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MODULO 03 – RECURSOS HUMANOS

AULA 04 – Rotina de demissão e


exames médicos.
Demissão
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O processo de demissão de funcionário sempre é um assunto delicado. Independente da demissão ter


sido sem justa causa, com justa causa, solicitada pelo trabalhador ou consensual (nova modalidade
prevista pela Reforma Trabalhista de 2017).

Ao realizar uma demissão, além da empresa focar no colaborador que será demitido, ela deve também
avaliar as consequências de uma saída no time que ficará. Isso para evitar que pessoas sejam
sobrecarregadas ou que o clima se torne pesado e ruim. No processo de demissão, por exemplo, é
preciso distinguir os tipos de demissão perante a lei.

Tipos de demissão

• Sem justa causa: Acontece quando a empresa decide encerrar o contrato com o colaborador.
Ele terá direito ao décimo terceiro e férias proporcionais, seguro-desemprego, saldo de salário e
aviso prévio.
• Pedido de demissão: Acontece quando o funcionário decide romper o contrato sem que seja
por desejo do empregador. O colaborador terá direito a férias e décimo terceiro proporcionais,
saldo de salário, mas perde o direito ao seguro-desemprego.
• Com justa causa: É quando o colaborador é demitido por ter descumprido alguma regra interna
ou um acordo estipulado em contrato. O colaborador perde todos os direitos, como seguro-
desemprego, por exemplo.
• Consensual: Foi criada na nova reforma trabalhista e ocorre quando ambas as partes optam pelo
rompimento do contrato. Nesse caso a empresa paga um valor menor ao colaborador sobre a
multa do fundo de garantia (20%), metade do valor de aviso prévio e o empregado pode
movimentar 80% do FGTS.

A empresa deverá dar baixa na carteira de trabalho. Anteriormente a nova legislação trabalhista, era
obrigatório homologar a demissão junto ao sindicato, quando o funcionário tinha mais de um ano na
empresa.

A empresa também arca com os valores rescisórios, o que exige alguns cálculos por parte do empresário
ou gestor de departamento pessoal. O processo de demissão também envolve o cumprimento do aviso-
prévio.

Aviso prévio

É chamado de aviso prévio o período transcorrido após o desligamento de um colaborador da empresa


sem justa causa. Esse tempo é importante tanto para o empregador quanto para o empregado. Visto
que garante à empresa um prazo para substituir o funcionário e assegura ao profissional tempo para
procurar outra vaga de trabalho, além de remuneração. Regulado pela Lei no 12.506, de 2011, o aviso
prévio apresenta algumas especificidades que variam de acordo com o contexto do desligamento do
colaborador, que pode ser feito pela empresa ou pelo próprio funcionário.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante, tanto ao empregador quanto ao empregado, o
direito de quebrar o vínculo de trabalho a qualquer momento. O desligamento do colaborador precisa ser
informado à parte interessada com, pelo menos, 30 dias de antecedência – o que é chamado de aviso
prévio. A rescisão do contrato de trabalho e opção pelo desligamento do profissional pode partir tanto do
empregador quanto do empregado.
Rotina de demissão
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Caso a empresa tenha definido que não necessita mais da contribuição do colaborador, ela pode iniciar
o processo de demissão. A primeira etapa é comunicar ao funcionário sobre a decisão, e qual será o
formato da demissão. A segunda etapa é cumprimento do aviso prévio e a terceira etapa é a
homologação da demissão e a baixa na carteira de trabalho.

No caso da demissão com Justa Causa, existem algumas regras previstas em lei. E para enquadrar o
processo de demissão em qualquer uma delas é necessário coletar provas.

• Ato de Improbidade: O processo de demissão por ato de improbidade é aquele em que o


trabalhador de alguma forma agiu de má-fé ou desonestidade para com a empresa. Fraudar um
atestado médico ou fraudar o controle de ponto são exemplos de ações que podem gerar uma
demissão por justa causa
• Negociação Habitual: Se em algum momento o funcionário começar a agir de forma
concorrencial a própria empresa, ele pode ser enquadrado em um processo de demissão por
negociação habitual. Tanto Instaladores de televisão a cabo que fornecem serviço de
competidores quanto banqueiros que desviam clientes para outros bancos, (entre muitos outros
exemplos) podem ser enquadrados nessa norma.
• Condenação criminal: Se o trabalhador for condenado por um crime em última instância a
empresa pode demiti-lo por justa causa (especialmente no caso de ele ter sido preso).
• Ato lesivo da Honra ou Boa Fama: Agressões verbais ou físicas a outros trabalhadores podem
também ser punidos com demissão por justa causa.
• Prática de Jogos de Azar: Se o trabalhador jogar jogos de azar durante o turno de trabalho ou
fora dele, mas com consequências no seu trabalho, é possível demiti-lo por justa causa.
• Atos Contra a Segurança Nacional: Caso o trabalhador tenha, de forma comprovada, agido
contra a segurança nacional (ex: um soldado que desertou), ele pode ser demitido por justa causa.
• Incontinência de Conduta e Mau Procedimento: Nesta 1ª categoria de processo de demissão
estão incluídas todas as ações que envolvem questões sexuais. Assédio sexual de um funcionário
contra o outro, acesso a conteúdo pornográfico durante o período de trabalho e prática de
atividades sexuais estão todas incluídas. No caso do Mau Procedimento, são incluídas ações que
envolvem ofensas e práticas que não são aceitas na sociedade, como o racismo, bullying ou
intolerância religiosa.
• Perda da Habilitação Profissional: Caso um trabalhador perca as condições mínimas para
realizar o trabalho que possui (ex: carteira de habilitação para motoristas de ônibus) de forma
intencional, é possível demiti-lo por justa causa.
• Embriaguez em Serviço ou Habitual: Caso o trabalhador vá trabalhar sob efeito de álcool
constantemente ele pode ser demitido por justa causa. Contudo, em alguns casos, é requerido
que ele seja encaminhado a tratamento, pois o alcoolismo é considerado doença e não é possível
demitir alguém por justa causa por esta razão.
• Violação de Segredo Empresarial: O trabalhador que possui segredos da empresa (números
financeiros, estratégias comerciais, informação sobre aquisições etc.) e divulgá-los pode ser
demitido por justa causa se ficar comprovado que o trabalhador agiu de má-fé e a empresa teve
prejuízo com esta ação
• Indisciplina ou insubordinação: Se o colaborador descumprir ordens expressas dos gestores
ele pode sofrer um processo de demissão por justa causa.
• Desídia no Desempenho de Funções: Apesar do nome complicado esta categoria de demissão
por justa causa é fácil de entender. Trata-se do caso de o funcionário estar desempenhando suas
funções deliberadamente com baixa qualidade. Caso ele chegue atrasado constantemente, não
faça o que lhe é pedido ou faça mas com pouquíssima qualidade, é possível demiti-lo por justa
causa. Contudo, é importante ressaltar que esta categoria de processo de demissão de
funcionário só é validade com muitas provas e, especialmente, advertências da empresa ao
funcionário.
• Abandono de Emprego: Caso o funcionário falte ao emprego por mais de 30 dias e, mesmo
após recebimento de notificação por parte da empresa, ele não retorne é possível dar entrada em
um processo de demissão por justa causa. É importante que a empresa calcule o seu índice de
absenteísmo frequentemente para mitigar esse problema.
• Ato lesivo da Honra ou Boa Fama: Agressões verbais ou físicas a outros trabalhadores podem
também ser punidos com demissão por justa causa.
Exames médicos
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A Medicina do Trabalho pode ser definida como a especialidade médica que lida com as relações entre
a saúde dos homens e mulheres trabalhadores e seu trabalho, visando não somente a prevenção das
doenças e dos acidentes do trabalho, mas a promoção da saúde e da qualidade de vida, através de
ações articuladas capazes de assegurar a saúde individual, nas dimensões física e mental, e de propiciar
uma saudável inter-relação das pessoas e destas com seu ambiente social, particularmente, no trabalho.

Os exames médicos ocupacionais funcionam como uma proteção legal tanto para os empregadores
quanto para os empregados, verificando se a pessoa está apta a ocupar o cargo e garantindo que, ao
longo do tempo, ela não adquira uma doença decorrente de suas funções. Os exames estão previstos
em lei, através do artigo 168 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

Tipos de exames

• Exame admissional: Ele é solicitado pelas empresas antes mesmo de firmar o contrato e
comprova o bom estado físico e mental do novo empregado para exercer a função, além de
fornecer a devida orientação para os casos de pessoas que necessitam de condições especiais.
O Exame Admissional é um exame simples e composto principalmente pela anamnese, uma
entrevista que detalha o histórico de saúde da pessoa. Nele são avaliados o histórico de possíveis
doenças, além de medir a pressão arterial, os batimentos cardíacos, o peso e a altura. Ao final, é
emitido pelo médico responsável o Atestado Médico de Capacidade Funcional.
• Exame demissional: É realizado quando um empregado será desligado de uma empresa. O
objetivo é avaliar como está a saúde do trabalhador comparada ao que foi avaliado no tempo do
exame admissional, para descobrir se houve danos causados pela atividade realizada. Após o
exame é emitido o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), documento obrigatório para a
homologação da rescisão de contrato.
• Exame periódico: Tem o objetivo de verificar se houve alguma mudança no status da saúde do
empregado após algum tempo realizando o trabalho para o qual foi contratado. Ele funciona até
mesmo como um exame preventivo, impedindo o surgimento de sintomas mais graves e
possibilitando que o médico do trabalho possa encaminhar a pessoa a um especialista, caso seja
necessário. A periodicidade varia de acordo com a atividade e o risco.
• Retorno ao trabalho: Após um afastamento por doença ou acidente, sendo ocupacional ou não,
o médico do trabalho precisa avaliar o funcionário para verificar se ele está apto a realizar as
atividades que realizava antes do afastamento.
• Mudança de função: É um exame necessário quando o empregado muda de cargo ou até mesmo
quando ele vai para um setor que aumenta sua exposição a algum risco.

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ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

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