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CENTRO UNIVERSITÁRIO - FAMETRO

CURSO DE ENGENHARIA

LUCAS GOMES VIEIRA


MATEUS DA SILVA BUAS
WELLINSON SILVA
FRANK ARLISON CAVALCANTE MOREIRA
BRUNO LIMA DE CARVALHO

O QUE É A INÚSTRIA 4.0 E QUAL O SEU IMPACTO NO MERCADO?

MANAUS - AM
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO - FAMETRO
CURSO DE ENGENHARIA

LUCAS GOMES VIEIRA


MATEUS DA SILVA BUAS
WELLINSON SILVA
FRANK ARLISON CAVALCANTE MOREIRA
BRUNO LIMA DE CARVALHO

O QUE É A INÚSTRIA 4.0 E QUAL O SEU IMPACTO NO MERCADO?

Trabalho da disciplina Governaça e Tecnologia da


Informação e Comunicação , Curso de Engenharia
Civil, de Prodrução e Elétrica, Centro Universitário
Fametro. Apresentado a Professor: Zaida Tavares.
Turmas:(ZL)TG-ENGC+P+E211N01. Turno:
Noturno.

MANAUS - AM
2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 4

1 O QUE É E QUAIS SÃO OS IMPACTOS DA INDÚSTRIA 4.0? 5


1.1 CONCEITO 5
1.2 IMPACTOS DA INDÚSTRIA 4.0 6

2 CARACTERÍSTICAS DA INDÚSTRIA 4.0 9


2.1 PRINCÍPIOS 9
2.2 AS 10 PRINCIPAIS TECNOLOGIAS 10

3 IMPACTOS POSITIVOS 14
3.1 VANTAGENS DA INDÚSTRIA 4.0 14
3.2 DESVANTAGENS DA INDÚSTRIA 4.0 15

4 A INDÚSTRIA 4.0 NO BRASIL 16


4.1 UM PARÂMETRO SOBRE A INDÚSTRIA 4.0 NO BRASIL 17
4.2 EXEMPLOS DE IMPLEMENTAÇÃO DA INDÚSTRIA 4.0 NO
BRASIL.............18

5 CONCLUSÃO 20

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21
4

INTRODUÇÃO

Segundo Editora Blucher (2018), A Quarta Revolução Industrial, também conhecida


como indústria 4.0, promove transformações nas formas de produção e propõe novos desafios
ao Brasil, para os quais o país tem de estar preparado se quiser retomar o crescimento
econômico e ser páreo para as demais indústrias.
A indústria 4.0 nasceu na Alemanha em 2011 durante a Feira de Hannover, a maior
vitrine industrial do mundo. O objetivo do governo alemão era recuperar a participação no
valor agregado da indústria global. Em resumo, aumentar a produtividade e elevar a
competitividade. Diante disso, criou-se um grupo para elaborar um projeto estratégico para
promover essa reviravolta de alta tecnologia na manufatura. O resultado foi um relatório de
recomendações que culminou no termo Industria 4.0. Desde então, o termo ganha os holofotes
no mundo.
Podemos definir que, o momento foi um marco na indústria pelas inovações
tecnológicas nos campos de automação, controle e tecnologia da informação. Ainda é um
termo novo, em construção e envolve uma rede de conexões e tecnologias como internet das
coisas, inteligência artificial, dados nas nuvens, big data, robotização e tantas outras
interfaces.
E sabe o motivo por que isso ocorre?
Porque a indústria precisa acompanhar as mudanças da atual era. Não há como, em
pleno século 21, a lógica de produção nas fábricas seguir no mesmo processo enquanto
vivemos uma revolução tecnológica. É imensa a quantidade de dados disponíveis, a
tecnologia avança sem freios e o mercado exige inovação disruptiva.
É importante saber que não há uma única definição ou solução para a indústria 4.0. O
que existem são nove pilares que sustentam a base. Quer ver como é fácil?
Imagine um guarda-chuva. A indústria 4.0 é o topo da armação e interliga várias
pontas. No caso, nove eixos que vão impulsionar o mercado industrial produtivo. Se as pontas
estiverem abertas e em simetria, o guarda-chuva vai cumprir sua missão. No mundo
industrial, vai abrigar os impactos que vêm com a revolução tecnológica e, quem estiver
preparado, não vai se apavorar com a tempestade.
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1. O QUE É E QUAIS SÃO OS IMPACTOS DA INDÚSTRIA 4.0?

1.1 Conceito
Indústria 4.0 é um conceito que engloba automação e tecnologia da informação, além
das principais inovações tecnológicas desses campos. Tudo isso aplicado à manufatura –
entendendo o termo como sendo a transformação de matérias-primas em produtos de valor
agregado.

Pois manufatura, junção das palavras “mão” e “acabamento” em latim, designava um


trabalho artesanal, feito à mão. O que acontece é que a indústria é incompatível com a ideia de
fazer as coisas de forma manual. De fato, já faz muito tempo que as mãos dos operários têm
sido substituídas pelas máquinas. Mesmo assim, continuamos avançando na automação, que é
a capacidade dessas máquinas trabalharem sem nenhum operador humano no comando.
A robótica, com sistemas previamente programados para que os equipamentos desempenhem
determinadas funções sozinhos, também não é muito recente.

O que a indústria 4.0 traz é o salto tecnológico de elevar essa automação à máxima
potência, permitindo aos robôs desempenharem funções cada vez mais complexas. E não
estamos falando apenas do operacional, como soldar duas placas de aço, mas também de
tarefas que pensávamos serem exclusivas de nosso intelecto. São algoritmos que fazem as
máquinas analisarem dados em uma velocidade que um humano não conseguiria em uma vida
inteira.

No final, podemos dizer que a indústria 4.0 é a realidade na qual a tecnologia


industrial está cada vez mais eficiente: mais inteligente, mais rápida e mais precisa e,
independente. A indústria 4.0 também é frequentemente chamada de Quarta Revolução
Industrial. Por que esse nome?

Primeiro, entenda que a palavra “revolução” caracteriza fenômenos em que há


uma transformação radical em uma sociedade. Então, não é qualquer novidade no processo de
um fabricante que desencadeia uma revolução industrial, e sim uma tendência tecnológica que
impacta a produção a nível mundial. Ela não ocorre da noite para o dia. Demora décadas para
se consolidar e para ser reconhecida como revolução. Já se fala em automação e internet das
coisas, por exemplo, há mais tempo do que se fala em Quarta Revolução Industrial e indústria
4.0.
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A primeira aconteceu em meados do século 18, com o surgimento das máquinas a


vapor e ferrovias, substituindo o uso de animais para gerar força. Entre o final do século 19 e
início do 20, desenvolveu-se a Segunda Revolução Industrial, com a energia elétrica e a linha
de produção criada por Henry Ford, possibilitando a produção em larga escala. A terceira
chegou junto com a informática, internet, computadores pessoais e toda a gama de
plataformas digitais que modernizou o trabalho em fábricas e escritórios. Em cada uma dessas
revoluções, as máquinas passaram a disputar ou roubar o protagonismo do homem em várias
funções.

1.2 Impactos da indústria 4.0


Como já citado, a Quarta Revolução Industrial tem alterado a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se comunicam. O governo, a sociedade, a indústria, a saúde, tudo está
sendo reformulado.

Por isso, é preciso se adaptar às alterações e aplicar corretamente aquilo que mais
possa trazer proveito para o seu cotidiano. Veja a seguir alguns impactos da indústria 4.0 em
diferentes segmentos.

Na sociedade
É importante falar que as mudanças advindas da indústria 4.0 não ocorrem apenas
dentro das fábricas. As revoluções anteriores foram uma reunião de políticas governamentais
de vários países junto ao uso de tecnologias. Uma alteração importante acontece atualmente.
Antes, a indústria norteava o comportamento da sociedade, ditava tendências. No entanto, nos
dias de hoje, são as pessoas e a sociedade que influenciam o setor industrial. Isso acaba
obrigando as indústrias a se reinventarem e se adaptarem a essa nova era de mercado.

Sendo assim, a tecnologia desempenha um papel muito importante, pois ela é o


alicerce para essas mudanças. O que se vê é uma alteração profunda nas relações de
consumo, e o ponto-chave é a integração e a colaboração como princípios para as novas
tendências de mercado. Tudo isso está se conectando e fazendo parte do ecossistema
industrial da era 4.0.
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Com isso, vários benefícios são observados nessa nova era, como a produção mais
limpa da indústria, pois as empresas estão levando em consideração a produção de bens e
serviços que atendam às exigências da sustentabilidade. Dependendo do item, se ele não for
utilizado, pode ser reaproveitado. Em contrapartida, energia e mão de obra não podem ser
reaproveitadas. Então, é importante que esse consumo da sociedade seja mais consciente.

É possível perceber, nas últimas décadas, que ocorreu um processo de


desindustrialização de determinados países europeus e a forte industrialização de países
asiáticos, motivados pelo modelo de produção em escala. Assim, chega-se a uma questão
bastante interessante. Em todo o planeta, o setor industrial deve repensar o modo como atua.
Uma das peculiaridades da indústria 4.0 é que ela não vai mais fabricar como antes. A
produção, como um todo, será baseada em uma menor escala e de maneira personalizada,
explorando bem a tecnologia e atendendo aos anseios da sociedade.

Nos negócios
Conforme uma pesquisa global da Deloitte, houve um diálogo com 1.600 executivos
em 19 países, entre eles 102 brasileiros, sobre as perspectivas dos impactos da indústria 4.0.

Cerca de 39% dos entrevistados no Brasil disseram que os meios tecnológicos são
capazes de promover um diferencial competitivo, enquanto 42% acham que ela é capaz de
gerar uma grande mobilização na cadeia de operações.

Esse estudo aponta ainda que 87% do total desses gestores acreditam que a nova
configuração industrial deve oferecer vantagens ao mercado empresarial e à população com
igualdade social e estabilidade econômica. Dessa forma, estipula-se que a tendência
da indústria 4.0 é se propagar pelo planeta em alguns anos. Com isso, um dos grandes
impactos será o surgimento de novas formas de negócios.

Entre os resultados, está a alteração dos métodos de trabalho, com a utilização de


sistemas e sensores inteligentes. Nesse quadro, os softwares rígidos e centralizados acabam
dando lugar aos mecanismos da Inteligência Artificial e da comunicação entre máquinas
(M2M).

Além do mais, as fábricas inteligentes podem se empenhar na produção de itens


levando em conta as necessidades e os desejos de cada consumidor e, por meio dessa
customização, assegurar uma maior satisfação e fidelização de cada cliente. Os impactos
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também serão perceptíveis nas relações trabalhistas e habilidades esperadas dos profissionais.
Entre as principais aptidões exigidas, estão a criatividade, a multidisciplinaridade e a
capacidade de inovar.

Na mão de obra
Um dos grandes impactos da indústria 4.0 está relacionado à mão de obra. É forte a
diminuição tanto de postos de trabalho quanto de atividades repetitivas e braçais. O modelo de
fábrica como se conhece está mudando. Os trabalhadores apresentarão um papel mais
estratégico, voltado para o conhecimento técnico. As funções na empresa tendem a ser mais
flexíveis, já que haverá mais máquinas e sistemas inteligentes.

Sendo assim, ao mesmo tempo em que várias funções tendem a acabar, outras
certamente surgirão. Um estudo da Man and Machine in Industry 4.0: How Will Tecnology
Transform the Industrial Workforce Through 2025, do Boston Consulting Group (BCG), diz
que há uma tendência de aumento de 6% na quantidade de empregos até 2025 na Alemanha,
por exemplo. Nessa perspectiva, conforme diz a pesquisa, há uma previsão de aumento de
demanda no setor da tecnologia da informação.

Desse modo, novas especializações podem surgir de tudo isso. O trabalho com as
informações, por exemplo, provocará uma demanda maior por pessoas capacitadas em análise
de dados. Da mesma forma, o design atuará na criação de novas interfaces para relacionar
humanos e máquinas.

No Brasil
Com as agitações do desenvolvimento econômico, político e das novas tecnologias,
desde a década de 1990, surgiram novas exigências para as resoluções de problemas que estão
ligados à economia, ao mercado e às relações do comportamento com o mundo do trabalho.

A indústria mundial vem avançando, e esse cenário exige dos gestores a capacidade de
otimização das operações com o foco em tempo real. Isso acaba refletindo no país e
estimula atualizações administrativas e políticas relacionadas aos impactos da indústria 4.0 no
cenário nacional.

Atualmente, o que se vê é a Quarta Revolução Industrial como uma realidade. Esse


conceito faz com que as máquinas e os componentes inteligentes se comuniquem entre si,
com a mínima intervenção humana. Assim, a transformação iminente das empresas brasileiras
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relaciona-se ao ajustamento e alinhamento com a indústria 4.0. Afinal, essa nova


metodologia de indústria engloba as principais inovações tecnológicas das áreas
de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos mecanismos de manufatura.
Ou seja, por meio de tecnologias como a Internet das Coisas, Internet dos Serviços, entre
outras, os processos produtivos se tornam bem mais eficazes, autônomos e personalizáveis.

Com a conexão de máquinas e sistemas, os negócios brasileiros poderão criar redes


inteligentes ao longo de toda a cadeia produtiva para, assim, ter um controle efetivo dos
módulos da produção, tudo de maneira autônoma. As fábricas inteligentes vão ter uma
capacidade para prever erros, interrupções e panes, além de poderem se adaptar aos requisitos
e às alterações não planejadas em todas as operações.

Isso quer dizer que a sociedade está em um novo período no âmbito das grandes
revoluções industriais. Com as fábricas inteligentes, várias mudanças ocorrerão no modo
como as mercadorias serão criadas, provocando impactos em variados setores do mercado.

Em um curto espaço de tempo, operadores, equipamentos, máquinas e matérias-primas


vão se comunicar em tempo real por meio da internet. Os métodos de produção poderão ser
realizados utilizando somente os meios digitais em uma fábrica inteligente, em que o operador
terá acesso ao monitoramento a distância com dados em tempo real.

2. CARACTERÍSTICAS DA INDÚSTRIA 4.0

2.1 Princípios
O termo indústria 4.0 surgiu de um projeto de um grupo de trabalho presidido
Siegfried Dais e Henning Kagermann. Em 2012, eles apresentaram um relatório de
recomendações para o governo alemão, planejando a implementação e desenvolvimento do
que chamaram de indústria 4.0.

Segundo eles, seis princípios caracterizam o projeto. São os seguintes:

Tempo real: a capacidade de coletar e tratar dados de forma instantânea, permitindo


uma tomada de decisão qualificada em tempo real
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Virtualização: é a proposta de uma cópia virtual das fábricas inteligentes, graças a


sensores espalhados em toda a planta. Assim, é possível rastrear e monitorar de forma remota
todos os seus processos

Descentralização: é a ideia da própria máquina ser responsável pela tomada de


decisão, por conta da sua capacidade de se auto ajustar, avaliar as necessidades da fábrica em
tempo real e fornecer informações sobre seus ciclos de trabalho

Orientação a serviços: é um conceito em que softwares são orientados a


disponibilizarem soluções como serviços, conectados com toda a indústria

Modularidade: permite que módulos sejam acoplados e desacoplados segundo a


demanda da fábrica, oferecendo grande flexibilidade na alteração de tarefas

Interoperabilidade: pega emprestado o conceito de internet das coisas, em que as


máquinas e sistemas possam se comunicar entre si.

2.2 As 10 principais tecnologias


Partindo dos princípios listados acima, ferramentas e sistemas incorporam a dinâmica
da indústria 4.0. Seu propósito maior é tornar as máquinas mais eficientes e os processos
produtivos mais enxutos, encurtando o tempo e os recursos necessários para produzir com
qualidade. A seguir, conheça 10 das tecnologias que estão viabilizando a quarta revolução
industrial.

Internet das coisas

A internet das coisas, também conhecida pela sigla IoT (de Internet of Things), é um
conceito que trata da conexão de aparelhos físicos à rede. Não se trata de ter mais dispositivos
para acessar a internet, mas sim a hiperconectividade ajudando a melhorar o uso dos objetos.
Isso acontece dentro das residências (televisão, ar condicionado, geladeira e campainha
conectados, por exemplo).

Mas também nas indústrias, com máquinas gerando relatórios instantâneos de


produção para o software de gestão na nuvem.

Essa possibilidade é uma das bases da indústria 4.0.


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Big data

Big Data é o termo utilizado para se referir à nossa realidade tecnológica atual, em que
uma quantidade imensa de dados é coletada e armazenada diariamente na rede. Também é um
conceito-chave para a Quarta Revolução Industrial, porque são esses dados que permitem às
máquinas trabalharem com maior eficiência. Eis aqui uma questão que um filósofo julgaria
um paradoxo: são desenvolvidos algoritmos que permitem aos robôs tratarem e aproveitarem
grande parte desses dados.

Afinal, os humanos não têm a capacidade de fazer isso por conta própria. A ironia é
que esses algoritmos são criados por cientistas da computação, que são seres humanos.

Inteligência artificial

Com o big data (coleta, armazenamento e tratamento de dados) e da internet das coisas
(conexão entre máquinas e sistemas), uma fábrica tem as ferramentas básicas para entrar na
Quarta Revolução Industrial. Para uma atuação realmente inovadora, no entanto, falta
a inteligência artificial (IA), que é o que permite a tomada de decisão da máquina sem a
interferência humana. Essa é uma questão bastante polêmica e temida por muitos que tentam
enxergar o futuro da IA a longo prazo, tema que abordaremos mais adiante.

Segurança

A segurança do trabalho está longe de ser uma questão nova.

Está entre as maiores preocupações de grandes empresas, que dedicam diretorias


inteiras para cuidar da área. O problema é que quase todo o conhecimento acumulado ao
longo de décadas sobre o assunto foca no comportamento humano.

Com fábricas cada vez mais automatizadas e máquinas inteligentes, o viés da


segurança do trabalho muda um pouco. A preocupação passa a ser menos manuais de conduta
e mais robustez nos sistemas de informação e prevenção de problemas na comunicação entre
as máquinas.

Computação em nuvem
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Na computação em nuvem, os sistemas são armazenados em servidores


compartilhados e interligados pela internet, de modo que possam ser acessados em qualquer
lugar do mundo.

No contexto da indústria 4.0, isso permite ultrapassar os limites dos servidores da


empresa e ampliar as possibilidades de conectividade entre sistemas.

Tudo isso com menor custo e de forma mais ágil e eficiente que o modelo antigo.

Cobots

O futuro, sob muitos ângulos, é colaborativo, e os cobots são prova dessa tendência.

Seu nome vem de uma junção entre “collaborative” e “robot”, formando uma
explicação simples e clara sobre a função dessas máquinas. Elas servem para desempenhar
tarefas difíceis, repetitivas ou que demandam grande esforço, com a vantagem de serem
capazes de trabalhar lado a lado com humanos. Esse é um grande diferencial, uma vez que a
maioria das linhas de montagem que contam com robôs acabam restringindo o acesso de
pessoas, pois as máquinas representam riscos à sua integridade física.

Por não dispor de inteligência ou bom senso, robôs comuns podem acabar ferindo
trabalhadores desavisados que interfiram em suas atividades.

Já os cobots são dotados de sensores que paralisam qualquer movimento antes que
prejudiquem uma pessoa, além de permitir que o empregado os controle temporariamente
para os tirar do caminho, por exemplo.

Digital twin

Emprestado do inglês, o termo já conta com tradução e utilização por parte de


empresas nacionais.

Gêmeos digitais são modelos replicados que existem virtualmente e são dinâmicos,
permitindo simulações e coleta de dados para facilitar a manutenção preventiva. Ou seja, essa
tecnologia serve para monitorar equipamentos e sistemas, rastreando falhas e prevenindo
pequenos ou grandes eventos, desde a quebra de um acessório até um acidente com vítimas.
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Um exemplo do uso de digital twins são motores de avião produzidos pela GE


Aviation, que possuem uma série de sensores que geram dados, em tempo real, sobre sua
performance. Eles contam com gêmeos digitais que possibilitam monitorar suas condições,
mesmo à distância, prezando pelo bom funcionamento, prevenção de falhas e segurança.

Manufatura aditiva

Corresponde a uma das principais tecnologias de impressão 3D, através da qual um


objeto é fabricado a partir da adição de camadas finas, uma sobre a outra. A manufatura
aditiva auxilia tanto na visualização de moldes odontológicos, por exemplo, quanto na
produção de itens que serão utilizados pelo usuário final. Peças pequenas e grandes, prédios e
até órgãos humanos já foram impressos com sucesso por meio do processo, que tem sido
adaptado para atender a diferentes finalidades.

Como a impressão 3D se baseia em protótipos detalhados, construídos


em softwares específicos, ela confere não apenas agilidade, mas também personalização aos
itens.

Em um futuro próximo, indústrias podem pedir instruções ao cliente e fabricar


produtos com as características que eles desejam, melhorando toda a experiência de compra e
uso.

Biologia sintética

Segundo a definição do GTI 4.0, biologia sintética:

“É a convergência de novos desenvolvimentos tecnológicos nas áreas de química,


biologia, ciência da computação e engenharia, permitindo o projeto e construção de novas
partes biológicas tais como enzimas, células, circuitos genéticos e redesenho de sistemas
biológicos existentes.”

Bioquímica, engenharia genética e bioinformática são as disciplinas que viabilizam a


criação de partes ou organismos artificiais, que poderiam atender à medicina ao combater
doenças hoje incuráveis.

Sistemas cyber físicos (cps)


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Essencial para a integração entre máquinas e sistemas na indústria 4.0, o CPS faz a
ligação entre os sistemas e a parte mecânica da fábrica.

Por meio de sensores, informações obtidas por softwares são encaminhadas,


armazenadas e podem gerar insights a respeito do funcionamento das máquinas, dando
suporte na manutenção preditiva.

3. IMPACTOS POSITIVOS

É de se esperar que a Quarta Revolução Industrial proporcione diversos benefícios para as


empresas de manufatura. Confira, nos próximos tópicos, as principais vantagens que as
mudanças podem trazer para os negócios.

3.1 Vantagens da indústria 4.0


Aumento da produtividade

O investimento em tecnologia permite que diversos processos sejam automatizados,


trazendo mais agilidade e precisão em sua execução. A partir daí, colaboradores podem ser
alocados em atividades mais estratégicas, que realmente agreguem valor para os resultados e
sejam condizentes com os objetivos do negócio.

Ganho em eficiência

Na Indústria 4.0, os recursos empresariais são utilizados com mais inteligência, além
do ganho em agilidade e redução de erros na execução dos processos. Isso é sinônimo de
aumento da eficiência operacional e melhoria nos indicadores de desempenho do negócio.

Redução dos custos de produção

Na Indústria 4.0, as máquinas têm maior capacidade de autonomia na execução dos


processos ou mesmo na programação de rotinas de manutenção. Isso, aliado ao ganho de
eficiência, gera oportunidades de reduzir os gastos, gerar economias (o chamado saving) e
aprimorar os resultados.
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Continuidade dos negócios na manufatura avançada

A manufatura avançada tem como base a inovação tecnológica, a busca pela redução
de custos, estratégias diferenciadas de produção digital e, principalmente, a integração digital
das cadeias de valor — desde o início da produção até a disponibilização para os clientes. A
Indústria 4.0 dá continuidade a essa transformação digital, mantendo a evolução e
modernização da manufatura.

Operações integradas

A promoção das chamadas fábricas inteligentes também é outra grande vantagem da


Indústria 4.0. Nelas, é possível monitorar as máquinas e equipamentos em tempo real, mesmo
em modo remoto. Assim, os dados ficam disponíveis para o controle da gestão —
aumentando ainda mais a transparência dos processos.

3.2 Desvantagens da indústria 4.0

Assim como existem várias vantagens na evolução para a Indústria 4.0, existem
também alguns desafios que devem ser superados. Conheça os principais nos próximos
tópicos.

Dificuldade para encontrar mão de obra capacitada

As empresas precisarão garantir que seus funcionários tenham as habilidades


necessárias para lidar com novas tecnologias e formas de trabalho. Além do mais, encontrar
colaboradores que adotem a Internet das Coisas (IoT) e outras tecnologias pode ser um
desafio, por se tratar de soluções ainda novas no mercado.

Na realidade, o ideal é que as empresas invistam em programas de treinamento, com


foco em ultrapassar a barreira da resistência a mudanças. Assim, torna-se possível manter uma
quantidade considerável de postos de trabalho.
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Desemprego

A falta de mão de obra capacitada para lidar com as novas tecnologias (e a resistência
à mudanças) pode gerar uma onda de desemprego. É possível que isso aconteça em
decorrência da quantidade de profissionais com conhecimento obsoleto, que não se
atualizaram para as mudanças trazidas pela Indústria 4.0.

Ciberataques

Também se pode esperar problemas de segurança, à medida que mais dispositivos são
conectados à Internet. Um estudo da empresa de segurança cibernética Fortinet traz dados que
o Brasil já sofreu mais de 15 bilhões de tentativas de ataques, apenas no segundo trimestre de
2019. A cada novo ponto de acesso, uma nova vulnerabilidade surge e é aí que as
organizações devem garantir que os protocolos de segurança sejam devidamente robustos
antes de ampliar a utilização da tecnologia.

Utilização das tecnologias para fins escuros

Outra grande preocupação está em como a tecnologia será utilizada no mercado. Ao


mesmo tempo em que ela pode ser implementada com a intenção de otimizar os processos
industriais, pessoas mal intencionadas também podem adotá-las com a intenção de prejudicar
organizações e outras pessoas. Isso está diretamente ligado ao aumento da ocorrência de
ciberataques.

4. A INDÚSTRIA 4.0 NO BRASIL

Esse movimento de modernização da indústria ainda está em um estágio inicial no


Brasil. As empresas, em grande parte, permanecem associadas aos tradicionais modelos de
produção, pouco sofisticados e dependentes de processos manuais e intervenções humanas.
17

4.1 Um parâmetro sobre a indústria 4.0 no Brasil

Como dito anteriormente, o cenário da Indústria 4.0 no Brasil é pouco animador.

Um estudo realizado recentemente pela Federação das Indústrias do Estado de São


Paulo (Fiesp) mostrou que o país quase não tem relevância em nenhuma das áreas-chave
da Quarta Revolução Industrial, como Big Data, Internet das Coisas e Inteligência
Artificial.

A pesquisa revelou também que apenas 5% das empresas brasileiras se consideram


“muito preparadas” para lidar com os desafios da Indústria 4.0 no Brasil.

Como principais causas para esse atraso, o estudo da Fiesp aponta uma série de
gargalos na infraestrutura do setor industrial brasileiro. Além disso, há escassez de
profissionais tecnicamente qualificados para lidar com as novas tecnologias de um
sistema industrial inteligente.

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil possui


aproximadamente 700 mil indústrias. No entanto, apenas 1,6% desse total já aderiu à
Indústria 4.0.

Apesar disso, o Brasil tem potencial para ser bem-sucedido na implementação da


Indústria 4.0. Pelo menos é isso que diz o relatório Readiness for the Future of
Production Report 2018.

Para a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Indústria 4.0


pode ajudar na redução de, no mínimo, R$ 73 bilhões em custos industriais por ano.

O Governo Federal já começou a fazer sua parte. Em 2017, o Ministério da


Indústria, Comércio Exterior e Serviços deu início ao Grupo de Trabalho para a Indústria
4.0 (GTI 4.0).

Além disso, medidas como facilitação do acesso ao crédito e propagação de


conhecimento já estão sendo aplicadas para fomentar a implementação da Indústria 4.0
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4.2 Exemplos de implementação da indústria 4.0 no Brasil

A Indústria 4.0 já é uma realidade para algumas empresas instaladas no Brasil.


Confira alguns exemplos:

Pollux
A Pollux foi pioneira na fabricação de linhas de montagem no Brasil e,
atualmente, participa de quase 75% dos carros fabricados por aqui. A empresa fornece o
aparato tecnológico que as indústrias precisam para aderir à Indústria 4.0. Em 2017, os
negócios da Pollux cresceram 93%.

ThyssenKrupp
O conceito de Indústria 4.0 já faz parte de todo o processo produtivo da unidade
de autopeças da ThyssenKrupp.

Como resultado, a unidade consegue produzir hoje 700 mil módulos por ano com
72 funcionários. Antes da Indústria 4.0, eram necessários 200 colaboradores para
produzir esse mesmo volume.

Vale
Em 2017, a Vale conseguiu economizar US$ 50,5 milhões ao investir na
digitalização de seus processos e no uso de Inteligência Artificial e Big Data.

Com o uso de sensores inteligentes, a empresa aumentou em 30% o tempo de vida


útil dos pneus de caminhões que fazem o transporte do minério. Isso representou uma
economia de US$ 5 milhões em pneus.

Bosch
A Bosch, que já havia aderido à Indústria 4.0, percebeu que o mercado brasileiro
tinha certas limitações e falta de maturidade nesse assunto. Sendo assim, a empresa alemã
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desenvolveu uma solução focada na coleta e na análise de dados por meio de sensores
inteligentes.

Isso permitiu dar maior transparência para o chão de fábrica, o que se refletiu
positivamente nos índices de produtividade e na redução de custos.
20

5. CONCLUSÃO

Vendo o impacto da indústria 4.0 nas empresas, uma coisa é certa: trata-se de um
caminho sem volta. As empresas precisarão, de alguma forma, se adaptar à realidade que
surge com as novas tecnologias. O mundo está cada vez mais conectado e as fábricas estão
embarcando nessa onda. Pode parecer uma simples imposição de como as coisas acontecerão.
Mas não se trata disso. É uma evolução natural, que começou com as máquinas a vapor na
primeira revolução industrial e continua com essas máquinas comunicando-se virtualmente,
coletando dados e tomando decisões. Em meio a tudo isso, os profissionais também precisam
encontrar seus lugares nessa nova indústria, pois são eles que conduzem esse processo. As
empresas exigirão novos perfis de colaboradores, que, por sua vez, deverão buscar novas
competências e habilidades para permanecerem competitivos no mercado

Em alguns países, a Indústria 4.0 já começou a se tornar realidade, inclusive com o


apoio dos governos das principais potências econômicas, que a tem colocado no centro de
suas estratégias de política industrial.

Isso cria um duplo desafio para o Brasil, pois, além de buscar a incorporação e o
desenvolvimento dessas tecnológicas, é preciso fazê-lo com relativa agilidade a fim de evitar
que o gap de competitividade entre o Brasil e alguns de seus principais competidores
aumente.

Além disso, como vem ocorrendo em outros países, a difusão das tecnologias da
Indústria 4.0 no Brasil não atingirá todos os setores da mesma forma e ao mesmo tempo. O
nível de heterogeneidade da nossa indústria exigirá que as políticas sejam adaptadas para
diferentes conjuntos de setores e de empresas, que assumirão velocidades e condições
diferenciadas.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SPRICIGO, Bruno. RESUMO SOBRE INDÚSTRIA 4.0: ENTENDA


RAPIDAMENTE OS CONCEITOS E BENEFÍCIOS. Pollux Blog, 2018. Disponível em:
https://www.pollux.com.br/blog/resumo-sobre-industria-4-0-entenda-rapidamente-os-
conceitos-e-beneficios/. Acesso em: 03/03/2021.

INDÚSTRIA 4.0: O QUE É, CONSEQUÊNCIAS, IMPACTOS POSITIVOS E


NEGATIVOS [GUIA COMPLETO]. Fia, 2020. Disponível em:
https://fia.com.br/blog/industria-4-0/. Acesso em: 03/03/2021.

IMPACTOS DA INDÚSTRIA 4.0: O REFLEXO NOS NEGÓCIOS E NA


SOCIEDADE. Totvs, 2019. Disponível em:
https://www.totvs.com/blog/gestao-industrial/impactos-da-industria-40/. Acesso em:
03/03/2021.

UMA REFLEXÃO SOBRE AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA


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VELHO, Álvaro. A INDÚSTRIA 4.0 E A REVOLUÇÃO DIGITAL. Disponível em:


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