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7ª Atendimento Semanal

Legislação Social e Trabalhista


Extinção do Contrato de Trabalho por Decisão do Empregador

Dispensa do empregado sem justa causa

• Empregado pode ser dispensado sem justa causa, extinguindo o contrato de trabalho
• O empregador deverá pagar ao empregado as seguintes verbas rescisórias :
a) Aviso prévio;
b) 13º Salário proporcional;
c) Férias vencidas e proporcionais;
d) Saldo de salário;
e) Indenização de 40% sobre os depósitos realizados no FGTS;

• O empregado poderá levantar o valor do FGTS

• Terá direito ao Seguro Desemprego


• Empregador deverá proceder à anotação na CTPS, comunicar a dispensa aos órgãos
competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo legal (art. 477 da CLT)

• A anotação na CTPS da extinção do contrato de trabalho é documento hábil para requerer o


benefício do seguro-desemprego e a movimentação da conta vinculada do FGTS (§ 10 do
art.477 da CLT)

• As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas equiparam-se para todos os fins,


não havendo necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetivação (art. 477 – A da CLT –
incluída pela Reforma Trabalhista)
Dispensa do empregado com justa causa

A justa causa vem a ser o procedimento incorreto do empregado, tipificado na lei,


que dá ensejo à ruptura do vínculo empregatício.

Elemento subjetivo – é a vontade do empregado, e pode ser verificado se agiu


com culpa (negligência, imprudência ou imperícia) ou com dolo, se o obreiro
realmente teve a intenção de fazer certo ato.

Elemento objetivo :

a) Tipificado em lei
b) Gravidade do ato praticado pelo empregado, de modo a abalar a fidúcia que
deve existir na relação de emprego
c) Nexo de causalidade entre a falta praticada e a dispensa
d) Proporcionalidade entre o ato faltoso e a punição
e) Imediação. A pena deve ser aplicada o mais rápido possível, para não
descaracterizá-la
f) Não pode ser aplicada duas vezes a sanção pela mesma falta praticada pelo
empregado
• Ônus da prova – é do empregador (art. 818, II da CLT), por se tratar de direito impeditivo às
verbas rescisórias.

• Não pode ser anotada na CTPS

• Há hipóteses de justa causa – art. 482 da CLT

a) Improbidade – Ex. o furto, o roubo ou apropriação indébita praticados pelo empregado;

b) Incontinência de conduta – Está ligado ao desregramento do empregado no tocante à vida


sexual. Ex. Obscenidades praticas, a libertinagem, a pornografia, que configuram a incontinência
de conduta;
c) Mau procedimento – Que não pode ser encaixado em outras faltas será classificado no mau
procedimento. Ex. São atitudes incompatíveis com as regras a serem observadas pelo homem
comum perante a sociedade;
d) Negociação habitual – Diz respeito aos atos de comércio praticados pelo empregado, sem
consentimento do empregador e com habitualidade. Se houver permissão do empregador e
eventualidade, a justa causa estará descaracterizada;

e) Condenação criminal : Sentença transitada em julgado. Se houver sursis (quando há suspensão da


execução da pena), não estará caracterizada a justa causa;

f) Desídia: é a negligência, preguiça, má vontade, displicência, desleixo, indolência, omissão,


desatenção, indiferença, desinteresse, relaxamento. Um conjunto de pequenas faltas. Uma só falta não
evidencia a desídia;

g) Embriaguez: Proveniente de álcool ou de drogas;

h) Violação de segredo da empresa: Divulga marcas e patentes, fórmulas do empregador, sem seu
consentimento, o que deveria ser tornado público;
i) Indisciplina: Descumprimento de ordens gerais de serviço. Ex. não cumprimento do
regulamento da empresa;

j) Insubordinação: É o descumprimento de ordens pessoais de serviço.

l) Abandono de emprego: É importante que haja faltas ao serviço durante certo período, ou se
verificar a clara intenção do empregado de não mais retornar ao empregado. Tem-se entendido
que o período a ser considerado deve ser de 30 dias, com base analógica no art. 474 da CLT.
Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30
dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer (Súmula
32 do TST).
m) Ato lesivo à honra e boa fama: Do empregador ou superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima
defesa, própria ou de outrem. Ex. Calúnia, injúria e difamação;
n) Ofensa física: Do empregador ou superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa própria ou
de outrem;
o) Prática constante de jogos de azar: É preciso habitualidade, não importando se o jogo é ou não a
dinheiro;
p) Atos atentatórios à segurança nacional: Atos de terrorismo
q) Perda de habilitação: Perda OAB

• O empregado dispensado por justa causa não faz jus a:


a) Aviso prévio;
b) Férias proporcionais;
c) 13º salário proporcional;
d) Levantamento do FGTS e indenização de 40%;
e) Seguro-desemprego.

No dispensa por justa causa, o empregado terá direito apenas ao saldo


de salário e férias vencidas, se houver.
Extinção do Contrato de Trabalho por Decisão do Empregado

O empregado poderá extinguir o contrato de trabalho: pedindo demissão, na rescisão indireta.

Pedido de Demissão

Terá direito ao 13º salário proporcional (súmula 157 do TST), a férias vencidas e proporcionais (Súmula
171 do TST)

Aposentadoria

A aposentadoria espontânea não é causa de extinção do contrato de trabalho se o empregado


permanece trabalhando para o empregador depois da aposentadoria. (OJ 361 TST)
Por ocasião da dispensa sem justa causa, o empregado tem direito a indenização de 40% do FGTS.
Com a aposentadoria, há levantamento do FGTS (art. 20, III da Lei 8.036/90)
Extinção do Contrato de Trabalho por Rescisão Indireta

A rescisão indireta ou dispensa indireta é a forma de Extinção do contrato de trabalho por decisão do
empregado em virtude de falta grave praticada pelo empregador (art. 483 da CLT).

a)Exigência de serviços superiores às forças do empregado. Ex. exigir da mulher ou menores força
muscular superior a 20 quilos (art. 390 e § 5º do art. 405 da CLT);

b) Exigência de serviços proibidos por lei. Ex. menor fazer trabalho noturno (Art. 7, XXXIII da CLT);

c) Serviços contrários aos bons costumes. Serviços contrários à moral.

d) Serviços alheios ao contrato de trabalho.

e) Tratamento com rigor excessivo por parte do empregador ou de seus superiores hierárquicos em
relação ao empregado;
f) Empregado correr perigo de mal considerável;

g) Descumprimento do empregador das obrigações contratuais. Ex. Empregador que não paga
salário a período igual ou superior a 3 meses.

h) Se o empregador ou seus prepostos ofenderem a honra e boa fama do empregado ou pessoas da


sua família;

i) Ofensas físicas, salvo em caso de legitima defesa, própria ou de outrem;

j) Reduzir o trabalho do empregado, sendo este por peça ou tarefa, de modo a afetar sensivelmente
os salários mensais recebidos;
Na rescisão indireta, são devidos as seguintes verbas:

a) Aviso prévio;

b) Férias proporcionais;

c) 13º salário proporcional;

d) Levantamento do FGTS, acrescido da indenização de 40%;

e) Seguro-desemprego.
Demissão convencionada

Art.484-A

• Contrato de trabalho pode ser extinto por comum acordo entre empregador e empregado.

Direitos dos empregados na demissão convencionada:

a) Metade do valor correspondente ao aviso prévio indenizado;


b) Metade do valor correspondente à multa do FGTS;
c) Saque de 80% do FGTS já depositado;
d) Pagamento de demais verbas rescisórias integralmente: férias + 1/3, 13º salário, saldo de salário
etc.

* O empregado não terá direito ao recebimento do seguro desemprego.


Prazo para pagamento e homologação das verbas rescisórias

• Independentemente da forma da rescisão do contrato de trabalho, o prazo para pagamento será de 10


dias, contados a partir do término do contrato, devendo o empregador no mesmo prazo efetuar as
regulares comunicações acerca da extinção do contrato de trabalho aos órgãos competentes, bem
como as competentes anotações na CTPS. (art. 477, §6º)

• Atraso no pagamento das verbas rescisórias, na regulares comunicações e baixa da CTPS, gera multa
de 160 BTN, por trabalhador e pagamento de multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu
salário.

• A revogação da obrigatoriedade da homologação da rescisão do contrato de trabalho por entidade


sindical ou autoridade do Ministério do Trabalho.

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