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CURSO DE ENGENHARIA
MANAUS - AM
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO - FAMETRO
CURSO DE ENGENHARIA
MANAUS - AM
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
3 IMPACTOS POSITIVOS 14
3.1 VANTAGENS DA INDÚSTRIA 4.0 14
3.2 DESVANTAGENS DA INDÚSTRIA 4.0 15
5 CONCLUSÃO 20
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21
4
INTRODUÇÃO
1.1 Conceito
Indústria 4.0 é um conceito que engloba automação e tecnologia da informação, além
das principais inovações tecnológicas desses campos. Tudo isso aplicado à manufatura –
entendendo o termo como sendo a transformação de matérias-primas em produtos de valor
agregado.
O que a indústria 4.0 traz é o salto tecnológico de elevar essa automação à máxima
potência, permitindo aos robôs desempenharem funções cada vez mais complexas. E não
estamos falando apenas do operacional, como soldar duas placas de aço, mas também de
tarefas que pensávamos serem exclusivas de nosso intelecto. São algoritmos que fazem as
máquinas analisarem dados em uma velocidade que um humano não conseguiria em uma vida
inteira.
Por isso, é preciso se adaptar às alterações e aplicar corretamente aquilo que mais
possa trazer proveito para o seu cotidiano. Veja a seguir alguns impactos da indústria 4.0 em
diferentes segmentos.
Na sociedade
É importante falar que as mudanças advindas da indústria 4.0 não ocorrem apenas
dentro das fábricas. As revoluções anteriores foram uma reunião de políticas governamentais
de vários países junto ao uso de tecnologias. Uma alteração importante acontece atualmente.
Antes, a indústria norteava o comportamento da sociedade, ditava tendências. No entanto, nos
dias de hoje, são as pessoas e a sociedade que influenciam o setor industrial. Isso acaba
obrigando as indústrias a se reinventarem e se adaptarem a essa nova era de mercado.
Com isso, vários benefícios são observados nessa nova era, como a produção mais
limpa da indústria, pois as empresas estão levando em consideração a produção de bens e
serviços que atendam às exigências da sustentabilidade. Dependendo do item, se ele não for
utilizado, pode ser reaproveitado. Em contrapartida, energia e mão de obra não podem ser
reaproveitadas. Então, é importante que esse consumo da sociedade seja mais consciente.
Nos negócios
Conforme uma pesquisa global da Deloitte, houve um diálogo com 1.600 executivos
em 19 países, entre eles 102 brasileiros, sobre as perspectivas dos impactos da indústria 4.0.
Cerca de 39% dos entrevistados no Brasil disseram que os meios tecnológicos são
capazes de promover um diferencial competitivo, enquanto 42% acham que ela é capaz de
gerar uma grande mobilização na cadeia de operações.
Esse estudo aponta ainda que 87% do total desses gestores acreditam que a nova
configuração industrial deve oferecer vantagens ao mercado empresarial e à população com
igualdade social e estabilidade econômica. Dessa forma, estipula-se que a tendência
da indústria 4.0 é se propagar pelo planeta em alguns anos. Com isso, um dos grandes
impactos será o surgimento de novas formas de negócios.
também serão perceptíveis nas relações trabalhistas e habilidades esperadas dos profissionais.
Entre as principais aptidões exigidas, estão a criatividade, a multidisciplinaridade e a
capacidade de inovar.
Na mão de obra
Um dos grandes impactos da indústria 4.0 está relacionado à mão de obra. É forte a
diminuição tanto de postos de trabalho quanto de atividades repetitivas e braçais. O modelo de
fábrica como se conhece está mudando. Os trabalhadores apresentarão um papel mais
estratégico, voltado para o conhecimento técnico. As funções na empresa tendem a ser mais
flexíveis, já que haverá mais máquinas e sistemas inteligentes.
Sendo assim, ao mesmo tempo em que várias funções tendem a acabar, outras
certamente surgirão. Um estudo da Man and Machine in Industry 4.0: How Will Tecnology
Transform the Industrial Workforce Through 2025, do Boston Consulting Group (BCG), diz
que há uma tendência de aumento de 6% na quantidade de empregos até 2025 na Alemanha,
por exemplo. Nessa perspectiva, conforme diz a pesquisa, há uma previsão de aumento de
demanda no setor da tecnologia da informação.
Desse modo, novas especializações podem surgir de tudo isso. O trabalho com as
informações, por exemplo, provocará uma demanda maior por pessoas capacitadas em análise
de dados. Da mesma forma, o design atuará na criação de novas interfaces para relacionar
humanos e máquinas.
No Brasil
Com as agitações do desenvolvimento econômico, político e das novas tecnologias,
desde a década de 1990, surgiram novas exigências para as resoluções de problemas que estão
ligados à economia, ao mercado e às relações do comportamento com o mundo do trabalho.
A indústria mundial vem avançando, e esse cenário exige dos gestores a capacidade de
otimização das operações com o foco em tempo real. Isso acaba refletindo no país e
estimula atualizações administrativas e políticas relacionadas aos impactos da indústria 4.0 no
cenário nacional.
Isso quer dizer que a sociedade está em um novo período no âmbito das grandes
revoluções industriais. Com as fábricas inteligentes, várias mudanças ocorrerão no modo
como as mercadorias serão criadas, provocando impactos em variados setores do mercado.
2.1 Princípios
O termo indústria 4.0 surgiu de um projeto de um grupo de trabalho presidido
Siegfried Dais e Henning Kagermann. Em 2012, eles apresentaram um relatório de
recomendações para o governo alemão, planejando a implementação e desenvolvimento do
que chamaram de indústria 4.0.
A internet das coisas, também conhecida pela sigla IoT (de Internet of Things), é um
conceito que trata da conexão de aparelhos físicos à rede. Não se trata de ter mais dispositivos
para acessar a internet, mas sim a hiperconectividade ajudando a melhorar o uso dos objetos.
Isso acontece dentro das residências (televisão, ar condicionado, geladeira e campainha
conectados, por exemplo).
Big data
Big Data é o termo utilizado para se referir à nossa realidade tecnológica atual, em que
uma quantidade imensa de dados é coletada e armazenada diariamente na rede. Também é um
conceito-chave para a Quarta Revolução Industrial, porque são esses dados que permitem às
máquinas trabalharem com maior eficiência. Eis aqui uma questão que um filósofo julgaria
um paradoxo: são desenvolvidos algoritmos que permitem aos robôs tratarem e aproveitarem
grande parte desses dados.
Afinal, os humanos não têm a capacidade de fazer isso por conta própria. A ironia é
que esses algoritmos são criados por cientistas da computação, que são seres humanos.
Inteligência artificial
Com o big data (coleta, armazenamento e tratamento de dados) e da internet das coisas
(conexão entre máquinas e sistemas), uma fábrica tem as ferramentas básicas para entrar na
Quarta Revolução Industrial. Para uma atuação realmente inovadora, no entanto, falta
a inteligência artificial (IA), que é o que permite a tomada de decisão da máquina sem a
interferência humana. Essa é uma questão bastante polêmica e temida por muitos que tentam
enxergar o futuro da IA a longo prazo, tema que abordaremos mais adiante.
Segurança
Computação em nuvem
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Tudo isso com menor custo e de forma mais ágil e eficiente que o modelo antigo.
Cobots
O futuro, sob muitos ângulos, é colaborativo, e os cobots são prova dessa tendência.
Seu nome vem de uma junção entre “collaborative” e “robot”, formando uma
explicação simples e clara sobre a função dessas máquinas. Elas servem para desempenhar
tarefas difíceis, repetitivas ou que demandam grande esforço, com a vantagem de serem
capazes de trabalhar lado a lado com humanos. Esse é um grande diferencial, uma vez que a
maioria das linhas de montagem que contam com robôs acabam restringindo o acesso de
pessoas, pois as máquinas representam riscos à sua integridade física.
Por não dispor de inteligência ou bom senso, robôs comuns podem acabar ferindo
trabalhadores desavisados que interfiram em suas atividades.
Já os cobots são dotados de sensores que paralisam qualquer movimento antes que
prejudiquem uma pessoa, além de permitir que o empregado os controle temporariamente
para os tirar do caminho, por exemplo.
Digital twin
Gêmeos digitais são modelos replicados que existem virtualmente e são dinâmicos,
permitindo simulações e coleta de dados para facilitar a manutenção preventiva. Ou seja, essa
tecnologia serve para monitorar equipamentos e sistemas, rastreando falhas e prevenindo
pequenos ou grandes eventos, desde a quebra de um acessório até um acidente com vítimas.
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Manufatura aditiva
Biologia sintética
Essencial para a integração entre máquinas e sistemas na indústria 4.0, o CPS faz a
ligação entre os sistemas e a parte mecânica da fábrica.
3. IMPACTOS POSITIVOS
Ganho em eficiência
Na Indústria 4.0, os recursos empresariais são utilizados com mais inteligência, além
do ganho em agilidade e redução de erros na execução dos processos. Isso é sinônimo de
aumento da eficiência operacional e melhoria nos indicadores de desempenho do negócio.
A manufatura avançada tem como base a inovação tecnológica, a busca pela redução
de custos, estratégias diferenciadas de produção digital e, principalmente, a integração digital
das cadeias de valor — desde o início da produção até a disponibilização para os clientes. A
Indústria 4.0 dá continuidade a essa transformação digital, mantendo a evolução e
modernização da manufatura.
Operações integradas
Assim como existem várias vantagens na evolução para a Indústria 4.0, existem
também alguns desafios que devem ser superados. Conheça os principais nos próximos
tópicos.
Desemprego
A falta de mão de obra capacitada para lidar com as novas tecnologias (e a resistência
à mudanças) pode gerar uma onda de desemprego. É possível que isso aconteça em
decorrência da quantidade de profissionais com conhecimento obsoleto, que não se
atualizaram para as mudanças trazidas pela Indústria 4.0.
Ciberataques
Também se pode esperar problemas de segurança, à medida que mais dispositivos são
conectados à Internet. Um estudo da empresa de segurança cibernética Fortinet traz dados que
o Brasil já sofreu mais de 15 bilhões de tentativas de ataques, apenas no segundo trimestre de
2019. A cada novo ponto de acesso, uma nova vulnerabilidade surge e é aí que as
organizações devem garantir que os protocolos de segurança sejam devidamente robustos
antes de ampliar a utilização da tecnologia.
Como principais causas para esse atraso, o estudo da Fiesp aponta uma série de
gargalos na infraestrutura do setor industrial brasileiro. Além disso, há escassez de
profissionais tecnicamente qualificados para lidar com as novas tecnologias de um
sistema industrial inteligente.
Pollux
A Pollux foi pioneira na fabricação de linhas de montagem no Brasil e,
atualmente, participa de quase 75% dos carros fabricados por aqui. A empresa fornece o
aparato tecnológico que as indústrias precisam para aderir à Indústria 4.0. Em 2017, os
negócios da Pollux cresceram 93%.
ThyssenKrupp
O conceito de Indústria 4.0 já faz parte de todo o processo produtivo da unidade
de autopeças da ThyssenKrupp.
Como resultado, a unidade consegue produzir hoje 700 mil módulos por ano com
72 funcionários. Antes da Indústria 4.0, eram necessários 200 colaboradores para
produzir esse mesmo volume.
Vale
Em 2017, a Vale conseguiu economizar US$ 50,5 milhões ao investir na
digitalização de seus processos e no uso de Inteligência Artificial e Big Data.
Bosch
A Bosch, que já havia aderido à Indústria 4.0, percebeu que o mercado brasileiro
tinha certas limitações e falta de maturidade nesse assunto. Sendo assim, a empresa alemã
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desenvolveu uma solução focada na coleta e na análise de dados por meio de sensores
inteligentes.
Isso permitiu dar maior transparência para o chão de fábrica, o que se refletiu
positivamente nos índices de produtividade e na redução de custos.
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5. CONCLUSÃO
Vendo o impacto da indústria 4.0 nas empresas, uma coisa é certa: trata-se de um
caminho sem volta. As empresas precisarão, de alguma forma, se adaptar à realidade que
surge com as novas tecnologias. O mundo está cada vez mais conectado e as fábricas estão
embarcando nessa onda. Pode parecer uma simples imposição de como as coisas acontecerão.
Mas não se trata disso. É uma evolução natural, que começou com as máquinas a vapor na
primeira revolução industrial e continua com essas máquinas comunicando-se virtualmente,
coletando dados e tomando decisões. Em meio a tudo isso, os profissionais também precisam
encontrar seus lugares nessa nova indústria, pois são eles que conduzem esse processo. As
empresas exigirão novos perfis de colaboradores, que, por sua vez, deverão buscar novas
competências e habilidades para permanecerem competitivos no mercado
Isso cria um duplo desafio para o Brasil, pois, além de buscar a incorporação e o
desenvolvimento dessas tecnológicas, é preciso fazê-lo com relativa agilidade a fim de evitar
que o gap de competitividade entre o Brasil e alguns de seus principais competidores
aumente.
Além disso, como vem ocorrendo em outros países, a difusão das tecnologias da
Indústria 4.0 no Brasil não atingirá todos os setores da mesma forma e ao mesmo tempo. O
nível de heterogeneidade da nossa indústria exigirá que as políticas sejam adaptadas para
diferentes conjuntos de setores e de empresas, que assumirão velocidades e condições
diferenciadas.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS