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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONOMICA E FLORESTAL

Licenciatura em Administração Pública

II Nível, V Grupo

Cadeira:Teoria Geral Do Estado


Unidade VI:Controle do Estado

ELEMENTOS Discente
Osvaldo MascarinhoJoaquim Abel Canada PH
Cláudia Brito Vasco
Chico Francisco Furquia

Mocuba, Marçode 2024


UNIDADE VI: Controle do Estado

1. LIMITAÇÃO DO PODER

Viu-se na Unidade IV que a soberania afigura-se como um dos elementos centrais do Estado.
Esta, em seu âmbito interno, pressupõe a ideia de supremacia em face das demais associações
ou entes presentes no território de um dado Estado, de forma que, conforme já mencionado em
lição específica, a soberania, em sua dimensão interna, seja reconhecida como a “suprema
potestas superior em non recogoscens (Ferrajoli, 2002:1).
Contudo, o fato de o Estado ser soberano, conforme ao Fernando de losRíos, não está a
significar que o Estado “esteja desligado das relações de obrigatoriedade, é dizer das relações
jurídicas” (in. Jellinek, 2000: 28, vide.

Por outras palavras, o Poder do Império do Estado há de estar limitado,, principalmente no que
se refere aos direitos e liberdades de seus membros, de seu povo. O Estado, desta feita, há de
reconhecer os seus membros (anteriormente, súditos; hodiernamente, cidadãos) enquanto
sujeitos de direitos, natureza esta que haverá de impor limites à atuação do Estado (cf. Malberg,
2001: 244).
1.1. Estado de Direito
Parte da idade de subordinação comum, sendo ao Estado e o Poder Público, afiguram-se
submetidos e controlados por normas gerais e abstratas ou por aquelas normas provenientes de
decisões judiciais (no caso dos sistemas jurídicos que adotam o modelo da CommonLaw). Seu
agir há de ser, sempre, precedido e condicionado por um preceito legal.

A principal premissa do Estado de Direito é o primado da lei, a qual visa a submeter o Poder
Político ao Direito, “‘sob um duplo ponto de vista’: (1) os cidadãos têm a garantia de que a lei
só pode ser editada pelo órgão legislativo, isto é, o órgão representativo da vontade geral; (2)
em virtude da sua dignidade – (...) – a lei constitui a fonte de direito hierarquicamente superior
(...) e, por isso, todas as medidas adoptadaspelo poder executivo a fim de lhe dar execução
deviam estar em conformidade com ela.” (Canotilho, 2002: 95p.

Estado de Direito, o Estado, responsável por criar as próprias leis e ele é a fonte oficial do
Direito -, está igualmente vinculado aos preceitos legais.
A outra dimensão do Estado do Direito é a que condiciona a intromissão estatal à existência de
uma lei autorizadora.

2. SEPARAÇÃO DE PODERES E PESOS E CONTRAPESOS

A origem doutrinária da separação de poderes não é pacífica (Paz).

Aristóteles e John Loke, defenderam na separação de poder na "política". Havia o Poder


Executivo, o Legislativo e o Federativo. Cabia ao primeiro a execução das leis naturais da
sociedade. Já competia ao Poder Federativo a gestão de segurança e do interesse público da
sociedade em relação aos demais países.

O Poder Legislativo, por sua vez, seria o responsável por estabelecer como a força da
comunidade seria utilizada, no sentido de sua preservação e de seus membros. Na doutrina de
Locke, separava-se o Poder Legislativo do Executivo. Já o Poder Executivo e o Federativo
haveriam que ficar nas mãos de um mesmo órgão. Sua separação seria, enfim, dual

Há três funções materiais:

1. Função Legislativa: cria leis;

2. Função Executiva: executa as leis;

3. Função Jurisdicional: dirime controvérsias e aplica.

A.) Poder Legislativo: responsável pela função legislativa;


B.) Poder Executivo: responsável pela função executiva;
C.) Poder Judiciário: responsável pela função jurisdicional.

6.3. CONSTITUCIONALISMO

É o movimento voltado à limitação do poder do Estado, por meio da criação de uma


Constituição, a qual vincula a forma de atuação do Estado, bem como as matérias que
poderiam ser por ele abordadas, é idêntica à do Estado do Direito. há uma diferença de
intensidade de controle entre este movimento, cuja criação dileta é a Constituição, e o Estado
de Direito.
constitucionalismo, por meio de seu produto, Constituição, por sua vez, retira, de antemão,
certos bens jurídicos da intromissão estatal. A lei, veículo da atuação estatal, simplesmente não
poderá autorizar o Estado a se intrometer neste ou naquele direito que seja assegurado ao
membro de um dado Estado pela Constituição.

Portanto, se o Estado de Direito apenas limita a maneira como o Estado age e está autorizado a
agir, a saber, sempre por lei, que há de ser prévia à conduta estatal; o constitucionalismo é uma
forma de controle do Estado que se preocupa em estabelecer limites ao próprio conteúdo da
atuação estatal.

No que se refere à origem do fenômeno do constitucionalismo dito moderno, em razão de uma


prática reducionista, tal é invariavelmente relacionada a ideais antiabsolutistas

o Estado de direito é só um modo de exercer o poder, o direito não constituirá um verdadeiro e


eficaz limite a tal poder, mas será apenas o modo dele se externar, podendose chegar, assim,
sem paradoxos a uma forma de despotismo jurídico”.

O constitucionalismo busca, portanto, superar o despotismo jurídico por meio de uma forma
específica, a saber, a criação de uma lei superior à decorrente do Poder Legislativo, de uma
paramount law, que dará ensejo às Constituições escritas, detentoras de maior rigidez,
estabilidade, e que trazem, em seu bojo, certos direitos e liberdades que não poderão ser
extirpados inclusive por lei.

3.1. Supremacia da Constituição


Supremacia da Constituição significa o posicionamento privilegiado da Constituição, em face
das demais normas jurídicas que compõem determinado sistema legal. E, de certa forma, o
surgimento deste princípio coincide com o nascimento do próprio constitucionalismo, à medida
que, se o propósito da Constituição é controlar inclusive aquilo que é previsto em lei (o seu
conteúdo e a sua forma de elaboração), a Constituição deverá ser necessariamente uma lei
superior às demais, para que possa exercer de maneira adequada o seu propósito de controle
estatal.

3.2. Direitos e liberdades individuais


A lei é essencial a existência e a criação de um rol de direitos e liberdades individuais,
imunizados da interferência estatal e, principalmente, do Poder Legislativo (sobre esta pretensão.
vide Storing, 1981: 39-40).

Os principais direitos e liberdades individuais eram de retirar da agenda do Poder Legislativo


determinadas matérias. Por exemplo, não poderia o Estado se imiscuir ou interferir na liberdade
de expressão, locomoção, no direito à vida, à propriedade de seus membros, quer seja
administrativamente, quer seja legislativame.

3.2.1. Igualdade
O direito à igualdade, hodiernamente, afigura-se como um direito recorrente em toda Carta de
Direitos e Liberdades. O artigo 5º, caput, da CB, por exemplo, estabelece que “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

E, assim como os demais direitos e liberdades individuais, se apresenta como um importante


limite ou freio ao Estado.

O direito à igualdade se apresenta como um importante baliza à realização, por parte do Estado,
de uma de suas atividades essenciais, a saber, a elaboração de leis. Não por outro motivo é que o
preceito constitucional mencionado cita a igualdade perante a lei.

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