 7 conselheiros, sendo 1
membro de escolha livre do Governador do Estado; 2 entre auditores e membros do MPE,
alternadamente e também de escolha do Governador; e os 4 restantes são de escolha da
Assembleia Legislativa.
Os requisitos são os mesmos do TCU e neste caso os conselheiros possuem as mesmas
prerrogativas de um desembargador do TJ.
OBS: Se a verba for de valor federal, mesmo se tratando de Município ou Estado, deve
ser feito o julgamento da conta no TCU e não no TCE.
OBS 2: Os UCs são unidades de controle externo, o executivo possui um controle
interno. Isso existe para que haja mais segurança, transparência e fiscalização e o TC fica no fim
da linha de fiscalização, dando o ponto final em relação a conta X ou Y.

III) Poder Executivo:


Poder responsável pela administração, agindo na esfera federal, estadual e municipal.
O Governo Federal, na forma da Presidência da República e dos Ministros de Estado, é
responsável pela representação do país no exterior e da administração da União. Já o Governo
Estadual, na forma do Governador e dos Secretários Estaduais, é responsável pela administração
dos Estados Federados. E por fim, no nível municipal, essa administração é feita pelo Prefeito
junto aos Secretários Municipais.
3.1) Presidente da República:
O Presidente da República é o representante máximo do Poder Executivo, tendo o papel
de Chefe de Estado e de Chefe de Governo durante o período de seu mandato, tendo início na
posse e fim numa possível posse de ounhjtro presidente ou de um início de um novo mandato. A
CRFB/88 configura este tempo como 4 anos.
O Chefe de Governo é responsável pela administração do interesse público, buscando
conectar os poderes, estabelecer o diálogo político, além de instituir politicas publicas internas,
sendo a principal força política interna.
O Chefe de Estado é o representante do Estado no plano internacional, sendo a própria
personificação do interesse do país nas políticas internacionais, tratados e busca pela fixação da
soberania externa dentro da comunidade internacional.

3.1.1) Competências do Presidente:


Compete privativamente ao Presidente da República: Nomear e exonerar os ministros de
Estado; exercer, com o auxílio dos ministros de Estado, a direção superior da administração
federal; iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos na Constituição; sancionar,
promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
execução; além de vetar projetos de lei, total ou parcialmente. Ao Presidente compete, ainda,
dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamento da administração federal.
O Presidente é responsável, também, por manter relações com Estados estrangeiros;
celebrar tratados, convenções e atos internacionais; conceder indulto e comutar penas; exercer o
comando supremo das Forças Armadas; nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os
ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os governadores de
Territórios, o procurador-geral da República, o presidente e os diretores do Banco Central e
outros servidores, quando determinado em lei.

3.1.2) Eleições Presidenciais:


As Eleições Presidenciais ocorrem a cada 4 anos, podendo se candidatar aqueles cidadãos
com pleno gozo de seus direitos políticos, que tiverem no mínimo 35 anos, domicilio eleitoral
localizado no Brasil e estarem filiados a um partido político.
Essa eleição ocorre a cada quatro anos, tendo um primeiro turno no primeiro domingo do
mês de outubro do ano respectivo. Caso não haja uma vitória por maioria absoluta (50% + 1
Voto), estabelecer-se-á segundo turno com os dois candidatos com mais votos no primeiro.
OBS: Caso haja um impedimento por qualquer fator que impossibilite de um dos
candidatos não poderem disputar o segundo turno, invalida-se a chapa que necessitou por sair, e
convoca-se a outra com mais votos abaixo dessa, ou seja, o terceiro lugar no primeiro turno.

3.1.3) Impedimento do Presidente da República e Crimes Comuns:


O processo de Impeachment do Presidente da República, trata-se do processo de expulsão
de um presidente de seu cargo por comprovação de crime de responsabilidade que atente a
Constituição Federal, sendo este processado pela Câmara dos Deputados e julgado
posteriormente pelo Senado. (O pedido de impeachment pode ser feito por qualquer cidadão,
devendo este enviar ao presidente da câmara para que o mesmo de início ao processo.)
Vale ressaltar que em caso de crime comum cometido pelo Presidente da República,
caberá a Câmara dos Deputados votar para que o crime seja julgado pelo STF.

3.1.4) Vacância da Presidência da República:


A vacância da presidência implica na ausência do Presidente ou Vice-Presidente, sendo
dupla na ausência dos dois ao mesmo tempo.
O Presidente e seu Vice so podem se ausentar do país por mais de 15 dias, e
consequentemente da presidência por este tempo, caso o congresso autorize. Caso não ocorra tal
autorização, os mandatos podem ser cassados e a vacância é declarada dupla.

3.1.5) Linha de Sucessão da Presidência:


Caso haja necessidade de substituição permanente do Presidente da República, o único
que pode assumir é o Vice-Presidente.
Caso haja necessidade de substituição provisória, a linha de substituição é (em ordem):
Vice-Presidente, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado e o Ministro
Presidente do Supremo Tribunal Federal.
A vacância dupla impõe que o Presidente da Câmara dos Deputados tome posse como
Presidente Provisório, tendo como obrigação instalar um novo período de eleições. Se este fato
ocorrer nos dois primeiros anos após o inicio do mandato do ex-presidente, o substituto deve
programar novas eleições diretas dentro do período de 90 dias. Caso isso ocorra nos últimos dois
anos, busca-se convocar eleições indiretas em um prazo de ate 30 dias.
O mandato da autoridade que substituir será sempre um mandato de complemento,
terminando na mesma data que o ex-presidente teria de terminar.

IV) Processo Legislativo:


O Processo legislativo é o processo de criação de leis descrito na CF. Ele pode ser
iniciado por qualquer cidadão ou autoridade e começa por uma das casas do congresso, sendo
geralmente a casa iniciadora a Câmara dos Deputados.
4.1) Leis Ordinárias x Leis Complementares:

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