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ENGENHARIA DE PROJETOS INDUSTRIAIS

Normalização e legislação profissional

Prof. RICARDO TAMIETTI


Disciplina NORMALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Carga horária 20 h/a
Ementa Estudo de normas e legislações profissionais envolvendo o
conhecimento e as consequências na rotina profissional.
Responsabilidades no exercício profissional (técnica, ética,
trabalhista, civil e penal). Compreensão a aplicação dos conceitos e
princípios jurídicos estudados.

Plano de aula
NORMALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO
PROFISSIONAL

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Capítulo 1
INTRODUÇÃO
Um momento para refletir!

RESPONSABILIDADE x RISCOS X PENALIDADES

Você conhece suas responsabilidades e direitos ao ser contratado para


prestar um serviço de engenharia ou arquitetura?

Como a legislação brasileira se refere às normas da ABNT? Você é


obrigado a segui-las na totalidade?

Quais são os riscos que você assume ao entregar um produto ou serviço


que não obedece rigorosamente às normas da ABNT?

Você conhece as penalidades que você pode estar sujeito durante o (mal)
exercício profissional, nas esferas técnica, ética, penal, civil, entre outras?

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Um momento para refletir!

Você quer exercer a profissão de


engenheiro ou arquiteto??

Então, há que ser conhecido o Código do Consumidor, o


Código Civil, artigos do Código Penal e o Código Profissional
naquilo que se referem à atuação do profissional, seja na
área de gestão, serviços ou de execução...

... além deste ordenamento jurídico nacional, cabe o


conhecimento das normas técnicas pertinentes!

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Um momento para refletir!

Crises x infrações profissionais

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Temática

▪ As crises e suas consequências para a engenharia.


▪ Proporcionar melhor entendimento para o profissional de
engenharia sobre as consequências no âmbito do
ordenamento jurídico, principalmente na esfera penal, do
inadequado exercício profissional durante a prestação de
serviços de engenharia.

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Contextualização

▪ O curso de engenharia de projetos industriais tem foco de


atuação na cadeia de prestação de serviços de engenharia
▪ Nas crises, muitos profissionais buscam e aceitam
insanamente qualquer tipo de serviço e contrato, muitas
vezes à revelia da legislação profissional;
▪ Esta situação leva estes profissionais, grande parte por
falta de conhecimento da legislação, a responderem por
várias infrações, seja na esfera profissional, cível e penal.

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Contextualização

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Breve histórico

Década das
Período de ouro transformações Crise econômica
(1960 ~ 1980) 1990 ~ 2000 2015 ~ atual

Década perdida Recuperação


(1980 ~ 1990) (2000 ~ 2014)

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Breve histórico

Década das
Período de ouro transformações Crise econômica
(1960 ~ 1980) 1990 ~ 2000 2015 ~ atual

Década perdida Recuperação


(1980 ~ 1990) (2000 ~ 2014)

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Breve histórico

Década das
Período de ouro transformações Crise econômica
(1960 ~ 1980) 1990 ~ 2000 2015 ~ atual

Década perdida Recuperação


(1980 ~ 1990) (2000 ~ 2014)

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Breve histórico

Década das
Período de ouro transformações Crise econômica
(1960 ~ 1980) 1990 ~ 2000 2015 ~ atual

Década perdida Recuperação


(1980 ~ 1990) (2000 ~ 2014)

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Breve histórico
MOTIVAÇÃO:
• Influências externas (ex:
China)
• Impeachment Dilma 2016
• Operação Lava-jato
• Pandemia Covid-19

Década das
Período de ouro transformações Crise econômica
(1960 ~ 1980) 1990 ~ 2000 2015 ~ atual

Década perdida Recuperação


(1980 ~ 1990) (2000 ~ 2014) CONSEQUÊNCIAS:
• Compra de engenharia pelo
menor preço
• Evasão da área (perda de
profissionais)
• Pregões e leilões.
• Baixa qualificação
profissional para redução de
custos

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Cenário

▪ Crise econômica (ou política?).


▪ Insegurança dos investidores.
▪ Acirramento da concorrência entre empresas.
▪ Adequação de custos.
▪ Preocupação com a inovação e o desenvolvimento
tecnológico.
▪ A engenharia torna-se crucial para sustentar um processo
consistente de inovação e desenvolvimento de tecnologia.
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Cenário

▪ O equilíbrio econômico gera confiança...


▪ Confiança gera investimento...
▪ Investimento gera desenvolvimento...
▪ Para fomentar o desenvolvimento e o crescimento
econômico, são necessários ENGENHEIROS.

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Cenário

EXISTIR UM BOM
PROJETO:

vacina anticorrupção.
Emprego da tecnologia (ex: com o auxílio de conceitos como o Building Information Modeling -
BIM - Modelagem de Informações para a Construção, por exemplo, é possível simular todas as
fases de uma obra e antecipar possíveis contratempos para evitar aditivos contratuais em obras
públicas, considerados uma janela para a corrupção.

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Cenário

Natureza cíclica das crises


econômicas:

Elas vem e vão... (é uma certeza)

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Cenário

O Brasil foi sacudido por


grandes crises politicas em
todos os períodos de baixa
da economia.

2021
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Cenário

Não existe desenvolvimento


econômico sem a Engenharia.

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Cenário

Conclusões parciais:
(1) As crises são cíclicas, pela natureza dos ciclos
econômicos;
(2) O mesmo ocorre com as crises políticas;

(3) As crises, geralmente são setoriais.


• Case China: Oferta x procura / aço x minério).

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Indicadores de “crise”

PIB - Produto Interno Bruto (O PIB é um indicador que mede a


atividade econômica do país.

No Brasil esse índice é calculado pelo IBGE e publicado


trimestralmente)

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Indicadores de “crise”

Desemprego (pode ser obtido na PME - Pesquisa


Mensal de Emprego, que é uma pesquisa feita pelo IBGE, de periodicidade
mensal sobre mão-de-obra e rendimento do trabalho).

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Indicadores de “crise”

CUB - Custo Unitário Básico (é um indicador monetário que mostra o custo básico,
servindo como parâmetro na determinação dos custos do setor da construção
civil. O Cálculo é feito e publicado —
mensalmente — pelos Sindicatos da Indústria da Construção Civil).

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Indicadores de “crise”

Confiança da Construção (ICST) (este índice é


medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas
(FGV)

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Indicadores de “crise”

Desempenho da indústria de bens de capital.


(esta informação consta da Pesquisa Produção Industrial Mensal - Produção
Física (PIM-PF) divulgada pelo IBGE e reflete a expectativa do setor empresarial
com a economia brasileira)

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Indicadores de “crise”

Sobrevivência/Mortalidade Empresarial (trata-se de um levantamento feito


anualmente pelo SEBRAE e mede a relação entre o número de empresas
constituídas e o número de empresas sobreviventes depois de dois anos)

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Indicadores de “crise”

Depósitos e retiradas na Poupança (os valores de depósitos e retiradas das


contas de poupança são publicados pelo Banco Central em boletins diários)

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Indicadores de “crise”

Cotação do Dólar e do Euro (a cotação das principais moedas internacionais são


publicadas todos os dias em diversos portais de notícias ou
aplicativos nos smartfones)

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Indicadores de “crise”

Endividamento das famílias (este número é calculado mensalmente pelo Banco


Central e expressa o comprometimento da renda com o pagamento de
prestações de empréstimos e financiamentos)

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Pontos de atenção

* PROBLEMAS DE
QUALIFICAÇÃO E
HABILITAÇÃO
PROFISSIONAL FALHAS EM PROJETOS RESPONSABILIDADES INFRAÇÕES E
CRISE
E OBRAS PROFISSIONAIS PENALIDADES
* PROBLEMAS DE
FALTA “ÉTICA”
(CORRUPÇÃO??)

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ATIVIDADE AVALIATIVA

Tempo (40 min) para a “ATIVIDADE


EM SALA 3”, disponível no Canvas.
(valor: 5 pontos)

Atividade individual + mesa


redonda com o professor.

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Capítulo 2
OS CONSELHOS PROFISSIONAIS
Introdução

▪ No Brasil, existem profissões:


✓ Regulamentadas
✓ Não-regulamentadas
▪ Algumas profissões no Brasil respondem à legislações
específicas. Essas leis especificam limites da atuação
desses profissionais, e também estabelecem regras de
conduta, códigos de ética a serem respeitados, e punições
aos profissionais que não respeitarem às regras.

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Introdução

▪ Contexto histórico: A maioria das profissões que exigem um


registro profissional no Ministério do Trabalho e Previdência
Social (MTPS), são profissões que eram vigiadas pela
ditadura militar.
▪ O registro era uma forma da ditadura monitorar setores da
sociedade “revolucionários”, que poderiam influenciar a
sociedade a ideais comunistas e socialistas.

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Introdução

▪ Hoje em dia, não houve interesse político em retirar essa


necessidade de registro, mas o papel do registro é muito
diferente e bem menos limitador do que era antigamente.
Hoje, o papel do registro é mais para questões éticas e
legais relacionadas a carreira, bem como para a
regulamentação e fiscalização da profissão (como no caso
da engenharia e arquitetura).
▪ O Estado regulamenta uma profissão se entender que seu
exercício indiscriminado coloca em risco a sociedade.

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A regulamentação da profissão

▪ Esse curso não visa esgotar o tema, mas possibilitar ao


leitor ter conhecimento das limitações da
responsabilidade na engenharia.
▪ Toda cidadão é sujeito à direitos e deveres, assumindo
também a responsabilidade por seus atos em caso de
danos.

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A regulamentação da profissão

▪ Com os profissionais da Engenharia e Arquitetura não é


diferente.
▪ O profissional ao exercer suas funções, assume o risco de
sua atividade que deve ser exercida com a cautela técnica
tanto para atender seus objetivos dentro do custo e tempo
previstos assim como minimizar eventuais efeitos
decorrentes de acidentes, erros, subdimensionamento,
etc.

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Conselho de classe e registro profissional

▪ O conselho de classe profissional é uma organização


formada pelos trabalhadores de uma profissão.
▪ Além de representar a classe, ele regulamenta a atividade
profissional, determina limites da atuação, fiscaliza o
exercício da profissão para garantir que os serviços sejam
prestados da forma correta à sociedade, orienta
profissionais e efetua registros. Esse último existe para
garantir que apenas pessoas formadas exerçam uma
profissão.

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Conselho de classe e registro profissional

▪ Quando você recebe seu diploma e quer exercer uma


profissão que exige registro profissional, você deve
fazer seu cadastro na entidade responsável pela sua
categoria (CREA, CAU, etc.), ou pelo Sistema de
Registro Profissional (SIRPWEB) do Ministério do
Trabalho e Previdência Social (MTPS).
▪ Após seu cadastro ser aprovado, o profissional recebe
um registro, que deve ser usado quando ele vai exercer
um cargo relacionado à profissão que ele exerce.

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Conselho de classe e registro profissional

▪ O registro profissional significa que você é um


profissional habilitado e autorizado a exercer seu cargo,
sendo a partir desse momento fiscalizado, além de
passar a seguir regras da categoria para uma boa
execução das suas atribuições.
▪ Direito x Deveres.

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Conselho de classe e registro profissional

CARTEIRA PROFISSIONAL

Tendo um registro profissional, também conhecido como carteira profissional, o trabalhador poderá
exercer algumas profissões que tem legislação específica no Brasil. Após a emissão do registro, é
preciso renová-lo anualmente por meio do pagamento de uma taxa. O valor pode variar, mas o
pagamento é obrigatório, sob a pena de perder a habilitação profissional.

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Conselho de classe e registro profissional

▪ O Confea e os Creas são autarquias federais prestadoras


de serviço público.
▪ O Sistema CONFEA / CREAs é quem fiscaliza o exercício
profissional nas áreas da Engenharia e Agronomia.
Nota: Arquitetura: CAU
▪ Principais objetivos:
✓ defender a sociedade;
✓ regulamentar a profissão;
✓ adotar uma ética profissional;
✓ fiscalizar o exercício profissional.
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Conselho de classe e registro profissional

▪ Lei 5.194, 24 de dezembro de 1966: Regula o exercício


profissional:
✓ Assegura direitos e prerrogativas dos profissionais de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia.
✓ Protege a sociedade contra os riscos do mau exercício profissional ou
execução por leigos.

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Conselho de classe e registro profissional

▪ Profissionais do Sistema CAU: arquitetos e urbanistas


▪ Profissionais do sistema Confea/Crea:
ENGENHEIROS

ENGENHEIROS AGRÔNOMOS

GEÓGRAFOS
“desmembramento”: CFT - Conselho
GEÓLOGOS
vantagens e Federal dos
desvantagens... METEOROLOGISTAS Técnicos
Industriais
TECNÓLOGOS

TÉCNICOS INDUSTRIAIS

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Conselho de classe e registro profissional

▪ Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia


– CONFEA:
✓ criado pelo Decreto nº 23.569, constituído nos termos da Lei nº 5.194 como
autarquia federal
✓ sede e foro em Brasília – DF
✓ exerce o papel institucional de instância superior do Sistema CONFEA/CREA;

✓ normatiza e julga em 3ª e última instância as questões a ele submetidas .

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Conselho de classe e registro profissional

▪ Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e


Agronomia – CREAs:
✓ criados pelo Decreto nº 23.569, constituídos nos termos da Lei nº 5.194 como
autarquia federal;
✓ exerce o papel institucional de primeira e segunda instâncias do sistema
Confea/Crea;
✓ sede e foro nas capitais dos Estados da Federação, com jurisdição em seu
respectivo território.

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Conselho de classe e registro profissional

▪ A função conselhos profissionais é atuar em defesa da


sociedade contra os maus profissionais, e não como
associação de classe, como poderia parecer em um
primeiro momento.
▪ Para a defesa dos interesses dos técnicos e engenheiros,
existem as Associação e Sindicatos com atuação em
âmbito estadual ou federal, como, por exemplo, o SENGE
(Sindicato dos Engenheiros), entre dezenas de outros.

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Conselho de classe e registro profissional

Ao fazer a fiscalização, o CREA/CAU impede a


atuação de leigos, garantindo mercado de
trabalho para os profissionais legalmente
habilitados. Para a sociedade, a atuação do
CREA/CAU significa segurança e qualidade
nas obras e serviços prestados.

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Conselho de classe e registro profissional

▪ Registro profissional (provisório e definitivo): CPF


▪ Registro de Empresas (de engenharia e arquitetura): CNPJ

Sou PJ, abri uma empresa de engenharia para prestar


serviços ao mercado. Tenho que pagar DUAS anuidades para
o CREA?

SIM!!!

Uma como pessoa física e outra referente a pessoa jurídica.


São “pessoas” diferentes.

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Salário mínimo profissional

▪ Em 1966, o Congresso Nacional aprovou a legislação que


estabelece o Salário Mínimo Profissional para os diplomados
em Engenharia, conforme Lei nº 4.950-A de 22 de abril de 1966:
jornada diária de seis horas: o salário é de 06 vezes o Salário
Mínimo.
▪ Quando a jornada diária for superior a seis horas, o tempo
excedente desse limite será apurado, tomando-se o custo da
hora - um salário mínimo por hora - acrescido do adicional de
25%: assim, teremos, por exemplo, jornada de 07 horas diárias,
7,25 salários mínimos e jornada de 08 horas diárias, 8,5
salários mínimos.
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Fundamentação legal

▪ O art. 2º da Lei 5.194/66 estabelece as condições de


capacidade e exigências legais para o exercício profissional:
✓ Art 2º - O exercício, no País, da profissão de engenheiro, arquiteto ou engenheiro-
agrônomo, observadas as condições de capacidade e demais exigências legais, é
assegurado:
a) Aos que possuam, devidamente registrados, diploma de faculdade ou escola superior de engenharia
arquitetura ou agronomia, oficiais ou reconhecidas, existentes no País
b) Aos que possuam, devidamente revalidado e registrado no País, diploma de faculdade ou escola
estrangeira de ensino superior (...)

▪ O art. 55º da Lei 5.194/66 estabelece que:


✓ Os profissionais habilitados (...) só poderão exercer a profissão após registro
no Conselho Regional, sob cuja jurisdição se achar o local de sua atividade.

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Fundamentação legal

▪ O exercício ilegal e ilegítimo da profissão, conforme lei


5.194/66:
✓ Art.6º - Exerce ilegalmente a profissão de engenheiro, arquiteto e engenheiro-
agrônomo:

a) PJ ou PF sem registro no CREA - Leigos


b) Atividades estranhas à formação - Exorbitância
c) Assinar sem a real participação - Acobertamento
d) Profissional suspenso - estando em atividade
e) Empresa sem RT - Sem autoria declarada

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Habilitação x qualificação profissional

▪ Título acadêmico: outorgado pela Universidade.


▪ Título profissional (para o exercício profissional):
deliberado pelo respectivo conselho profissional.

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Habilitação x qualificação profissional

▪ Profissional legalmente habilitado versus profissional


qualificado:
✓ uma coisa é a prerrogativa de “poder fazer” (habilitação).
✓ outra, bem distinta, é a capacidade profissional “para (efetivamente) fazer”
(qualificação).
Para refletir: temos no mercado de trabalho profissionais habilitados mas não
qualificados. É o caso, por exemplo, de profissionais que se formaram há
mais de 20 anos e nunca fizeram um curso de capacitação, extensão, pós,
tão pouco participaram de feiras e congressos, acompanharam revisões ou
novas normas da sua área, novas tecnologias de equipamentos e processos,
etc.

ESTE PROFISSIONAL PODERIA ESTAR ATUANDO NO MERCADO??

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Habilitação x qualificação profissional
HABILITAÇÃO QUALIFICAÇÃO
A habilitação profissional constitui-se no reconhecimento legal de É a capacidade “para fazer”: Requer requalificação continuada, ou
capacitação mediante registro em órgão fiscalizador do exercício seja, o permanente acompanhamento da evolução do “estado da
profissional. arte” nesse campo e nesses setores, sem o que restará a
estagnação, o despreparo, e com elas a impossibilidade intelectual
Um profissional legalmente habilitado para o desempenho e ética de manter a prestação de serviços à sociedade.
profissional de suas atividades é aquele que possui a atribuição
profissional compatível com o trabalho por ele a ser realizado e
O profissional qualificado:
pelo qual se tornará responsável técnico (RT).
• possui capacitação teórica (conhecimento) e prática
A habilitação profissional corresponde:
(experiência) para executar o trabalho.
• À concessão de prerrogativas expressas que o sistema faz aos
• deverá obter qualificação específica através da formação em
interessados – egressos do sistema de formação
centros educacionais especializados (faculdades de
• “Poder fazer” tudo aquilo que for anotado em seu registro,
engenharia, centros de formação tecnológica, escolas técnicas,
conforme formação específica e disciplinas cursadas (diretriz
etc.).
curricular)
O profissional habilitado:
• deve estar devidamente registrado no CREA e em dia com as
suas obrigações.
• quando da obtenção do seu registro no CREA, as atribuições
da profissão (áreas e limites de suas atribuições profissionais)
são anotadas na carteira profissional.

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Habilitação x qualificação profissional

A legislação profissional trata do “poder fazer”, conforme as atribuições


profissionais específicas (profissional habilitado – registro no Conselho
profissional) e a vida real cuida do “saber fazer” (profissional qualificado -
diploma). Retratam os aspectos estático e o dinâmico da questão das
atribuições profissionais.

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Habilitação x qualificação profissional

Engenheiro eletricista com


atribuições dos arts. 32 ou
33 do Decreto Federal nº
23.569/33, ou do art. 8º da
Resolução nº 218/73 do
Confea

Habilitação profissional

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Habilitação x qualificação profissional

Técnico
Tecnólogo
Engenheiro

Graduação, pós-graduação,
Qualificação mestrado, etc...
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Conclusão

▪ Para o exercício LEGAL da profissão o engenheiro


conta as suas ferramentas técnico-científicas:
✓ o seu diploma;
✓ a sua carteira do Crea.

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MESA REDONDA

Tempo (30 min): Você conhece algum


profissional que é qualificado mas
não é habilitado? E o inverso? Qual
sua opinião sobre este profissional
no mercado?
* LEI 5.194 (leitura)

Atividade coletiva.

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Capítulo 3
O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENGENHARIA E DA ARQUITETURA
Atribuições profissionais

▪ As atribuições profissionais definem que tipo de


atividades (ações características da profissão,
exercida regularmente) uma determinada categoria
profissional pode desenvolver, conforme cada uma
das três profissões regulamentadas na Lei nº
5.194/66 (Engenharia, Arquitetura e Agronomia).

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Atribuições profissionais

▪ A atribuição profissional refere-se ao ato específico


de consignar direitos e responsabilidades para o
exercício da profissão, em reconhecimento de
competências e habilidades derivadas de formação
profissional obtida em cursos regulares.
▪ Toda atribuição é dada a partir da formação
técnico-científica.

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Atribuições profissionais

▪ Curso regular:
✓ O curso técnico ou de graduação reconhecido, de pós-graduação
credenciado, ou de pós-graduação senso lato considerado
válido, em consonância com as disposições legais que
disciplinam o sistema educacional (MEC), e devidamente
registrado no Sistema Confea/Crea.

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Atribuições profissionais
Resolução 1.010/05: SUSPENSA: Dispõe sobre a
regulamentação da atribuição de títulos profissionais,
atividades, competências e caracterização do âmbito de RESOLUÇÃO N° 1.073, DE 19
atuação dos profissionais inseridos no Sistema DE ABRIL DE 2016
CONFEA/CREA, para efeito de fiscalização do exercício
profissional. Introduz melhorias na 218/73. Abertura para Regulamenta a atribuição de
a extensão interdisciplinar das atribuições iniciais dentro títulos, atividades,
da Categoria através de cursos lato e stricto sensu.
competências e campos de
atuação profissionais aos
Lei 5.194/66: As atribuições foram 2016 profissionais registrados no
definidas apenas de forma 2005 Sistema Confea/Crea para
genérica, não alcançando as efeito de fiscalização do
características próprias dos vários 1973 exercício profissional no
cursos, nem considerando as âmbito da Engenharia e da
diferenciadas grades curriculares 1966 Agronomia.
de cada um deles (Art. 7o).

Resolução 218/73: Complementa as atribuições


1933 generalistas definidas na Lei 5.194/66. Discrimina
de maneira mais específica os tipos de atividades
As atividades e atribuições profissionais, ou profissionais das várias modalidades da
competências foram estabelecidas de forma engenharia, arquitetura e agronomia, em nível
específica pelos Decretos Federais 23.196/33 superior e médio. Obter atribuições fora do âmbito
e 23.569/33 e por outras leis e decretos da modalidade inicial somente é possível com
anteriores à aprovação da Lei 5.194/66 novos cursos, e novos cursos somente com novos
vestibulares/ENEM.

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Resolução 218
Art. 8º - Compete ao ENGENHEIRO ELETRICISTA ou
ao ENGENHEIRO ELETRICISTA, MODALIDADE
ELETROTÉCNICA: I - o desempenho das atividades 01 a
18 do artigo 1º desta Resolução, referentes à geração,
transmissão, distribuição e utilização da energia elétrica;
equipamentos, materiais e máquinas elétricas; sistemas
de medição e controle elétricos; seus serviços afins e
correlatos. Confea – Conselho Federal de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia LDR - Leis Decretos, Resoluções

Art. 9º - Compete ao ENGENHEIRO ELETRÔNICO ou


ao ENGENHEIRO ELETRICISTA, MODALIDADE
ELETRÔNICA ou ao ENGENHEIRO DE
COMUNICAÇÃO: I - o desempenho das atividades 01 a
18 do artigo 1º desta Resolução, referentes a materiais
elétricos e eletrônicos; equipamentos eletrônicos em geral;
sistemas de comunicação e telecomunicações; sistemas
de medição e controle elétrico e eletrônico; seus serviços
afins e correlatos. CFT
Art. 23 - Compete ao TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR
ou TECNÓLOGO: I - o desempenho das atividades 09 a
18 do artigo 1º desta Resolução, circunscritas ao âmbito
das respectivas modalidades profissionais; II - as
relacionadas nos números 06 a 08 do artigo 1º desta
Parágrafo único - Serão discriminadas no registro profissional as atividades Resolução, desde que enquadradas no desempenho das
constantes desta Resolução. atividades referidas no item I deste artigo.

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Definições
CAMPO DE
ATIVIDADE COMPETÊNCIA
ATUAÇÃO TÍTULO PROFISSIONAL
PROFISSIONAL PROFISSIONAL
PROFISSIONAL
“Ação característica da “Capacidade de utilização “Área em que o Título atribuído pelo Sistema
profissão, exercida de conhecimentos, profissional exerce sua Confea/Crea a portador de diploma
regularmente”. habilidades e atitudes profissão, em função de expedido por instituições de ensino
As Atividades necessários ao competências adquiridas para egressos de cursos regulares,
Profissionais são em sua formação”. correlacionado com o respectivo
desempenho de campo de atuação profissional, em
sistematizadas na res. atividades em campos
218 e no Anexo I da Os Campos de Atuação função do perfil de formação do
Resolução nº 1.010/05, profissionais específicos, egresso, e do projeto pedagógico
obedecendo a padrões de Profissional estão
que contém também um sistematizados no Anexo do curso. Tabela de
Glossário para a sua qualidade e II da Resolução nº Títulos Profissionais:
devida caracterização e produtividade”. 1.010/05. Resolução 473 (atualizada
definição. periodicamente).
Exemplo: supervisão, Não há obrigatoriedade de
coordenação, perícia, identidade entre Título
projeto, vistoria, Acadêmico e Título Profissional
consultoria, etc. a ser concedido pelo Sistema
Confea/Crea.

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Definições

Atribuições profissionais
Atividades Campos de atuação
instalações elétricas, instalações
projeto, execução,
hidrossanitárias, fundações,
consultoria,
estruturas, construção,
comissionamento, inspeção,
impermeabilização, prevenção e
perícia, avaliações, vistoria,
combate a incêndio, arquitetura,
emissão de parecer, entre
modelagem do espaço físico,
outras
paisagismo, entre outras.

Ex: projeto de instalações elétricas, execução de instalações hidráulicas, perícia em fundações, execução de estruturas de concreto.

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Glossário (Anexo I da Res. 1.010)

Alguns verbetes:
Assessoria – atividade que envolve a prestação de serviços por profissional que detém conhecimento especializado em determinado
campo profissional, visando ao auxílio técnico para a elaboração de projeto ou execução de obra ou serviço.
Assistência – atividade que envolve a prestação de serviços em geral, por profissional que detém conhecimento especializado
Consultoria – atividade de prestação de serviços de aconselhamento, mediante exame de questões específicas, e elaboração de
parecer ou trabalho técnico pertinente, devidamente fundamentado.
Coordenação – atividade exercida no sentido de garantir a execução de obra ou serviço segundo determinada ordem e método
previamente estabelecidos.
Fiscalização – atividade que envolve a inspeção e o controle técnicos sistemáticos de obra ou serviço, com a finalidade de examinar ou
verificar se sua execução obedece ao projeto e às especificações e prazos estabelecidos.
Supervisão – atividade de acompanhar, analisar e avaliar, a partir de um plano funcional superior, o desempenho dos responsáveis pela
execução projetos, obras ou serviços.
Laudo – peça na qual, com fundamentação técnica, o profissional habilitado, como perito, relata o que observou e apresenta as suas
conclusões, ou avalia o valor de bens, direitos, ou empreendimentos
Parecer técnico – expressão de opinião tecnicamente fundamentada sobre determinado assunto, emitida por especialista.
Perícia – atividade que envolve a apuração das causas que motivaram determinado evento, ou da asserção de direitos, e na qual o
profissional, por conta própria ou a serviço de terceiros, efetua trabalho técnico visando a emissão de um parecer ou laudo técnico,
compreendendo: levantamento de dados, realização de análise ou avaliação de estudos, propostas, projetos, serviços, obras ou produtos
desenvolvidos ou executados por outrem.
Vistoria – atividade que envolve a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o
constituem, sem a indagação das causas que o motivaram.

(C) engeweb.eng.br 70
Poder fazer x saber fazer

Poder (legalmente) fazer uma atividade


(conforme res.218) já é suficiente?

NÃO!!!
Tem que “saber” fazer, caso contrário
pode configurar uma infração ética!

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Poder fazer x saber fazer

NÃO CONFUNDIR

Código de
Ética,
PRERROGATIVA DE DAS
CONDUTAS VEDADAS instituído
“PODER FAZER”
pela
II - ante a profissão: COMPETÊNCIA
COM
a) aceitar trabalho, contrato, PROFISSIONAL Resolução
emprego, função ou tarefa
para as quais DE FAZÊ-LO 1.002/2002
não tenha
efetiva qualificação

(C) engeweb.eng.br 72
Poder fazer x saber fazer

Resolução Confea n. 218


Discrimina atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia,
Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio.

Atribuição x Competência
Atribuição: Funções, obrigações, poderes, prerrogativas de certas autoridades;

Competência: Capacidade decorrente do conhecimento que alguém tem sobre


um assunto; aptidão, habilidade.
A atribuição de competências, para egressos de cursos que venham a registrar-se no Crea,
em cada Campo de Atuação Profissional caberá à respectiva Câmara Especializada do Crea.
(assumir um trabalho de engenharia para o qual não se tem competência pode caracterizar-se, entre outras, infração ética!)

(C) engeweb.eng.br 73
RESOLUÇÃO N° 1.073, DE 19 DE ABRIL DE 2016

(C) engeweb.eng.br 74
Conclusão com uma análise de cenário
Para entender melhor a questão de atribuições profissionais, pode-se recorrer às leis. No artigo 7º da Lei Federal no.
5.194/66 está escrito que “as atividades e atribuições do engenheiro, do arquiteto e do engenheiro-agrônomo consistem em...
D) ensino...”. Já e Resolução no. 218 do Confea estabelece no artigo 1º as “atividades” que ficam sujeitas à fiscalização por
parte do sistema Confea/Crea. De um total de 18, uma delas é a “atividade 08 – ensino... E divulgação técnica”.

Dos artigos 8º, 23º e 24º desta mesma Resolução, conclui-se que o engenheiro eletricista (eletrotécnico), o tecnólogo e o
técnico de grau médio podem exercer a atividade de ensino mencionada. No entanto, é necessário observar atentamente o
disposto no artigo 25 da mesma Resolução: “nenhum profissional poderá desempenhar atividades além daquelas que lhe
competem, pelas características de seu currículo escolar, consideradas, em cada caso, apenas as disciplinas que contribuem
para a graduação profissional, salvo outras que lhe sejam acrescidas em curso de pós-graduação, na mesma modalidade”.

Portanto, o profissional da área tecnológica que ministrar conteúdo para o qual não foi devidamente preparado (disciplinas de
formação) no curso de graduação ou pós-graduação, incorrerá em infração à legislação profissional por exercício ilegal da
profissão.

É o caso de profissionais ministrando, por exemplo, curso básico da NR-10. Para ministrar o conteúdo de eletricidade, o
profissional deve ter formação na área de eletricidade (engenheiro, técnico, tecnólogo) com disciplinas no histórico escolar
que tratem do assunto, e, no caso do escopo do referido treinamento, curso de pós na área de segurança do trabalho. Não
poderá, este profissional, realizar o escopo e ministrar o treinamento em medicina e saúde (primeiros socorros, etc.). Terá,
pois, exercido ilegalmente a profissão de médico ou de enfermeiro.

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ATIVIDADE AVALIATIVA

Tempo (40 min) para a “LEITURA


COMPLEMENTAR 6”, sobre a RESOLUÇÃO
N° 1.073, disponível no Canvas.
(valor: 10 pontos)

Atividade individual + mesa


redonda com o professor.

(C) engeweb.eng.br 76
ATIVIDADE AVALIATIVA

Tempo (60 min) para a “ATIVIDADE


EM SALA 2”, avaliação de “estórias”,
disponível no Canvas.
(valor: 15 pontos)

Atividade individual + mesa


redonda com o professor.

(C) engeweb.eng.br 77
Capítulo 4
RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS
Introdução

▪ O exercício da profissão da engenharia é fiscalizada pelo


sistema CONFEA/CREAs.
▪ Enseja a assunção de uma série de RESPONSABILIDADES
à qual estão sujeitos tanto os profissionais como as
empresas.
▪ Acarretam penalidades que podem chegar até o
cancelamento do registro profissional, além de
responsabilidade civil (dever de refazimento ou
indenização) e penalização criminal.

(C) engeweb.eng.br 79
Introdução

O conhecimento das obrigações e responsabilidades dos


profissionais e empresas da área tecnológica, o tempo
que perduram, os tipos e esferas de repercussão, as
noções jurídicas pertinentes, bem como o universo que o
profissional está adentrando ao contratar a prestação de
seus serviços, é de fundamental importância para a sua
sobrevivência profissional.

(C) engeweb.eng.br 80
Introdução

▪ No contexto do Sistema CONFEA/CREAs, consideradas a


culpabilidade do agente, a extensão do dano causado, a
natureza das lesões e até a ocorrência de vítimas, as
responsabilidades dos engenheiros, arquitetos e
agrônomos podem ser enquadradas nas seguintes
modalidades:

(C) engeweb.eng.br 81
Introdução

▪ Responsabilidade Técnica
▪ Responsabilidade Ético-Profissional
▪ Responsabilidade Civil
▪ Responsabilidade Criminal
▪ Responsabilidade Trabalhista

(C) engeweb.eng.br 82
Introdução

(C) engeweb.eng.br 83
Introdução

▪ Exemplo: instalação elétrica em canteiro de obra,


projetada e executada por um engenheiro eletricista, vir a
causar curto-circuito com incêndio em razão de imperícia
profissional, causando danos a outros e lesões pessoais
aos operários que nela trabalham. Responsabilidades:
a. sanção profissional pelo descumprimento de preceito inserido na legislação específica e/ou código de
ética (responsabilidade técnica);

b. indenização dos prejuízos sofridos pelo dono da construção e por terceiros (responsabilidade civil);

c. punição criminal pela comprovação de culpa (responsabilidade penal); e

d. indenização do acidente sofrido pelos operários (responsabilidade trabalhista).

(C) engeweb.eng.br 84
Responsabilidade Técnica (profissional)

▪ Os profissionais que executam atividades específicas


dentro das várias modalidades das categorias da área
tecnológica devem assumir a responsabilidade técnica por
todo trabalho que realizam. Apenas como exemplos:
✓ um arquiteto que elabora o projeto de uma casa será o responsável técnico
pelo projeto;
✓ o engenheiro civil que executa a construção desta mesma casa será o
responsável técnico pela construção;
✓ um engenheiro eletricista que executa a instalação elétrica desta mesma casa
será o responsável técnico por esta instalação.

(C) engeweb.eng.br 85
Responsabilidade Técnica (profissional)

▪ A ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) identifica


a atividade desempenhada pelo profissional, vinculando
aquilo que o profissional fez a um determinado serviço,
endereço e contratante.
✓ Obrigação legal de todo profissional registrado no CREA;
✓ Instrumento indispensável para garantir a qualidade do serviço prestado e a
segurança, não apenas para quem contrata, mas por toda a sociedade;
✓ Instituída pela Lei Federal 6.496/77 e regulamentada pelas resoluções 317/86,
394/95, decisão Normativa 064/99 entre outros.

(C) engeweb.eng.br 86
Responsabilidade Técnica (profissional)

▪ Lei Federal 6.496/77


✓ Art. 1º: De acordo com a Lei, todo contrato, escrito ou verbal, para contratação de
obras ou prestação de qualquer serviços profissionais referentes às profissões
regulamentadas pelo Sistema, fica sujeito à ART.
✓ Art. 2º: A ART define, para efeitos legais, os responsáveis técnicos pelos
empreendimentos/obras e serviços e deverá ser preenchida no ato da formalização do
contrato.
✓ Art. 4º: O preenchimento do formulário de ART pela obra ou serviço é de
responsabilidade do profissional, o qual, quando for contratado, recolherá, também, a
taxa respectiva.
✓ Art. 6º - O desempenho de cargo ou função técnica, seja por nomeação ocupação ou
contrato de trabalho, tanto em entidade pública quanto privada, obriga a Anotação de
Responsabilidade Técnica no CREA em cuja jurisdição for exercida a atividade.

(C) engeweb.eng.br 87
Responsabilidade Técnica (profissional)

Vantagens da ART
Para o profissional Para o contratante
1. Garante os direitos autorais; 1. É um eficaz instrumento de defesa do consumidor, garantindo
2. Comprova a existência de um contrato, inclusive nos casos em a qualidade dos serviços prestados;
que a contratação firmou-se de forma verbal; 2. Permite que a sociedade identifique responsáveis por
3. Garante o direito à remuneração na medida em que se torna determinado empreendimento e as características do serviço
um comprovante de prestação de serviço; contratado;
4. Define os limites da responsabilidade, de tal forma que o 3. Em caso de sinistros, identifica individualmente os
profissional responde apenas pelas atividades técnicas que profissionais responsáveis, auxiliando na acareação das
executou; responsabilidades junto ao Poder Público.
5. Em licitações e concorrências públicas é obrigatória a
apresentação da certidão emitida pelos CREAs na
documentação exigida nas licitações, para a aprovação de
acervo técnico;
6. CAT = currículo que comprova a experiência do profissional.
7. Na aposentadoria, a ART e CAT (Certidão de Acervo Técnico –
ARTs relativas a obras e serviços concluídos), com as datas
de recolhimento e especificações corretas das atividades
desenvolvidas, são documentos juridicamente válidos para
caracterizar a atividade profissional e comprovação de tempo
de serviço junto à Previdência Social.

(C) engeweb.eng.br 88
Responsabilidade Civil

▪ Decorre da obrigação de reparar e/ou indenizar por


eventuais danos causados. O profissional que, no
exercício de sua atividade, lesa alguém tem a obrigação
legal de cobrir os prejuízos.
▪ O fundamento da responsabilidade civil não é a falta técnica,
mas sim a falta contratual, isto é, o descumprimento das
obrigações assumidas.

(C) engeweb.eng.br 89
Responsabilidade Civil

▪ Responsabilidade solidária é aquela em que qualquer um


dos responsáveis responde integralmente perante a
vítima, ressalvado seu direito de regresso.
✓ Assim, se um shopping center desmorona por erros de projeto ou construção, e a
empresa proprietária indeniza as vítimas, ou seus familiares, esta empresa, em face
da responsabilidade solidária, terá direito de cobrar do construtor, e/ou do
profissional responsável pelo projeto, conforme o caso, suas parcelas de
responsabilidade pelo evento sinistro.

(C) engeweb.eng.br 90
Responsabilidade Civil

▪ Quanto a responsabilidade civil, especialmente quanto à


realização e cumprimentos de contratos e locação de
serviços; do relacionamento em condomínios; dos vícios
ocultos em obras; bem como a reparação dos danos
devido a ocorrência de atos ilícitos praticados tanto sob
sua ordem como a de seus subordinados; ela é
considerada no Código Civil, Lei n.º 3.071, de 01.01.1916, e
as alterações decorrentes.

(C) engeweb.eng.br 91
Responsabilidade Civil

▪ Dentro da responsabilidade civil, de acordo com as


circunstâncias de cada caso concreto, poderão ser
discutidos os seguintes itens:
✓ Dano Patrimonial;
✓ Dano Pessoal;
✓ Dano Moral;
✓ Responsabilidade pela Qualidade, Solidez e Segurança;
✓ Responsabilidade pela Construção Clandestina;
✓ Responsabilidade por danos causados a vizinhos.

(C) engeweb.eng.br 92
Responsabilidade Civil

(C) engeweb.eng.br 93
Responsabilidade Civil
Dano Dano pessoal Dano moral Resp. solidez e Resp. constr. Resp. dano
Patrimonial segurança clandestina vizinho
É aquele dano Consiste no dano É todo o dano causado São responsabilidades previstas A obra realizada sem A construção
causado ao causado ao próprio ao patrimônio ideal do em lei (objetivas), em razão da licença prévia da frequentemente
patrimônio material indivíduo, isto é, que indivíduo: depreciação necessidade de perfeição Prefeitura, portanto causa danos à
da vítima, isto é, todo afeta a parte física da injusta da imagem. técnica que as construções realizada sem vizinhança, por
aquele dano que traz pessoa. O dano Exemplificando, exigem, a fim de salvaguardar a aprovação do recalques do
um prejuízo aos bens pessoal ocorre quando podemos citar a sociedade dos perigos que projeto, ou com terreno, vibrações
econômicos de uma o prejuízo é sobre a exposição pública, podem representar se realizadas absoluto do estaqueamento,
determinada pessoa. constituição corpórea induzindo a fora das técnicas profissionais distanciamento do queda de materiais
Assim, se o de um indivíduo. caracterização de adequadas. Portanto, relativas projeto previamente e outras situações
profissional agiu ou Exemplificando: se a culpado, do nome de ao exercício profissional da aprovado, constitui comuns que lhe são
se omitiu de agir técnica empregada na profissional acusado engenharia e da arquitetura. uma atividade ilícita, inerentes.
quando deveria extração mineral injustamente do Pelo Código Civil Brasileiro, o passível de Os danos
atuar, e isto causou estiver fora dos emprego incorreto das profissional responde pela solidez e penalização resultantes desses
prejuízo ao cliente ou parâmetros técnicas profissionais, segurança da obra durante cinco administrativa em incidentes devem
a terceiros (outras regulamentares, e tal que termina sendo anos; é importante, pois, que a data nível de multa, ser reparados, pois
do término da obra seja
pessoas alheias ao procedimento acarretar absolvido em todas as embargo ou cabe ao profissional
documentada de forma oficial. Se,
contrato), ele deverá a perda do braço de esferas de demolição. tomar todas as
entretanto, a obra apresentar
ressarcir o dano um indivíduo, este responsabilização. Esta problemas de solidez e segurança Quem responde é o providências
causado, pagando evento caracterizará o situação gera perda de e, através de perícias, ficar dono da Obra. necessárias para
indenização devida à dano pessoal, porque credibilidade perante constatado erro do profissional, este que seja preservada
quem sofreu incidente diretamente clientes e instituições, será responsabilizado, a segurança, a
prejuízo. em parte corpórea da acarretando abalo moral independente do prazo transcorrido, saúde e o sossego
vítima. indenizável. conforme jurisprudência existente. de terceiros.

(C) engeweb.eng.br 94
Responsabilidade criminal (penal)

▪ Resulta da prática de uma infração que seja considerada


contravenção (infração mais leve) ou crime (infração mais
grave).
▪ Pode sujeitar o causador, conforme a gravidade do fato, a
penas que:
✓ implicam na eliminação da liberdade física (reclusão, detenção, ou reclusão simples)
✓ Penas de natureza pecuniária (multas)
✓ impõe restrições ao exercício de um direito ou de uma atividade (interdições).

(C) engeweb.eng.br 95
Responsabilidade criminal (penal)

▪ Para a responsabilidade penal, há que ser conhecido o


Art. 18 do Código Penal, especialmente quanto a
tipificação dos crimes dolosos, onde é possível
enquadrar, muito caracteristicamente, o efeito de
alguma ação profissional desavisada.

(C) engeweb.eng.br 96
Responsabilidade criminal (penal)

Negligência Imperícia Imprudência


alguém deixa de tomar uma É a modalidade de culpa Pressupõe uma ação precipitada
atitude ou apresentar conduta decorrente da inaptidão técnica e sem cautela. A pessoa não
que era esperada para a no exercício de arte, ofício ou deixa de fazer algo, não é uma
situação. Age com descuido, profissão. conduta omissiva como a
indiferença ou desatenção, não Configura-se a imperícia quando negligência. Na imprudência, ela
tomando as devidas precauções. o agente causa dano a outrem age, mas toma uma atitude
CONDUTA OMISSIVA. por falta de conhecimentos diversa da esperada. Falta de
técnicos, isto é, por não possuir o cautela e cuidado. Resultado que
conhecimento que deveria, em deveria prever mas não o fez.
virtude de qualificação
profissional.
Exemplo de imperícia dá-se quando o
engenheiro, exercendo sua profissão,
causa dano ao cliente de uma obra, que
poderia ter sido evitado caso ele
apresentasse melhor aptidão técnica..

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Responsabilidade criminal (penal)

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Responsabilidade criminal (penal)

▪ O exercício ilegal de profissão é considerado na área de


engenharia e arquitetura uma contravenção, PORÉM, sua
consequência poderá ser um crime grave.
▪ Se você monta um escritório de arquitetura sem ser
arquiteto, isto é uma contravenção. Mas, se isso gerar
dano, é outro delito. E pode se agravar muito.

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Responsabilidade criminal (penal)

▪ O Código Penal estabelece que o crime é imputado não só


a quem o causou pela ação, como também pela omissão.
Se o falso arquiteto faz a planta e a casa cai, matando
alguém, então ele vai responder pela contravenção, mas
também por homicídio doloso.
▪ Assim, é importante que o profissional ligado às áreas de
engenharia e arquitetura tenha consciência de seus
direitos e deveres, bem como o código de ética que
envolve seu exercício profissional. O que pode ser feito,
como, por quem e em que condições.
(C) engeweb.eng.br 100
Responsabilidade criminal (penal)

(C) engeweb.eng.br 101


Responsabilidade Trabalhista

▪ A matéria é regulada pelas Leis Trabalhistas em vigor.


▪ Resulta das relações com os empregados e trabalhadores
que compreendem: direito ao trabalho, remuneração,
férias, descanso semanal e indenizações, inclusive,
aquelas resultantes de acidentes que prejudicam a
integridade física do trabalhador.

(C) engeweb.eng.br 102


Responsabilidade Trabalhista

(C) engeweb.eng.br 103


Responsabilidade Administrativa

▪ Resulta das restrições impostas pelos órgãos públicos,


através do Código de Obras, Código de Água e Esgoto,
Normas Técnicas, Regulamento Profissional, Plano Diretor
e outros.
✓ Essas normas legais impõem condições e criam responsabilidades ao
profissional, cabendo a ele, portanto, o cumprimento das leis
específicas à sua atividade, sob pena inclusive, de suspensão do
exercício profissional.

(C) engeweb.eng.br 104


Responsabilidade Ética

▪ ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à


conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista
do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade,
seja de modo absoluto".
▪ Ética profissional = “um conjunto de normas de conduta
que deverão ser postas em prática no exercício de
qualquer profissão”. Seria a ação "reguladora" da ética
agindo no desempenho das profissões, fazendo com que
o profissional respeite seu semelhante quando no
exercício da sua profissão.
(C) engeweb.eng.br 105
Responsabilidade Ética

▪ Ética é o nome geralmente dado ao ramo da filosofia dedicado


aos assuntos morais.
▪ Diferencia-se da moral, pois, enquanto esta se fundamenta na
obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos
culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos. A ética, ao
contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo
pensamento humano.
▪ “A Moral é a prática da Ética”.
“Ética é universal, moral é cultural”
“Ética é regra, moral é conduta da regra”
(C) engeweb.eng.br 106
Responsabilidade Ética

▪ Uma infração ética resulta de faltas éticas que contrariam


a conduta moral na execução da atividade profissional.
Em nível do CONFEA/CREAs, essas faltas estão previstas
na legislação e no Código de Ética Profissional (Res.
Confea nº 1.002/02).
✓ O Código de Ética Profissional enuncia os fundamentos éticos e as condutas
necessárias à boa e honesta prática das profissões da Engenharia, e relaciona
direitos e deveres correlatos de seus profissionais
✓ Uma infração à ética coloca o profissional sob julgamento, sujeitando-o a
penalidades. Recomenda-se a todo profissional da área tecnológica a observância
rigorosa às determinações do Código de Ética.

(C) engeweb.eng.br 107


Responsabilidade Ética

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ATIVIDADE AVALIATIVA

Tempo (40 min) para a “ATIVIDADE


EM SALA 1”, leitura do código de
ética, disponível no Canvas (leitura
complementar 3).
(valor: 10 pontos)

Atividade individual + mesa


redonda com o professor.

(C) engeweb.eng.br 109


Capítulo 5
LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Legislação

Legislação profissional Legislação ordinária (comum)

Os profissionais enfrentam processos judiciais


muitas vezes por falta de conhecimento da legislação

(C) engeweb.eng.br 111


Legislação

▪ Apesar do pouco destaque na mídia, é enorme a


quantidade de processos abertos diariamente contra
profissionais e empresas.
▪ Na maioria dos casos (o que é lamentável), as
infrações são cometidas por puro desconhecimento
da legislação.

(C) engeweb.eng.br 112


Legislação

▪ Este desconhecimento leva os profissionais a


enfrentarem situações desagradáveis e acabam tendo
enormes despesas financeiras com processos
judiciais (advogado, indenizações etc) que poderiam
ter sido evitadas.
▪ É importante salientar que para registrar uma
denúncia ou se defender nos CREAs, não é necessário
constituir advogado.

(C) engeweb.eng.br 113


Legislação

▪ O exercício profissional nas áreas de Engenharia,


Arquitetura e Agronomia é regulamentado pela Lei
Federal 5194/66, possibilitando aos profissionais da
área tecnológica, atuarem de maneira ordenada,
consciente e responsável, com uma maior presença
no processo econômico, político e social da sociedade
brasileira.

(C) engeweb.eng.br 114


Legislação

Cabe aos profissionais conhecer a legislação


que rege o exercício profissional (artigo 9º do
Código de Ética) e a legislação geral (de acordo
com a Lei de Introdução ao Código Civil, a
ninguém é permitido desconhecer a lei), uma
vez que estes documentos tratam de aspectos
normativos e legais relativos à atividade de
projetos de engenharia e arquitetura.

(C) engeweb.eng.br 115


Legislação

Legislação comum Legislação profissional > poder


A legislação é disposta hierarquicamente, sendo que, via de Dentro do Sistema CONFEA/CREA encontramos, ainda, mais
regra, as normas superiores excluem as inferiores, se três espécies de normativos:
tratarem do mesmo assunto:
• Resolução (Confea)
• Constituição Federal e suas emendas;
• Decisão Normativa (Confea)
• Leis complementares à Constituição Federal e leis
• Ato Normativo (Crea)
federais;
• Constituições estaduais e suas emendas;
• Leis complementares às constituições estaduais e leis
estaduais;
• Leis orgânicas dos municípios; e
• Leis municipais.

< poder

E os critérios de engenharia, instruções e procedimentos técnicos do cliente?

(C) engeweb.eng.br 116


Legislação

Legislação comum Legislação profissional


A atividade da engenharia e arquitetura se sujeita a toda • Código de Ética do Engenheiro (2002)
legislação, sendo que se destaca no ordenamento jurídico
brasileiro (lei comum): • Resolução CONFEA 218/73 (Atribuições Profissionais
engenharia e agronomia): sem limite de demanda
• A Constituição Federal,
• Resolução CFT 74/19 (Atribuições profissionais técnico
• Código Civil, eletrotécnica): instalações com demanda até 800kVA.
• Código Penal, • Lei Federal 5194/66, que regula o exercício das profissões de
engenheiro, arquiteto e engenheiro agrônomo.
• CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas)
• Lei 6.496/77 que institui a Anotação de Responsabilidade
• Lei 8.078/90 que institui o Código de Defesa do Consumidor Técnica na prestação de serviços de Engenharia, de
Arquitetura e Agronomia.

(C) engeweb.eng.br 117


Infrações e
penalidades

(C) engeweb.eng.br 118


Legislação

▪ Conforme estabelece o art. 24 da Lei nº 5.194, de 24


de dezembro de 1966, é conferido ao Sistema
CONFEA/CREA tanto a destinação institucional de
verificar o exercício profissional quanto o de
fiscalizar a atividade profissional.
▪ Para que serve a fiscalização?

(C) engeweb.eng.br 119


Legislação

O objetivo da fiscalização é verificar o exercício profissional da


Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, nos seus níveis superior e
médio, de forma a assegurar a prestação de serviços técnicos ou
execução de obras com participação de profissional habilitado e
observância de princípios éticos, econômicos, tecnológicos e
ambientais compatíveis com as necessidades da sociedade.

Auto de infração = infração a normas legais apontada pelo agente fiscal:


NOTIFICAÇÃO E AUTO DE INFRAÇÃO (NAI)

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Legislação

▪ A fiscalização deve apresentar um caráter coercitivo


(repressão) e, ao mesmo tempo, educativo e preventivo.
▪ Estão sujeitos à fiscalização as pessoas físicas - leigos ou
profissionais - e as pessoas jurídicas que executam ou se
constituam para executar serviços ou obras de Engenharia,
de Arquitetura ou de Agronomia.

(C) engeweb.eng.br 121


Legislação

▪ Exercício Ilegal da Profissão: Artigo 6º da Lei 5.194


a. PJ ou PF sem registro no CREA - Leigos
b. Atividades estranhas à formação - Exorbitância
c. Assinar sem a real participação - Acobertamento
d. Profissional suspenso - estando em atividade
e. Empresa sem RT - Sem autoria declarada

(C) engeweb.eng.br 122


Legislação

▪ Penalidades (art. 71 da Lei nº 5.194, de acordo com a


gravidade da falta):
a. advertência reservada; Penalidades impostas por infração
ética, Lei nº 5.194 /Art. 72
b. censura pública;
c. multa;
d. suspensão temporária do exercício profissional;
e. cancelamento definitivo do registro.

(C) engeweb.eng.br 123


Legislação

(C) engeweb.eng.br 124


Infrações e penalidades

(C) engeweb.eng.br 125


Infrações e penalidades

(C) engeweb.eng.br 126


Infrações e penalidades

(C) engeweb.eng.br 127


Infrações e penalidades

(C) engeweb.eng.br 128


Infrações e penalidades

(C) engeweb.eng.br 129


Infrações e penalidades

(C) engeweb.eng.br 130


Infrações e penalidades

(C) engeweb.eng.br 131


MESA REDONDA

Tempo (15 min): Você conhece algum


profissional que já foi penalizado por
alguma infração profissional? Conte
para nós (conte o milagre mas não o
santo!

Atividade coletiva.

(C) engeweb.eng.br 132


ATIVIDADE AVALIATIVA

Tempo (30 min) para o “Estudo de


caso Viaduto Batalha dos
Guararapes”, disponível no Canvas.

Atividade individual + mesa


redonda com o professor.

(C) engeweb.eng.br 133


Capítulo 6
NORMALIZAÇÃO
Introdução

Sou qualificado e habilitado para atividades de


inspeção (no caso, de instalações elétricas).

Conheço minhas responsabilidades


profissionais?

(C) engeweb.eng.br 135


Introdução

RESPONSABILIDADE:
Você conhece suas responsabilidades e
direitos ao ser contratado para prestar
um serviço de engenharia ou
arquitetura?

Quais são os riscos que você assume ao


entregar um produto ou serviço que não
obedece rigorosamente às normas da
ABNT?
Como a legislação brasileira se refere
às normas da ABNT?
Você é obrigado a segui-las na
totalidade?

(C) engeweb.eng.br 136


SINMETRO

▪ SINMETRO: Sistema brasileiro, constituído por


entidades públicas e privadas, que exerce atividades
relacionadas com metrologia, normalização, qualidade
industrial e certificação de conformidade

▪ CONMETRO: Órgão normativo, Formula, ordena e


supervisiona a Política Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial e de certificação da
qualidade de produtos industriais.

▪ INMETRO: secretaria executiva do CONMETRO,


exerce o papel articulador no setor governamental, para
a emissão de regulamentos técnicos e supervisiona o
Sistema de normalização da ABNT
Estrutura do SINMETRO
▪ ABNT: Fórum Nacional de Normalização, responsável
pela área de Normalização do SINMETRO
(C) engeweb.eng.br 137
ABNT

▪ ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas (fundada


em 28/09/1940 – RJ);
▪ Único “Fórum Nacional de Normalização” (Resolução nº 7 –
CONMETRO);
▪ Responsável pela gestão do processo de elaboração de
normas brasileiras (homologação junto ao Inmetro).
▪ Estrutura: Comitês, Subcomitês, Comissões de Estudo.
▪ Privada, sem fins lucrativos e de utilidade pública.

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ABNT

MISSÃO DA ABNT:

Prover a sociedade brasileira de conhecimento sistematizado,


por meio de documentos normativos, que permita a produção, a
comercialização e uso de bens e serviços de forma competitiva
e sustentável nos mercados interno e externo, contribuindo para
o desenvolvimento científico e tecnológico, proteção do meio
ambiente e defesa do consumidor.

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ABNT

HOMOLOGAÇÃO

Aprovação dada por autoridade


judicial ou administrativa a certos
atos particulares para que produzam
os efeitos jurídicos que lhes são
próprios.

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ABNT

ABNT é Membro fundador da


ISO (International
Organization for
Standardization), COPANT
(Comissão Panamericana de
Normas Técnicas) e AMN
(Associação Mercosul de
Normalização) e membro da
IEC (International
Electrotechnical Comission)
desde a criação da ABNT.

ABNT/CB 03 – Eletricidade: é exercida pelo COBEI (COMITÊ BRASILEIRO DE ELETRICIDADE,


ELETRÔNICA, ILUMINAÇÃO E TELECOMUNICAÇÕES), entidade fundada em 1908.

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ABNT

▪ Processo de elaboração das normas:


o Demanda da sociedade

o Identificação e reunião da CE

o Elaboração do Projeto de Norma (participação tripartite: fabricantes,


consumidores, neutros)

o Consulta pública

o Aprovação

o Disponibilização à sociedade

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Normalização

▪ Principais objetivos:

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Normalização

• ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (www.abnt.org.br)


• AENOR – Asociación Espãnola de Normalización y Certificación (www.aenor.es/)
• American National Standards Institute – ANSI ( www.ansi.org/)
• American Society of Quality Control – ASQC (http://www.asq.org/)
• American Society of Testing & Materials – ASTM (http://www.astm.org/)
• Association Française de Normalisation – AFNOR (http://www.afnor.org/portail.asp)
• Deutsches Institut fur Normung e. V – DIN (http://www.din.de/)
• International Electrotechnical Commission – IEC (http://www.iec.ch/)
• International Organziation for Standardization – ISO (http://www.iso.org/iso/home.htm)
• The British Standards Institution – BSI (http://www.bsi-global.com/)
• The Institute of Electrical and Electronics Engineers - IEEE
(http://www.ieee.org/web/aboutus/home/index.html)
• Japanase Industrial Standards Committee (http://wwww.jisc.go.jp/eng/index.html)
• Standards Council of Canada (http://www.scc.ca/)
• South African Bureau of Standards (http://www.sabs.co.za/)

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Norma x Regulamento

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Norma x Regulamento

Norma técnica é um documento estabelecido por consenso e aprovado


por um organismo reconhecido (no caso a ABNT), que fornece regras,
diretrizes ou características mínimas para atividades ou para seus
resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um
dado contexto. É, portanto, uma contribuição de grupos voluntários
(que formam as Comissões de Estudos da ABNT) para a sociedade.

1. Uma norma brasileira (NBR - Norma Brasileira) é o documento elaborado segundo procedimentos e
conceitos emanados do SINMETRO, conforme Lei número 5966, de 11 de dezembro de 1973, e
demais documentos legais desta decorrentes.

2. As normas brasileiras são resultantes de um processo de consenso nos diferentes fóruns do


Sistema, cujo universo abrange o Governo, o setor produtivo (fabricantes) e os consumidores.

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Norma x Regulamento

REGULAMENTO: Documento que contém regras de caráter obrigatório e que


é adotado por uma autoridade (ABNT ISO/IEC GUIA 2).

REGULAMENTO TÉCNICO: regulamento que estabelece requisitos técnicos,


seja diretamente, seja pela referência ou incorporação do conteúdo de uma
norma, de uma especificação técnica ou de um código de prática.

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Norma x Regulamento

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Norma x Regulamento

A ABNT não possui autoridade


para estabelecer obrigatoriedade
de cumprimento de normas
técnicas, que nascem de uso
voluntário.

Já um regulamento técnico é
publicado por uma autoridade
(poder público) e é, por natureza,
de uso compulsório.

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Aplicação legal

NO BRASIL, A Normas técnicas ABNT

UTILIZAÇÃO DE Orientar e uniformizar produtos/serviços

NORMAS TÉCNICAS
Mecanismo de uso FACULTATIVO
OFICIAIS (ABNT) É
(em sua essência)

obrigatória
Ganham status de requisito OBRIGATÓRIO caso o
De acordo com o Art. 5º, inciso II da estado determine
Constituição Federal: “ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei”. Portanto, o NR´s Portaria Lei Federal
que torna uma norma técnica de uso (SSMT/MTb) Aneel 414/10 8078/90 (CDC)
obrigatório é a lei, e não a ABNT.
NR-10 em 10.1.2 Art. 27, inciso I.a Art. 39, VIII
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Aplicação legal

Cabe aplicação retroativa da norma


(em uma inspeção, por exemplo?)
Não há respaldo legal para a aplicação compulsória de qualquer norma
ABNT de forma retroativa. Deve ser utilizada a edição da norma que estava em
vigor à época em que foi entregue o produto ou prestado o serviço. Conforme
estabelece o citado Art. 5º, inciso II da Constituição Federal, tem de existir lei que obrigue tal
procedimento (até o momento, não existe).

A aplicação retroativa é totalmente voluntária.

(deve ser um consenso entre as partes).

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Aplicação legal

Agora, juridicamente falando...


... se for identificado na instalação elétrica durante uma inspeção algum fator de risco que
poderia ser eliminado ou mitigado com a aplicação de normas mais recentes, por precaução
(não por obrigação) , deverão ser adotadas as medidas cabíveis para que, em caso de
acidente (provado o nexo causal e a relevância da inadequação), ele não seja
responsabilizado por negligência (falta de cuidado ou de aplicação numa determinada
situação, tarefa ou ocorrência – você estava ciente do risco, e nada fez).

Trata-se aqui do risco de responsabilização por negligência, e não pelo fato da instalação
existente não estar conforme a norma mais atual.

No campo jurídico o Juiz pode interpretar como omissão por parte do profissional habilitado.

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Orientações finais

PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENGENHARIA E ARQUITETURA:

▪ Seja qualificado (graduado, pós-graduado, etc.)


▪ Seja habilitado (CREA/CAU)
▪ Conheça a legislação profissional/comum e suas
responsabilidades (direitos e deveres)
▪ Tenha respaldo técnico: use as normas e regulamentos. De
forma geral, são de caráter obrigatório: ou por força de lei
e/ou por exigência contratual.
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MESA REDONDA

Tempo (20 min): Qual sua opinião


sobre a comercialização das normas
técnicas do Brasil? Custo é alto?
Poderia ser gratuito? Qual sua maior
dificuldade em aplicar as normas em
seus projetos (falta de
conhecimento, tempo, projeto fica
“caro”...)?

Atividade coletiva.

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ATIVIDADE AVALIATIVA

Tempo (120 min) para a “LISTA DE


EXERCÍCIOS 1”, disponível no
Canvas.
(valor: 60 pontos)

Atividade individual offline

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OBRIGADO!

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https://www.youtube.com/c/RicardoTamiettiEng

engeweb@engeweb.eng.br

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(31) 98484-9440

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