Você está na página 1de 4

COMPARATIVO DE PEDIDO DE DEMISSAO E DEMISSÃO PELO

EMPREGADOR

1. Demissão sem justa causa

A demissão sem justa causa, também chamada de dispensa sem


justa causa, acontece quando o fim do contrato de trabalho se dá por
vontade única e exclusiva do empregador. Esse tipo de desligamento não
é consequência de nenhuma atitude irregular ou inadequada do
colaborador.

Trata-se apenas de uma decisão da empresa. Nesse caso, ela não


precisa explicar o motivo do desligamento. Logo, sendo uma demissão
imposta ao colaborador, a legislação trabalhista determina que sejam
pagas a ele todas as verbas rescisórias referentes aos seus direitos.

O objetivo aqui é proteger o trabalhador e garantir condições


básicas de subsistência até que ele consiga se recolocar no mercado. Os
direitos assegurados são:

• aviso prévio de 30 dias indenizado — o colaborador recebe sem


trabalhar ou trabalhando;
• aviso prévio indenizado proporcional;
• décimo terceiro proporcional;
• saldo de salário dos dias trabalhados;
• férias proporcionais, acrescidas de 1/3 constitucional;
• saldo do FGTS;
• multa de 40% referente ao FGTS — como penalidade para a
dispensa sem motivo;
• seguro-desemprego — a empresa tem que emitir os documentos
necessários para o encaminhamento do benefício.
Uma observação: durante o aviso prévio, a jornada de trabalho deve
ser de seis horas diárias para possibilitar ao trabalhador a busca por
outra vaga ou, então, ele deve ser dispensado sete dias antes do fim do
prazo de 30 dias. Mas o pagamento do período é feito de maneira integral.

2. Demissão por justa causa

Diferentemente da demissão sem justa causa, nessa segunda


modalidade o desligamento ocorre quando o colaborador descumpre uma
norma da empresa ou infringe alguma cláusula do contrato de trabalho.

Assim, são casos comuns de demissão por justa causa e decorrem em


faltas graves (na maioria dos casos é necessário que se tenha provas para
justificar a demissão):

• atos de improbidade — condutas de má-fé, adulteração de


documentos, furto de materiais ou informações;
• maus procedimentos de conduta — assédio moral ou sexual de um
colega, falta de respeito no ambiente de trabalho, falta de ética
profissional, atos de violência física;
• indisciplina ou insubordinação — colaboradores que desrespeitam
as regras da empresa ou ordens dos superiores;
• embriaguez habitual ou em serviço;
• abandono de emprego;
• condenação criminal — quando o colaborador for julgado e
condenado à prisão, por qualquer motivo, impossibilitando seu
comparecimento ao trabalho.

Nas demissões por justa causa, os direitos do trabalhador são


reduzidos consideravelmente. No desligamento, serão concedidos ao
colaborador somente o saldo de salário dos dias trabalhados no mês e
eventuais férias vencidas, acrescidas de ⅓ referente a abono
constitucional.
Duas observações importantes: ainda que o colaborador tenha
cometido falta grave que justifique a demissão, o empregador não tem
direito de fazer qualquer referência ao ocorrido nos registros da carteira
de trabalho. Ainda, a empresa deve pagar as verbas rescisórias até o
décimo dia após comunicar o colaborador sobre a demissão por justa
causa.

Outro detalhe a ser considerado nessa modalidade é a demissão por


justa causa por parte do colaborador. Ela ocorre nos casos em que a
empresa não cumpre suas obrigações previstas no contrato de trabalho.

3. Pedido de demissão pelo funcionário

Esse tipo de desligamento é bastante simples e ocorre por desejo do


colaborador. Nesse caso, ele tem direito praticamente aos mesmos
benefícios da demissão sem justa causa, mas perderá:

• o aviso prévio — exceto quando o período for trabalhado;


• o saque do FGTS — o Fundo de Garantia é depositado pelo
empregador, com exceção da multa, mas o colaborador não poderá
fazer o saque;
• a indenização de 40% do FGTS;
• o seguro-desemprego.
• Nesse sentido, o colaborador que pede demissão tem direito a
receber o saldo de salário pelos dias trabalhados, férias
proporcionais mais 1/3 e 13º salário proporcional.

4. Acordo entre as partes

Essa modalidade ocorre quando o colaborador deseja sair da


empresa, mas não quer rescindir o contrato de trabalho. Nesse caso, as
partes acordam em fazer a demissão sem justa causa, garantindo assim
que o funcionário tenha direito ao seguro-desemprego e ao saque do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

Cabe então à empresa depositar a multa de 40% sobre o FGTS e o


colaborador demitido devolve o valor ao empregador. Na prática, esse tipo
de demissão tem mais chance de acontecer quando empregado e
empregador mantém uma relação de cordialidade.

5. Demissão consensual

O quinto e último tipo de demissão passou a vigorar após Reforma


Trabalhista brasileira. A modalidade é recente e estabelece que ambos,
empregador e empregado, concordam com a quebra de contrato.

Aqui, além dos valores recebidos em caso de pedido de demissão, o


colaborador recebe 20% de multa do FGTS e poderá movimentar até 80%
do saldo do fundo. No entanto, o profissional desligado perde o direito de
receber o seguro-desemprego. Na opção consensual, a empresa paga
menos do que pagaria no desligamento do funcionário e mais do que
deveria pagar quando o colaborador pede para sair.

Mas, afinal, como ficam férias, aviso prévio e 13º salário? Nesse
caso, cada uma dessas verbas rescisórias é pagas pela metade.

Esses são os cinco tipos de demissão assegurados por lei. Depois


de conhecer as particularidades de cada um, fica mais fácil organizar os
procedimentos necessários na hora de desligar um colaborador.

Você também pode gostar