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ESTADO, GOVERNO,

CONCEITO E FONTES DO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Professora Juliana Andrade
CONCURSO TÉCNICO E ANALISTA
TRT/BA
 Último Concurso: 2013
 Organizadora: FCC
 Perfil da Banca:
 As provas da FCC são compostas por questões de
múltipla escolha de cinco alternativas, com apenas
um item correto ou errado
 Tome cuidado com o enunciado, porque a banca é
conhecia por cobrar mais as alternativas erradas do
que nas outras bancas.
 Uma das características da FCC é que as provas
utilizam a maior parte do conteúdo programático
previsto no edital.
 Prova de dificuldade média
CONCURSO TÉCNICO E ANALISTA
INSS
 Último Concurso: 2016
 Organizadora: CESPE

 Estilo: Certo e Errado

 Uma errada anula uma certa

 50% certas, 50% erradas.


CONCEITO DE ESTADO
 Estado é uma instituição organizada política,
social e juridicamente, dotada de personalidade
jurídica própria de Direito Público, submetida às
normas estipuladas pela CF escrita
 Instituição dirigida por um governo que possui
soberania reconhecida tanto interna como
externamente
ELEMENTOS DO ESTADO
 Um Estado soberano possui, como regra geral,
um governo que é o elemento condutor, um povo,
que representa o componente humano e um
território que é o espaço físico que ocupa.
ESTADO
 O Estado pode atuar no direito público ou no
direito privado, mas sempre ostenta a qualidade
de Pessoa Jurídica de Direito Público
GOVERNO X ESTADO
 Não se confundem as definições de Estado e de
Governo.
 Estado é um povo situado em determinado território
e sujeito a um governo
 Governo é elemento formador do Estado; é a cúpula
diretiva do Estado que se organiza sob uma ordem
jurídica por ele posta
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
 Federativo;
 Republicano;

 Presidencialismo;

 Democrático;

 Separação dos Poderes;


PRINCÍPIO FEDERATIVO
 Define nossa Forma de Estado (art. 1°, CF);
 Define como se relacionam as estruturas de
Poder Político do Estado;
 CF consagra o federalismo no seu caput.
FORMAS DE ESTADO
 Simples: Estado Unitário.
 Tem um único poder político, central, que manda em
todo o Território. Ex: Portugal;
 Complexo: Existe mais de um Poder Político
 Confederação:
 União de Países
 Entes soberanos

 Acordo por tratado internacional;

 Há direito de secessão;

 Federação:
 Entes autônomos;
 Acordo feito na CF (Pacto Federativo);

 Não há direito de secessão;

 Foi consagrada com a CF Republicana de 1891.


REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL
 Formada pelos Entes Federativos (União,
Estados, DF e Municípios);
 RFB: Ente que possui soberania;

 U, Est., DF e Mun.:
 Possuem autonomia política;
 Não existe hierarquia entre eles; existem atribuições
constitucionais (competências)
TIPOS DE FEDERALISMO
 Por Agregação:
 Vários países (Estados soberanos) resolvem se unir
para formar a Federação. Ex: EUA;
 Modelo Centrípeto;

 Por Desagregação:
 Há um Estado Unitário que resolve criar vários
poderes políticos (unidades de Poder). Ex: Brasil;
 Modelo Centrífugo.
PRINCÍPIO REPUBLICANO
 Define nossa Forma de Governo;
 Proclamação da República em 15 de novembro de
1889;
 Constituição em 1891;

 Não se trata de cláusula pétrea. É princípio


sensível (art. 34, CF):
 Pode ensejar intervenção federal da União no Estado.
PRINCÍPIO REPUBLICANO
 Duas formas de governo:
 Monarquia:
 Governo de uma pessoa só;
 Cargo vitalício (Vitaliciedade);
 Hereditariedade;
 Irresponsabilidade;
PRINCÍPIO REPUBLICANO
 República:
 Quem governa e toma decisões é o povo;
 Temporariedade (alternância de poder – mandatos
por prazo certo);
 Eleito (povo elege);
 Responsabilidade (crimes de responsabilidade);
 Igualdade perante a lei.
PRESIDENCIALISMO
 Define nosso Sistema de Governo;
 Analisado sob a perspectiva do exercício dos
poderes (relação entre os Poderes).
 Modelos de Sistema de Governo conhecidos: 2
sistemas.
PRESIDENCIALISMO
 Presidencialismo:
 Unipessoalidade das Chefias de Estado e de Governo:
 PR representa tanto o Estado Brasileiro (RFB) – Chefe de
Estado - , quanto o Governo da União;
 Legitimidade Popular Direta (Eleito diretamente pelo
povo):
 01 exceção: dupla vacância nos 2 últimos anos do mandato;
 Independência entre Poder Executivo e Poder
Legislativo.
PARLAMENTARISMO
 Separação entre Chefe de Estado e Chefe de
Governo
 Ex: Monarquia Parlamentar na Inglaterra:- chefe de
Estado; 1 Ministro: Chefe de Governo; Rainha: Chefe
de Estado.
 Legitimidade Popular Indireta
 Primeiro Ministro será eleito pelo Poder Legislativo;
 Interdependência entre Poder Executivo e Poder
Legislativo.
REGIME POLÍTICO
 MODELO DEMOCRÁTICO: Aquele que permite
a participação do povo nas decisões políticas do
Estado.
 A depender do grau de participação do povo nas
decisões políticas do Estado:
 Direta: Aquela que o povo participa diretamente das
decisões. Não existem intermediários;
 Indireta: Povo elege os representantes e eles tomam as

decisões;
 Semidireta: Soma das duas anteriores. Ex: Brasil.
FORMAS DE EXERCÍCIO DA
DEMOCRACIA
 Direta (art. 14): Soberania popular exercida
através do voto (direto, secreto, universal e
periódico):
 Referendo: consulta feita após a tomada de decisão
administrativa ou legislativa;
 Plebiscito: consulta feita À população antes da
realização de ato administrativo ou legislativo;
 Iniciativa Popular: possibilidade do povo iniciar o
processo legislativo.
SEPARAÇÃO DOS PODERES
 Tripartição dos Poderes;
 Estado Democrático de Direito deve determinar a
separação das funções do Estado;
 Cláusula Pétrea;

 Art. 2° da Cf: Poderes da União são


independentes e harmônicos entre si:
 Executivo;
 Legislativo;
 Judiciário.
PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE
DE ATRIBUIÇÕES
 Um Poder não pode delegar suas funções típicas
para outro Poder.
 Sistema que rege a Separação dos Poderes:
Sistema dos Freios e Contrapesos:
 Cada Poder terá suas funções típicas, mas pode, de
forma atípica, exercer as outras funções dos outros
Poderes.
FUNÇÕES EXECUTADAS POR CADA
PODER
 PODER EXECUTIVO:  PODER
 Típicas: LEGISLATIVO:
 Representativa;  Típicas:
 Governativa;  Legislativa;
 Administrativa;  Fiscalizadora;

 Atípicas:  Atípicas:
 Legislativa: MP e  Administrativa;
Decretos autônomos;  Jurisdicional: Julga
 Jurisdicional: PAD. PR nos crimes de
Pra doutrina, não se responsabilidade
trata de função
juridicional.
FUNÇÕES EXECUTADAS POR CADA
PODER
 PODER JUDICIÁRIO:
 Típica: Solução de conflitos de forma definitiva;

 Atípicas:
 Administrativa;
 Legislativa: Cria seus Regimentos Internos.
PODERES DO ESTADO
 O Brasil adotou a Teoria da Tripartição dos
Poderes, organizada por Montesquieu, sendo
estas funções divididas entre poderes
devidamente organizados
 Art. 2°, CF: fica definido o funcionamento de 3
Poderes: Legislativo, Executivo e o Judiciário,
independentes e harmônicos entre si
PODERES DO ESTADO
 Trata-se de poderes estruturais e organizacionais
do Estado, que não se confundem com os poderes
administrativos, que são instrumentos concedidos
à Administração Pública para consecução de
seus interesses.
 Executam funções típicas e, em caráter
excepcional, como forma de garantir a harmonia
constitucional, as funções atípicas (desde que com
previsão constitucional)
DIVISÃO DO DIREITO
 O Direito é tradicionalmente dividido em dois
grandes ramos:
 Direito Público;
 Direito Privado.
DIREITO PÚBLICO
 Tem por objeto a regulação dos interesses da
sociedade como um todo, compondo-se de normas
que visam a disciplinar as relações jurídicas em
que o Estado aparece como parte
 Objeto é a tutela do interesse público;

 Desigualdade nas relações jurídicas por ele


regidas;
 Estado encontra-se em posição de vantagem
jurídica em relação ao particular.
 Ex: Direito Constitucional, Tributário, Penal e
Administrativo
DIREITO PRIVADO
 Tem por escopo a regulação dos interesses dos
particulares, tutelando as relações travadas entre
as partes como forma de possibilitar o convívio
das pessoas em sociedade;
 Se baseia na igualdade jurídica entre as pessoas
tratadas nas relações por ele regidas
 Ex: Direito Empresarial, Direito Civil, Direito do
Consumidor
DIREITO ADMINISTRATIVO
 “Ramo do Direito Público que tem por objeto os
órgãos, agentes e pessoas jurídicas
administrativas que integram a administração
pública, a atividade jurídica não contenciosa que
exerce e os bens de que se utiliza para a
consecução de seus fins de natureza pública”.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro
 Vários critérios utilizados para conceituação.
CONCEITO DE DIREITO
ADMINISTRATIVO
 Critérios de Definição do Direito Administrativo:
 Corrente Legalista;
 Critério do Poder Executivo;
 Critério das relações jurídicas;
 Critério do Serviço Público;
 Critério Teleológico;
 Critério Negativista;
 Critério Funcional.
CORRENTE LEGALISTA/ESCOLA
EXEGÉTICA
 Direito Administrativo se resume no conjunto de
legislação administrativa existente no país.
 Desconsidera o papel fundamental da doutrina e
da jurisprudência na identificação dos princípios
básicos informadores do Direito;
 Crítica: direito não se limita à lei
CRITÉRIO DO PODER EXECUTIVO
 Conforme este critério, todo o Direito
Administrativo estaria condensado na atuação
desse Poder;
 Direito Administrativo como complexo de leis
disciplinadoras da atuação do Poder Executivo;
 Crítica: ignora que a função administrativa possa
ser exercida fora do âmbito do Poder Executivo
CRITÉRIO DAS RELAÇÕES
JURÍDICAS
 Define-se o Direito Administrativo como a
disciplina das relações jurídicas entre a
administração pública e o particular;
 Crítica: esquece que outros ramos do Direito
Público possuem relações semelhantes, como o
Direito Penal.
CRITÉRIO DO SERVIÇO PÚBLICO
 Surge na França com a criação da Escola do
Serviço Público;
 Direito Administrativo tem por objeto a disciplina
jurídica dos serviços públicos;
 Crítica: A Administração Pública desempenha
muitas atividades que não podem ser
consideradas prestação de serviço público
CRITÉRIO TELEOLÓGICO OU
FINALÍSTICO
 Considera que o Direito Administrativo deve ser
conceituado como sistema de princípios jurídicos
que regula as atividades do Estado para
cumprimento de seus fins.
 Crítica: não consegue abranger integralmente o
conceito da matéria; se trata de definição
incompleta
CRITÉRIO NEGATIVISTA
 Direito Administrativo deve ser conceituado por
exclusão, isto é, seriam pertinentes a este ramo
do direito todas as questões não pertencentes ao
objeto de interesse de nenhum outro ramo
jurídico.
 Crítica: Seriam funções administrativas todas as
funções que não fossem legislativas ou
jurisdicionais.
CRITÉRIO FUNCIONAL
 Adotada pela doutrina majoritária
 Direito Administrativo consiste no conjunto
harmônico de princípios jurídicos (regime jurídico
administrativo) que regem os órgãos, os agentes e
as atividades públicas tendentes a realizar
concreta, direta e imediatamente os fins
desejados pelo Estado (Hely Lopes)
FONTES DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
 Lei;
 Jurisprudência;

 Doutrina;

 Princípios gerais;

 Costumes;

 Tratados Internacionais.
FONTES DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
 Lei: Fonte direta do Direito Administrativo
 Fonte primária do Direito Administrativo;
 CF, LC, LO, Delegadas, Decretos e Medidas
Provisórias;
 Atos normativos infralegais, expedidos pela
Administração Pública, nos termos e limites da lei
FONTES DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
 Jurisprudência: Fonte Secundária do Direito
Administrativo
 Reiteração de julgados dos órgãos do Judiciário,
travando uma orientação acerca de determinada
matéria
FONTES DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
 Doutrina: Fonte Secundária;
 Lição dos mestres e estudiosos da matéria, ensejando
a formação de arcabouço teórico a justificar as
atuações da Administração Pública.
FONTES DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
 Costumes:
 Conjunto de regras não escritas, que são observadas
de modo uniforme por determinada sociedade, que as
considera obrigatória
 Caracterizado como prática reiteradamente
observada pelos agentes administrativos diante de
determinada situação concreta.
FONTES DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
 Princípios Gerais do Direito:
 Normas não escritas que servem de base para ele,
configurando-se vetores genéricos que informam o
ordenamento do Estado, sem previsão legal expressa.
FONTES DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
 Tratados Internacionais:
 Fontes do direito administrativo pátrio, após a
incorporação ao ordenamento jurídico,
independentemente do rito de tramitação.
QUESTÕES
 Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é
a mais importante de todas as fontes do direito
administrativo.
QUESTÕES
 O direito administrativo, ao reger as relações
jurídicas entre as pessoas e os órgãos do Estado,
visa à tutela dos interesses privados.
QUESTÕES
A reiteração dos julgamentos num mesmo sentido,
influenciando a construção do Direito, sendo
também fonte do Direito Administrativo, diz
respeito à:
A) jurisprudência.
B) doutrina.
C) prática costumeira.
D) analogia.

E) lei.

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