Você está na página 1de 17

Direito Constitucional

 Constituição. Conceito, classificações, princípios fundamentais

 Classificações
 Origem

 Promulgada (democrática, votada ou popular): é aquela fruto do trabalho de


uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo.

 Conteúdo

 Formal: é o modo de ser do Estado, estabelecido em documento escrito.

 Extensão

 Analítica (prolixa, desenvolvida): trata de temas estranhos ao funcionamento


do Estado, trazendo minúcias que encontrariam maior adequação fora da CF, em
normas infraconstitucionais.

 Elaboração

 Dogmáticas: elaboradas em um momento determinado, refletem os valores


(dogmas) daquela época. Podendo ser classificadas em sua ideologia como ecléticas
ou ortodoxas. São sempre escritas.

 Ideologia

 Ecléticas (pragmáticas, compromissórias): constituições dogmáticas que se


fundam em várias ideologias.

 Finalidade

 Constituição garantia de texto reduzido (sintética): busca precipuamente


garantir a limitação dos poderes estatais frente aos indivíduos.

 Constituição dirigente: caracterizada pela existência, em seu texto, de normas


programáticas (de cunho eminentemente social), dirigindo a atuação futura dos
órgãos governamentais.

 Ontologia (correspondência com a realidade)

 Normativas: estão em plena consonância com a realidade social, conseguindo


regular os fatos da vida política do Estado.

 Alterabilidade

 Rígida: prevê um procedimento solene, mais dificultoso do que o previsto para


alteração das leis ordinárias. Princípio da Supremacia Formal da Constituição.
 Forma

 Escritas: formadas por um conjunto de regras formalizadas por um órgão


constituinte, em documentos escritos solenes. Podem ser codificadas, quando
sistematizadas em um único texto, ou legais, quando se apresentam esparsas ou
fragmentadas.

CF/88: Promulgada; formal; analítica; dogmática; eclética; garantia; dirigente;


normativa; rígida; escrita.

 Princípios fundamentais

Valores que orientaram o Poder Constituinte Originário na elaboração da


Constituição. Título I art. 1º/CF:

 I - a soberania;
 II - a cidadania;
 III - a dignidade da pessoa humana;
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
 V - o pluralismo político.

 Direitos e Garantias Fundamentais


São aqueles inerentes à proteção do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.
Título II - dos direitos e garantias fundamentais art 5º/CF.

 Direitos e deveres individuais e coletivos

Direitos básicos, garantidos pela CF, em que o indivíduo e alguns grupos sociais
têm assegurados e que podem invocá-los a qualquer momento para a garantia de uma
vida digna como ser humano. (Art. 5º/CF)

 Direitos sociais

Direitos mínimos que garantem o bem-estar e a qualidade de vida do indivíduo.


(Art. 6º ao art. 11/CF):

 Direitos de nacionalidade

Vínculo jurídico político que estabelece uma ligação entre um determinado


indivíduo e um Estado. (Art. 12 ao art. 13/CF)

 Direitos políticos
Regras constitucionalmente fixadas, referentes à participação popular no
processo político. (Art. 14 ao art. 16/CF)

 Organização Político-Administrativa

 U, E, DF e M, todos autônomos. Soberania é da RFB.


 União, Estados, Distrito Federal, Municípios e Territórios

 União: ente federativo com personalidade jurídica de direito público e


capacidade política, cujos órgãos exercem prerrogativas da soberania do Estado
Brasileiro, além de competências autônomas previstas na CF.

 Estado: é uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de
uma área territorial delimitada. Os elementos constitutivos do Estado são: Poder,
povo, território, governo e leis.

 Distrito Federal: é uma das 27 unidades de federação do Brasil. Está localizado


na região Centro-Oeste e abriga a sede do governo do país, situada em Brasília.

 Município: corresponde a uma divisão do Estado que tem autonomia


administrativa. No Brasil, ele é composto pela Prefeitura e pela Câmara Municipal,
é um território que pode se autoadministrar, sob a égide do Estado.

 Território: pode ser uma área delimitada sob uma posse, seja de um animal,
uma pessoa ou de um grupo, de uma organização ou de uma instituição.

 Administração Pública

 Conjunto de agentes, serviços e órgãos instituídos pelo Estado com o objetivo de


fazer a gestão de certas áreas de uma sociedade, como educação, saúde, cultura, etc.

 Adm direta (centralizada): conjunto de órgãos que integram as pessoas


políticas ou federativas (U, E, DF, M);

 Indireta (descentralizada): autarquias, fundações públicas e empresas estatais


(EP e SEM); não possuem autonomia política e estão vinculadas à Administração
Direta.

 Disposições gerais, servidores públicos

 Legalidade: agente público, somente pode atuar quando expressamente previsto


em lei. Particulares, podem fazer tudo desde que a lei não proiba.

 Impessoalidade: a Adm Pública deve atuar para o bem de todos sem prejudicar
ou beneficiar determinadas pessoas, salvo quando expressamente previsto em lei. A
atuação adm não é vinculada à pessoa do agente público, quem atua é o Estado.

 Moralidade: agir com ética, probidade. O STF entende que é possível ao poder
judiciário anular um ato que viole o princípio da moralidade.

 Publicidade: é relativo, pois é possível ter sigilo em determinados atos.

 Eficiência: “EC nº. 19/98” — busca por melhores resultados; tentar fazer o
máximo possível gastando o mínimo.
 Servidores públicos: são todos aqueles que mantêm vínculo de trabalho profissional
com os órgãos e entidades governamentais, integrados em cargos ou empregos de
qualquer delas: U, E, DF, M e suas respectivas autarquias, fundações, EP e SEM.

 Poder Legislativo: Funções, estrutura, reuniões e comissões

 Funções típicas: legislar/fiscalizar;

 Funções atípicas: administrativa/julgamento.

 Estrutura e funcionamento do poder legislativo

Em nível federal, o Poder Legislativo é bicameral, representado pelo CN, que é


composto de duas Casas Legislativas (SF → representantes dos Estados e do DF) e a
CD → representantes do povo.

Em nível estadual e municipal, o Poder Legislativo é unicameral, nos estados, é


exercido pela Assembleia Legislativa (integrada pelos Deputados Estaduais), ao passo
que nos Municípios é exercido pela Câmara Municipal, composta dos Vereadores.

Poder Legislativo federal → bicameralismo (CD + SF) federativo (E + DF).

 Hipóteses de sessão conjunta

 Elaborar regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas


casas;

 Receber o compromisso do PR e V. PR;

 Conhecer do veto e sobre ele deliberar;

 Discutir e votar a lei orçamentária;

 Delegar ao PR poderes para legislar.

Apesar de o Poder Legislativo da União ser composto por 2 Casas Legislativas,


são 3 os órgãos deliberativos: a CD, o SF e o CN. Nas sessões conjuntas, são exercidas
competências próprias do CN.

Na sessão unicameral, a contagem dos votos não será feita separadamente em


cada casa. Os votos dos Deputados Federais e dos Senadores serão tomados em seu
conjunto.

 Reuniões

 Legislatura: duração é de 4 anos, período em que ocorre 4 sessões legislativas


ordinárias, ocorrem sessões legislativas:
 Sessão legislativa ordinária (SLO): CN reunir-se-á, anualmente, na Capital
Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

 Sessão legislativa extraordinária (SLE): é a que ocorre durante os recessos


parlamentares. Convocado extraordinariamente. Art. 57 (...) § 6º.

 Estrutura do Poder Legislativo

 Câmara dos Deputados

 O número total de Deputados Federais, definido em lei complementar, é de 513.

 A representação por unidade da federação é proporcional à população (e não ao


número de eleitores!)

 Os Territórios Federais têm o número fixo de 4 Deputados Federais, previsto na


CF.

 Unidades da Federação terão, no mínimo 8 e no máximo 70 Deputados Federais.


(critério puro da proporcionalidade)

 Senado Federal

Eleitos pelo sistema majoritário simples.

Cada Estado e o DF elegem três Senadores, com mandato de oito anos, art. 46, §
1º/CF. A representação de cada Estado e do DF renova-se de quatro em quatro anos,
alternadamente, por um e dois terços, art. 46, § 2º, CF.

Total → 81 Senadores (3 por unidade da federação); idade mínima de 35 anos;


nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado).

Cada senador é eleito com dois suplentes, art. 46, § 3º, CF. Ocorrendo vaga e
não havendo suplente, será feita eleição para preenchê-la se faltarem mais de 15 meses
para o término do mandato.

 Atribuições do poder legislativo

 Atribuições do Congresso Nacional

 Art. 48, dependem de sanção do PR (edição de lei).


 Art. 49, independem de sanção do PR (efetivadas mediante decreto legislativo).

 Atribuições da Câmara dos Deputados

 Art. 51, mediante Resolução; independem de sanção do PR.

 Atribuições do Senado Federal


 Art. 52, mediante Resolução do SF, dispensada a sanção do PR.

 Estatuto dos congressistas

 Imunidades Parlamentares

Não são privilégios; garantias funcionais que visam permitir que os membros do
Poder Legislativo exerçam seu mandato com independência, livres de abusos e pressões
de outros Poderes. São prerrogativas de ordem pública e, portanto, irrenunciáveis; não
se estendem aos suplentes.

 Prerrogativa de foro

Os parlamentares (Deputados e Senadores): processados e julgados


criminalmente perante STF.

Foro por prerrogativa de função somente se aplica aos crimes praticados durante
o exercício do cargo e que tenham relação com as funções desempenhadas pelo
parlamentar.

 Outras prerrogativas

 Isenção do dever de testemunhar: deputados e senadores não serão obrigados


a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do
mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
 Licença para incorporação às Forças Armadas: esta deverá se dar
previamente ao ato, mesmo que o parlamentar seja militar e houver guerra (CF, art.
53, § 7º).

 Manutenção de suas imunidades material e formal durante o estado de sítio


(CF, art. 53, § 8º): só poderão ser suspensas mediante o voto de dois terços dos
membros da Casa respectiva. Será aplicada apenas aos atos praticados fora do recinto
do Congresso Nacional e que sejam incompatíveis com a execução da medida.

 Incompatibilidades dos parlamentares, art. 54/CF.

 Perda do mandato, art. 55/CF.

 Não haverá perda do mandato, art. 56/CF.

 Imunidades dos Deputados Estaduais, Deputados Distritais e Vereadores, art. 27,


§ 1º/CF.

Vereadores não têm imunidade formal (processual), mas apenas imunidade


material.

Serão invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato,


mas apenas na circunscrição do Município.

 Poder executivo: Normas gerais

 Funções do Poder Executivo

 Função típica: Chefia de Governo, Chefia de Estado e de Chefia da


Administração Pública.

 Funções atípicas: Função legislativa (quando edita medidas provisórias, leis


delegadas e decretos autônomos) e função de julgamento (no âmbito do contencioso
administrativo).

 Presidencialismo X Parlamentarismo

Presidencialismo: Chefia do Poder Executivo é unipessoal ou monocrática;


inexistência de vínculo entre Poder Legislativo e Poder Executivo; mandato por tempo
determinado.
 Investidura e posse

PR e V.PR tomarão posse em sessão conjunta do CN, em 1º de janeiro;

Decorridos dez dias da data fixada para a posse, PR ou V.PR, salvo motivo de
força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago (art. 78, parágrafo
único).

 PR e V.PR ñ comparecem dentro de 10 dias, s/ motivo de força maior: vacância


dos dois cargos;

 PR ñ comparecem dentro de 10 dias, s/ motivo de força maior, Vice assumirá o


cargo de PR e exercerá o mandato inteiro sem Vice.

 V.PR ñ comparece no prazo de 10 D, s/ motivo de força maior, PR irá exercer


todo o mandato sem Vice.

 PR e V.PR ñ comparecem dentro de 10 dias, c/ motivo de força maior, posse


será adiada;

 PR ñ comparecem dentro de 10 dias, c/ motivo de força maior, V.PR assume,


interinamente, até que cesse o motivo;

 V.PR ñ comparece no prazo de 10 D, c/ motivo de força maior, PR toma posse e


assuma até que cesse o motivo.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 5
de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição.

 Impedimento e vacância

 Impedimentos: afastamentos temporários.

 Vacância: afastamento definitivo do cargo.

 Hipóteses

 Não comparecimento dentro de 10 dias da data fixada para a posse, exceto por
motivo de força maior.

 Morte, renúncia, perda ou suspensão dos direitos políticos e perda da


nacionalidade brasileira.

 Condenação por crime de responsabilidade, ou comum, mediante decisão do


Senado Federal ou do STF, respectivamente. (Perderá o cargo e ficará inabilitado por
8 anos para o exercício de função pública).

 Ausência do país por mais de 15 dias sem autorização do CN.

 Ordem de sucessão para ocupar o cargo de PR:

 V.PR;

 Presidente da CD;

 Presidente do SF;

 Presidente do STF.

 Atribuições do presidente da república

 Direção da Administração Federal, art. 84/CF.


 Competências Delegáveis do PR, art. 84/CF.

 Responsabilização do PR

 Imunidades (FORMAIS) do PR

 Cláusula de irresponsabilidade penal relativa: só pode ser responsabilizado por


atos praticados no exercício da função (in officio) ou em razão dela (propter
officium). (Somente se aplica às infrações de natureza penal.)

 Vedação à prisão cautelar: somente estará sujeito à prisão após sentença


condenatória, nas infrações penais comuns. (Não pode ser estendida aos
governadores dos Estados).

 Autorização da Câmara dos Deputados: seja processado e julgado, nos crimes


comuns ou de responsabilidade. (2/3 dos seus membros, em votação nominal).
(aberta).

Não possui imunidade MATERIAL.

 Infrações que podem ser cometidas pelo PR

 Crimes comuns são as infrações penais comuns, tipificadas no CP e em outras


leis penais especiais.

 Crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas cometidas no


exercício do cargo.

Não se admite que o STF analise qualquer questão jurídica acerca da denúncia
antes do juízo de admissibilidade político da CD.
Recebida a denúncia ou queixa-crime pelo STF, o PR ficará suspenso das suas
funções, só retornará às suas funções caso seja absolvido ao final do julgamento, ou se
decorrerem mais de 180 dias sem que o julgamento tenha sido concluído.

Crimes de responsabilidade, PR julgado pelo SF, art. 85/CF – Exemplificativo.

Nos crimes comuns, o PR ficará suspenso de suas funções desde o recebimento


da denúncia ou queixa-crime pelo STF.

Nos crimes de responsabilidade, o Presidente ficará suspenso de suas funções


desde a instauração do processo pelo SF.

 Réu em processo-crime x Substituição presidencial

 ADPF nº 402.

 Aqueles que forem réus em processo-criminal não poderão, em hipótese alguma,


exercer o ofício de PR. Não será admissível, dessa forma, que réus em ação penal
efetivamente substituam o Pr.

 O fato de ser réu em processo criminal não impede que o indivíduo exerça a
Presidência da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do STF.

 Vice-presidente e Ministros de estado, art. 87/CF.

Os Ministros de Estado são processados e julgados pelo STF nos crimes comuns
e nos crimes de responsabilidade. No entanto, nos crimes de responsabilidade conexos
com os do PR, eles serão processados julgados pelo SF. Assim, temos que:

 Os Ministros de Estado são julgados pelo STF nos crimes comuns.


 Os Ministros de Estado são julgados pelo STF nos crimes de responsabilidade
“autônomos”.

 Os Ministros de Estado são julgados pelo SF nos crimes de responsabilidade


conexos com os do PR.

 Poder Judiciário

Um dos três poderes do Estado a qual é atribuída a função judiciária, ou seja, a


administração da Justiça na sociedade, através do cumprimento de normas e leis
judiciais e constitucionais.

Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional

Conselho da República, de natureza consultiva; consultados pelo PR, por meio


de parecer, cuja natureza é meramente opinativa.

 Intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio.

 Questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas

Conselho de Defesa Nacional, órgão de consulta do PR nos assuntos


relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático.

 Opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos


desta Constituição;
 Opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da
intervenção federal;
 Propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança
do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de
fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais
de qualquer tipo;
 Estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a
garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.
 O V.PR, o Presidente da CD, o Presidente do SF e o Ministro da Justiça
participam tanto do Conselho da República quanto do Conselho de Defesa Nacional.

 Os 6 cidadãos brasileiros natos participam apenas do Conselho da República.

 O único Ministro que participa do Conselho da República é o Ministro da


Justiça

 Órgãos do Poder Judiciário

 Supremo Tribunal Federal;


 Conselho Nacional de Justiça;
 Superior Tribunal de Justiça;
 Tribunal Superior do Trabalho;
 Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
 Tribunais e Juízes do Trabalho;
 Tribunais e Juízes Eleitorais;
 Tribunais e Juízes Militares;
 Tribunais e Juízes dos Estados e do DF e Territórios.
Introdução: aspectos Gerais

 No Brasil, adota-se o sistema inglês de jurisdição; apenas o Poder Judiciário faz coisa
julgada material, isto é, decide casos concretos com definitividade.

 Vigora o princípio da inafastabilidade de jurisdição. (art. 5º, XXXV)

 Características

 Secundária: Os conflitos devem ser, primariamente, resolvidos pela partes em


litígio.

 Instrumental: A jurisdição é o meio (instrumento) do qual se vale o Direito


para impor-se a todos.

 Desinteressada: Ao exercer a atividade de jurisdição, o Poder Judiciário não


cede aos interesses de nenhuma das partes litigantes, age segundo o Direito.

 Provocada: O Poder Judiciário não age de ofício.

 Poder Judiciário: jurisdição divide-se em

 Justiça Comum: abrange a Justiça Estadual (composta pelos Tribunais de


Justiça – TJ`s e Juízes de Direito) e a Justiça Federal (composta pelos Tribunais
Regionais Federais – TRF`s e Juízes Federais).

 Justiça Especial: abrange a Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça


Militar.

Estrutura do Poder Judiciário é considerada unitária, nacional.

O STF e os Tribunais Superiores (STJ, TSE, TST e STM) tem sede em Brasília e
jurisdição em todo o território nacional.

STF e o STJ são denominados órgãos de superposição → decisões se sobrepõem


às proferidas pelos órgãos inferiores das Justiças comum e especial.

Dentre os Tribunais Superiores, o único que não integra nenhuma Justiça


(Comum ou Especial) é o STJ.

O juiz singular é considerado um órgão do Poder Judiciário.

 Garantias do poder judiciário

 Garantias Institucionais (ou Garantias do Poder Judiciário): protegem o


Judiciário como instituição
 Previsão constitucional de que constitui crime de responsabilidade do PR os atos
que atentam contra o livre exercício do Poder Judiciário (art. 85, II, CF).

 Vedação de que medida provisória ou lei delegada discipline as garantias dos


magistrados (art. 62, § 1º, I, “c” e art. 68, § 1º, I, CF).

 Autonomia organizacional e administrativa (art. 96, CF).

 Autonomia financeira (art. 99, CF).

Garantias Funcionais (ou Garantias dos Magistrados): protegem os magistrados,


individualmente considerados, art 95/CF.

 Competências

 Conselho nacional de justiça - CNJ

 Aspectos Gerais

 Controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do


cumprimento dos deveres funcionais dos juízes; (órgão administrativo)

 Órgão de controle interno do Poder Judiciário;

 Não exerce função jurisdicional;

 STF: considerou constitucional a previsão de realização de controle


administrativo e ético-disciplinar do Poder Judiciário pelo CNJ.

 STF: considera inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de órgão


de controle administrativo do Judiciário do qual participem representantes de outros
Poderes ou entidades, súmula 649/STF.

 Composição

 Art. 103-B, CF/88, o CNJ compõe-se de 15 membros com mandato de 2 anos,


admitida uma recondução;

 Presidido pelo Presidente do STF, independentemente de qualquer indicação ou


nomeação. Demais membros do Conselho serão nomeados pelo PR, depois de
aprovada a escolha pela maioria absoluta do SF. Não efetuadas, no prazo legal, as
indicações previstas anteriormente, caberá a escolha ao STF.

 Competências do CNJ: art. 103-B, § 4º; não são exaustivas.

 STF (art. 102/CF): órgão máximo do Poder Judiciário; entre suas principais
atribuições está a de julgar: ADI de lei ou ato normativo federal ou estadual; ADC de
lei ou ato normativo federal; a ADPF decorrente da própria Constituição e a
extradição solicitada por Estado estrangeiro; infrações penais comuns, o PR e seu
vice, os membros do CN, seus próprios ministros e o PGR.

 STJ (art. 105/CF): corte responsável por disciplinar a interpretação da lei federal em
todo o Brasil. É a última instância da Justiça brasileira para as causas
infraconstitucionais, sendo o órgão de convergência da Justiça comum.

 TSE (art. 118 a 121/CF): possui a finalidade de acompanhar a legislação eleitoral


juntamente com os Tribunais Regionais Eleitorais. É responsável de expedir
instruções para a execução da lei que rege o processo eleitoral.

 TST (art. 114/CF): tem como principal função uniformizar a jurisprudência


trabalhista no país. Possui o poder de julgar recursos contra decisões de TRTs e
dissídios coletivos de categorias organizadas em nível nacional, tambem de
mandados de segurança, embargos opostos a suas decisões e ações rescisórias.

 STM (art. 124/CF): possui funções judiciais e adm, mas é especializada em processar
e julgar crimes que envolvam militares como da Marinha, Exército e Aeronáutica.

 TRFs (art. 108/CF): processar e julgar os juízes federais e os membros do MPU.

 TRTs (art. 114/CF): fazem parte da Justiça do Trabalho no Brasil, em conjunto com
as Varas do Trabalho e com o TST. Correspondem à segunda instância na
tramitação, mas detém competências originárias de julgamento, em casos de
dissídios coletivos, ações rescisórias, mandados de segurança, entre outros.

 TREs (art. 120/CF): possuem a responsabilidade pela organização, fiscalização e


execução do processo eleitoral nas áreas sob sua jurisdição.

 Tribunais de justiça dos estados e do DF: são dispostos de acordo com os princípios
e normas das constituições estaduais e da Lei Orgânica do DF. Julgam, em grau de
recurso ou em razão de sua competência originária, as matérias comuns que não se
encaixam na competência das justiças federais ou especializadas. Além disso, em
segunda instância, as matérias da Justiça Estadual Militar.

 Funções essenciais à Justiça

 Mecanismos que objetivam atender ao direito fundamental de acesso à


justiça, promovendo a todos que tenham assegurados os seus direitos.

 Ministério Público, Advocacia e Defensoria Pública

Ministério Público: é uma instituição permanente, possuindo


como objetivos assegurar a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Como defensor da ordem jurídica, ele
atua como um Fiscal da Lei, zelando pela observância e cumprimento das leis presentes
no ordenamento jurídico brasileiro. Na defesa do regime democrático, ele atua como
um protetor do Estado Democrático de Direito, agindo em nome do coletivo, com o
intuito de proteger os interesses da sociedade como um todo.
 Princípios do Ministério Público

 Unidade: dispõe que todos os seus membros integram apenas um só órgão, sob
a chefia de um Procurador-Geral. A exceção é o MP Estadual, que possui sua própria
estrutura em cada estado, tendo cada um o seu chefe, o PGJ.

 Indivisibilidade: permite que um membro do MP possa substituir outro, em


uma mesma função.

 Independência funcional: garante a independência da atuação do membro


dentro das suas atividades, não podendo sofrer interferência do seu chefe hierárquico
durante o cumprimento das suas funções.

Há também autonomia financeira e adm do MP, permitindo que o órgão possa


realizar sua própria proposta orçamentária, realizar concursos, criar e extinguir seus
cargos, entre outros. Não existe MP na esfera Municipal.

O MPU é composto pelos: MP Federal; do Trabalho; Militar; do DF e


Territórios.

O Chefe do MPU é o PGR: escolhido e nomeado pelo Presidente da República;


integrantes de carreira; acima de 35 anos; aprovado pelo Senado Federal; mandato de 2
anos, permitida várias reconduções.

O chefe do MPE e do MPDFT é o PGJ: escolhido e nomeado


pelo governador através de lista tríplice; integrantes de carreira; mandato de 2
anos, permitida uma recondução.

Os membros do MP possuem vitaliciedade após 2 anos de


exercício; inamovibilidade, não podendo ser removidos de ofício da sua lotação, salvo
mediante interesse público; e irredutibilidade de seus subsídios.

 Advocacia-Geral da União: é a instituição que tem como prerrogativa representar


a União, de maneira judicial e extrajudicial. Além disso, cabe a ela exercer as
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

O seu chefe é o Advogado-Geral da União — de livre nomeação pelo PR; maior


que 35 anos de idade; notável saber jurídico e reputação ilibada; não precisa ser
aprovado pelo Senado Federal; equiparado a Ministro de Estado. Os membros da
Advocacia Pública possuem apenas a estabilidade após 3 anos de exercício.

 Defensoria Pública: é uma instituição permanente, tendo como funções a orientação


jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e
coletivos, de forma integral e gratuita aos necessitados, em níveis judiciais e
extrajudiciais.

 Princípios institucionais: unidade, indivisibilidade e a independência


funcional, além da autonomia administrativa e financeira, não sendo subordinado a
nenhum dos poderes. Não há DP no âmbito Municipal.

Você também pode gostar