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Poderes Executivo
e Judiciário
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Fernandes, Raquel
SST Poderes Executivo e Judiciário / Raquel Fernandes
Ano: 2020
nº de p.: 12

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Poderes Executivo e
Judiciário

Apresentação
O sistema brasileiro considera que toda questão levada ao Judiciário deve sempre
ser resolvida, seja utilizando a lei ou as demais fontes do Direito. Isso quer dizer
que não haverá uma omissão do Poder Judiciário na resolução de alguma questão.
Entender como funciona o ordenamento jurídico brasileiro é importante para todos
os operadores jurídicos.

Os poderes constituídos, Executivo, Legislativo e Judiciário, possuem sua


atribuições muito claramente definidas na Constituição Federal. Antes de falarmos
sobre a estrutura do Poder Judiciário, é necessário conhecer a origem histórica
dessa estrutura e, assim, primeiramente, vamos fazer a distinção entre Estado e
governo. Você precisará dessa introdução e dos conceitos que serão apresentados
para entender a separação de poderes.

Poder Executivo
O Poder Executivo é representado pelo(a) Presidente da República, que é chefe
de Estado e chefe de governo ao mesmo tempo. Também já mencionamos que
os(as) Ministros de Estado auxiliam diretamente o(a) Presidente e são escolhidos e
demitidos por ela(e) de forma livre.

Figura importante ao lado do(a) Presidente é o(a) Vice-Presidente, que tem


atribuições conferidas por lei completar, além de auxiliar o(a) Presidente em
situações especiais que por ele(ela) for convocado(a). Também tem a função de
substituir, sucedendo, o(a) Presidente no caso de impedimento deste(a). Caso
o(a) Presidente e o(a) Vice-Presidente fiquem impedidos (e também no caso de
vacância), serão os seus sucessivos e substitutos (no caso de vacância), nesta
ordem, o(a) Presidente da Câmara dos Deputados, o(a) Presidente do Senado
Federal e o(a) Presidente do Supremo Tribunal Federal.

No Brasil, para ser Presidente, é necessário ser brasileiro(a) e ter idade mínima de
35 anos.O(A) Presidente assume mandato presidencial de quatro anos, podendo ser
reeleito por igual período.

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Saiba mais
Para que sejam eleitos o(a) Presidente da República e o(a) Vice-
Presidente, é realizada uma eleição no primeiro domingo do mês
de outubro, sendo este o primeiro turno. Assim, o(a) candidato,
registrado(a) por partido político, que obtiver a maioria absoluta
dos votos, não incluindo os votos em branco e nulos, será eleito(a)
Presidente.

A Constituição Federal estipula que, caso nenhum candidato


alcance a maioria absoluta da primeira votação, será realizada
nova eleição, denominada segundo turno, com os dois candidatos
mais votados. O segundo turno ocorre 20 dias após o primeiro
resultado, ou seja, sempre no último domingo do mês de outubro.

Ainda nesse contexto, uma nova eleição pode ser convocada em caso de vagarem
os cargos de Presidente e Vice-Presidente, a qual acontecerá 90 dias depois
de aberta a última vaga. A Constituição Federal ainda aponta que, ocorrendo a
vacância nos últimos dois anos do mandato presidencial, a eleição será feita pelo
Congresso Nacional 30 dias depois da última vaga. Importante ressaltar que, nos
casos apresentados, os eleitos devem completar o período dos seus antecessores.

Curiosidade
É importante que você saiba que o(a) Presidente da República
é responsável pela prática de crimes de responsabilidade.
Esses crimes são os atos do(a) Presidente que atentem contra
a Constituição Federal e a existência da União. Como exemplo
podemos citar o caso de um(a) Presidente que quer destituir
os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, transformando-
os em um só. São incluídos como crime de responsabilidade a
violação dos direitos individuais e sociais; da lei orçamentária;
da segurança interna do país; da probidade na Administração; e
descumprimento das leis e das decisões judiciais.

Em casos de crimes comuns, o Supremo Tribunal Federal será o


responsável por julgar o(a) Presidente da República. Já em casos
de crimes de responsabilidade, o Senado será o responsável pelo
julgamento do(a) Presidente após haver sido admitida acusação
por dois terços da Câmara dos Deputados.

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Tancredo Neves

Fonte: Wikimedia (2020).

Poder Judiciário
Chegamos no item em que vamos conhecer o Poder Judiciário.

Saiba mais
Você percebe que precisamos conhecer a história dos sistemas e
formas de governo para compreendermos os Poderes Legislativo
e Executivo? No caso do Poder Judiciário não é diferente, já que
ele sofre influência da história e dos nossos sistemas e formas de
governo.

Função do Poder Judiciário


A principal função do Poder Judiciário é a resolução de conflitos com base nas
normas jurídicas vigentes no país, doutrinas, jurisprudências, costumes e princípios
gerais do Direito. Dessa forma, cabe ao Poder Judiciário fazer valer o ordenamento
jurídico, usando, inclusive, de coação quando o seu cumprimento seja resistido.

Nesse sentido, o Estado não permite que o civil exerça seus direitos pelas próprias
mãos, devendo comparecer perante o Poder Judiciário.

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Estrutura do Poder Judiciário


De acordo com o art. 92 da Constituição Federal, o Poder Judiciário é estruturado
em:

[…] Supremo Tribunal Federal; Conselho Nacional de Justiça; Superior


Tribunal de Justiça; Tribunais Regionais Federais e juízes federais;
tribunais e juízes do trabalho; tribunais e juízes eleitorais; tribunais e
juízes militares; tribunais e juízes dos Estados, do Distrito Federal e dos
territórios. (BRASIL, 1988)

• Supremo Tribunal Federal (STF)

O Supremo Tribunal Federal é a mais alta instância do Poder Judiciário, responsável


pela guarda (proteção) da Constituição. Assim, acumula competências de
suprema corte e de tribunal constitucional.11 Ministros(as) compõem o Supremo
e são escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade.
Necessitam ter notável saber jurídico e reputação ilibada. Os (As) Ministros(as) são
nomeados pelo(a) Presidente da República após o Senado aprovar as escolhas por
maioria absoluta.

Saiba mais
As competências do Supremo Tribunal Federal estão estabelecidas
nos arts. 102 e 103 da Constituição Federal.

• Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

É uma instituição que tem como objetivo aperfeiçoar o trabalho de todo o sistema
judiciário brasileiro, o que engloba não só os membros do Poder Judiciário, mas
também órgãos que atuam nesse Poder (Ministério Público e Defensoria Pública,
por exemplo).

Ele é composto por conselheiros(as), sendo eles: o(a) Presidente do Supremo


Tribunal Federal, que também é Presidente do CNJ; um(a) Ministro(a) do Superior
Tribunal de Justiça, que exercerá a função de corregedor(a) Nacional de Justiça;
um(a) Ministro(a) do Tribunal Superior do Trabalho; um(a) desembargador(a) de
Tribunal de Justiça; um(a) juiz(a) estadual; um(a) juiz(a) do Tribunal Regional

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Federal; um(a) juiz(a) federal; um(a) juiz(a) do Tribunal Regional do Trabalho;


um(a) juiz do trabalho; um membro do Ministério Público Federal; um membro
do Ministério Público Estadual e dois(duas) advogados(as). Algumas das
competências do CNJ estão apresentadas no Regimento Interno do CNJ, em seu
Capítulo I, Seção II.

Saiba mais
Para conhecer todas as competências do CNJ, não deixe de ler
o Regimento Interno na íntegra e a leitura do artigo 103-B da
Constituição Federal.

• Superior Tribunal de Justiça (STJ)

O Superior Tribunal de Justiça (STF), localizado em Brasília, é a corte responsável


por uniformizar em todo o território brasileiro a interpretação de lei federal. É
responsável pela solução definitiva de casos civis e criminais que não envolvam
matéria constitucional e nem justiça especializada.

É composto por Ministros(as), sendo que a composição é de no mínimo 33. Eles


são nomeados pelo(a) Presidente da República e essa nomeação acontece após
a aprovação das escolhas pela maioria absoluta do Senado Federal. Os requisitos
para a nomeação e aprovação são: os(as Ministros(as) necessitam ter mais de 35 e
menos de 65 anos, com notável saber jurídico e reputação ilibada.

Nesse mínimo de 33 Ministros(as), um terço deve ser composto por juízes dos
Tribunais Regionais Federais e um terço de desembargadores dos Tribunais de
Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal. Além disso, um
terço, em partes iguais, de advogados e membros do Ministério Público Federal,
Estadual e do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na orma do
artigo 94 da Constituição Federal (BRASIL, 1988).

Saiba mais
As atribuições do Superior Tribunal de Justiça estão elencadas no
art. 104 da Constituição Federal.

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• Justiça Federal

De acordo com o art. 109 da Constituição Federal, a Justiça Federal é a responsável


por julgar ações em que o Estado, suas autarquias, fundações e empresas públicas
figurem nos polos ativo ou passivo. A Justiça Federal é composta por tribunais que
são divididos em cinco regionais (seções judiciárias), sendo os Tribunais Regionais
Federais e seus(suas) desembargadores(as), e, também, pela justiça de primeira
instância, representada pelas varas nas subseções e juízes(as).

• Justiça do Trabalho

Está contida na Constituição Federal nos arts. 111 a 116. É a responsável por
conciliar e julgar ações judicias decorrentes de conflitos entre trabalhadores e
empregadoras, além de outras controvérsias advindas das relações de trabalho.

Saiba mais
Os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do Trabalho
(TST), em que há os(as) Ministros(as); os Tribunais Regionais do
Trabalho (TRTs), nos quais há os(as) desembargadores(as); e por
fóruns de primeira instância, representados pelos juízes(as) do
trabalho.

• Justiça Eleitoral

Está prevista na Constituição Federal em seus arts 118, 119, 120 e 121. Ela cuida da
organização do processo eleitoral, sendo este composto por alistamento eleitoral,
votação, apuração de votos, diplomação dos eleitos, entre outros. Assim, ela atua de
forma a garantir o respeito à cidadania e ao voto.

Os órgãos que formam a Justiça Eleitoral são: Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
composto por Ministros(as); Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), compostos por
desembargadores(as), juízes(as) eleitorais e juntas eleitorais.

• Justiça Militar

Dos arts. 122 a 124 da Constituição Federal, está prevista a Justiça Militar, a
qual é composta por Justiça Militar da União e Justiça Militar Estadual. O Superior
Tribunal Militar é a segunda instância da Justiça Militar, sendo composto por 15
Ministros(as) vitalícios e nomeados(as) pelo(a) Presidente da República depois da

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aprovação do Senado. Ao Superior Tribunal Militar compete julgar originariamente


os oficiais generais das Forças Armadas nos crimes definidos em lei, entre outras.

Sobre a composição da Justiça Militar Estadual, a primeira instância da Justiça


Militar Estadual é formada pelos(as) juízes(as) de Direito do Juízo Militar e
pelos(as) Conselheiros(as) de Justiça. Esses(as) juízes(as) e Conselheiros têm a
competência para julgar crimes militares contra civis, com exceção dos crimes
dolosos contra a vida e ações judiciais contra atos disciplinares militares. Já os
Conselhos de Justiça são responsáveis por julgar os demais crimes militares (CNJ,
2015). Os Tribunais de Justiça Militares Estaduais formam a segunda instância da
Justiça Militar e são integrados por juízes(as).

Saiba mais
Esses tribunais têm competência originária para processar o
Comandante Geral da Polícia Militar e o Chefe da Casa Militar, nos
crimes militares, entre outras competências (CNJ, 2015).

• Justiça Estadual

É responsável por julgar casos que envolvam matérias que não sejam de
competência das Justiças Federal, do Trabalho, Eleitoral e Militar, e é por isso que
dizemos que a competência dela é residual. Está presente nos arts. 125 3 126 da
Constituição Federal.

A estrutura da Justiça Estadual consiste em duas instâncias, sendo que o primeiro


grau de jurisdição é composto por juízes(as) de Direito, varas, fóruns, Júri, os
juizados especiais cíveis e criminais e suas respectivas turmas recursais. O
segundo grau é representado pelos Tribunais de Justiça, os quais são compostos
por desembargadores(as), sendo uma das principais funções deles o julgamento de
recursos interpostos contra decisões advindas do primeiro grau.

Ministério Público e Defensoria Pública


Embora o Ministério Público e a Defensoria Pública não componham o Poder
Judiciário, eles estão ligados a este.

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O Ministério Público está previsto do art. 127 ao 130-A da Constituição Federal.


É uma instituição pública autônoma e zela pelo regime democrático, incluindo a
defesa da ordem jurídica, dos interesses sociais, dos individuais indisponíveis,
dos patrimônios públicos e sociais, do meio ambiente, entre outros interesses.

Segundo o Ministério Público da União, este também está no processo criminal,


visto que é tratada a investigação de crimes, da requisição de instauração de
inquéritos policiais, além da promoção pela responsabilização dos culpados, entre
outros. A estrutura do Ministério Público se dá da seguinte maneira: Ministério
Público da União e Ministério Público dos Estados.

Atenção
O Ministério Público da União compreende o Ministério Público
Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público
Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Já
o Ministério Público dos Estados é composto por promotores(as)
de Justiça.

A Defensoria Pública está prevista nos arts. 134 e 135 da Constituição Federal. É
uma instituição pública que presta assistência judiciária gratuita às pessoas que
não podem pagar os serviços de um(a) advogado(a). Dessa forma, a Defensoria
está de portas abertas para necessitados e grupos minoritários hipossuficientes,
atuando nos âmbitos judicial e extrajudicial. Assim, a Defensoria Pública dos
Estados atua nas áreas cível (englobando Direito de Família e Direito das
Sucessões), na área da Fazenda Pública em decorrência dos conflitos que envolvem
fornecimento de medicamentos, tratamento e indenizações devidas pelo Estado
e pelos municípios. Na criminal, na defesa dos acusados e no cumprimento de
sentença. É composta por defensores públicos dos Estados.

Já a Defensoria Pública da União tem por competência atuar em situações em que


as matérias envolvam questões previdenciárias e trabalhistas, de modo geral. É
composta por defensores públicos da União.

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Conclusão
A tripartição dos Poderes no Brasil segue a definição clássica de Montesquieu
no qual são independentes e harmoniosos entre sí. Isso quer dizer que na prática
as ações tomadas por todos devem ser coordenadas no sentido de se cumprir
aquilo que a Constituição Federal determina. É o que a doutrina chama de “check
and balance”. Tal ideia de verificação e controle serve para que não exista abusos
cometidos pelos respectivos chefes dos Poderes.

Como visto, o ordenamento jurídico brasileiro é completo e sempre ofereçerá uma


solução para todo e qualquer caso levado à decisão de qualquer das esferas do
Poder Judiciário. Neste ponto, para os operadores jurídicos e para a população, é
de extrema importância que o conhecimento de como funciona o sistema jurídico
nacional, afim de se evitar equívocos na interpretação dos atos praticados pelas
autoridades. Seu conhecimento leva a cobrança do agentes que praticaram o ato
em desconformidade com as leis. Gostou desse conteúdo? Siga a vançando.

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Referências
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965. Institui o Código Elei-
toral. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 jul. 1965. Disponível em: http:// www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4737compilado.htm . Acesso em: 14 ago. 2017.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial


da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm . Acesso em: 9 ago. 2017.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. O que fazem a Justiça Eleitoral e a Justiça


Militar? CNJ, 2015. Disponível em: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/79256-o-
que-fazem-a-justica-eleitoral-e-a-justica-militar . Acesso em: 9 ago. 2017.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Regimento Interno do CNJ. CNJ. Disponível


em: http://www.cnj.jus. br/publicacoes/regimento-interno-e-regulamentos .
Acesso em: 14 ago. 2017.

MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: L&PM Editores: Porto Alegre, 2011.

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