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GEOGRAFIA – 2EM – PROF.

ARNO

A INDÚSTRIA 4.0
As recentes inovações tecnológicas na produção industrial, sobretudo nas duas
primeiras décadas do século XXI, motivam um debate sobre a possibilidade de estarmos
ingressando em uma nova fase da Revolução Industrial. Emergem desse debate as expressões
Indústria 4.0 e Quarta Revolução Industrial.
Além da automação e da robotização da linha de produção, já incorporadas na terceira
fase da Revolução Industrial, alguns ramos da indústria de alta tecnologia se destacam na
incorporação de novas tecnologias, bem como na fusão de tecnologias do mundo físico
(equipamentos, máquinas, a própria fábrica), digital (sistemas computacionais e, especialmente,
a internet) e biológico (o desenvolvimento de novos materiais), o que caracterizaria um novo
salto tecnológico e, portanto, o ingresso em uma nova fase na produção industrial (observe a
linha do tempo a seguir).

Fonte:
http://anadi.com.br/o-que-e-industria-4-0-saiba-mais/

Neste esquema foram inseridas apenas algumas das tecnologias utilizadas pelas indústrias em cada fase
da Revolução Industrial, aqui genericamente denominadas “indústria 1.0” e, sucessivamente, até a fase
atual, que vem sendo identificada como uma quarta fase ou “4.0”. As inovações anteriores não são,
necessariamente, abandonadas, tampouco as novas tecnologias são aplicadas em todos os tipos de
indústria ou em uma mesma indústria em todos os países onde ocorre determinado tipo de produção.
O texto a seguir introduz o surgimento do conceito da indústria 4.0.

Indústria 4.0: o conceito


O termo Indústria 4.0 surgiu na feira de Hannover no ano de 2011, sendo utilizado para
denominar o projeto alemão de promover um grande salto de competitividade por meio da aplicação de
novas tecnologias no mundo da manufatura. (Kagermann et al., 2011 apud Hermann et al., 2015)
Através da Indústria 4.0, a Alemanha teria como objetivo o revigoramento do tecido industrial
germânico e o fortalecimento das suas exportações de equipamentos e soluções “inteligentes”.
Em paralelo às grandes transformações propriamente industriais que se avizinham, portadas pela
Indústria 4.0, várias outras importantes mudanças, em ambientes relacionados ou circunvizinhos
prometem transformar a face das economias: avanço substancial das novas fontes de energia renováveis
(e mais limpas), smart grid e veículos autônomos, para ficar em três dimensões que possuem grandes
repercussões tanto nas estruturas econômicas quanto na ordem econômica internacional. O avanço das
energias renováveis e mais limpas modifica a natureza das relações entre países industrializados
avançados e os pólos mundiais de produção de energia. De modo complementar, o avanço dos conceitos
relacionados com a chamada economia circular também deverá reduzir a dependência dos países
industrializados mais avançados com relação aos fluxos de matérias-primas dos produtores de
commodities básicas. Parece evidente que estas múltiplas mudanças nas estruturas e na dinâmica nos
padrões de produção material e de serviços terão profundas consequências sobre a geografia da
economia mundial e sobre os fluxos de comércio e de investimento – e um dos desafios consiste em
descortinar (e se possível decifrar) os possíveis cenários.
Antes de tudo, os conceitos: uma busca pelo termo Indústria 4.0 na internet gera mais de uma
centena de milhões de resultados. Apesar do uso frequente, a definição de “Industrie 4.0” não é unanime
e encontra equivalentes fora do idioma alemão como “Advanced Manufacturing” ou “Industrial Internet
of Things”. Os termos são regularmente utilizados para descrever um novo paradigma industrial da era
pós-digital: a 4ª revolução industrial.
Uma definição proposta por Hermann et al. (2015) após extensa revisão bibliográfica é, em
tradução livre:
“Indústria 4.0 é um termo coletivo para tecnologias e conceitos da organização da
cadeia de valor. No interior das fábricas inteligentes e modulares da Indústria 4.0, sistemas
ciber-físicos (CPS) monitoram processos, criam uma cópia virtual da realidade e tomam
decisões descentralizadas. Através da Internet das Coisas (IoT) os CPS se comunicam e
cooperam entre si e com seres humanos em tempo real, e através da Internet dos Serviços
(IoS) são oferecidos serviços organizacionais internos e externos, utilizados por participantes
desta cadeia de valor.”
Assim como é difícil defini-la de forma precisa e aceita por todos, não há consenso sobre quais
são as tecnologias essenciais para o pleno desenvolvimento da Indústria 4.0. Autores citam, mas não se
limitam a considerar: Sistemas ciberfísicos (CPS), Big Data Analytics, Computação em nuvem, Internet
das Coisas (IoT) e Internet dos serviços (IoS), Impressão 3D e outras formas de manufatura aditiva,
Inteligência artificial, Digitalização, Colheita de energia (Energy harvesting) e Realidade aumentada.

INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO BRASIL. Indústria 4.0: a quarta revolução


industrial e os desafios para a indústria e para o desenvolvimento. São Paulo, 21 jul. 2017. Disponível
em:<https://iedi.org.br/artigos/top/estudos_industria/20170721_iedi_industria_4_0.html>. Acesso em: 25 jun.
2020.

Smart grid: expressão na língua inglesa que denomina redes “inteligentes” de distribuição
de energia elétrica em um determinado sistema, reduzindo perdas e tornando uso mais
eficiente por meio da aplicação da tecnologia da informação.

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