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II Nível, V Grupo
ELEMENTOS Discente
Osvaldo MascarinhoJoaquim Abel Canada PH
Cláudia Brito Vasco
Chico Francisco Furquia
1. LIMITAÇÃO DO PODER
Viu-se na Unidade IV que a soberania afigura-se como um dos elementos centrais do Estado.
Esta, em seu âmbito interno, pressupõe a ideia de supremacia em face das demais associações
ou entes presentes no território de um dado Estado, de forma que, conforme já mencionado em
lição específica, a soberania, em sua dimensão interna, seja reconhecida como a “suprema
potestas superior em non recogoscens (Ferrajoli, 2002:1).
Contudo, o fato de o Estado ser soberano, conforme ao Fernando de losRíos, não está a
significar que o Estado “esteja desligado das relações de obrigatoriedade, é dizer das relações
jurídicas” (in. Jellinek, 2000: 28, vide.
Por outras palavras, o Poder do Império do Estado há de estar limitado,, principalmente no que
se refere aos direitos e liberdades de seus membros, de seu povo. O Estado, desta feita, há de
reconhecer os seus membros (anteriormente, súditos; hodiernamente, cidadãos) enquanto
sujeitos de direitos, natureza esta que haverá de impor limites à atuação do Estado (cf. Malberg,
2001: 244).
1.1. Estado de Direito
Parte da idade de subordinação comum, sendo ao Estado e o Poder Público, afiguram-se
submetidos e controlados por normas gerais e abstratas ou por aquelas normas provenientes de
decisões judiciais (no caso dos sistemas jurídicos que adotam o modelo da CommonLaw). Seu
agir há de ser, sempre, precedido e condicionado por um preceito legal.
A principal premissa do Estado de Direito é o primado da lei, a qual visa a submeter o Poder
Político ao Direito, “‘sob um duplo ponto de vista’: (1) os cidadãos têm a garantia de que a lei
só pode ser editada pelo órgão legislativo, isto é, o órgão representativo da vontade geral; (2)
em virtude da sua dignidade – (...) – a lei constitui a fonte de direito hierarquicamente superior
(...) e, por isso, todas as medidas adoptadaspelo poder executivo a fim de lhe dar execução
deviam estar em conformidade com ela.” (Canotilho, 2002: 95p.
Estado de Direito, o Estado, responsável por criar as próprias leis e ele é a fonte oficial do
Direito -, está igualmente vinculado aos preceitos legais.
A outra dimensão do Estado do Direito é a que condiciona a intromissão estatal à existência de
uma lei autorizadora.
O Poder Legislativo, por sua vez, seria o responsável por estabelecer como a força da
comunidade seria utilizada, no sentido de sua preservação e de seus membros. Na doutrina de
Locke, separava-se o Poder Legislativo do Executivo. Já o Poder Executivo e o Federativo
haveriam que ficar nas mãos de um mesmo órgão. Sua separação seria, enfim, dual
6.3. CONSTITUCIONALISMO
Portanto, se o Estado de Direito apenas limita a maneira como o Estado age e está autorizado a
agir, a saber, sempre por lei, que há de ser prévia à conduta estatal; o constitucionalismo é uma
forma de controle do Estado que se preocupa em estabelecer limites ao próprio conteúdo da
atuação estatal.
O constitucionalismo busca, portanto, superar o despotismo jurídico por meio de uma forma
específica, a saber, a criação de uma lei superior à decorrente do Poder Legislativo, de uma
paramount law, que dará ensejo às Constituições escritas, detentoras de maior rigidez,
estabilidade, e que trazem, em seu bojo, certos direitos e liberdades que não poderão ser
extirpados inclusive por lei.
3.2.1. Igualdade
O direito à igualdade, hodiernamente, afigura-se como um direito recorrente em toda Carta de
Direitos e Liberdades. O artigo 5º, caput, da CB, por exemplo, estabelece que “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
O direito à igualdade se apresenta como um importante baliza à realização, por parte do Estado,
de uma de suas atividades essenciais, a saber, a elaboração de leis. Não por outro motivo é que o
preceito constitucional mencionado cita a igualdade perante a lei.