quarto bimestre – direito constitucional

organização dos poderes

 Separação das funções e não separação de poderes

A constituição federal determina que o poder emana do povo que exerce diretamente
ou por seus representantes (democraticamente e soberania do popular).

Ao dispor que “todo o poder emana no do” estabelece que o poder é uno e indivisível
(artigo definido “O” no singular – único), pertence exclusivamente ao povo. Esse
poder é o poder político, a soberania popular.

O Legislativo, Executivo e Judiciário são órgãos que exercem funções do poder (poder
na qual pertence ao povo) e não poderes em si. O termo poder é apenas parte do
nome composto, mantido por tradição. Os conceitos estão estabelecidos no art. 1º e
2º.

A separação das funções do poder é uma forma de limitar a atividade do Estado.

Também são formas de limitação:

1. Circunscrever o campo de atuação do Estado: declarações de direitos,

atribuição de competências etc.
2. Divisão territorial: federalismo.
3. Divisão funcional: tripartição das funções

 Tripartição das funções estatais

Aristóteles (A política), funções da cidade-estado:

1. Deliberante: decisões fundamentais

2. Executiva: implementação das decisões pelos magistrados
3. Judiciário: fazer justiça

Todas as funções exercidas por um único órgão.

John Locke (segundo tratado do governo civil), funções:

1. Legislativa: decidir sobre o uso da força pública.

2. Executiva: aplicar a força pública no plano interno (manter a ordem e o direito)
3. Federativa: manter relações com outros Estados.

As funções Legislativas deveriam ser exercidas por um órgão.

A função executiva e a função federativa por outro órgão.

Charles Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu (do Espírito das
Leis).

1. Legislativa: criar normas

2. Executiva: executar as normas (administrar)
3. Judiciária: preservar o respeito às normas (Solucionar as lides).

Funções exercidas por órgãos distintos.

Instituiu o sistema de freios e contrapesos, com órgãos independentes e autônomos

entre sim.

Art.16 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, francesa, de 1789. “toda

sociedade na qual a garantia dos direitos não estiver assegurada, nem
determinada a separação dos poderes, não tem constituição”.

A importância da Teoria de Montesquieu não é a separação das funções do poder em

três, mas o sistema de freios e contrapesos.

Havendo três órgão realizando funções, para classificar a atividade do Estado pode-se
utilizar dois critérios:

1. Critério formal: classificação do ato público, considerando-se suas

consequências/efeitos. Todos os órgãos realizam as funções, havendo funções
típicas e atípicas.
2. Critério orgânico ou subjetivo: classificação do ato público considerando-se
o órgão que o realizou. Essa forma de classificação não é viável, levando a
erro.

 Funções e fins do Estado

Funções: legislativa, executiva e judiciária (art. 2º CF)

Fins: são os objetivos do Estado, previstos no art. 3º CF.

OBS: Não confundir as funções com os fins. Funções representam o meio e

objetivos os fins do Estado.

Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

1. Construir uma sociedade livre, justa e solidária;

2. Garantir o desenvolvimento nacional
3. Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais.
4. Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outra forma de discriminação.

Pode-se alterar as funções ou os fins? Com base no art.60 § 4º CF: a separação de

poderes é cláusula pétrea.
Art. 3º - Objetivos da CF, são os princípios fundamentais, portanto, cláusula pétrea.

 Porém, pétreo é o sistema de freios e contrapesos.

As funções que o Estado exerce não representam um fim em si mesmo.

Os órgãos que exercem funções do poder podem ser alterados para se conseguir
uma maior eficácia do meio na realização dos fins.

Os meios são tão importantes quanto os fins.

 Deve-se buscar realizar os fins, mas utilizando meio democrático.

 Atingindo os fins, novos serão estabelecidos.