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DIREITO CONSTITUCIONAL

Poder Legislativo
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PODER LEGISLATIVO

Ponto de partida: arts. 44 a 58 da Constituição Federal de 1988.

 Obs.: a maioria das provas de concurso leva em consideração o texto constitu-


cional em sua literalidade.

1. NOTAS INTRODUTÓRIAS

O Poder Legislativo possui como função típica editar as leis. A doutrina domi-
nante admite que a função de fiscalização também é típica desse Poder. Além
disso, o Poder Legislativo similarmente exerce funções atípicas, como:
• Administração: quando realiza um concurso público ou uma licitação; e
• Julgamentos: conforme descrito no art. 52, I, da Constituição Federal, a
qual dispõe que compete ao Senado Federal processar e julgar o Presi-
dente da República nos crimes de responsabilidade.

O Poder Legislativo Federal é exercido pelo Congresso Nacional, que é com-


posto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. A Constituição Fede-
ral, então, dispõe que o Legislativo Federal é bicameral, mesmo que parte da
doutrina afirme que esse órgão seja do tipo tricameral.
Por outro lado, os Poderes Legislativos Estadual, Municipal e Distrital são do
tipo unicameral, o que significa que em cada um desses entes federativos há
apenas uma casa legislativa. No âmbito dos Municípios, há a Câmara dos Vere-
adores; no âmbito dos Estados-membros, há as Assembleias Legislativas; e,
no âmbito do Distrito Federal, há a Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Legislatura ≠ sessão legislativa:

Conforme a Constituição Federal, cada legislatura possui um período de quatro


anos. Esse é o período no qual o Congresso Nacional irá exercer as suas atribui-
ções. Conforme a doutrina, a palavra legislatura também pode ser utilizada com
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outro sentido, que é o da atual representação do Poder Legislativo. Exemplo: “a


atual legislatura está produzindo muitas leis”, ou seja, o corpo atual do Congresso
Nacional poderia ser chamado de “legislatura”. Contudo, o sentido atribuído pela
Constituição Federal é o de tempo, ou seja, o período de quatro anos.
A sessão legislativa, por sua vez, é o ano de trabalho do Congresso Nacional.
A sessão legislativa pode ser de duas espécies: ordinária e extraordinária.
A sessão legislativa é chamada de ordinária, pois possui uma data certa para
iniciar e para terminar. É como se fosse o ano de trabalho dos parlamentares.
Segundo o art. 57 da Constituição, a sessão legislativa se inicia em 2 de feve-
reiro e vai até o dia 17 de julho. Há um recesso até que a sessão se inicie nova-
mente em 1º de agosto e termine em 22 de dezembro. Após o dia 22 de dezem-
bro, inicia-se um novo recesso.
Já a sessão legislativa extraordinária ocorrerá sempre que o Congresso
Nacional for convocado para atuar no período de recesso. Assim, contextuali-
zando os termos, dentro da legislatura há as sessões legislativas.
Nos estudos dos arts. 48 e 49, serão abordadas as competências do Con-
gresso Nacional. No art. 51, estão elencadas as competências da Câmara. Já
no art. 52, há a previsão das competências do Senado. Assim, há a atuação das
casas em conjunto e, posteriormente, de forma separada.

1.1. Competências do Congresso Nacional

CF/1988
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da Repúbli-
ca, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas
as matérias de competência da União, especialmente sobre:
I – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de cré-
dito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III – fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV – planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V – limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da
União;
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Quando o art. 48 afirma que cabe a sanção do Presidente da República,


pode-se entender que as matérias tratadas pelo Congresso Nacional serão tra-
tadas como projetos de lei, pois somente os projetos de lei dependem de sanção
do Presidente da República.
O art. 49 também trata de competências do Congresso Nacional, porém
essas são exclusivas e formalizadas, em regra, por meio de decreto legislativo,
que não se submete à sanção do Presidente da República, sendo avaliadas pelo
próprio Presidente do Congresso Nacional.
Os arts. 51 e 52 também não precisam da sanção do Presidente da Repú-
blica, em regra, pois se tratam de matérias de competência privativa da Câmara
e do Senado, as quais geralmente são tratadas por meio de resolução.

VI – incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Es-


tados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;

O art. 18, § 3º, do texto constitucional dispõe que é possível haver alteração
territorial de um determinado estado-membro. Para que isso ocorra, é neces-
sário que haja um plebiscito com toda a população do Estado ou dos Estados
envolvidos e também a aprovação de uma lei complementar federal.

VII – transferência temporária da sede do Governo Federal;

Conforme o art. 49, IV, é de competência exclusiva do Congresso Federal


a possibilidade de mudar temporariamente a sua sede. Diferentemente do que
ocorre quanto à sede do Governo Federal.

VIII – concessão de anistia;


IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria
Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público
do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 69, de 2012)
(Produção de efeito)
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Conforme o art. 21, XIII e XIV, do texto constitucional, compete à União orga-
nizar e manter a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito Federal, além do Ministério Público e o Judiciário do DF e Territórios. A
Emenda Constitucional n. 69 de 2012 retirou da competência da União a tarefa
de organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal.

X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas,


observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 32, de 2001)

Em regra, a criação ou extinção de cargo público depende de lei. Entretanto,


o art. 84, VI, b, da Constituição Federal permite que o Presidente da República,
por meio de decreto autônomo, extinga cargo público vago.

XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; (Redação


dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
XII – telecomunicações e radiodifusão;

Atenção!
A criação ou extinção de Ministérios ou órgãos do governo não é possível por
meio de decreto. Necessariamente, deve haver a edição de uma lei.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Wellington Antunes.
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