Você está na página 1de 7

quarto bimestre – direito do trabalho

aviso prévio
A comunicação de uma parte a outra que pretende rescindir o contrato de trabalho. É necessário
o princípio da boa-fé, as partes não podem ser pegas desprevenidas.
Irrenunciabilidade: direito irrenunciável do empregado.
EXCEÇÃO: Novo empregado – súmula 276 TST
Cabimento: contratos por prazo indeterminado com rescisão sem justo motivo.
Forma: escrita
Cumprimento: art 488 – concedido pelo empregador
1. Redução da jornada em 2h por dia
2. Redução de jornada em 1 dia por semana
3. Redução da jornada em 7 dias corridos
Efeitos:
1. Integração ao tempo de serviço
2. Uma vez concedido, o pacto laboral termina após expirado prévio o prazo do aviso
3. Reajuste salarial coletivo ou determinado por lei – beneficia o empregado cumprindo
aviso.
Punição: art. 487 CLT
Parágrafo 1 – empregador: ausência de concessão gera direito à remuneração do período do
respectivo aviso.
Parágrafo 2 – empregado: o não cumprimento do aviso gera direito ao desconto da
remuneração do respectivo aviso.
Remuneração: salário na ocasião de sua concessão acrescido dos adicionais pagos com sua
habitualidade.
Salário Variável: média dos últimos 12 meses.

Faltas graves
Atos praticados pelo empregado ou empregador autorizadores da extinção do contrato de
trabalho por justa causa.
REQUISITOS CONFIGURADORES:
1. Previsão legal:
a) Genéricas: art. 482 e 483 CLT.
b) Específicas: exemplo -> art. 240 parag. Único

2. Gravidade do ato faltoso


a) Formas de mensuração da gravidade:
Intensidade: basta que ocorra uma única vez
Reiteração: reincidência na prática da falta.

3. Atualidade: sinônimo de contemporaneidade entre a falta praticada e a punição.


Principio da razoabilidade: a razão ao bom senso à Justiça.
Inércia x providências: sindicância.

4. Proporcionalidade: entre a falta e a punição.


Tipos de falta:
a) Leves: advertência
b) Médias: suspensão
c) Gravíssimas: demissão.

5. Inexistência de punição anterior: é vedada a dupla punição pelo mesmo fato, exceto
para beneficiar o empregado.

6. Determinância: entre o ato praticado (falta) e a punição (motivo) deve haver nexo de
causalidade.

7. Providencias civis e criminais: A comprovação da falta, quando necessário, deverá ser


feita perante o Juízo Trabalhista.

8. Ônus da prova: falta praticada pelo empregado, o ônus é do empregador.

9. Comunicação ao empregado: A comunicação deve ser feita por escrito, descrevendo o


ato praticado pelo empregado e a tipificação, sob a pena de nulidade.

10. Empregados detentores de estabilidade absoluta: art. 492 CLT


A demissão por justa causa deve ser precedida de inquérito para apuração de falta.
Art. 853 a 855 CLT
6. Critérios para aferição das faltas graves praticadas pelo empregado:
a) tipificação da falta
b) intensidade ou reiteração
c) local e momento da prática
d) exigência ou não de resultado
e) contra quem o ato é praticado
f) dolo ou culpa
EX: Empregado furta objeto da empresa e em revista o bem é recuperado.
Art. 482 – Faltas praticadas pelo empregado
a) Ato de improbidade: dano ou lesão de cunho patrimonial.
EX: desfalque, furto, prejuízos patrimoniais dolosos (danificar propositalmente um
máquina).
Vítima: empregador ou terceiro
Local: da prestação de serviços, podendo ser praticada no estabelecimento do empregador
ou fora dele.

b) Incontinência de conduta ou mau procedimento.


Incontinência de conduta: desregramento do empregado no tocante a vida sexual.
Mau procedimento: ato do empregado que pela sua gravidade impossibilita a continuidade
do vínculo. Mau comportamento social.
Tem que haver reiteração.
Ex: tratar os colegas de trabalho com grosseria, provocar desavenças.

c) Negociação habitual: podendo ser por conta própria ou alheia, sem permissão do
devedor.

Exige habitualidade
 Por conta própria: autônomo
 Por conta alheia: subordinado a alguém
Tipos de negociação
 Ato de concorrência
 Prejudicial ao serviço

d) Condenação Criminal: trânsito em julgado e regime fechado.

e) Desidia: negligência do empregado

 Exige a reiteração
 Local de prestação dos serviços
 Ação ou omissão
f) Embriaguez habitual ou em serviço: Pode ser alcoólica ou causada por entorpecentes.

 Habitual: fora do local de prestação se serviços – reiteração


 Em serviço: basta uma única vez
Somente configura a falta grave a embriaguez propositual iu involuntária, a acidental
não justifica punição.
g) Violação de segredo da empresa: repassar informações internas do empregador com
potencial de vir causar prejuízos.

Tipos
 Negociais: informações operacionais
 Industriais: fórmulas, processos criativos, etc.

h) Ato de indisciplina ou de insubordinação


 Indisciplina: descumprimento de ordens gerais
 Insubordinação: descumprimento de ordens diretas
 Punição: princípio da razoabilidade
EX: Fumar na loja: leve
Fumar no posto de gasolina: grave
Requisitos configuradores:
 A ordem deve ser lícita
 Quem deu a ordem deve estar investido do poder de mando
 A ordem não pode intervir na liberdade funcional do empregado

i) Abandono de emprego: ausência prolongada ao trabalho.


 Ausência imotivada
 Ausência de comunicação a o empregador
 Ausência de atendimento à convocação para retorno ao trabalho ou justificativa

Notificação ao empregado
j) Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou
ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de
outrem.

k) Ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e
superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

Contra o empregador: em qualquer lugar, até mesmo fora do local da prestação dos
serviços.
Ofensa física dolosa

l) Prática constante de jogos de azar.

m) Perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da


profissão, em decorrência da conduta dolosa do empregado.

EX: motorista da unimed – exame toxicológico, infrações de trânsito.


Parag. Único – constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática,
devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança
nacional.

ART. 483 – FALTAS GRAVES COMETIDAS PELO EMPREGADOR


Requisitos configuradores: os mesmos exigíveis para configuração das faltas praticadas pelo
empregado, acrescido do reconhecimento judicial.
Atitudes a serem tomadas pelo empregado frente a falta praticada pelo empregador:
a) Permanecer no emprego e ajuizar ação requerendo rescisão indireta do contrato de
trabalho.
b) Pedir demissão e ingressar com ação requerendo reversão para rescisão indireta indireta
c) Denunciar aos órgãos competentes – MPT, sindicato de categoria.

Consequências do reconhecimento da pratica da falta grave:


a) Imposição de multas administrativas
b) Pagamento de verbas rescisórias de uma rescisão sem justa causa.
c) Indenização por danos morais.

Legitimidade ativa: o empregado, sindicato de categoria, e se envolve dano coletivo, o MPT.


Modalidade de faltas praticadas pelo empregador: ART. 483 clt
a) Forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato.
EX: executar jornada de trabalho além da permitida em lei, exigir labor com esforço físico
excessivo, sonegar impostos e contribuições legais, desvio de função, exigir comportamento
ou vestimentas não condizentes.
b) For tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo.
O abuso não está no rigor, mas sim no excesso.
EX: O empregador pode punir uma falta do empregado, porém, não pode humilhá-lo ou
tratar com grosseria.
c) Correr perigo manifesto de mal considerável.
Não se refere aos riscos naturais da profissão, mas sim a exposição do emprego perigo no
tocante a normas de higiene e segurança do trabalho, tal como não fornecimento de EPI.
d) Não cumprir o empregador as obrigações do contrato:
Obrigações:
 Legais
 Contratuais
 Convencionais
 Regulamentadoras
Ex: Não registrar o contrato de trabalho, não pagar horas extras, não obedecer ao piso
da categoria.
e) Praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato
lesivo da honra e boa fama.
EX: Calúnia, difamação e injúria.

f) O empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima


defesa, própria ou de outrem.

g) O empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.

Reduzir sensivelmente – superior a 25%


Redução de má fé
Inustificada
EXTINÇÃO POR CULPA RECÍPROCA – ART. 484 CLT
EXTINÇÃO DO CONTRATO POR COMUM ACORDO – ART 484 -A CLT
É a possibilidade, através do empregado, querendo se desligar da empresa, procura o
empregador e propões a demissão de comum acordo. Havendo a concordância, o empregado
tem direito a movimentar 80% do seu FGTS e a multa cai pela metade, ou seja, 20% do seu
saldo. Faz jus ainda metade do aviso prévio e as demais verbas rescisórias (Saldo de salário,
férias + 1/3, 13º salário etc) na integralidade.
Entretanto, neste caso o empregado NÃO tem direito as parcelas do seguro desemprego, pois a
finalidade do mesmo é prover assistência financeira temporária para o empregado que teve seu
contrato de trabalho interrompido repentinamente de forma imotiva ou indireta, nos termos da
lei. No caso de rescisão de comum acordo, essa demissão não ocorreu de forma repentina e sim
a interesse do trabalhador, não tendo que se falar do direito a percepção do seguro desemprego.

EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO


CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO
1. Término normal
Formas:
a) Instantânea: quando o contrato está ligado a Evento. EX: Contrato por obra certa.
b) Continuada: contrato com seu termino vinculado a uma data.
EX: contrato de experiência.

CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO


1. Término anormal
Formas:
a) Resolução: quando o contrato se encerra em virtude de um motivo jurídico.
EX: Demissão por justa causa, falência, rescisão indireta.
b) Resilição: encerramento do contrato sem motivo jurídico.
 Unilateral: demissão sem justa causa e pedido de demissão.
 Bilateral: de comum acordo entre as partes.

2. Rescisão: encerramento do contrato por ilicitude, nulidade, ilegalidade.


EX: escravidão, menores.

PAGAMENTO DE VERBAS RESCISÓRIAS


Verbas rescisórias: decorrem da extinção do contrato de trabalho.
EX: aviso prévio indenizado, 13 salário proporcional, férias proporcionais, multa sobre
depósitos de FGTS.
Alcance de quitação: somente das verbas rescisórias constantes do TRCT – art. 477 parag.
2 CLT
ART. 477
Forma de pagamento: a vista, em pecúnia, no momento da rescisão.
Prazo: art. 477 parg. 4, 5, 6 e 8 CLT
Anotação em CTPS: art. 477, parg 10 CLT

Você também pode gostar