EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
DISPENSA SEM JUSTA CAUSA
há uma ruptura contratual
unilateral (por parte do
Empregador).
Direitos do Trabalhador:
• Receber todas as verbas e o aviso
prévio; - Supondo que o empregado
tenha 23 anos, ele terá direito a 90
dias de aviso prévio;
• Pagamento das férias
proporcionais;
• 13º Salário proporcional;
• saldo de salário dos dias
trabalhados naquele mês;
• multa de 40% do FGTS;
• liberação do FGTS que está na Caixa
Econômica;
• O trabalhador também poderá dar
entrada no seguro-desemprego.
PEDIDO DE DEMISSÃO
Não é um pedido, mas uma
comunicação; isto é, ao empregador
não cabe negar esse pedido.
Nesse caso, quem concede o aviso
prévio é o empregado, comunicando
sua saída com 30 dias de
antecedência.
O empregador não pagará a multa
de 40%.
O empregado também não terá
direito a receber o seguro-
desemprego e a movimentar o
dinheiro do FGTS.
Se o empregador for a parte que não
está cumprindo suas obrigações,
como deixar de pagar o salário, é
possível aplicar-lhe uma justa causa
– tecnicamente chamada de rescisão
indireta do contrato de trabalho,
quando o empregador comete uma
falta grave em relação ao
empregado. Ela está disposta no
artigo 483.
DISPENSA POR JUSTA CAUSA
Só tem direito de receber as verbas
referentes ao saldo do salário dos
dias trabalhados, e férias vencidas,
caso tenha, acrescidas de ⅓ do seu
valor.
Art. 482 - Constituem justa causa
para rescisão do contrato de
trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau
procedimento;
 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
• Exemplos: prática sexual no
ambiente de trabalho, acesso a sites
pornográficos no ambiente de
trabalho.
Mau procedimento é um conceito
genérico utilizado subsidiariamente
às demais condutas mencionadas no
art. 482 da CLT.
Exemplo: motorista dirige cargo da
empresa em alta velocidade em rua
residencial.
Compete ao empregador o ônus da
prova da alegação da justa causa.
A justa causa é penalidade máxima
ao empregado dentro do contrato
de trabalho, assim só pode ser
aplicada em caso de falta grave.
Para a aplicação da justa causa deve
haver proporcionalidade.
A justa causa não pode ser aplicada
se a conduta grave já foi penalizada
de outra forma, pois é vedado o bis
in idem.
• Exemplo: aplicar suspensão e depois
aplicar justa causa.
c) negociação habitual por conta
própria ou alheia sem permissão do
empregador, e quando constituir ato
de concorrência à empresa para a
qual trabalha o empregado, ou for
prejudicial ao serviço;
• Exemplo: manicure que atende em
salão com carteira assinada, capta
clientes para atendimento
particular.
d) condenação criminal do
empregado, passada em julgado,
caso não tenha havido suspensão da
execução da pena;
• Exemplo: Durante a prisão
preventiva, o contrato de trabalho
fica suspenso. A justa causa pode ser
aplicada após o trânsito em julgado
da sentença penal condenatória de
crime com pena privativa de
liberdade.
e) desídia no desempenho das
respectivas funções;
A desídia ocorre quando o
funcionário não cumpre as suas
funções da forma devida.
• Exemplo: Atrasos e faltas
reiterados, com aplicação de
advertência.
f) embriaguez habitual ou em
serviço;
Obs.: É preciso compreender a
diferença entre os dois tipos de
 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
embriaguez. A embriaguez em serviço, insubordinação; i) abandono de
que ocorre quando o profissional emprego;
está bêbado no expediente de
g) violação de segredo da empresa;
trabalho, mesmo sendo um
profissional excelente, super h) ato de indisciplina ou de
responsável, que saiu para beber e insubordinação;
preferiu chegar no trabalho do que i) abandono de emprego;
faltar, é motivo de justa causa,
Súmula n. 32 do TST
mesmo que ocorre uma única vez;
Presume-se o abandono de emprego
A embriaguez habitual foi revogada
se o trabalhador não retornar ao
tacitamente da legislação, pois não
serviço no prazo de 30 (trinta) dias
tem mais aplicabilidade. A
após a cessação do benefício
jurisprudência consolidou o
previdenciário nem justificar o
entendimento e a doutrina é
motivo de não o fazer.
pacífica no sentido de que o
alcoolismo é uma doença, sendo o j) ato lesivo da honra ou da boa
alcoólatra um doente, não é possível fama praticado no serviço contra
puni-lo por sua patologia, não qualquer pessoa, ou ofensas físicas,
importando os fatores que o levaram nas mesmas condições, salvo em caso
ao alcoolismo. de legítima defesa, própria ou de
outrem;
A empresa pode encaminhar o
profissional para tratamento k) ato lesivo da honra ou da boa
médico, poderá ser afastado pelo fama ou ofensas físicas praticadas
INSS se diagnosticado o alcoolismo, contra o empregador e superiores
pois é uma causa prevista, será hierárquicos, salvo em caso de
afastado para tratamento ou legítima defesa, própria ou de
aposentado por invalidez, caso não outrem;
haja tratamento. l) prática constante de jogos de
g) violação de segredo da empresa; h) azar;
ato de indisciplina ou de
 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
m) perda da habilitação ou dos
requisitos estabelecidos em lei para o
exercício da profissão, em
decorrência de conduta dolosa do
empregado. (Incluído pela Lei n.
13.467, de 2017)
Parágrafo único. Constitui
igualmente justa causa para
dispensa de empregado a prática,
devidamente comprovada em
inquérito administrativo, de atos
atentatórios à segurança nacional.
Art. 158 - Cabe aos empregados:
Parágrafo único. Constitui ato
faltoso do empregado a recusa
injustificada:
b) ao uso dos equipamentos de
proteção individual fornecidos pela
empresa.
DISPENSA EM MASSA
Art. 477-A. As dispensas imotivadas
individuais, plúrimas ou coletivas
equiparam-se para todos os fins, não
havendo necessidade de autorização
prévia de entidade sindical ou de
celebração de convenção coletiva ou
acordo coletivo de trabalho para sua
efetivação. (Incluído pela Lei n.
13.467, de 2017)
Obs.: este artigo foi incluído para
acabar com a controvérsia da
possibilidade ou não de dispensa em
massa de empregados.
Atualmente é permitida e sem
necessidade de negociação prévia
com as entidades sindicais ou
celebração de convenção coletiva. A
automação das empresas é uma
realidade da globalização e muitos
empregados são substituídos por
máquinas, em especial em indústrias.
E esse empregado que tem um
trabalho bem específico, tem
dificuldade em se recolocar no
mercado.
Apesar de todas as questões, a
demissão em massa é legítima.
PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA
(PDV)
Art. 477-B. Plano de Demissão
Voluntária ou Incentivada, para
dispensa individual, plúrima ou
coletiva, previsto em convenção
coletiva ou acordo coletivo de
trabalho, enseja quitação plena e
irrevogável dos direitos decorrentes
da relação empregatícia, salvo
disposição em contrário estipulada
entre as partes.
 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
Obs.: é um incentivo ao pedido de
demissão. Pode estimular
funcionários que já têm muitos anos
de empresa, gostariam de usar as
verbas rescisórias para abrir seu
próprio negócio, estão cansadas do
ambiente de trabalho, não têm mais
motivação e ainda não podem se
aposentar.
Ao mesmo tempo, esses funcionários
são caros para a empresa, pois
possuem diversas gratificações que os
funcionários mais recentes não
possuem. No Plano de Demissão
Voluntária são quitados todos os
direitos e ainda é possível prever
alguma bonificação para incentivar
mais, como um salário por ano de
empresa, por exemplo.
Quando o empregador adere ao
Plano de Demissão Voluntária, está
dando quitação plena e irrevogável à
empresa, não podendo
posteriormente reportar
equiparação salarial ou qualquer
outra demanda anterior ao acordo.
RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO
DE TRABALHO
Uma das modalidades de extinção
de contrato de trabalho ocorre
quando o empregador comete um
ato faltoso, é chamada de rescisão
indireta do contrato de trabalho e é
a atitude que deve ser promovida
pelo empregador que for vítima da
falta cometida pelo empregador.
Art. 483. O empregado poderá
considerar rescindido o contrato e
pleitear a devida indenização
quando:
a) forem exigidos serviços superiores
às suas forças, defesos por lei,
contrários aos bons costumes, ou
alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou
por seus superiores hierárquicos com
rigor excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal
considerável;
Obs.: ocorre quando o empregador
coloca o empregado para trabalhar
sem proteção individual num local
com risco.
d) não cumprir o empregador as
obrigações do contrato;
Obs.: suspende o pagamento de 13º
salário, férias etc;
e) praticar o empregador ou seus
prepostos, contra ele ou pessoas de
 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
sua família, ato lesivo da honra e
boa fama;
Obs.: empregador que xinga, agride,
reduz o salário do empregado etc.;
f) o empregador ou seus prepostos
ofenderem-no fisicamente, salvo em
caso de legítima defesa, própria ou
de outrem;
g) o empregador reduzir o seu
trabalho, sendo este por peça ou
tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos
salários.
Art. 487. § 4º É devido o aviso prévio
na despedida indireta.
Obs.: como na rescisão indireta o
empregador é uma vítima, ele tem
direito a receber todas as verbas
rescisórias, incluindo o aviso prévio.
Súmula n. 13 do TST O só pagamento
dos salários atrasados em audiência
não ilide a mora capaz de
determinar a rescisão do contrato
de trabalho.
Obs.: a mora salarial é configurada
com o atraso do pagamento por
mais de três meses. O fato de o
empregador realizar os pagamentos
atrasados em audiência não
suspende a falta cometida, ele está
apenas cumprindo com a obrigação
e permanece o direito do empregado
de romper com o contrato de
trabalho.
CULPA RECÍPROCA
Ocorre quando empregado e
empregador são culpados pela
situação que enseja o rompimento do
contrato.
Ex.: agressão mútua.
Art. 484. Havendo culpa recíproca
no ato que determinou a rescisão do
contrato de trabalho, o tribunal de
trabalho reduzirá a indenização à
que seria devida em caso de culpa
exclusiva do empregador, por
metade.
Súmula n. 14 do TST Reconhecida a
culpa recíproca na rescisão do
contrato de trabalho (art. 484 da
CLT), o empregado tem direito a
500% (cinquenta por cento) do valor
do aviso prévio, do décimo terceiro
salário e das férias proporcionais.
Lei n. 8.036/1990 Art. 20. A conta
vinculada do trabalhador no FGTS
poderá ser movimentada nas
seguintes situações:
 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
I – despedida sem justa causa,
inclusive a indireta, de culpa
recíproca e de força maior;
Obs.: em caso de culpa recíproca é
possível o saque do FGTS.
DISTRATO
Art. 484-A. O contrato de trabalho
poderá ser extinto por acordo entre
empregado e empregador, caso em
que serão devidas as seguintes verbas
trabalhistas:
Obs.: rompimento contratual em
comum acordo: Nem o empregado
nem o empregador querem romper o
contrato por conta das verbas,
então chega-se a um acordo para
recebimento parcial de verbas,
conforme mostrado abaixo:
I – por metade:
a) o aviso prévio, se indenizado; e
b) a indenização sobre o saldo do
Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço, prevista no § 1º do art. 18 da
Lei n. 8.036, de 11 de maio de 1990.
II – na integralidade, as demais
verbas trabalhistas
§ 1º A extinção do contrato prevista
no caput deste artigo permite a
movimentação da conta vinculada
do trabalhador no Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço na
forma do inciso I-A do art. 20 da Lei
no 8.036 de 11 de maio de 1990,
limitada até 80% (oitenta por cento)
do valor dos depósitos.
§ 2º A extinção do contrato por
acordo prevista no caput deste
artigo não autoriza o ingresso no
Programa de Seguro-Desemprego.
Obs.: o seguro-desemprego só é
devido em caso de dispensa
involuntária.
FACTUM PRINCIPIS
É o chamado Fato do Príncipe. Caso
a Administração Pública precise
desapropriar uma fábrica para
construção de uma unidade de
saúde é possível, pois o interesse
coletivo sobrepõe o individual, é o
princípio da supremacia do interesse
público.
Nesse caso, a pessoa deverá deixar a
fábrica e os empregados que
perderam seus empregos não por
culpa do empregador, mas da
Administração Pública, terão suas
rescisões pagas pelo ente que
desapropriou o imóvel.
 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
Art. 486. No caso de paralisação
temporária ou definitiva do
trabalho, motivada por ato de
autoridade municipal, estadual ou
federal, ou pela promulgação de lei
ou resolução que impossibilite a
continuação da atividade,
prevalecerá o pagamento da
indenização, que ficará a cargo do
governo responsável.
§ 1º Sempre que o empregador
invocar em sua defesa o preceito do
presente artigo, o tribunal do
trabalho competente notificará a
pessoa de direito público apontada
como responsável pela paralisação
do trabalho, para que, no prazo de
30 (trinta) dias, alegue o que
entender devido, passando a figurar
no processo como chamada à
autoria.
§ 2º Sempre que a parte interessada,
firmada em documento hábil,
invocar defesa baseada na
disposição deste artigo e indicar
qual o juiz competente, será ouvida a
parte contrária, para, dentro de 3
(três) dias, falar sobre essa alegação.
§ 3º Verificada qual a autoridade
responsável, a Junta de Conciliação
ou Juiz dar-se-á por incompetente,
remetendo os autos ao Juiz Privativo
da Fazenda, perante o qual ocorrerá
o feito nos termos previstos no
processo comum.
FORÇA MAIOR
Art. 501. Entende-se como força
maior todo acontecimento
inevitável, em relação à vontade do
empregador, e para a realização do
qual este não concorreu, direta ou
indiretamente.
Art. 502. Ocorrendo motivo de força
maior que determine a extinção da
empresa, ou de um dos
estabelecimentos em que trabalhe o
empregado, é assegurada a este,
quando despedido, uma indenização
na forma seguinte:
II – não tendo direito à estabilidade,
metade da que seria devida em caso
de rescisão sem justa causa;
Obs.: ocorre em situações provocadas
pela natureza, imprevisíveis, como
enchentes, e não por questões que
fazem parte do risco do negócio,
como oscilação do valor da moeda,
por exemplo.