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CONCEITOS
ADVERTÊNCIA
Embora não há legislação que discipline a aplicação de advertências, este ato está no poder
intrínseco do empregador de dirigir a empresa. A advertência é um aviso ao empregado para que
ele tome conhecimento de que seu comportamento não atende às normas estabelecidas pela
empresa em relação às suas atribuições e obrigações como empregado.
Através da advertência, o empregado estará tomando ciência que seu contrato de trabalho
poderá até ser rescindido por justa causa se houver reiteração nos atos considerados faltosos. É
o meio pelo qual o empregador poderá demonstrar que ações estão sendo tomadas para a
mudança de comportamento do empregado.
A advertência poderá ser aplicada verbalmente, mas recomenda-se, por cautela, fazê-la por
escrito, pois eventualmente poderá necessitar-se de fazer comprovação futura.
SUSPENSÃO
A suspensão disciplinar atua como penalidade dada ao empregado como uma medida mais
enérgica.
Haverá prejuízo salarial ao empregado uma vez que ele perde a remuneração correspondente
aos dias de suspensão e a do descanso semanal remunerado correspondente, pois trata-se de
falta injustificada; e ao empregador, no que diz respeito à prestação dos serviços.
Através da suspensão o empregador poderá justificar futuramente uma eventual rescisão por
justa causa, em razão dos atos reincidentes e graves praticados pelo empregado mesmo tendo
sido advertido e suspenso.
REQUISITOS ESSENCIAIS
a) atualidade da punição: a punição sempre deve ser imediata, exceto quando a falta cometida
requeira apuração de fatos e de responsabilidades para se punir. A demora na aplicação da
penalidade pode caracterizar perdão tácito do empregador;
b) unicidade da pena: o empregador tem o direito de aplicar uma única vez a punição referente a
um ato faltoso. Exemplificando, não se pode aplicar primeiro uma advertência e depois uma
suspensão por uma única falta cometida;
c) proporcionalidade: neste item impera o bom senso do empregador para dosar a pena aplicada
pelo ato faltoso do empregado. Deve-se observar o seguinte:
SUSPENSÃO – DIREITO
Sendo o motivo alegado injusto ou duvidoso, poderá o empregado pleitear em juízo seu
cancelamento. O juiz analisará o assunto e determinará ou não o cancelamento da suspensão,
através de sentença, sem intervir no grau da sanção.
O juiz nunca diminuirá a quantidade de dias impostos, pois os Tribunais não podem interferir nos
assuntos disciplinares das empresas.
Férias
Como a Suspensão Disciplinar é tida como ausência injustificada ao serviço, acarreta então a
redução do período de gozo de férias, conforme determina o artigo 130 da CLT, ou seja:
“Art. 130 – Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o
empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I – 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
II – 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
III – 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
IV – 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
§ 2º – O período de férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço.”
13º Salário
Se o período correspondente a suspensão disciplinar for igual ou superior a quinze dias, dentro
do mesmo mês, o empregado deixará de receber 1/12 avos referentes ao 13º salário.
As empresas poderão adotar ainda comissão de inquérito, composta por empregados com o
objetivo de apurar denúncias de irregularidades praticadas por empregados.
O empregado que, ao receber a penalidade, sem justo motivo, se recusar a dar ciência, o
empregador ou seu representante deverá ler ao empregado o teor da comunicação, na presença
de duas testemunhas, indicando o nome e coletando a assinatura de ambas no documento.
Após as duas testemunhas ouvirem a leitura, deverá se inserir no rodapé da comunicação, uma
observação:
“em virtude da recusa do empregado em dar ciência do recebimento desta comunicação, seu
conteúdo foi lido por mim (nome da pessoa), na sua presença e na das testemunhas abaixo, em
(data).”
DURAÇÃO DA SUSPENSÃO
A suspensão disciplinar, por disposição legal (artigo 474 da CLT), não pode ser superior a 30
(trinta) dias consecutivos, sob pena de ser considerada falta grave por parte do empregador,
importando na rescisão indireta do contrato de trabalho por parte do empregado, conforme dispõe
a letra “b” do artigo 483 da CLT.
Assim como a advertência, a suspensão também não é disciplinada pela legislação. Não há
portanto, dispositivo legal que indique quantos dias e em que condições deve ser aplicada a
suspensão ao empregado, mas somente o prazo máximo de 30 (trinta) dias.
Cabe, portanto, ao empregador, analisar a gravidade da falta praticada pelo empregado, podendo
por analogia, estabelecer 1, 3, 8, 15 ou 30 dias.
DISPENSA COM JUSTA CAUSA
A justa causa, prevista no artigo 482 da CLT, é consideravelmente prejudicial ao trabalhador, pois
além de perder o emprego, perderá também vários direitos trabalhistas como férias proporcionais,
13º salário, multa sobre FGTS, saque do FGTS e etc.
Embora pareça ser impossível de acontecer, esta é uma situação que pode ocorrer e acontece no
dia-a-dia das empresas, seja por falta de atenção, por falta de controle dos empregados que
possuem estabilidade ou até por intenção em função de desentendimentos internos.
A legislação trabalhista, com o intuito de possibilitar maior equilíbrio entre a parte contratante
(empregador) e a parte contratada (empregado), estabeleceu estas garantias para situações e
períodos distintos, a saber:
b) CIPA - Garantia de estabilidade para o empregado eleito para a CIPA, desde o registro de sua
candidatura até um ano após seu mandato, consubstanciada no art. 10, inciso II, alínea "a" do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT da Constituição Federal;
O artigo 165 da CLT dispõe em seu parágrafo único, por exemplo, que o empregador que
despedir o empregado titular representante da CIPA de forma arbitrária, ou seja, sem justo
motivo, poderá ser condenado a reintegrá-lo por determinação judicial.
A empresa que por falta de atenção, descuido, negligência, imprudência ou qualquer outro motivo
comunicar o desligamento sem justa causa do empregado que tenha garantia de emprego,
percebendo o equívoco antes da homologação, poderá anular o aviso, comunicando
(formalmente) ao empregado que retorne às suas atividades normais.
Como a lei estabelece a garantia, caberá ao empregado, aceitar ou não a reintegração a partir do
momento do comunicado da empresa. Se aceitar, a empresa o reintegra ao seu quadro de
pessoal, pagando os salários devidos desde a data do aviso até a data de retorno, como se
trabalhando estivesse. Do contrário, poderá ficar caracterizado o desinteresse de sua parte na
continuidade do vínculo empregatício e assim sendo, terá a opção de pedir o desligamento.
Poderá ocorrer ainda o desligamento sem justa causa e a efetivação da rescisão de contrato de
trabalho do empregado, sem que sejam percebidos pela própria empresa, pelo sindicato ou pelo
Ministério do Trabalho no ato da formalização da rescisão.
Mesmo que ninguém tenha percebido ou que logo após a homologação (se houver necessidade
legal) a empresa, sindicato ou Ministério do Trabalho tenha ciência do fato da estabilidade, a
empresa poderá, por iniciativa própria, proceder a reintegração do empregado demitido, pelos
seguintes meios formais:
Cabe ao empregador esgotar todos os meios para que a reintegração do empregado seja
efetivada. Se, ainda assim, este não se manifestar dentro do prazo de 30 (trinta) dias, entende-se
que o empregador poderá, através da orientação do Departamento Jurídico, se utilizar dos
procedimentos normais para a caracterização de abandono de emprego, ou seja, coletar provas
de que houve desinteresse do empregado na manutenção do vínculo empregatício para, numa
futura ação judicial, se eximir da obrigação de reintegrá-lo ou até mesmo de indenizá-lo.
Havendo o aceite do empregado, mesmo que dentro do prazo de 30 (trinta) dias, o empregador
se responsabilizará pelo pagamento de todos os salários devidos desde a data do desligamento
indevido até a data de sua efetiva reintegração, tendo este, a garantia do emprego até o prazo
final da estabilidade.
Além disso, essa garantia não é absoluta, existindo na lei possibilidades de se rescindir o contrato
do empregado que, apesar de estável, não cumprir com as obrigações do contrato de trabalho.
A primeira situação é a possibilidade de dispensa por justa causa. Caso o colaborador cometa
alguma das faltas previstas na legislação trabalhista, como por exemplo, a prática dos atos de
insubordinação, a desídia (“fazer corpo mole”), a recusa em utilizar o equipamento de proteção
individual (EPI), entre outros, poderá ter seu contrato rescindido imediatamente, sem direito a
receber o período que falta até o fim da estabilidade ou outros direitos da rescisão sem justa
causa, como a multa do FGTS ou aviso prévio.
Em algumas hipóteses, como no caso das gestantes, é aceito que o período restante da
estabilidade seja transformado em indenização. Ou seja, o período que falta é pago e o contrato é
rescindido sem justa causa, com todos os direitos pagos normalmente, inclusive a multa de 40%
sobre o saldo do FGTS.
Por fim, é possível o término do contrato a pedido do próprio empregado. O desligamento nesse
caso será feito pelo procedimento comum, por meio da carta de Aviso Prévio do trabalhador ao
empregador e com cumprimento de aviso ou não caso o empregador concorde. O empregado
não terá direito de receber o restante do período estabilitário e seu contrato de trabalho cessa
imediatamente, sendo devidos os direitos comuns decorrentes do pedido de demissão.
Por tudo isso, a estabilidade provisória deve ser tratada como uma forma de tranquilizar o
trabalhador, para que este possa executar suas tarefas plenamente, sem o receio de perder o
emprego enquanto se encontra em um momento delicado, mas de maneira alguma significa que,
poderá deixar de cumprir com suas obrigações contratuais, já que a possibilidade de rescisão do
contrato de trabalho continua sendo permitida pela lei.
A CLT prevê o enquadramento legal para hipóteses que justificariam a extinção contratual por
justa causa, conforme prevê o artigo 482 da CLT.
Art. 482 CLT. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando
constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao
serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão
da execução da pena;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas
físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e
superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática,
devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional.
(Incluído pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966)
Fonte:
https://www.supportempresarial.com.br/
https://jus.com.br/artigos/95083/inquerito-para-apuracao-de-falta-grave