Você está na página 1de 6

SEPARAÇÃO DOS PODERES

Ao longo da história diversos autores falaram sobre a corrente Tripartite (separação do


governo em três), sendo Aristóteles o pioneiro em sua obra “A Política” que contempla a
existência de três órgãos separados a quem cabiam as decisões de Estado.
Em seguida Locke, em sua obra “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil”, defende um
Poder Legislativo superior aos demais.
Posteriormente, Montesquieu cria a tripartição e as devidas atribuições do modelo mais
aceito atualmente.

Surge a separação dos poderes como uma forma de acabar com o absolutismo. Poder
nas mãos de uma única pessoa.
Princípio fundamental e cláusula pétrea (art. 60, § 4.º) da ordem constitucional do
Estado Democrático de Direito:
Art. 2.º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário.
Não pode ser abolido, a menos que uma nova constituição seja criada.
A separação de poder é considerada um sistema de freios. Visando a atuação de forma
harmônica.
Temos:
- Poder Legislativo, para fazer as leis para sempre ou para determinada época, bem
como, aperfeiçoar ou revogar as existentes;
- Executivo que se ocupa da paz e da guerra, estabelecer a segurança e prevenir
invasões. Executar as leis;
- Judiciário, com competência de punir os crimes ou julgar os litígios.
Nessa tese, Montesquieu pensa em não deixar em uma única mão as tarefas de legislar,
administrar e julgar, pois a experiência eterna (do Estado Absolutista) mostra que todo o homem
que tem o poder sem encontrar limites, tende a abusar dele.
A transição do Estado Absolutista para o Estado Liberal, foi caracterizado pela
separação dos poderes.
A separação dos poderes, com a Revolução Francesa, tornou-se um dogma
constitucional reconhecido. A passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal
caracterizou-se justamente pela separação de Poderes, denominada Tripartição dos Poderes
Políticos (na verdade, “divisão funcional do poder”). Posteriormente, foi prevista na Declaração
Universal dos Direitos do Homem (DUDH) como essencial para a garantia dos direitos
humanos.

 Cada Ente possui divisão de poder, Legislativo, Judiciário e Executivo:

União Executivo Federal: Pres. da República; Vice Pres.; Ministro e Conselhos


Legislativo Federal: Congresso Nacional (Debutado e Senado)
Judiciário Federal: Justiça Federal

Executivo Estadual: Governadores; Vice Governador; Secretarias


Estados Legislativo Estadual: Assembleia Legislativa (Câmara Estadual) - Unicameral
(Deputados)
Judiciário Estadual: Justiça Estadual
Executivo Municipal: Prefeito; Vice Prefeito
Município Legislativo Municipal: Câmaras Municipais.

https://www.politize.com.br/assembleia-legislativa-o-que-e/

 Competências:
Antes de falar das competências, é importante lembrar que a Norma de
Obediência/Reprodução Obrigatória, é quando uma competência está prevista para um dos
Entes da Federação, mas se estende aos demais.

Ao contemplar tal princípio, o legislador constituinte de 1988 teve por objetivo evitar
que um dos poderes arrogue o direito de intervir nas competências alheias.
Ex., O executivo passe a legislar e julgar ou que o legislativo, que tem por competência
a produção normativa, aplique a lei ao caso concreto.
Esta matéria está consolidada a nível imutável, ou seja, não sujeita ao exercício do
Poder Constituinte reformador.
- Os entes podem somente interferir (Intervenção Federal) quando expressamente
previsto na Constituição Federal.

1-) Executivo:
Exerce atos de chefia de Estado nas relações internacionais e de atos de governo, nas
relações políticas e econômicas no plano interno, observadas as normas constitucionais.
Responsável direto por executar as leis, observando as normas vigentes no país, além de
propor planos de ação e administrar os interesses públicos.

2-) Legislativo:
Cabe as funções típicas de legislar e fiscalizar, sendo ambas igualmente importantes.
Responsável por elaborar e aprovar leis, além de fiscalizar a execução das mesmas pelo
executivo.

3-) Judiciário:
cabe tipicamente a função jurisdicional, que consiste na aplicação da lei a um caso
concreto, que lhe é apresentado como resultado de um conflito de interesses.
Interpreta a lei e julga os casos de acordo com as regras constitucionais.

Duplo sentido nas expressões Poder Legislativo, Executivo e Judiciário:


a-) Separação Funcional: Exprimem as funções legislativa, executiva e jurisdicional.
b-) Divisão Orgânica: Indicam os respectivos órgãos de cada um dos poderes.
Por ex., o Poder Legislativo (função) é exercido pelo Congresso Nacional (órgão
federal) = Câmara dos Deputados e Senado.

A expressão “divisão de poder” é equivocada. Não há divisão do poder, pois o titular


dele é o povo. A divisão vem das funções Estatais, prepondo uma divisão orgânica destas
funções. Cada órgão é determinado a exercer tais funções, logo, se utilizam seu Órgãos para
isso.

Obs.: Função Típica: Aquela exercida com preponderância (autoridade).


Função determinada. prevalência
Atípica: Preponderância de outro poder. Função exercida
secundariamente.
A função típica de um órgão é atípica dos outros

 INDELEGABILIDADE DE ATRIBUIÇÕES

A função de um poder não pode ser atribuída a outro, a menos que, esteja previsto na
Constituição Federal.
Em regra, as atribuições de um órgão não poderão, ser delegadas a outro. Mas
pode ocorrer nas hipóteses previstas na CF.
No entanto, a separação dos Poderes não impede que, além de sua função típica
(preponderante), cada um dos Poderes exerça atipicamente (de forma secundária) funções
aparentemente atribuídas com exclusividade a outro, como exceção e com previsão
constitucional expressa.
A indelegabilidade não está prevista expressamente na CF/88, mas é a materialização do
sistema de freios e contrapesos.

 MECANISMOS DE FREIOS E CONTRAPESOS

Todo homem que detém o poder tende a abusar dele, afirma Montesquieu. Seguindo o
pensamento dessa corrente, tudo estaria perdido se o poder de fazer as leis, o de executar as
resoluções públicas e o de punir crimes ou solver pendências entre particulares se
reunissem num só homem ou associação de homens.
A separação dos poderes, portanto, é uma forma de descentralizar o poder e evitar
abusos, fazendo com que um poder controle o outro ou, ao menos, seja um contrapeso.
Esse mecanismo assegura que nenhum poder irá sobrepor-se ao outro, trazendo uma
independência harmônica nas relações de governança.

É preciso exemplificar alguns exemplos do sistema de freios e contrapesos:

1-) Compete ao Senado Federal julgar os crimes de responsabilidade do Presidente da


República (art. 52, I).

2-) Juízes e Tribunais não podem influir no Poder Legislativo, em compensação são
autorizados a declarar a inconstitucionalidade das leis, não as aplicando no caso concreto. No
entanto, uma vez declarada inconstitucional uma lei, somente o Senado pode suspender sua
execução (art. 52, inc. X).

3-) No processo legislativo, o Presidente da República pode vetar ou sancionar lei


aprovado pelo poder legislativo. O poder legislativo pode derrubar o veto do Poder Executivo,
mediante maioria absoluta de deputados e senadores (art. 66).

4-) A perda do cargo de um Deputado ou Senador, determinada por sentença penal


transitada em julgado, depende de deliberação da respectiva casa (art. 55, § 2.º).
 INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES

A independência e a harmonia entre os poderes são típicas do sistema presidencialista


(no parlamentarismo há colaboração). A independência significa cada Poder extrai suas
competências da Constituição, depreendendo-se, assim, que a investidura em um dos órgãos do
governo não necessita, em regra, da anuência dos outros poderes.
No exercício das próprias atribuições, os titulares não precisam consultar os outros, nem
necessitam de sua autorização e que, na organização das atividades respectivas, é independente,
desde que sejam verificadas as disposições constitucionais. A harmonia verifica-se pelo trato
recíproco e respeito às prerrogativas e faculdades que todos têm direito – consenso de várias
autoridades estatais na tomada de decisões.

Você também pode gostar