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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Noções de Segurança e Saúde no Trabalho II


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NOÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO II

Contrato de trabalho

A vinculação do trabalhador a uma empresa (qualquer empresa) ocorre por meio do


estabelecimento de um contrato individual de trabalho, no qual o empregado se compro-
mete a realizar serviços sob a subordinação do empregador de forma habitual e permanente,
mediante pagamento de salário. Nossa legislação reconhece o contrato individual de traba-
lho: escrito, verbal ou tácito. Na carteira de trabalho, quando assinada, cada cargo possui
seu CBO, que indica as principais atribuições que devem ser realizadas pelo trabalhador em
questão, bem como a média de salário prevista.
O contrato de trabalho por definição tem prazo indeterminado, mas caso haja a necessi-
dade e a possibilidade jurídica de se fazer um contrato de trabalho por tempo determinado, o
mesmo deve ser escrito e cuja natureza ou transitoriedade do serviço justifiquem a determi-
nação de prazo incluindo aí o contrato de experiência (CLT, art. 443, §2º).
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No contrato de trabalho por prazo determinado se permite a prorrogação/renovação
somente por uma única vez, por igual período, não podendo ultrapassar o período de 24
meses e no caso do contrato de experiência o tempo máximo é de 90 dias. Se ocorrer a
dispensa do trabalhador sem justa causa antes do término do contrato, o empregador será
obrigado a pagar ao empregado indenização equivalente a metade da remuneração que faria
jus até o final do contrato (CLT art. 479).

Exame médico admissional

A NR 07, trata sobre o PCMSO, o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional,


elaborado pelo médico do trabalho, que, como base para sua elaboração, utiliza o PGR,
Programa de Gerenciamento de Riscos, feito por um engenheiro ou técnico de segurança
do trabalho. O PCMSO, então, indica quais exames o trabalhador deve fazer para indicar se
está apto ou não a ser exposto aos riscos do trabalho que será executado.
Sendo assim, imagine que você iniciará em breve em um cargo que possui muita expo-
sição a ruído, podendo ter, futuramente, perda auditiva. No exame admissional, então, você
deve realizar uma audiometria, para checar qual o estado atual de sua audição antes de
iniciar no cargo. No momento em que você deixar o cargo, independente do tempo, em seu
exame demissional, deve ser realizada uma nova audiometria para que se constate se houve
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ou não dano à sua audição por conta do trabalho - mas, lembre-se, que nesse intervalo
também existem exames periódicos que podem constatar essa situação.
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Dessa maneira, na admissão do trabalhador, ele deve passar por exame médico ocupa-
cional, às expensas do empregador. No exame médico, é emitido o Atestado de Saúde Ocu-
pacional (ASO), em duas vias. A primeira via fica arquivada no local de trabalho e a segunda
via é entregue ao trabalhador mediante recibo.
Por trás do exame médico admissional há uma lógica que visa a proteger o trabalhador
e indiretamente o bom empregador. Se não, vejamos: o exame médico admissional é com-
posto por uma série de exames clínicos e/ou laboratoriais que visam a identificar se aquele
potencial empregado possui condições de saúde que suporte a atividade laboral que irá
desenvolver e os riscos ambientais/ocupacionais envolvidos.
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O bom exame médico admissional, portanto, poderá impedir a entrada de trabalhadores
que por alguma razão colocariam em risco sua integridade física e mental se fossem exercer
esta atividade. Para se identificar quais os exames devem ser solicitados e em que se deva
atentar o exame clínico, é necessário o conhecimento profundo do posto de trabalho (processos
laborativos e organização de trabalho), e os riscos a que este posto de trabalho ou função está
submetido. Quem oferece estes subsídios são o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)
e o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) - em se tratando de aposentadoria especial.
Com base nas informações geradas por estes documentos, deve-se elaborar o Programa
de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) que estruturará os exames:

• Admissionais,
• Periódicos,
• De retorno ao trabalho,
• De mudança de função e
• Demissional.

Poderes do empregador

Existem alguns poderes detidos pelo empregador, são eles:

• Poder de Direção: o empregador possui ascendência laboral sobre o empregado,


ou seja, é superior na hierarquia da empresa, determinando as atividades a serem
realizadas (desde que amparados no contrato de trabalho e a função exercida), sua
organização e a fiscalização;
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No sentido do primeiro poder, a CLT trata de uma possível insubordinação, mencionando


os motivos pelos quais o empregador pode demitir um funcionário em decorrência de justa
causa - com a insubordinação prevista. Dessa forma, se uma ordem está dentro do contrato
e horário de trabalho, de acordo com a função exercida e não configura um pedido imoral ou
ilegal, o empregador pode submetê-la a um empregado, com a pena de que, caso ele não
responda, será despedido por insubordinação.
Ainda com relação à insubordinação, pode-se alegar que deve haver uma quantidade
determinada de advertências antes que o empregador de fato demita o funcionário, o que
não é verdade. O que existe é uma cultura, que depende de cada empresa, que permite que
haja uma margem de advertências antes da demissão, isso porque é muito mais custoso à
empresa demitir um funcionário e contratar outro do que tentar levar a situação, o quanto
puder, de maneira amistosa.

• Poder Disciplinar: o empregador poderá aplicar penalidades ao empregado que


não cumpre o contrato de trabalho estabelecido, podendo culminar com a demissão
por justa causa. São as penalidades previstas na legislação trabalhista: advertência
(escrita ou verbal), suspensão por até 30 dias e demissão por justa causa. Ressalta-se
que não há obrigação de impor penalidade de advertência e de suspensão antes de se
aplicar a demissão por justa causa;
• Poder Controlador: O empregador poderá promover a fiscalização das atividades do
empregado, permitindo inclusive a revista pessoal, desde que tal procedimento não
atinja a dignidade da pessoa humana, isto é não cause vexame e ofensa à integridade
moral, sendo vedada a revista íntima – CLT art. 373ª inciso VI.
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Salário e remuneração

Primeiramente, o salário pode ser definido como a “remuneração paga ao empregado


em troca do seu trabalho, também denominado de ordenado e/ou recompensa prestada em
troca de serviço encomendado”, segundo o dicionário Aulete Digital. Os salários podem ser
pagos por produção, por tarefa ou por tempo e mediante diversos meios, como em cheque,
em dinheiro, em utilidades, entre outros.
O salário por produção é permitido desde que respeitado/assegurado o pagamento no
final do mês do salário mínimo. O salário por tempo, por sua vez, considera o tempo em que o
trabalhador fica à disposição do empregador sem considerar o resultado do trabalho. Quando
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houver horas extras, os valores devem ser acrescidos de forma excepcional de forma suple-
mentar, tendo um máximo de 2 horas a mais por dia.
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Ainda pode ocorrer o que se denomina salário complessivo, que é estipulado desde o
começo englobando todas as atividades, verbas acessórias, adicional noturno, sem que seja
possível identificar exatamente qualquer uma delas.
O pagamento do salário deverá ser efetivado em moeda corrente do país (real). O que é
efetivado em moeda estrangeira é considerado como não efetivado, podendo ser feito depó-
sito em conta corrente, pagamento em cheque, desde que o trabalhador possa descontá-lo
imediatamente, ou ainda na forma de utilidades. O salário em utilidades pode corresponder a
no máximo 70% do seu valor, 30% devem ser necessariamente pagos em pecúnia.
A utilidade é para o caso em que o empregador oferece alimentação, habitação, vestu-
ário e outras prestações in natura. O desconto máximo para habitação e alimentação é de
até 25% do salário contratual (CLT, art. 458, §3º). Tanto da refeição preparada pelo próprio
empregador como da fornecida na empresa pode-se descontar até 25% do salário-mínimo.
O salário por presunção é impenhorável, somente poderão ser descontadas as “obriga-
ções” expressamente previstas em Lei. A legislação permite os seguintes descontos:

• Imposto de renda retido na fonte;


• Contribuição previdenciária;
• Adiantamentos;
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• Falta injustificada e respectivo descanso semanal remunerado vinculado àquele dia;
• Reparação por dano doloso;
• Reparação por dano culposo;
• Pensão alimentícia;
• Prestação de alimentos;
• Pagamento de multa criminal;
• Prestações da casa própria;
• Compensação por falta de aviso prévio;
• Contribuição sindical;
• Planos de saúde associativos;
• Estorno de comissão já paga, verificada a insolvência do comprador;
• Empréstimos consignados.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Raylton de Carvalho Gomes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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