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Poder Executivo
PODER EXECUTIVO
DIRETO DO CONCURSO
1. (FCC/AL-AP/ANALISTA/2020) Considere que a Constituição de determinado Estado da
federação contenha as seguintes previsões:
I – Compete à Assembleia Legislativa autorizar, pelo voto de dois terços de seus mem-
bros, a instauração de processo contra o Governador do Estado, pelo cometimento
de crimes comuns; e
II – Compete ao Tribunal de Justiça processar e julgar o Procurador-Geral do Estado nas
infrações penais comuns, inclusive nos crimes contra a vida.
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COMENTÁRIO
I – As regras de processo e julgamento do Presidente da República estão nos arts. 85 e 86.
Há o crime de responsabilidade do Presidente da República, o crime comum e toda a parte
de julgamento. O Presidente, na vigência do mandato, não responde por atos estranhos ao
exercício das suas funções.
Para abrir processo contra o Presidente, seja no crime comum, seja no crime de respon-
sabilidade, são necessários 2/3 da Câmara dos Deputados. Um ponto importante é que a
abertura de processo contra o Presidente é ato privativo de chefe de Estado. O Presidente
é o único chefe de Estado no Brasil, mas há vários chefes de governo (presidentes, gover-
nadores e prefeitos). Então, é necessário verificar se a prerrogativa é de chefe de Estado
(apenas o Presidente) ou chefe de governo (demais chefes de governo). A autorização da
Casa Legislativa para abrir processo é prerrogativa de chefe de Estado, ou seja, a Assem-
bleia Legislativa não pode autorizar a abertura.
Até 2018, a Assembleia Legislativa poderia autorizar a abertura, mas o Supremo Tribunal
Federal entendeu que não pode haver essa prerrogativa. Sobre isso, há um ponto impor-
tante: se a Constituição do estado estabelecer que a Assembleia Legislativa poderá auto-
rizar, essa norma será inconstitucional.
No crime comum, quem julga o governador do estado é o Superior Tribunal de Justiça. No
crime de responsabilidade, é o Tribunal Especial, previsto na Lei Federal n. 1.079/1950.
Pode haver lei estadual ou constituição estadual sobre o tema? Não, porque cabe privati-
vamente à União legislar sobre direito processual. Se a norma estadual legislar, invadirá a
competência da União e será, portanto, inconstitucional.
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II – Uma regra da Constituição Federal que foi modificada no ano de 2019. O Supremo
Tribunal Federal entendeu, mudando sua jurisprudência, que o foro especial dado na
Constituição Federal, já abrangeria autoridades federais, estaduais, distritais e municipais,
de modo que a Constituição estadual, em regra, não poderia dar foro. São exceções os
arts. 27 e 28.
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As autoridades dos arts. 27 e 28 podem ter foro especial. O art. 27 trata de deputados es-
taduais e distritais. O art. 28 trata dos secretários de estado, vice-governador e chefe de
polícia. Assim, nesta questão, há um pequeno problema. Menciona-se o procurador-geral
do estado, mas não é citado que a constituição estadual equiparou o procurador-geral do
estado a secretário. A constituição pode equiparar procurador-geral do estado a secretário,
mas lei complementar não.
De todo modo, a regra prevista somente na Constituição estadual não pode se sobrepor
à regra da Constituição Federal. A regra prevista na Constituição estadual não pode se
sobrepor à regra da Constituição Federal. Segundo a Súmula Vinculante n. 45, prevalece
a Constituição Federal.
COMENTÁRIO
Seja criação ou extinção de órgãos públicos, será regulado pelo art. 84, VI, da Constituição
Federal. Cabe ao Presidente dispor, mediante decreto (autônomo), sobre extinção de car-
go público quando vago. Cargo público preenchido é extinto por lei. Para criar cargo e para
extinguir cargo, pelo princípio da simetria, paralelismo das formas, é por meio de lei. Exce-
ção ao princípio do paralelismo é que se o cargo estiver vago, pode ser extinto por decreto.
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Algumas provas perguntam sobre a extinção de órgãos vagos. Contudo, não existe órgão
vago, apenas cargo vago.
Para criar ou extinguir órgão público é por meio de lei. Contudo, pode-se criar ou extinguir
órgãos públicos por meio de medida provisória? Sim, a medida provisória é o ato com força
de lei. Há vários exemplos de medidas provisórias criando órgão público. Por exemplo, no
mandato do Presidente Temer, o Ministério Extraordinário da Segurança Pública foi criado
por medida provisória. No mandato da Presidente Dilma, foi criada a Secretaria Especial
de Micro e Pequena Empresa e a Autoridade Pública Olímpica. No mandato do Presidente
Lula, foi criado o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade.
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COMENTÁRIO
a) Na fase de deliberação executiva, pode haver sanção e veto. Lembre-se de que não há
deliberação executiva em todos os atos normativos. A deliberação executiva, que é sanção
e veto, só existe em três atos normativos, LC, LO e MP aprovada com modificações pelo
Congresso Nacional.
A sanção pode ser expressa ou tácita. Se passou de 15 dias úteis, sanção. De forma expres-
sa acontece quando ocorre o voto e o Presidente chama várias pessoas para sancionar.
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O veto pode ser político ou jurídico. No veto político, o Presidente entendeu que o projeto
é contrário ao interesse público. No veto jurídico, o Presidente entendeu que o projeto é
inconstitucional. No veto jurídico, há o controle de constitucionalidade preventivo, quanto
ao momento; e político, quanto ao modelo. O controle quanto aos modelos pode ser juris-
dicional, só o Poder Judiciário, ou político, Executivo e Legislativo.
a) O controle é o veto jurídico.
b) O veto do Presidente da República pode ser total ou parcial. Quando é parcial, ele pode
pegar toda a lei ou um pedaço da lei. Contudo, quando não pega a lei toda, ele tem que
pegar o artigo todo, o capítulo todo, o parágrafo todo, o inciso todo ou a alínea toda. Ele
não pode tirar uma palavra de dentro da frase. Já o Poder Judiciário pode sim fazer um
veto que incida sobre uma expressão ou palavra dentro da frase.
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COMENTÁRIO
Se a lei foi de iniciativa de vereador, é iniciativa parlamentar. O Poder Legislativo e o Judi-
ciário não podem governar. Juiz não é gestor. O gestor tem os analistas e toda a área de
suporte, do poder público, para dar o embasamento. A responsabilidade, nesse caso, para
o bem e para o mal, será do chefe do Poder Executivo, que:
• No DF, é o governador,
• No caso federal, é o Presidente,
• No caso municipal, é do prefeito.
Então, tudo que o vereador fez incorre em alguns problemas. A norma não valerá, porque
tem violação.
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e) Convalidar não sana vício de iniciativa. O vício de inciativa nunca se convalida, nem
mesmo com a sanção. O princípio federativo é se um ente da federação fizer algo que é
de outro ente da federação.
COMENTÁRIO
Os artigos 89, 90 e 91 são fáceis. Sobre a jurisprudência, pode ser perguntado se a de-
marcação de terra indígena em área de fronteira precisa de manifestação do Conselho de
Defesa Nacional. A resposta é não.
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COMENTÁRIO
A alegação é a de que havia estourado o poder regulamentar, mas a extinção de cargo
vago é decreto autônomo (art. 84, VI, a, b). Pode o Presidente da República dispor, me-
diante decreto, sobre organização e funcionamento da Administração Federal? Sim. Impli-
cou aumento de despesa? Não. Implicou a criação ou extinção de órgãos públicos? Não.
Ele também pode fazer decreto autônomo para extinguir cargo vago. Então, a situação
apresentada não é ilegítima.
b) Não é poder regulamentar. É o Executivo criando norma, ato normativo primário. O de-
creto autônomo é ato normativo primário, porque tira sua forma normativa direto da Cons-
tituição. O decreto autônomo se submete ao controle de constitucionalidade.
Cargo efetivo é aquele que deve ser preenchido em concurso, e cargo de livre provimento
é o cargo em comissão. Se eles estão vagos, isto é, não estão preenchidos, pode-se ex-
tinguir. Por exemplo, cargos como os de datilógrafos e seringueiro eram cargos há muito
tempo vagos, que acabaram por ser extintos.
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COMENTÁRIO
O Presidente do Senado preside o Congresso Nacional. Então, em um primeiro momento,
pode-se pensar que, na linha sucessória, ele aparecerá primeiro. Contudo, essa sucessão
ocorre da seguinte forma:
• Se o Presidente da República viajar, assume o Vice-Presidente.
• Se o Vice-Presidente viajar, assume o Presidente da Casa do Povo, ou seja, Presi-
dente da Câmara.
• Se o Presidente da Câmara viajar, assume o Presidente do Senado.
• Se o Presidente do Senado viajar, assume o Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Com frequência, perto das eleições, o Presidente do Supremo Tribunal Federal ou Presi-
dente do Tribunal de Justiça assume a cadeira do Chefe do Executivo. Isso acontece por-
que, quando faltam menos de seis meses para o pleito, ninguém quer sentar-se na cadeira.
Isso acontece por causa da inexigibilidade para disputar outro cargo. Faltando menos de
seis meses para o pleito, se ocupar a cadeira do Chefe do Executivo, este só poderá tentar
concorrer a essa cadeira.
Por exemplo, faltando menos de seis meses para o pleito, se o Vice-Presidente quiser se
candidatar a Vice na chapa de reeleição, ele não ocupará a presidência, ele viajará junto
com o Presidente. Se o Presidente da Câmara quiser tentar ser deputado federal nova-
mente, ele também viajará junto. Se ele estiver como Presidente, não poderá se candida-
tar. Assim, sobra para o Presidente do Supremo assumir a cadeira de Presidente, porque
ele não se candidatará a nada.
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Quem está no Poder Legislativo não precisará se afastar, quem está no Poder Executivo,
para concorrer a cargo diverso, precisará se afastar faltando seis meses antes do pleito.
Isso aconteceu no âmbito das eleições indiretas no DF. Na época da Operação Caixa
de Pandora, o governador foi retirado do cargo. Quem assumiu foi o Vice, que ficou uma
semana, mas também saiu, porque foi um escândalo de corrupção grande no DF. Então,
quem se sentou na cadeira foi o Presidente da Câmara Legislativa do DF. Ele preten-
dia concorrer à reeleição como deputado distrital, mas não foi possível, porque ocupou a
cadeira de governador faltando menos de seis meses para o pleito. Como ele não pode
concorrer e não tinha cacife político para tentar para governador, ficou quatro anos sem
disputar nada e, quando voltou, já tinha sido esquecido pelo povo, não sendo mais reeleito.
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a) O presidente do Senado Federal assume se o Presidente da Câmara não puder.
b) Se for nos dois primeiros anos, está na primeira parte dos quatro anos. Será eleição
direta, 90 dias.
c) A eleição será feita em 30 dias. Será eleição indireta. Quem escolhe é o Congres-
so Nacional.
d) A Constituição determina que, para o Presidente e o Vice-Presidente se ausentarem do
país por mais de 15 dias, eles precisam de licença do Congresso Nacional. Se não toma-
rem posse em 10 dias, o cargo é vago. A regra da Constituição Federal é que, para o Pre-
sidente sair do país por mais de 15 dias, ele precisará de licença do Congresso. Contudo,
para governadores e prefeitos essa regra também vale?
Algumas constituições estaduais determinavam que, para o governador sair do estado por
mais de 15 dias, precisaria de licença da casa, mas, para sair do país por qualquer caso,
precisaria de licença da Assembleia. Essa regra foi considerada inconstitucional pelo Su-
premo Tribunal Federal. Para o STF desce em simetria, de modo que, para governadores
e prefeitos saírem do país por mais de 15 dias, é necessário licença da respectiva casa.
Governadores de grandes capitais, como São Paulo, precisam sair para buscar recursos
estrangeiros.
45m
e) Em uma situação hipotética, imagine que existem os candidatos Bolsonaro, Haddad,
Ciro e outros. Há votos brancos e nulos. Bolsonaro recebeu 48% dos votos, Haddad, 8%,
Ciro, 15%, e os demais, 2%. Votos brancos foram 3% e nulos 2%. Nesse cenário, Bolso-
naro foi eleito em primeiro turno ou não? Sim, porque os demais, juntos, ficaram com 47%
e Bolsonaro, nesse exemplo, com 48%. É necessário pegar a votação dele versus os de-
mais. Votos brancos e nulos são desprezados.
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COMENTÁRIO
Autorizar a passagem de tropas estrangeiras no território nacional é atribuição do Presi-
dente, mas ele precisa da concordância do Congresso Nacional.
ATENÇÃO
Faça uma tabela, no computador, em formato paisagem, comparando os arts. 21, 45 e 84.
Perceba que há as competências da União, vendo quando é o Congresso Nacional que
participa ou quando é o Presidente da República. Assim, ficará claro que autorizar a pas-
sagem de tropas estrangeiras no território nacional é atribuição do Presidente, mas ele não
faz isso sozinho. Ele precisa da concordância do Congresso Nacional.
50m
GABARITO
1. a
2. E
3. a
4. c
5. C
6. e
7. e
8. E
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Aragonê Nunes Fernandes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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