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ORGANIZAÇÃO DO PODER LEGISLATIVO

FEDERAL E SUAS PRINCIPAIS


COMISSÕES

Rayla Novais
Jorge Brasil
Fabiano de Avila
Prof. Eduardo Gaelzer
Faculdade Tecnológica Latino Americana -
FATLA Graduação em Bacharel em Direito

RESUMO

O Poder Legislativo Federal do Brasil é bicameral, composto pelo Senado Federal e pela
Câmara dos Deputados. O Senado é composto por 81 senadores, representando os
estados e o Distrito Federal, com mandato de oito anos. A Câmara dos Deputados possui
513 deputados federais, eleitos proporcionalmente pelos estados, com mandato de
quatro anos.
O Congresso Nacional, formado pela união dessas duas casas, é responsável por
legislar, fiscalizar e controlar o poder executivo. O presidente do Senado é o vice-
presidente da República, e o presidente da Câmara é o terceiro na linha de sucessão
presidencial.
As principais comissões no Congresso incluem: Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), que analisa a constitucionalidade dos projetos de lei; Comissão de Finanças e
Tributação, responsável pelo orçamento; Comissão de Relações Exteriores e de Defesa
Nacional, que trata de assuntos internacionais; Comissões parlamentares de inquérito
(CPIs), que investigam temas específicos; e outras comissões permanentes e
temporárias, focadas em áreas como saúde, educação e meio ambiente.
Essas comissões desempenham um papel crucial no processo legislativo, revisando e
aprimorando propostas de leis e garantindo a fiscalização e transparência das ações do
governo federal.

Palavras-chave: Poder Legislativo. Congresso Nacional. Senado Federal. Câmara dos Deputados.
Poder Executivo. Comissões.
1 INTRODUÇÃO

O poder Legislativo Federal desempenha um papel fundamental no sistema


político brasileiro. É responsável por criar, revisar e aprovar leis que afetam todos os
aspectos da sociedade. A estrutura do Poder Legislativo Federal é composta pela
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, e sua eficácia na formulação de políticas
públicas depende, em grande parte, do funcionamento de suas comissões.
Este artigo tem como objetivo fornecer uma visão abrangente da organização do
Poder Legislativo Federal no Brasil, destacando as principais comissões parlamentares
que desempenham um papel crucial no processo legislativo. Abordaremos a estrutura das
casas legislativas, suas funções distintas, e o impacto das comissões no desenvolvimento
e na análise de leis. Além disso, exploraremos exemplos de comissões que tiveram um
impacto significativo em que questões políticas e sociais recentes.
À medida que mergulhamos na estrutura e no funcionamento do Poder Legislativo
Federal e de suas comissões, será possível compreender melhor como esse orgão
exerce seu papel na democracia brasileira e como as comissões desempenham um papel
crucial na tomada de decisões legislativas.

2 DESENVOLVIMENTO

A separação dos poderes advém de uma necessidade de controle em virtude de


abusos cometidos pelos detentores de poder na antiguidade. Essa divisão foi estudada por
diversos autores, tais como Aristóteles, John Locke, Jean Jacques Rousseau; e
Montesquieu.
Destarte, a separação dos poderes é importante a fim de estabelecer um sistema
equilibrado, de feios e contrapesos, em que os três poderes são independentes, mas
subordinados ao princípio da harmonia. Isto significa que deve haver colaboração entre
eles.
2.1 Poder Legislativo Federal

O Poder Legislativo tem como conceito clássico o poder de fazer, emendar, alterar e
revogar leis, segundo os artigos de 44 a 75 da Carta Maior. Ele se divide em três esferas, a
Federal, a Estadual e a Municipal.
A Constituição Federal de 1988 traz em seu artigo 44 que o Poder Legislativo é
exercido pelo Congresso nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, ou seja, como um poder bicameral.

2.1 Estrutura do Poder Legislativo

No bicameralismo federativo brasileiro não há predominância substancial de uma


Casa sobre a outra. Contudo, a Câmara dos Deputados tem o privilégio referente ao início
do processo legislativo federal, pois é perante ela que o Presidente da República, o
Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça e os cidadãos promovem a
iniciativa do processo de elaboração das leis. Por conta disso, a Câmara dos Deputados é
chamada de Casa iniciadora (Oliveira, 2009).
Os Deputados que compõem a Câmara são eleitos pelo sistema proporcional a cada
estado, totalizando 513 deputados federais, com mandato de quatro anos. O número de
deputados é proporcional à população do estado ou do Distrito Federal respeitando o limite
mínimo de oito e máximo de setenta deputados para cada um deles. Para o Senado, cada
estado e o Distrito Federal elegem três senadores, com mandato de oito anos, renovados
de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. A composição do Senado
é de 81 parlamentares.
A numeração deve ser progressiva e alinhada à esquerda. As seções com se

Fonte: https://www2.camara.leg.br/a-camara/conheca/numero-de-deputados-
por-estado

2.2 Atribuições e Funções

Acerca das competências, além das atribuições legislativas e de fiscalização e


controle elas se dividem em três conjuntos: 1º) o das atribuições relacionadas às funções
do Poder Legislativo federal; 2º) o das atribuições das Casas do Congresso (Câmara e
Senado), quando atuam separadamente; e 3º) o das atribuições relacionadas ao
funcionamento de comissões mistas e de sessões conjuntas, nas quais atuam juntos os
deputados federais e os senadores, embora votem separadamente. Dentro da função
legislativa, cabe ao Congresso, por suas duas Casas, legislar sobre as matérias de
competência da União, mediante elaboração de emendas constitucionais, de leis
complementares e ordinárias, e de outros atos normativos com força de lei.

Ainda, na Carta Magna o art. 48 lista diversos assuntos que podem ser objeto de
leis, que dependem da aprovação do Congresso e da sanção do Presidente da República,
já o art. 49 traz a relação das competências exclusivas do Congresso, que são veiculadas
por decreto legislativo, para o qual não é exigida a sanção presidencial. Mais adiante o art.
70 do texto constitucional estabelece a competência pela fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta. Para que possa exercer essa função, é auxiliado pelo Tribunal de Contas da União.

Também é possível diante das Casas Legislativas, a convocação de Ministro de


Estado ou de titulares de órgãos diretamente vinculados à Presidência da República para
prestar informações sobre assunto previamente determinado; o encaminhamento de
pedidos de informações a essas autoridades pelas Mesas da Câmara e do Senado; a
instalação de comissões parlamentares de inquérito pelas Casas, em conjunto ou
separadamente, para apuração de fato determinado e por prazo certo.

É pertinente também ressaltar que, embora a Câmara e o Senado funcionem de


forma separada, elas articulam entre si, por exemplo no processo de elaboração das leis
complementares e ordinárias, uma Casa funciona como iniciadora e a outra como revisora.
No entanto, há outras situações em que uma das Casas funciona sem a participação da
outra. A Constituição estabelece, para tanto, as competências privativas da Câmara (art.
51) e do Senado (art. 52). Se do exercício dessas atribuições resultar um ato normativo,
será uma Resolução da respectiva Casa.

Vejamos o teor do art. 51 da Constituição Federal:

“Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da República e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso
Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - elaborar seu regimento interno;

IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos
cargos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)”

O Senado Federal terá três representantes por unidade federativa que atuarão em
mandato de 8 anos, sendo que cada Senador será eleito com dois suplentes. A renovação
será feita alternadamente a cada quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. Além
disso, o Presidente do Senado será também o presidente do Congresso Nacional (Oliveira,
2019).

As competências privativas do Senado Federal estão dispostas no art. 52 da


Constituição Federal e duas delas são: Processar e julgar o presidente e o vice-presidente
da República nos crimes de responsabilidade, bem como os ministros de Estado e os
comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza
conexos com aqueles; dentre outras funções elencadas na Constituição Federal de 1988.

3. Comissões no Poder Legislativo

O Congresso Nacional é composto de duas Casas: Câmara dos Deputados e


Senado Federal. Cada uma dessas Casas possui Comissões Parlamentares,
Permanentes ou Temporárias, com funções legislativas e fiscalizadoras, na forma
definida na Constituição Federal e nos seus Regimentos Internos. No cumprimento
dessas duas funções básicas, de elaboração das leis e de acompanhamento das
ações administrativas, no âmbito do Poder Executivo, as Comissões promovem,
também, debates e discussões com a participação da sociedade em geral, sobre
todos os temas ou assuntos de seu interesse.

3.1 Tipos de Comissões

Comissões permanentes

A Câmara tem 30 comissões permanentes, com caráter técnico, legislativo e especializado.


Elas têm a finalidade de deliberar sobre as proposições legislativas, de acordo com seus
campos temáticos; realizar audiências públicas; e determinar a realização de auditorias na
administração dos Três Poderes e na administração indireta, entre outros.

Em geral, o deputado não pode fazer parte de mais de uma comissão permanente como
titular. Ele só poderá ser titular em mais de uma comissão permanente nos seguintes
casos: nas comissões de Legislação Participativa; de Segurança Pública e Combate ao
Crime Organizado; de Cultura; de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência; de
Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial; do Esporte; de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável; de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; de Turismo;
de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional; da Amazônia e dos Povos Originários
e Tradicionais; de comunicação; de Defesa dos Direitos da Mulher; de Defesa dos Direitos
da Pessoa Idosa; de Desenvolvimento Econômico; e de Administração e Serviço Público.

É no âmbito das comissões que se apresentam e se estudam todos os dados,


antecedentes, circunstâncias e conveniência de um projeto. Nas Comissões se possibilita
que esses aspectos sofram ampla discussão e haja mais liberdade para expressão das
opiniões e formação do consenso que, emitido sob a forma de parecer da Comissão, irá
orientar o Plenário na apreciação da matéria.

São duas as formas de apreciação: a conclusiva, quando os projetos são apreciados


somente pelas Comissões, que têm o poder de aprová-los ou rejeitá-los, sem ouvir o
Plenário; e a realizada pelo Plenário propriamente dita, quando este é quem dá a palavra
final sobre o projeto, após a análise das comissões.

O Regimento estabelece (art. 24, II) quando o projeto será conclusivo nas Comissões ou se
deverá também ser apreciado pelo Plenário. De forma geral, os projetos que afetam direitos
constitucionais mais delicados, como o direito à vida e à liberdade, entre outros, deverão
passar pelo o crivo do Plenário.

Comissões temporárias

As comissões temporárias têm prazo determinado de funcionamento. Podem ser especiais,


parlamentar de inquérito ou externas.

Comissão especial

As comissões especiais são criadas para dar parecer sobre propostas de emenda à
Constituição (PEC), projetos de código e proposições cujo tema seja de competência de
mais de quatro comissões de análise do mérito. Também podem propor reforma do
Regimento Interno da Câmara; apreciar denúncias por crime de responsabilidade contra
presidente da República, vice-presidente da República e ministro de Estado; e estudar
determinado assunto definido pelo presidente da Casa.
As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) se destinam a investigar fato relevante
para a vida pública e para a ordem constitucional, legal, econômica ou social do País. Têm
poderes de investigação equivalentes aos de autoridades judiciais.

Há também as comissões externas, criadas para acompanhar assunto específico fora da


sede da Câmara.

3.2 Principais Comissões na Câmara dos Deputados

Comissão de Administração e Serviço Público


Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural
Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação
Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais
Comissão de Comunicação
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania
Comissão de Cultura
Comissão de Defesa do Consumidor
Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher
Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa
Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência
Comissão de Desenvolvimento Econômico
Comissão de Desenvolvimento Urbano
Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial
Comissão de Educação
Comissão do Esporte
Comissão de Finanças e Tributação
Comissão de Fiscalização Financeira e Controle
Comissão de Indústria, Comércio e Serviços
Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional
Comissão de Legislação Participativa
Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Comissão de Minas e Energia
Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família
Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional
Comissão de Saúde
Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado
Comissão de Trabalho
Comissão de Turismo
Comissão de Viação e Transportes

3.3 DISTRIBUIÇÃO DE VAGAS NAS COMISSÕES PERMANENTES ENTRE PARTIDOS,


FEDERAÇÕES E BLOCOS PARLAMENTARES

Fonte: https://www.camara.leg.br/comissoes/comissoes-permanentes
4.1 Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania debate e vota os seguintes temas:

“a) aspectos constitucional, legal, jurídico, regimental e de técnica legislativa de projetos,


emendas ou substitutivos sujeitos à apreciação da Câmara ou de suas Comissões;

b) admissibilidade de proposta de emenda à Constituição;

c) assunto de natureza jurídica ou constitucional que lhe seja submetido, em consulta, pelo
Presidente da Câmara, pelo Plenário ou por outra Comissão, ou em razão de recurso
previsto neste Regimento;

d) assuntos atinentes aos direitos e garantias fundamentais, à organização do Estado, à


organização dos Poderes e às funções essenciais da Justiça;

e) matérias relativas a direito constitucional, eleitoral, civil, penal, penitenciário, processual,


notarial;

f) Partidos Políticos, mandato e representação política, sistemas eleitorais e eleições;

g) registros públicos;

h) desapropriações;

i) nacionalidade, cidadania, naturalização, regime jurídico dos estrangeiros; emigração e


imigração;

j) intervenção federal;

l) uso dos símbolos nacionais;

m) criação de novos Estados e Territórios; incorporação, subdivisão ou desmembramento


de áreas de Estados ou de Territórios;

n) transferência temporária da sede do Governo;

o) anistia;
p) direitos e deveres do mandato; perda de mandato de Deputado, nas hipóteses dos
incisos I, II e VI do art. 55 da Constituição Federal; pedidos de licença para incorporação de
Deputados às Forças Armadas;

q) redação do vencido em Plenário e redação final das proposições em geral”.

4.2 Comissão de Finanças e Tributação (CFT)

A Comissão de Finanças e Tributação desempenha suas competências de acordo


com o que dispõe o art. 53, II do Regimento Interno da Câmara dos Deputados –
RICD. Com relação à análise legislativa, a Comissão estuda as proposições quanto
ao seu mérito e quanto à adequação financeira e orçamentária. Quando analisa o
mérito, a Comissão se guia pelo disposto no art. 32, X do Regimento Interno da
Câmara dos Deputados, estudando matérias que disponham sobre: sistema
financeiro nacional; sistema tributário nacional; sistema de seguros privados; títulos
e valores mobiliários; dívida pública; matérias financeiras e orçamentárias públicas,
normas de direito financeiro, normas de licitação e contratos da Administração
Pública Direita e Indireta; tributação, arrecadação, empréstimos compulsórios,
dentre outros. No tocante à Admissibilidade (art. 54, II do RICD), a Comissão aprecia
se as proposições geram aumento ou redução da receita ou da despesa públicas. A
adequação financeira e orçamentária consiste em verificar se há recursos nas leis
orçamentárias para a viabilização do projeto. As leis orçamentárias são o Plano
Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, a Lei Orçamentária
Anual – LOA e a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF
4.3 Tramitação de Projetos de Lei

PUBLICAÇÃO:

quem pode propor


Qualquer deputado ou senador, qualquer comissão da Câmara, do Senado ou do
Congresso Nacional, o presidente da República, o Supremo Tribunal Federal, os tribunais
superiores, o procurador-geral da República e os cidadãos (iniciativa popular).
Todos os projetos de lei começam a tramitar na Câmara dos Deputados, exceto quando
são apresentados por senador ou comissão do Senado. Nesses dois casos, começam pelo
Senado.

ANÁLISE DE CONTEÚDO:

comissões permanentes
Depois de apresentado, o projeto é distribuído pelo presidente da Câmara dos Deputados
para as comissões temáticas que tratam dos assuntos correlatos a ele, até três no máximo.
Essas são chamadas “comissão de mérito”, pois analisam o mérito de cada proposta.
A Câmara tem 30 comissões permanentes. Em cada comissão, o projeto é analisado por
um relator, que recebe e analisa as sugestões (emendas) dos deputados. Ele pode alterar a
proposta ou não.
Depois de votado o parecer do relator, o projeto segue para a comissão seguinte.
Comissão especial
Se as comissões que analisarão o mérito de determinado projeto forem mais de quatro, a
Câmara dos Deputados cria uma comissão especial para analisar a proposta, para evitar
que a tramitação seja muito longa.

ANÁLISE DE ADMISSIBILIDADE: CFT E CCJC

As comissões de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição e Justiça e de Cidadania


(CCJC) são as últimas a analisar os projetos. As propostas que criam gastos ou tratam de
finanças públicas passam pela CFT, que avalia se estão adequadas ao Orçamento federal.
Todas as propostas passam por último pela CCJC, que avalia se estão de acordo com a
Constituição.
Essas análises são chamadas de admissibilidade. Se a CFT ou a CCJC considerarem que
a
proposta não pode ser admitida, por não estar adequada ao Orçamento ou por ser
inconstitucional, ela será arquivada. Essas duas comissões também podem analisar o
mérito dos projetos, caso tenham sido designadas para isso.

NÃO VÃO AO PLENÁRIO


A maioria dos projetos em tramitação na Câmara só precisa passar pelas comissões. Ou
seja, tem tramitação conclusiva nas comissões. Se forem aprovados por todas elas, vão
direto para o Senado – ou para sanção presidencial, se já tiverem passado pelo Senado. Se
forem aprovados por algumas e rejeitados por outras, vão para o Plenário.

VOTAÇÃO NO PLENÁRIO
O quórum (presença mínima) para votar um projeto de lei ordinária é de maioria absoluta,
ou seja, 257 deputados.
Para aprovar o projeto, é necessária a maioria simples dos votos, em turno único.

VÃO AO PLENÁRIO
Precisam ser votados no Plenário, entre outros: projetos de lei complementar; de código; de
iniciativa popular; de comissão; projetos aprovados pelo Plenário do Senado; projetos em
regime de urgência; e projetos que tramitam em caráter conclusivo, mas que tenham
recebido pareceres divergentes nas comissões (pela aprovação e rejeição) ou que que
tenham sido alvo de recurso para votação em Plenário.

DESTAQUES
Em geral, os deputados aprovam o texto principal do projeto e “destacam” alguns trechos
para votação posterior. Esses trechos são chamados destaques. Normalmente, essas
votações posteriores servem para confirmar ou retirar alguns trechos do texto da proposta.
Também podem ser destacadas emendas, para alterar o texto.

DEPOIS DO PLENÁRIO
Depois da aprovação no Plenário da Câmara, há diversos caminhos possíveis:
Se tiver iniciado a tramitação na Câmara, o projeto segue para o Senado, onde será
analisado e votado. Se for alterado, volta para a Câmara, que analisa apenas as alterações,
podendo mantê-las ou recuperar o texto original. Em seguida, vai para sanção ou veto do
presidente
da República, que tem prazo de 15 dias úteis para sancionar ou vetar o projeto, no todo ou
em partes.

Se tiver vindo do Senado e for aprovado sem alterações, segue para sanção ou veto do
presidente da República. Se for alterado, volta para o Senado, que analisa as mudanças da
Câmara, podendo mantê-las ou recuperar o texto original. Em seguida, vai para sanção ou
veto do presidente da República, que tem prazo de 15 dias úteis para sancionar ou vetar o
projeto, no todo ou em partes.

VETO

Se o presidente sancionar (ratificar) o projeto, ele se torna lei e é publicado no Diário Oficial
da União. Mas o presidente pode vetar uma parte do projeto ou todo ele.
Se vetar alguns trechos, a parte sancionada vira lei, e os vetos voltam para análise do
Congresso Nacional (sessão conjunta da Câmara e do Senado).
Se esses vetos forem mantidos, a lei fica como está.
Se forem derrubados, os trechos antes vetados passam a integrar a lei.

CONCLUSÃO

Diante do que foi exposto, a organização do Poder Legislativo Federal, composta


pelo Congresso Nacional, Senado e Câmara dos Deputados, desempenha um papel
fundamental na democracia brasileira. As principais comissões, como a de Constituição e
Justiça, Finanças e Tributação, e tantas outras, são peças- chave na análise, discussão e
aprimoramento das leis que impactam a vida dos cidadãos.É essencial que essas
instituições continuem a trabalhar em conjunto, buscando o equilibrio e o interesse
público, garantindo assim a estabilidade e o progresso do país.

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, Erival da Silva. Direito Constitucional / Erival da Silva Oliveira – 9 ed.


rev. Atual. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. (Elementos do Direito, v
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