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Aula 11

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

SEÇÃO I
DO CONGRESSO NACIONAL

No plano federal, nós temos um legislativo bicameral. Por quê? Porque uma casa
representa a vontade do povo e a outra representa a vontade da federação. É uma
característica própria da federação o bicameralismo. Boa parte das federações
possuem duas casas: uma para representar a vontade do povo e a outra para
representar a vontade dos Estados que, um dia, irão precisar respeitar aquela lei.
Então, é indispensável que os Estados também participem do processo de construção
daquela norma.

Então, a estrutura federal é bicameral e o bicameralismo está profundamente


envolvido com a federação.

O legislativo estadual, distrital e municipal, por sua vez, é unicameral, com uma casa,
apenas, representando a vontade do povo.

Nós já dissemos que o bicameralismo é uma das características da federação.


Pretender acabar com uma das casas legislativas atinge a cláusula pétrea do pacto
federativo, no art. 60, § 4º, I. Isso não significa que em toda federação o legislativo
central precisa ser bicameral, mas isso é uma regra que costuma ser seguida pelos
países federativos.

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo,


eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no
Distrito Federal ( matemática do sistema proporcional não é cobrada na prova
de constitucional. Nesse sistema, nós votamos, na verdade, nos partidos
políticos. E os partidos mais fortes conseguem eleger um maior número de
representantes).

É sobre os deputados federais que a jurisprudência se encaminha hoje, especialmente


no que se refere à fidelidade partidária, porque muitas vezes eles são eleitos pelos
votos que os partidos conquistaram (e não por meio de votos próprios). Então, a
fidelidade partidária hoje, no país, é exigida daqueles eleitos pelo sistema eleitoral
proporcional.
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§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e


pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar,
proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no
ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação
tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados. (hoje, não existem, mas, se


forem criados, elegerão)

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do


Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário (ganhará a eleição
aquele que receber o maior número de votos, não importando a diferença de
votos entre o primeiro e o segundo colocado).

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores (sempre três


cada), com mandato de oito anos. (E quanto aos territórios? Os senadores
representam a federação (os Estados e o DF). Então, se os territórios não são
entes federativos, ainda que eles venham a ser criados, os territórios não terão
autonomia e, portanto, não terão representação no Senado).

§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de


quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.

§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada


Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a
maioria absoluta de seus membros.

Seção II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República,


não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as
matérias de competência da União, especialmente sobre:

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de


crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;

III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;


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V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da


União;

VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou


Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas;

VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;

VIII - concessão de anistia;

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria


Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério
Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69,
de 2012) (Produção de efeito)

X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas,


observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

XII - telecomunicações e radiodifusão;

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas


operações;

XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado


o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que


acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a


permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei
complementar;

III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do


País, quando a ausência exceder a quinze dias;
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IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de


sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder


regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

VI - mudar temporariamente sua sede;

VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores,


observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos


Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e


apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do


Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição


normativa dos outros Poderes;

XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de


rádio e televisão;

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de


recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com


área superior a dois mil e quinhentos hectares.

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas


Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de
órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)
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§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara


dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante
entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de
seu Ministério.

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão


encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a
qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de
responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias,
bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)

Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Apesar de a CF falar em competências privativas para a câmara e para o senado, essas


competências não são passíveis de delegação para nenhum outro órgão.

Ajuda se você começar a estudar pelas competências da câmara, porque elas são mais
reduzidas, mas o ideal é ler todas as competências do CN, da câmara e do senado.

As competências dos arts. 51 e 52 são exteriorizadas por meio de RESOLUÇÃO. E as


matérias de competência do CN são exteriorizadas por meio de DECRETO
LEGISLATIVO. Por isso, se diz que as resoluções são unicamerais e os decretos
legislativos são bicamerais. Mas atenção porque o art. 68, § 2º, traz uma hipótese de
resolução bicameral (autorizar o presidente da república a deixar o país por mais de 15
dias). As resoluções e decreto legislativo não passam pela etapa de sanção ou veto do
presidente da república.

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo


contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não


apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura
da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,


transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e
a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Seção IV
DO SENADO FEDERAL

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes


de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos
com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do


Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da


República;

c) Governador de Território;

d) Presidente e diretores do banco central;

e) Procurador-Geral da República;

f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a


escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União,


dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o


montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito


externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
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VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em


operações de crédito externo e interno;

IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida


mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada


inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício,


do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,


transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e
a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional,


em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações
tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como
Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que
somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda
do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública,
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Vamos conversar agora sobre o ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS. O estatuto dos


congressistas tem origem no direito inglês, do freedom of speech e do freedom from
arrest. O estatuto dos congressistas é o conjunto das imunidades, das inviolabilidades,
dos impedimentos, das prerrogativas que cercam a função do parlamentar, permitindo
que ele tenha uma maior liberdade de atuação política. Ou seja, permitindo que a
função do parlamentar na representação do povo ou dos Estados esteja protegida.

O conjunto das inviolabilidades e das imunidades pertence ao CARGO e não ao


parlamentar propriamente dito. Por isso, se diz que o estatuto dos congressistas é
IRRENUNCIÁVEL. O estatuto dos congressistas contém regras que são irrenunciáveis. O
parlamentar não pode renunciar a uma imunidade formal ou material, porque ela não
lhe pertence, mas, sim, ao cargo que ele está temporariamente ocupando.

Seção V
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DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES

Vamos começar falando sobre a prerrogativa de foro funcional, que está no art. 53, §
1º (ver abaixo).

No art. 53, caput, nós temos as imunidades materiais, também chamadas de


inviolabilidades parlamentares.

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por


quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.

Imunidade material: Essa é a imunidade da palavra, da manifestação... Os


parlamentares não respondem pelos crimes de injúria, calúnia, difamação, se as
palavras estiverem associadas ao exercício da profissão. Então, é preciso fixar no
conteúdo político da manifestação, e não exatamente aos seus destinatários. A
manifestação será protegida se o parlamentar se exceder ao conversar com membros
do Congresso ou com o povo... tanto faz. O que importa é fixar no conteúdo político.

O STF entende que quando as manifestações excessivas forem ditas em plenário, a


imunidade sempre estará presente, porque subentende-se que o parlamentar está no
desempenho da função. Já quando a manifestação é feita fora do plenário, é preciso
avaliar se a manifestação está associada ou não ao exercício funcional, porque
ninguém é parlamentar 24h por dia. O STF decidiu que nos jornais escritos, rádios, TV e
mídias em geral, o parlamentar terá direito à imunidade, mas é necessário observar o
conteúdo político da manifestação. Então, quando ele está em plenário, ele sempre
terá imunidade, porque subentende-se que ele está trabalhando. Fora do plenário, a
imunidade estará presente também se as palavras estiverem associadas ao exercício
das funções, ou seja, se elas tiverem um conteúdo político. Se não tiverem um
conteúdo político, não terá imunidade. Se um parlamentar chega em um restaurante e
ofende alguém, não haverá imunidade. A imunidade não existe para proteger o
parlamentar em sua vida privada, mas sim para proteger a sua manifestação de
expressão, se associada ao exercício das funções. O STF já decidiu que durante os
períodos de debates eleitorais, horário eleitoral, comícios, etc., a imunidade material
não está presente. Ou seja, nas manifestações ELEITORAIS, não haverá extensão da
imunidade material (porque isso blindaria o parlamentar, sendo que ele está somente
pleiteando a reeleição ou ajudando alguém a se eleger).

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão


submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

Prerrogativa de foro funcional: Essa é uma prerrogativa CRIMINAL. Então, não


compete ao STF julgar parlamentares independentemente da matéria. Essa é uma
prerrogativa de foro CRIMINAL. O momento da expedição do diploma se confunde
com a posse? A posse dos deputados e senadores ocorre no dia 1º de fevereiro (art.
57, § 4º, da CF), mas a diplomação se dá muito antes. A diplomação é o ato que
confirma que a eleição se operou de forma válida. Ou seja, que o parlamentar está
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plenamente apto a tomar posse. A prerrogativa de foro funcional inicia com a


diplomação (ou seja, antes da posse).

Se o parlamentar cometer crime ANTES DA DIPLOMAÇÃO, ele será julgado pela justiça
comum e, com a diplomação, o processo em andamento passará para o STF. Então, o
processo criminal em andamento antes da diplomação sai da justiça comum e vai para
o STF. Findo o mandato sem decisão, o processo volta para o STF.

Se o parlamentar cometer crime APÓS A DIPLOMAÇÃO, já é o STF o órgão responsável


para receber aquela denúncia ou queixa-crime. E a regra é que a prerrogativa de foro
deve ser respeitada enquanto ele estiver no mandato. Findo o mandato, o processo
seguirá para a justiça comum.

Com relação ao júri, o que é que acontece? A prerrogativa de foro funcional prevista
na CF/88 afasta a competência do tribunal do júri. Lembre-se disso. Então, os crimes
cometidos pelo parlamentar que serão julgados pelo STF poderão até mesmo ser
crimes dolosos contra a vida (a competência do júri é afastada).

Em 1964, foi criada a Súmula 394 do STF, que diz que, cometido o crime durante o
exercício funcional, prevalece a competência especial, por prerrogativa de função,
ainda que o inquérito ou a ação sejam iniciados após a cessação daquele exercício.
Essa súmula estabelecia a prorrogação de competência do STF para julgar ex-
parlamentares. Ela foi muito criticada, porque uma coisa é você garantir a alguém que
está numa situação diferenciada um tratamento diferenciado. Mas outra coisa é o
parlamentar deixar de ser parlamentar e continuar com o julgamento em um órgão
diferenciado. Depois de muitos anos, essa súmula foi CANCELADA (em 1999). A partir
daí, passou a vigorar a regra da atualidade do mandato (tem mandato, tem
prerrogativa; não tem mandato, não terá mais prerrogativa).

Alguns anos depois (em 2002), o presidente da república FHC sancionou a Lei
10.628/02. Essa lei restaurou a chama da já apagada Súmula 394.do STF, restaurando
também a prerrogativa de foro após o término do mandato. O MP agiu, ajuizou a ADI
2797, que foi julgada procedente, e a partir daí realmente vigorou a regra da
atualidade do mandato.

Só que o tema é complexo. Em dois casos depois dessa ADI, essa regra da atualidade
do mandato precisou ser revista (ação penal 333 e ação penal 396). Na ação penal 333,
um parlamentar eleito pela PB foi acusado de praticar um crime e, depois de longos
anos, o STF marcou a data de julgamento. Cinco dias antes da data marcada, o
parlamentar renunciou e os advogados disseram que o STF não era mais competente e
que era preciso remeter o caso para a justiça comum. O STF, mesmo indignado,
entendeu que, se está vigorando a regra da atualidade do mandato, se não tem
mandato, não tem mais prerrogativa. O caso foi remetido para a PB e o parlamentar já
faleceu sem ser julgada a ação.

Anos depois, outro parlamentar (dessa vez de RO) passou por situação parecida.
Depois de uma longa instrução, o STF marcou a data de julgamento. Na véspera do
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julgamento, o parlamentar renunciou e o advogado peticionou dizendo que o STF não


era mais competente e, como vigora a regra da atualidade do mandato, o processo
deveria seguir para a justiça comum. O STF se reuniu e decidiu que renunciar é um
direito do parlamentar, mas renunciar com o propósito de evitar que o processo siga
seu rumo seria abusar do seu direito de renúncia. Contra a renúncia, o STF não poderia
fazer nada, mas estabeleceu justamente que seria o órgão de julgamento, sim. E o
parlamentar, inclusive, foi condenado pelo STF.

A jurisprudência do STF então ficou assim fixada: a renúncia de parlamentar após o


final da instrução não acarreta perda de competência do STF. Até a instrução, acarreta
perda de competência do STF; a partir daí, não.

Ainda nessa parte da prerrogativa de foro funcional, a gente teve a decisão do STF na
ação do mensalão. E a Súmula 704 foi aplicada ao caso. Sem entrar na parte processual
penal, mas apenas na constitucional, a Súmula 704 foi utilizada pelo STF para evitar
que houvesse desmembramento da ação do mensalão. O STF decidiu, no julgamento
da ação penal 470, tendo em vista que boa parte dos acusados não tinha prerrogativa
de foro funcional, por aplicar a súmula 704, que diz que não viola as garantias do juiz
natural, da ampla defesa e do devido processo legal, a atração por continência ou
conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos
denunciados. Então, o STF trouxe todo o processo do mensalão, apostando nessa
súmula 704. Foi essa súmula a responsável por trazer o processo do mensalão todo
para o STF.

Agora vamos ver as imunidades formais. As imunidades formais se dividem em


imunidades formais quanto à prisão e em imunidades formais quanto ao processo.
Quanto à prisão, o art. 53, § 2º, cuida do tema. E quanto ao processo, temos o art. 53,
§ 3º a § 5º.

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não


poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os
autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para
que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

Esse dispositivo trata da prisão criminal. A regra é que o parlamentar NÃO PODERÁ SER
PRESO. Essa é a regra geral. No entanto, PODE A PRISÃO desde que em flagrante de
crime inafiançável. Quando isso ocorrer, os autos da prisão serão remetidos para a
casa respectiva dentro de 24h e a casa pode resolver sobre a prisão, pela maioria de
seus membros (pode decidir soltar o parlamentar para que ele seja julgado em
liberdade).

O STF julgou uma ação cautelar 4039, proposta pelo MPF, sobre a prisão de Delcídio do
Amaral. O tribunal referendou uma decisão tomada pelo Ministro Teori Zavascki, de
determinar a prisão do senador. O que se entendeu aqui foi que haveria respaldo
constitucional. Haveria aqui uma situação de flagrante, porque o crime cometido pelo
Delcídio seria um crime permanente (crime de associação criminosa com objetivo de
atrapalhar as investigações). Esse crime permanente estaria em estado de flagrante
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constante, servindo para fins de prisão cautelar. O ministro Gilmar Mendes entendeu
que esse crime também seria um crime inafiançável, caracterizada a flagrância técnica,
tendo em vista que se tratava de um crime permanente. O tema, principalmente no
âmbito penal, tem dado o que falar, porque muitos entendem que não houve nem
flagrante nem crime inafiançável. De qualquer modo, o Senado referendou a decisão
do STF, mantendo a decisão do Senador.

Além dessa prisão em flagrante de crime inafiançável, o parlamentar ainda pode ser
preso por conta de sentença condenatória criminal transitada em julgado. E aí, no que
tange à pena restritiva de liberdade, isso já aconteceu. O deputado foi condenado pelo
STF. O transito em julgado da decisão foi encaminhado para a câmara dos deputados,
que, na forma do art. 55, § 2º (que diz que, no caso do inciso VI – condenação por
transito em julgado, a perda do mandato será decidida pela câmara dos deputados ou
pelo senado, por maioria absoluta, por VOTO SECRETO, mediante provocação da mesa
ou partido representado no CN), decidiu por MANTER O MANDATO DO DEPUTADO
NATHAN DONADON. Aquilo foi uma decisão extremamente conflituosa, questionável...
Como representar o povo preso? Então, impetraram um MS contra essa decisão da
câmara e o STF suspendeu essa decisão. Poucos meses depois, foi realizada uma nova
sessão, já com a redação nova do art. 55, § 2º (alterado por emenda constitucional),
que acabou com o voto secreto. Nessa nova sessão, com voto aberto, foi cassado o
mandato do deputado. De qualquer modo, não há uma decisão sobre a natureza da
deliberação da casa legislativa (ou seja, se ela é obrigada a cassar, se ela só é obrigada
a cassar se for pena restritiva de direitos ou se ela pode escolher se cassa ou não).

Vamos agora para a imunidade formal quanto ao processo, que está no art. 53, § 3º. O
art. 53, § 3º, não tem uma redação igual à de 1988, porque ele foi reformado pela EC
35/01. Antes da EC 35, o STF não podia iniciar um processo contra o parlamentar sem
que a casa legislativa o autorizasse a deflagrar o processo. Lógico que essas
autorizações não vinham... O corporativismo vigora em nosso país... Então, era um
absurdo o STF precisar de uma autorização da casa legislativa para iniciar o processo
contra o parlamentar. Essa licença acabou com a emenda. Imagine que nós temos um
senador... A denúncia ou queixa crime contra ele é apresentada perante o STF. O STF
deflagra o processo contra o parlamentar e dá ciência à casa legislativa. A casa não
pode fazer nada, mas qualquer partido político (não precisa ser do mesmo partido do
parlamentar) com representação na casa específica pode pedir a sustação da ação (à
casa). A casa então tem 45 dias improrrogáveis para decidir se o processo será
suspenso ou não. Se a casa decidir pela suspensão do processo, ela vai informar ao
STF, que não poderá fazer mais nada (mas apenas suspender a prescrição - § 5º,
porque não faz sentido que a prescrição continue a contar com o processo parado).

CUIDADO: se o crime ocorrer antes da diplomação, o processo será julgado após a


diplomação perante o STF, mas não haverá possibilidade de suspensão do andamento.
Essa suspensão somente poderá ocorrer se o crime for praticado após a diplomação.
Ou seja, o parlamentar que cometeu crime antes da diplomação tem direito à
prerrogativa de foro funcional, mas não tem direito à imunidade formal processual.
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§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido


APÓS A DIPLOMAÇÃO, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto
da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento
da ação.

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo


improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa
Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o


mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

Agora vamos cuidar das prerrogativas envolvendo deputados estaduais, distritais e


vereadores. Com relação aos deputados estaduais, o art. 27, § 1º, da CF, diz que aos
deputados estaduais são aplicadas as regras da CF. Segundo extraímos desse artigo, os
deputados estaduais gozam de IMUNIDADE MATERIAL (liberdade de
manifestação/expressão). A súmula 3 do STF já foi superada pela jurisprudência da
Corte. Essa súmula dizia que a imunidade concedida a deputados estaduais é restrita à
justiça do Estado. Mas isso não vale mais. Os deputados estaduais têm o mesmo grau
territorial com relação às imunidades dos deputados federais. Então, deputado
estadual não tem liberdade de manifestação apenas no próprio estado, mas no brasil
inteiro, desde que as manifestações tenham conteúdo político.

Além disso, deputado estadual também goza de imunidade formal quanto à prisão e
quanto ao processo, nos mesmos moldes dos deputados federais.

Ou seja, quanto à imunidade formal, os deputados estaduais só podem ser presos em


flagrante e por crime inafiançável, os autos devem ser remetidos à assembleia
legislativa e ela pode deliberar pela soltura do deputado estadual.

Quanto à imunidade formal processual, quem recebe a denúncia contra o deputado


estadual é o tribunal de justiça. E aí o tribunal vai informar à assembleia legislativa e
um partido político pode pedir a sustação da ação. Ou seja, é o mesmo grau de
imunidade.

Quanto à prerrogativa de foro funcional, o julgamento dos deputados estaduais se


dará no tribunal de justiça do Estado. E os crimes dolosos contra a vida praticados
pelos deputados estaduais? Os crimes dolosos contra a vida são julgados pelo TJ.
Quando a prerrogativa de foro funcional é extraída diretamente da CF, ela afasta a
competência do tribunal do júri. Então, segundo a doutrina majoritária, a prerrogativa
de foro funcional do deputado está na CF/88 e, por isso, se afasta a competência do
tribunal do júri.

Então, os deputados estaduais têm o mesmo nível de prerrogativas e imunidades


garantidas aos deputados federais.
Aula 11

Quanto aos deputados distritais, o art. 32, § 3º, diz que aos deputados distritais e à
câmara legislativa se aplica o mesmo artigo dos deputados estaduais. Por isso, os
deputados distritais gozam das mesmas imunidades e prerrogativas dos deputados
federais e estaduais. No caso, a prerrogativa de foro funcional deles é no TJDFT.

A situação mais peculiar, no entanto, é a dos vereadores. O art. 29, VIII, diz que a
inviolabilidade dos vereadores por suas opiniões, palavras e votos é garantida no
exercício do mandato e na circunscrição do município. O constituinte economizou em
relação às imunidades dos vereadores. Elas não têm o mesmo grau dos demais
parlamentares. Os vereadores gozam de imunidade material, mas apenas no limite
geográfico do próprio município. Então, a imunidade é limitada ao município. Além
disso, a CF não estabeleceu imunidades formais para os vereadores. Por isso, os
vereadores não possuem nenhum tratamento diferenciado com relação à sua prisão,
ao seu processo... Os vereadores podem ser presos como pessoas comuns e, além
disso, não há nenhuma possibilidade de suspensão do processo. E se a constituição do
estado assim determinar? Ela não pode fazer isso, porque ela não possui essa
liberdade. Se isso ocorrer, ela será declarada inconstitucional.

O STF, sobre a prerrogativa de foro funcional, abriu a sua jurisprudência para aceitar
que as constituições estaduais estabelecessem a prerrogativa de foro facultativamente
para os vereadores. É a constituição do estado que vai estabelecer ou não aquela
prerrogativa. Mas, ainda assim, se a constituição estadual estabelecer essa
prerrogativa, fica uma questão no ar? E a competência para julgar crimes dolosos
contra a vida é de quem? Do júri ou do tribunal de justiça? Nós temos a Súmula 721 do
STF, que foi convertida na Súmula Vinculante 45, em 2015. Essa súmula diz que a
competência funcional do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função
estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual. Ou seja, ainda que a CE
estabeleça prerrogativa de foro funcional para os vereadores, ela não está acima da
CF. Como a competência do júri está na CF e a prerrogativa de foro do vereador, se
houver, está apenas na CE, prevalece a base da CF (ou seja, a competência do júri).
Então, se um vereador praticar um crime doloso contra a vida, o órgão de julgamento
será o júri, e não o tribunal de justiça.

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre


informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora


militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa
respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

Outro ponto importante é o do art. 53, § 8º. Qual é a diferença entre estado de defesa
e estado de sítio? O estado de sítio pode ser decretado em todo o território nacional,
mas o estado de defesa é localizado. O estado de sítio é mais grave. Se a CF está
dizendo que as imunidades dos deputados e senadores serão mantidas durante o
Estado de sítio, só podendo ser suspensa em situações excepcionais, o que a gente
Aula 11

leva para a prova sobre o tema? Que durante o estado de defesa não é possível
suspender as imunidades. Se durante a situação mais séria a imunidade será mantida,
o que dizer durante o estado de defesa? Claro que será. E por que a CF não disse nada
sobre o estado de defesa? Porque não precisa. As imunidades serão sempre mantidas
durante o estado de defesa e durante o estado de sítio a regra é a da manutenção das
imunidades, mas nesse caso elas podem ser suspensas, desde que pelo voto de 2/3
dos membros da casa respectiva e apenas nos casos de atos praticados fora do recinto
do congresso que sejam incompatíveis com a execução da medida.

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado


de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos
membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia,


empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de


que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;

II - desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor


decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer
função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades
referidas no inciso I, "a";

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se


refere o inciso I, "a";

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;


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III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das
sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta
autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no


regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do
Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela
Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta,
mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado
no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 76, de 2013)

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa
da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus
membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional,
assegurada ampla defesa.

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à


perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as
deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 6, de 1994)

O art. 56 nos traz algumas situações em que o deputado e o senador não perderão o
mandato. Mas o que acontece com a prerrogativa, nesses casos? Ele vai manter essas
imunidades e prerrogativas ou elas serão suspensas? Segundo o STF, nos casos do art.
56 as imunidades materiais e formais serão suspensas. Entretanto, a prerrogativa de
foro funcional será mantida. Na visão do STF, as imunidades estão associadas ao
exercício das funções. O parlamentar que está licenciado para ser secretário de Estado
não está exercendo função de parlamentar. Então, não terá direito a imunidade formal
ou material. Mas, nas hipóteses do art. 56, o parlamentar não deixou de ser
parlamentar. E aí, fazendo a interpretação do art. 53, § 1º, o STF entende que, como
após a diplomação o parlamentar será julgado pelo STF e ele não deixou de ser
parlamentar, ele também não deixará de ter a prerrogativa de foro garantida. Então,
as imunidades serão suspensas, mas a prerrogativa de foro funcional será mantida.

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:


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I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território,


Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital
ou chefe de missão diplomática temporária;

II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento
não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.

§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções


previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.

§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la


se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela


remuneração do mandato.

Seção VI
DAS REUNIÕES

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2


de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

São duas as sessões legislativas ordinárias (com 2 recessos). A partir de 17 de julho (e


de 22 de dezembro) a gente tem o recesso parlamentar. Se existir convocação durante
o recesso, devemos seguir o art. 57, § 6º.

§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro


dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de


lei de diretrizes orçamentárias.

§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos


Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:

I - inaugurar a sessão legislativa;

II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas


Casas;

III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de


fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e
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eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a


recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)

A mesa diretora é órgão de comando das sessões legislativas.

§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado


Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes
de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Cada casa legislativa possui o seu órgão diretor. E o Congresso Nacional também tem
uma mesa própria, que funciona quando as duas casas estão reunidas para deliberar
sobre os assuntos constitucionais.

A composição da mesa diretora está no art. 57, § 5º. Cada mesa é composta por 7
membros titulares e 4 suplentes. Então, não interessa se a mesa é da câmara, do
senado ou do congresso.

A mesa da câmara, por exemplo, é composta pelo presidente da câmara, pelo 1º vice
presidente, pelo 2º vice presidente e por 4 secretários. E nós ainda temos 4 suplentes
dos secretários. Somando, então, temos 11 membros. Na mesa do senado é a mesma
coisa. E a do congresso também, só que alternando... Então, nós temos o presidente
do senado como presidente da mesa. O 1º vice será da câmara, o 2º do Senado, o 1º
secretário será da câmara, o 2º do senado... e assim vai.

§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á (lista das


situações que podem gerar convocação extraordinária durante o recesso):

I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de


defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação
de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-
Presidente da República;

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e


do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as
Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as
hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das
Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50,
de 2006)

§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente


deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do
§ 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da
convocação. (esse pagamento só fazia estimular os membros do CN a se
reunirem em sessão extraordinária para receber o dinheiro, mas foi extinto em
2006, por EC).
Aula 11

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação


extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na
pauta da convocação.

Seção VII
DAS COMISSÕES

Há várias comissões nas casas do congresso nacional. As comissões são órgãos técnicos
criados pelos regimentos, constituídos por parlamentares, com a finalidade de discutir
e votar as proposições ou projetos.

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e


temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no
respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.

Uma comissão permanente que é bem famosa é a CCJ (Comissão de Constituição e


Justiça e de Cidadania), que é responsável pelo controle preventivo político de
constitucionalidade. Então, a CCj é um exemplo de comissão permanente. A comissão
permanente é aquela que transcende a legislatura. Ou seja, ela continua existindo,
mesmo quando a legislatura acaba.

Mas nós também temos as comissões temporárias. As comissões temporárias são


extintas depois de cumprirem com as suas determinações. Essas comissões podem ser
ESPECIAIS, com a finalidade de emitir pareceres ou realizar estudos em situações
específicas, como projetos de códigos... Além das especiais, também temos as CPIs.

Essas comissões podem ser formadas apenas por deputados, apenas por senadores ou
ainda podem ser mistas (que podem ser permanentes ou temporárias, conforme o
caso).

§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto


possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
parlamentares que participam da respectiva Casa.

§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a


competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros
da Casa;

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos


inerentes a suas atribuições;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer


pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
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V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de


desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

Vamos falar agora sobre as CPIs. A CPI é uma comissão temporária que pode ser mista
ou pode ser aberta em cada uma das casas individualmente. A CPI é criada no exercício
da função típica do legislador (função de fiscalizar), e não na função atípica. A CPI não
julga ninguém, assim como não condena ou absolve. Ela é criada para apurar as
irregularidades no plano federal. Ou seja, a CPI não julga ninguém. Existe inquérito
policial, inquérito civil... e o inquérito aqui é parlamentar. Então, lembrem que a CPI é
uma manifestação de atividade típica do Poder Legislativo, muito embora a redação da
Constituição não seja a melhor, porque ela equipara as funções da CPI às funções dos
juízes. E a gente vai ver que não é bem assim, porque o STF já reinterpretou esse artigo
inúmeras vezes e limitou essa atuação da CPI.

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de


investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento
de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério
Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

A gente vai ver os pressupostos materiais para atuação da CPI. Vamos cuidar do fato
determinado. O que é o fato determinado? Ele significa que a CPI precisa ter um
direcionamento. Não é possível abrir uma CPI para verificar se há algo a ser apurado. A
CPI precisa ter um norte, uma linha... Não é possível se abrir uma CPI para verificar se
há algo a ser apurado ou para apurar situações abstratas (corrupção no Brasil, p. ex.).
Então, a CPI precisa ter um fato determinado.

Além disso, a CPI precisa ter um prazo certo. A CPI não pode ser aberta por prazo
indeterminado. Sobre o prazo certo, o que o STF entendeu? A Lei 1.579/52, que versa
sobre a CPI, diz, no seu art. 5º, § 2º, que a incumbência da CPI termina com a sessão
legislativa em que tiver sido outorgada, salvo deliberação da respectiva casa,
prorrogando-a dentro da legislatura em curso. O STF reforçou que o prazo
determinado pode ser renovado, mas é indispensável que essa inúmeras prorrogações
sejam necessárias, bem fundamentadas e que não ultrapassem o prazo da legislatura
em que a CPI foi criada. Ele disse que são possíveis prorrogações do prazo inicialmente
fixado para o término da CPI, desde que não ultrapasse ao da legislatura em que a CPI
foi criada. Outra coisa: toda prorrogação depende de decisão fundamentada pela
maioria dos membros da comissão.

O STF também decidiu que a CPI deve apurar um fato determinado, mas não está
impedida de investigar fatos que se ligam intimamente com o fato principal. Imagine
que a CPI foi aberta para apurar uma determinada situação e, ao longo das
Aula 11

investigações, surgiram novos casos envolvendo aquele principal. Neste caso, a CPI
continuará responsável pela investigação. Ou seja, ela continuará responsável pela
investigação se, ao longo dela, surgirem novos fatos alinhados ao principal.

Sobre o prazo certo, o STF decidiu que a locução “prazo certo”, inscrita no § 3º do art.
58 da CF, não impede prorrogações sucessivas dentro da legislatura, referendando a
Lei 1.576/72.

É claro que fatos conexos aos inicialmente apurados podem também a constituir alvo
de investigação da CPI em causa. Contudo, para que isso aconteça, torna-se necessária
a aprovação do aditamento. Lembre-se que todas as decisões da CPI devem ser
fundamentadas e precisam respeitar o princípio da colegialidade (devem ser tomadas
por decisão da maioria dos seus membros).

Vamos ver agora os requisitos formais da CPI.

O primeiro é a assinatura de 1/3 dos membros da casa (ou do CN, se for o caso). Se a
CPI for aberta apenas no âmbito da câmara, ela precisará de 1/3 da câmara (171
assinaturas). Se ela for aberta apenas no âmbito do senado, ela precisará de 27
senadores. E se for uma CPMI (comissão parlamentar mista de inquérito), ela precisará
de 1/3 de assinaturas dos deputados e 1/3 de assinaturas dos senadores. ATENÇÃO:
não há deliberação plenária. Em nome das minorias, as assinaturas são suficientes, não
se sujeitando ao plenário da casa (porque isso esmagaria a minoria parlamentar).

O segundo requisito é o encaminhamento ao MP. O entendimento majoritário é de


que esse encaminhamento ao MP é facultativo. É uma deliberação da própria CPI.
Então, se for o caso, como diz o texto constitucional, o relatório será encaminhado ao
MP. Somente a comissão poderá decidir se se verifica ou não a hipótese do referido
encaminhamento das conclusões, o que não implica necessariamente que sejam elas
acompanhadas de documentos sigilosos. Então, o destino do relatório da CPI compete
à própria CPI.

É preciso esclarecer, porém, que apenas o relatório conclusivo dos trabalhos da CPI é
enviado ao MP e à AGU para que promovam a responsabilidade civil ou criminal por
infrações apuradas. Isso quer dizer o que? Quer dizer que os relatórios parciais não são
encaminhados. O MP não teria acesso a cada ato da CPI. O relatório final é que, se o
órgão decidir, será encaminhado ao MP.

Outro ponto importante é falar da CPI nos Estados e Municípios. Do mesmo modo que
a CPI federal, estados e municípios também podem criar as suas CPIs. Agora, muita
atenção... em nome do princípio federativo, uma CPI municipal não pode ser aberta
para apurar uma regularidade estadual, assim como uma CPI estadual não pode ser
aberta para apurar uma regularidade federal... e assim sucessivamente. Porque, senão,
nós teríamos uma ofensa clara ao pacto federativo. Cada uma apura questões relativas
à sua esfera. Uma lei do estado de SP determinou que as assinaturas de 1/3 dos
membros da assembleia legislativa seriam submetidas ao crivo do plenário da casa
legislativa. E aí essa lei foi alvo de uma ADIN. E o STF decidiu que essa lei era
Aula 11

completamente inconstitucional, por violar a simetria ao modelo federal e por violar o


direito das minorias (para um partido pequeno conseguir 1/3 das assinaturas não é
fácil... e aí, depois de conseguir as assinaturas, ele ainda teria que convencer mais da
metade do plenário. Isso impediria a CPI de ser aberta com apoio dos partidos
pequenos. E aí, nós teríamos apenas a CPI das maiorias parlamentares). Não esqueçam
que, muitas vezes, as maiorias parlamentares são do partido que está no governo...
Então, as assinaturas não estão sujeitas ao crivo das maiorias dos membros da
assembleia.

Ficou faltando a gente falar sobre poderes e vedações da CPI.

O que é que a CPI pode fazer por ato próprio (desde que por decisões fundamentadas
e pela vontade da maioria dos seus membros – esses dois requisitos são decorrentes
do entendimento do STF)? A CPI pode determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal
e telefônico do investigado. Então, a CPI não precisa pedir autorização judicial alguma
para decretar a quebra do sigilo de dados bancário, fiscal e telefônico. Lembre-se que
sigilo telefônico não se confunde com interceptação telefônica. A interceptação é a
captação da conversa telefônica, e isso a CPI não pode fazer, porque esse sigilo é
protegido pela reserva de lei, de jurisdição... mas a CPI pode, por ato próprio,
determinar a quebra do sigilo de dados telefônicos (ter acesso ao histórico das contas,
àquilo que está documentado a respeito da ligação, de onde partiu o telefonema,
quanto tempo durou a ligação, quanto custou a conta...).

A CPI também pode pedir auxílio ao TCU para realização da fiscalização contábil,
alguma auditoria necessária... Então, ela também pode pedir o auxílio do TCU nessa
assessoria mais técnica/contábil por ato próprio.

A CPI pode ouvir investigados, colher o depoimento de testemunhas, inclusive sob


condução coercitiva. A CPI também pode ouvir autoridades (o art. 50 da CF diz que as
comissões podem convocar ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos
diretamente subordinados à presidência da república para prestarem, pessoalmente,
informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de
responsabilidade a ausência sem a justificação necessária). Então, esse art. 50 também
se inclui entre os poderes da CPI.

A CPI pode transportar-se para qualquer localidade do país, desde que haja
necessidade (para colher depoimentos, por exemplo).

A CPI também pode requisitar documentos de autoridades, realizar atos que não são
protegidos pela reserva de jurisdição, viabilizando justamente um bom fechamento do
inquérito parlamentar que, se for o caso, será entregue ao MP para as providências
seguintes.

E quanto às vedações? O que é que a CPI não pode fazer?

Todos os atos que a CF reservou ao judiciário não podem ser realizados pela CPI. Por
exemplo, dentro do art. 5º, XII, destacamos a INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. A CPI não
Aula 11

pode determinar a interceptação telefônica, porque esse é um ato protegido pelo


princípio da reserva constitucional de jurisdição.

A CPI também não pode determinar, na forma do art. 5º, XI, a violação de domicílio.
Ela não pode, por exemplo, determinar uma busca e apreensão com violação da casa.
Por quê? Porque é um ato protegido pelo princípio da reserva de jurisdição.

O art. 5º, XIX, também acrescenta à nossa lista a questão da suspensão ou dissolução
das atividades da associação. Então, dissolver ou suspender atividades de uma
associação são atos que dependem de ordem judicial, não podendo ser procedidos
pela CPI.

Destacamos, ainda, o art. 5º, LXI, sobre a prisão. A CPI não pode expedir mandado de
prisão contra ninguém. A única modalidade que pode ocorrer durante a audiência da
CPI é a prisão em flagrante (que pode ocorrer em qualquer lugar, aliás). Então, não há
mandado de prisão preventiva, temporária... expedido pela CPI, porque também
violaria o art. 5º, LVI, da CF.

Na jurisprudência do STF, nós encontramos também a vedação à


constrição/indisponibilidade de bens dos investigados. A CPI não pode determinar
constrição de bens dos investigados (penhora, sequestro, arresto... nada disso). São
atos reservados ao poder de cautela do juiz.

A CPI não pode impedir que uma pessoa deixe uma localidade ou até mesmo que ela
deixe o país. A CPI não tem poderes para restringir esse tipo de liberdade de
locomoção.

Magistrados podem ser convocados a participar de CPIs? Sim. Mas eles não são
obrigados a revelar questões funcionais, porque isso violaria o princípio da separação
de poderes. Então, configura constrangimento ilegal, com ofensa ao princípio da
separação de poderes, a convocação de magistrado pela CPI para que preste
depoimento em razão de decisões de conteúdo jurisdicional atinentes ao fato
investigado. Convocar magistrado é possível, mas os magistrados não são obrigados a
responder sobre questões funcionais relacionadas à sua atividade jurisdicional, porque
isso violaria o princípio da separação de poderes.

Outro ponto importante sobre a CPI... o direito ao silêncio é reconhecido ao


investigado e também à testemunha (segundo orientação do STF).

§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso


Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período
legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição
reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

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