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Naomi Sugita Reis

CONSTITUCIONAL I
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Ponderação de valores

Malha legislativa infraconstitucional: todas as leis abaixo da Constituição Federal, a lei só


é valida se condisser com ela e nós não somos obrigados a fazer nada a não ser em virtude
de lei.

Princípio da legalidade: lei que é válida.

LEI E ATO NORMATIVO


1. Lei
A lei é abstrata: não pode fazer distinção pois, é para todos.
O congresso tem o tempo que quiser para a lei ser aprovada.
Entre as leis Federais, Estaduais e Municipais não existe a mais importante porque a cada
uma compete algo. A não ser que, havendo concorrência entre a MESMA LEI. Transito e
transportes: competência do Federal. A não ser que haja interesse atípico em certa
localidade.
1.1. Lei Natural
Pertence ao mundo ontológico (do ser)
1.2. Lei Jurídica
Pertence ao mundo do dever ser, tem uma função imperativa (impõe conduta) e tem uma
duração ad eternum, ou seja, até que outra a revogue. Mas pode haver uma lei temporária
(lei orçamentária do ano, por exemplo), que se auto revoga.

2. Ato Normativo
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição;
II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções.

2.1. Emenda: único que altera a Constituição Federal, pois a medida provisória não altera.
Existem mais de 80 emendas à Constituição atualmente.

2.2. Lei Complementar: complementa a Constituição Federal, regulamentando.

2.3. Lei Ordinária: regula as relações cidadão/Estado e cidadão/cidadão. (Em caso de


homicídio, é o Estado que processa. Ex: Autor - Estado - Réu

2.4. Medida Provisória: ato normativo atípico porque o titular é o Executivo e não o
Legislativo.

Não é lei porque não é permanente

Não revoga a lei, mas tira a eficácia da lei por 60 dias (e pode ser prorrogada).

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Quando é publicada, já entra em vigor na hora e suspende a eficácia de todas as leis que
não condizem com ela.

Se for aprovada no Legislativo, ela revoga as que antes tinha apenas suspendido e vira lei
ordinária.

2.5. Lei Delegada: feita por quem não tem poder para fazê-la, mas recebe tal poder. O
Congresso delega poderes ao Executivo para que este legisle, então o ato legislativo sairá
como lei. Pouco se utiliza dela porque já existe a medida provisória (que tranca a pauta no
Congresso)

2.6. Portaria: atos normativos que se submetem à lei, são feitos não necessariamente aos
legisladores.

Congresso Nacional é constituído pela câmara dos Deputados e pelo Senado. Os


Deputados representam a população brasileira indistintamente, independentemente do
estado e os Senadores representam seus estados. Esses representam proporcionalmente o
numero de habitantes de seu estado, e estes são três para cada estado e têm o mandato de
2 anos.

Presunção juris tantum: é a que permite prova contrária, como por exemplo a presunção
de que todos os brasileiros leem o Diário Oficial.

ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO


Constituição Federal - Capítulo III

1. Fatos jurídicos: casamento (se apaixonar), dormir (represtinação, passar do tempo);

2. O Poder Judiciário se fracionou em vários órgãos dentro de uma estrutura una, a


Jurisdição, criando competências de julgamento, criando também o segundo grau de
jurisdição -o revisional. Atualmente existem competências estias pra cada julgamento.
A justiça brasileira se compôs ruma forma que pudesse criar competências variadas
para melhorar a qualidade do julgamento, algumas delas eram mais urgentes por ser
mais utilizadas. Começou com a Justiça Comum e a Especializada.

• Comum: Justiça do Transito, Justiça do Meio Ambiente Justiça; Cível; Vara Criminal;
Vara Familiar; todas as que não forem especializadas. São divididas em Estadual (TJ) e
Federal (TRF - Tribunais Federais Regionais), no Sul está em POA, mas agora vão
instalar um em CWB (4ª). Não existe justiça Municipal, mas existem as COMARCAS
Estaduais e Municipais, mas se submetem ao Tribunal de Justiça (Estado). O juizado
especial é COMUM.

- Estadual: Vara da Família; Vara Cívil; Vara Criminal; Vara Ambiental; V R P e F P.

• Especializada: Justiça do Trabalho (TRT) existem em todos os estados brasileiros e no


PR é a 9ª; Justiça Eleitoral (TRE) ; Justiça Militar.

Os juízes estaduais exercem um trabalho além do da Justiça Comum em algumas cidades.


Por essas serem pequenas e não terem mais juízes, eles vão ser Eleitorais e Militares
também.
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3. Superior Tribunal de Justiça (STJ): concentra a competência de organização e de
impedimento da Justiça Estadual e Federal Comuns e conta com 33 juízes.

4. Tribunal do Juri: julgam crimes dolosos contra a vida. É composto por um colegiado de
pessoas que agem como juízes.

5. Juízes: O juiz, quando passa no concurso, fica num período de um a dois anos sendo
juíz substituto em uma cidadezinha de interior até ser promovido a juiz de direito. Essa é
a entrância inicial. Ele, então passa para uma cidade de porte médio na entrância
intermediária. Ele passa para a entrância final quando vai para uma cidade grande.
Quando ele está ja na cidade de grande porte, ele pode subir para desembargador. Os
desembargadores se dividem em 12 divididos em antiguidade, 12 divididos em mérito e
um presidente.

6. Princípio do segundo grau de jurisdição: todos merecem um segundo grau de


jurisdição. No primeiro grau, quem julga é um juiz monocrático. Os tribunais de revisão
(sedes em alguns estados) são todos aqueles que estão acima dos primários. Os tribunais
superiores são o STJ, TST, TSE, TSTM. O STF é uma Corte Constitucional, mas não
necessariamente o ultimo grau de jurisdição, ela só aprecia matérias concernentes à
Constituição.

CONSTITUCIONAL I

1. O Constitucionalismo

• Estado absoluto: estado de direito

• Revolução francesa: direitos fundamentais - 1a geração (direitos básicos, do indivíduo,


propriedade - não tem cunho social) - estado constitucional de direito

• Liberalismo: liberdade, império da lei como vontade geral, divisão dos poderes (Montesquieu)

• 1a Guerra Mundial: acaba o estado liberal e inicia-se o estado do bem-estar social

• Estado do Bem Estar Social/ Social: igualdade, direitos fundamentais da 2a geração (educação,
segurança, saúde - coletivo)

• 2a Guerra Mundial: acaba o estado do bem-estar social e inicia-se o neoliberalismo (retirar os


direitos em excesso dos trabalhadores)

• Neoliberalismo: direitos fundamentais da 3a geração (ambiental, compra e venda), 4a geração


(informação).

1.2. O constitucionalismo moderno: é a inauguração dos direitos fundamentais, baseada no


Iluminismo, no racionalismo, iniciando-se à partir da Revolução Francesa (1789, Era Moderna). A
Constituição surgiu para nos tornar pessoas titulares de Direito, e não é um instrumento de
poder. É um instrumento do governado e não do governante, pois serve para ampará-lo; serve para
a limitação do poder. Nem a propriedade é absoluta, que antigamente era praticamente uma
extensão da vida humana.

2. Direitos fundamentais dividem-se em:

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1 dimensão = vida, individual, liberdade
2 dimensão = saúde, educação, segurança, coletividade
3 dimensão = cultural, ambiental…
4 dimensão = desenvolvimento

3. Poder Constituinte: poder de constituir a Constituição e de se auto constituir. A Constituição é


dinâmica, pois deve ser o retrato de uma sociedade e ela vai atualizando-se através de emendas
feitas pelo Poder Constituinte Derivado. O Poder Constituinte Originário é o que formalmente
cria um Estado, como por exemplo em cada Constituição nova que é instituída. O Brasil é
considerado como tendo nascido em 1988, o dia da promulgação da última Constituição. Antes
tinha outro Estado com o mesmo nome, mas não as mesmas características, pois era regido por
uma outra Constituição.

Poder de FATO: é um conceito ontológico, é do ser.


Poder de DIREITO: é um conceito sociológico, deriva da lei.
Pode ter capacidade de DIREITO mas não capacidade de FATO. Como, por exemplo, uma pessoa
pode ter 18 anos, mas não ser apta a dirigir.

3.1 Poder Constituinte Originário:


A autoridade máxima da Constituição vem de uma força política capaz de estabelecer e mater o
vigor normativo do Texto, isso leva o nome de Poder Constituinte Originário. A Constituição é o
produto do Poder Constituinte Originário, que gera e organiza os poderes do Estado (os poderes
constituídos), sendo, até por isso, superior a eles. Esse poder detém uma onipotência muito
grande e é capaz de criar do nada e dispor de tudo ao seu talante. O povo é soberano para ordenar
o seu próprio destino e o da sua sociedade, expressando-se por meio da Constituição. Esse poder
se funda sobre si mesmo e que depende apenas de sua eficácia; detém três características básicas:
é inicial, ilimitado e incondicionado. Apesar de ser ilimitado, ele terá determinadas limitações
políticas e não poderá ser realizado sem os valores da sociedade. Os estudos sobre esse poder
costumam se referir à eficácia atual.
- Momentos de expressão: ele não se esgota quando edita uma Constituição. ele subsiste fora
da Constituição e está apto para se manifestar a qualquer momento. Trata-se de um poder
permanente e será mais nitidamente percebido em momentos de viragem histórica.
- Constituição de 1988: houve em sua elaboração a intervenção do poder constituinte
originário. Instaurou-se um novo regime político e adotou-se uma nova ideia de Direito e um
novo fundamento de validade da ordem jurídica.
- Formas de manifestação: não se exige que o poder constituinte siga um padrão determinado,
mas mesmo assim ele fixou algumas regras para si mesmo, para ordenar seus trabalhos. So
que mesmo se ele quebrar tais regras, o trabalho final não será invalidado.
- Revogação ou inconstitucionabilidade superveniente: REVOGAÇÃO.
- Direitos adquiridos: ao beneficiário do ato proibido pela nova Constituição talvez ocorra que
a própria Carta de 1988 proclama o respeito ao direito adquirido, fiel ao ideal liberal
democrático que assumiu.
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É um poder de DIREITO, pois esta condicionado ao momento político. É um poder que pode tudo
e a qualquer hora. Trata-se de um poder fundante do Estado. Faz uma nova Constituição.
Ele inaugura o novo Estado de direito e a nova estrutura jurídico-política do Estado. Ou seja, o
Estado do Brasil nasceu com a Constituição de 1988. A cada manifestação do Poder Constituinte,
nasce um novo Estado.
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Os Tratados Internacionais não são limites à Constituição por causa da soberania do povo
brasileiro; mas eles são respeitados por mera liberalidade, mera política de boa-vizinhança.
Sua instauração só é possível por:
A. Golpe de Estado
B. Consultas populares que têm forma de mecanismos Constitucionais (art. 14 - CF) e que
exercem a soberania popular. São formas do Estado consultar a opinião pública.
Plebiscito: é uma consulta popular anterior.
Referendo: é um ratificação, uma consulta posterior e fechada, ou seja, aprova-se ou não a lei.
C. Revolução.
Ele se configura como:
A. IniciaI: é o ponto de inicio do direito
B. Ilimitado: o direito anterior não limita o novo
C. Incondicional: não é subordinada a qualquer regra

3.2 Poder Constituinte Derivado: é um poder DE DIREITO, pois depende da legislação. É


delegado aos parlamentares para que eles promovam um trabalho de atualização do texto
constitucional. Ele dá continuidade ao Poder Constituinte Originário, pois pega a Constituição já
pronta. Os parlamentares implementam emendas à Constituição por meio desse poder pois,
assim, ela pode manter-se de acordo com a a sociedade atual.

É um poder limitado.

3.2.1. Limites subjetivos


São os limites relativos aos sujeitos que têm legitimidade para oferecer a proposta de emenda. São
aqueles que estão no:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa
de seus membros. (14, porque tem 27)
ou seja, o povo não pode propor emenda à Constituição.

3.2.2. Limite temporal (até 1993 tinha, mas não tem mais)
ADCT - Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Art. 2o No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma e o sistema de governo que devem vigorar no
País.
§ 1o Será assegurada gratuidade na livre divulgação dessas formas e sistemas, através dos meios de comunicação de massa cessionários
de serviço público.

Art. 3o A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria
absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.

3.2.3. Limites circunstanciais

Art. 60. § 1o A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Estado de defesa: alteração social localizada num determinado estado da Federação provocada por um fato da natureza (abalo cismico,
enchente, furacão…). Deve ser decretado pelo Presidente da República e aí bloqueia-se o desenvolvimento de emenda.

Estado de sítio: outra anomalia social que decorre de um fato ou ato humano (guerra, revolução, protesto, ou até mesmo o crime
organizado…). Deve ser decretado pelo Presidente da República e aí bloqueia-se o desenvolvimento de emenda.

3.2.4. Limite material explícito

De conteúdo previsto na Constituição que impedem que certos temas sejam objeto de emenda.
São as cláusulas PÉTREAS.

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Art. 60 § 4o Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e
garantias individuais.

3.2.5. Limite material implícito

Trata-se de uma cláusula pétrea que estabelece que não pode-se retirar certos valores da
Constituição, mas não está escrito em lugar algum.

3.3. Poder Constituinte Decorrente Institucionalizador: é o poder de Direito e que está na C.F.
Nos estados, quem exercita esse poder são os vereadores.
*Princípio da Simetria: recebe o nome de simetria (Seja o Derivado Decorrente Insitucionalizador,
seja o de Reforma) A Constituição Federal precisa ser simétrica à Constituição Estadual. No
Estado do Paraná não existem os Direitos Fundamentais, mas adota-se os do Título I da
Constituição Federal. Únicas pessoas que podem propor emenda à Constituição é o Legislativo -
no Estadual e no âmbito Federal os Parlamentares, o Presidente e as Assembléias Legislativas. A
Constituição de determinado estado precisa estar de acordo com a Constituição Federal, a
Estadual deve andar na esteira da Constituição Federal.

4. Teoria da Constituição
A Constituição é um estatuto de limitação do poder e de garantia de direitos.
4.1. Conceitos de Constituição
• Lassalle (sociológico): todo Estado tem uma forma de se constituir, tem uma Constituição de
fato. Toda sociedade se organiza de acordo com sua realidade. Constituição real é o modo que a
sociedade se organiza no mundo dos fatos. Mas na Constituição escrita existem muitas coisas
que não existem na realidade. Por isso que muitas vezes acaba se tornando um mero pedaço de
papel. Vontade de Constituição: conscientização da sociedade. (Chefe é o Judiciário)
• Carl Schmitt (político): legitimação e justificação legal para os atos nazistas. Estado de exceção -
permite que o soberano de um Estado possa violar a própria ordem vigente, independente que
qual for o direito fundamental, para legitimar um ideal de defesa do povo. Teoria Política de
Constituição. Mas, quando existe um viés político, talvez não exista um ideal de justiça. (Chefe
é o Executivo)
• Hans Kelsen (jurídico): a Constituição é a base do Estado, é a lei fundante. É norma
pressuposta e hipotética, é o direito supra positivo que dá o suporte necessário à construção de
uma ordem Constitucional. Por conta disso, a Constituição passa a ser parâmetro de um efetivo
controle de qualidade do sistema jurídico infra-constitucional, pois se uma norma abaixo dela
não condizer com os conceitos, ela é inválida e não produz efeitos.

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