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Margotte Channig
VINGANÇA
Margotte Channing
Sinopse
Londres, 1852
ADA
Capítulo 1
Londres, 1852
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doutor Sweets, ela mesma com seu irmão Jake, e, é óbvio, o jantar
foi bastante desagradável para ela. Desde o começo, era evidente
que os dois homens, Black e Gabriel, conheciam-se, e que não
eram, precisamente, bons amigos. Logo depois, Black deve ter
notado algo, entre Gabriel e ela, e desde então não parou de flertar
com Alexandra. Ela estava segura de que o fazia para incomodar
Gabriel. Como ela também queria lhe chatear, seguiu-lhe um
pouco a corrente. Gabriel estava fervendo lentamente, até que, à
saída, agarrou-a pelo braço para que esperasse. Ela aceitou
ficando a seu lado, deixando que saíssem os outros. Logo se voltou
para ele.
— O que quer? — levantou o queixo, altiva, sabendo que,
esse simples gesto, incomodaria-lhe.
— Temos que falar, mandei-te várias mensagens. — ela
tentou soltar o braço, mas ele não a soltou. Black estava ao lado
da porta, observando o intercâmbio, quando decidiu intervir.
— Alexandra, necessita ajuda? — a utilização de seu nome,
fez que ela se desse conta de que estava sendo usada para
provocar Gabriel. Nesse momento decidiu cortar a situação, antes
que piorasse.
— Não, obrigado senhor Black. — lhe jogou “o olhar
fulminante”, herdado de sua tia, mas não pareceu lhe fazer efeito.
Teria que praticá-lo mais, cada vez mais homens eram imunes.
— Havia dito que poderia me chamar Black, não é necessário
o senhor.
— Como lhe havia dito senhor Black — voltou a repetir o
tratamento — não precisamos de você. — por fim se deu por
vencido e partiu.
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Estava atônito, não pelo que ela havia dito, mas sim como se
sentiu quando o fez. Tinha muito em que pensar.
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Capítulo 2
Desde então, tinha recebido várias notas dele cada vez mais
insistentes, mas não tinha feito nenhum caso. Nem sequer as
tinha respondido, seguia zangada. Claro que nunca acreditou, que
se atreveria a falar diretamente com a polícia. Isso sim podia
prejudica-la. Começava a fazer um nome. Olhou o relógio que
havia sobre a chaminé, certamente, ainda estaria acordado. Levou
a bandeja para a cozinha e subiu para se trocar. Maquiou-se um
pouco, tinha umas olheiras terríveis. Certamente Gabriel, assim
que a visse, mandaria ela dormir, antes de falar com ela.
Ela vestiu um vestido confortável, bem mais bonito que o que
levava. Ao fim e ao cabo, era uma mulher, e ia ver um homem
muito atraente. Também se perfumou. Agarrou sua bolsa,
comprovou que levava dinheiro e saiu para rua, voltando e
fechando a porta com chave. Tinha deixado um travesseiro debaixo
dos lençóis de sua cama, embora não estava segura de que esse
velho truque funcionasse. No caso de alguém olhar, tinha fechado
as venezianas, para que não entrasse luz e só se visse um vulto.
Não encontrou um carro e pediu ajuda a um policial, que
patrulhava com uma lanterna pendurada no chapéu. O homem
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Capítulo 3
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los, como sempre ocorria quando via meninos, assim tratados pela
vida. Teriam que fazer que isso mudasse. Se uma sociedade
necessitava, para seguir adiante, que os meninos trabalhassem,
em lugar de estudar e, que desfrutassem de sua infância, algo
estava errado e teria que mudar. Com uma última olhada à roda
de meninos que jogavam na rua, seguiu o médico, que esperava na
porta da moradia.
Entregaram os casacos a uma mulher, que mais tarde Sweets
comentou que era uma vizinha. E perguntou:
— Como vai?
— Muito nervosa doutor, dormiu mal. — ele assentiu e
assinalou uma cadeira que havia no mesmo corredor dirigindo-se
a Alexandra — Se importa de esperar aqui?
— É óbvio que não. — sentou com as mãos cruzadas sobre o
regaço e sorriu à vizinha que lhe oferecia um chá.
— Não, acabo de tomar café, muito obrigada senhora.
Sweets tinha desaparecido por uma porta que havia ao lado
da cozinha, onde estava a doente. A casa não parecia ter mais
habitações. Graças a seu trabalho se deu conta fazia tempo, da
sorte que tinha, e por ter uma família, não ter que viver na rua.
Uns minutos depois Sweets lhe fez um gesto para que entrasse.
O quarto cheirava a fechado, e a enfermidade. Só olhando à
mulher deitada na cama, notava-se que não ia durar muito. Era
pouco mais que um esqueleto. Seus olhos estavam frágeis,
imaginava que pela medicação que lhe dava Sweets. Este
aproximou uma cadeira à cama, para que se sentasse, e assim
poder falar com ela. Logo, pôs a mão no ombro de Alexandra e
disse em voz alta:
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Ada. O que fará, uma vez que tenha as notas de novo em seu
poder?
— As venderei — quase não podia seguir falando —
herança…para meus filhos.
— Está bem, entendi, não diga nada mais. Agora entrará o
doutor. Me escute Ada, farei tudo o que possa, para recuperar as
notas e trazer para você.
— Se eu estiver viva…
— Não diga isso, — agarrou sua mão, estava muito quente —
pense em seus filhos.
— Estou muito cansada. — a olhou fixamente nos olhos,
Alexandra se estremeceu, porque sentiu como se a olhasse da
tumba. Parecia um fantasma e não um ser vivo — Peço-lhe que
venda e faça pelos meus filhos. Não deixe que ninguém mais fique
com isso. O doutor diz que é boa pessoa, e que confia em você. É o
único que tenho, o resto o esbanjei. Irei mais tranquila, se souber
que eles não terão problemas econômicos.
— Dou-lhe minha palavra de que farei tudo o que possa.
Aguente Ada, logo que eu saiba de algo, eu lhe direi. — ela tinha
fechado os olhos e parecia que dormia, ou… algo pior, não estava
segura, se levantou depressa para avisar ao Sweets. Ele entrou em
seguida e ela saiu respirando fundo. Tinha os olhos úmidos, e
beliscou a ponta do nariz, um truque para não derramar lágrimas,
quando estava prestes a fazê-lo. Ela respirou profundamente um
par de vezes para se tranquilizar. Sweets saiu e ela o olhou com
curiosidade.
— Está bem, não se preocupe Alexandra.
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1 Madame em Francês.
2 Muito obrigado em Francês
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suficiente para cometer um erro e tornar mais fácil para que nós
possamos descobrir algo? Eu acredito que, sobre tudo seu
Marquês, seria muito difícil que atuasse logicamente. Dessa
maneira, podemos pilhar-los e nos inteirar de tudo. O que acha?
— Olhou-a com emoção nos olhos. Ela baixou o olhar a suas
próprias mãos e as observou cruzadas no colo. Suspirou, tinha
razão desde o começo, era um homem muito perigoso. Olhou nos
olhos dele antes de falar.
— Parece que é a desculpa mais parva que me deram alguma
vez para conseguir vingança. Você não quer que falem, você quer
que María sofra te vendo comigo.
— Sabia que era muito inteligente. — fez uma careta.
— Nunca se é o suficiente. — sorriu malvada, o sorriso de
sua tia.
— Então não o faremos?
— Ao contrário, sou o suficientemente má, para fazê-lo.
— Você não pode dizer a ninguém que tudo é uma mentira.
Pelo menos publicamente, temos que manter a aparência de
amantes. Independentemente do que você pensa, tenho certeza de
que terá efeitos imediatos sobre isso.
— De acordo. Não se preocupe, sou perita em... — deixou de
falar quando uns lábios ardentes a beijaram de improviso, Ficou
quieta, à espera, sem saber o que fazer. Finalmente, sabendo que
os viam desde outros camarotes, inclusive do pátio, levantou suas
mãos para os ombros de Black, e logo até sua nuca. Felizmente, foi
um beijo cumprido, mas casto. Ele se separou, devagar, um pouco
depois.
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Capítulo 6
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3 O landau ou landó(ô) era um antigo tipo de carruagem de dois bancos situados frente a
frente.
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4Um jogador de pôquer precisa manter o rosto sempre sem expressão, para não demonstrar
qualquer ideia das cartas que tem, e essa cara é chamada de poker face. A pokerface faz
parte do jogo de poquer, uma vez que o jogador tem que tentar sempre enganar seus
adversários.
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quem mantinha uma relação, e ela não quer devolver isso. Não sei
porquê. Pode investigar ou, perguntar por aí, se aparecer uma
ocasião, se por acaso se inteira de algo?
— Claro. Por certo, quem é a mulher, a que não quer entregar
isso? — perguntou enquanto atacava sua sopa de cebola.
— María Feodorovna. — Ele deixou cair a colher no prato
deliberadamente e olhou-a atentamente. Ficou vermelha sem
poder evitar. — Não me olhe assim James.
— E agora vai me dizer, que o Marquês não tem nada a ver
com isso.
— Não que eu saiba. — mentiu, seguiu tomando sua sopa —
já sei que estão juntos.
— Estão? Eu acreditava que estavam separados faz tempo.
— Acredito que seguem juntos. — pelo menos
profissionalmente, não sabia se Black tinha razão.
— Bom, não custa nada ter os ouvidos abertos, por uma
amiga.
— Obrigada James.
Depois da comida, dirigiu-se à Universidade de Cambridge.
Uma vez ali perguntou onde poderia localizar o professor, era fácil
de encontrar. E a porta de seu escritório estava aberta. Ficou
surpresa que uma pessoa tão conhecida, não tivesse, nem sequer,
uma secretária. Entrou e viu um homem maior com uma testa
ampla, comendo uma maçã enquanto lia o jornal.
— Professor Babbage? — ele levantou a vista do jornal e
soltou a maçã.
— Sim, sou eu, e você é?
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Capítulo 7
Alexandra sabia que não era boa ideia. Era melhor ir para
casa e planejar o seguinte passo, mas não podia evitá-lo, fervia-lhe
o sangue. Tinha que saber se o que pensava, era certo. Quando
chegou em frente a casa de Gabriel, ficou olhando a fachada uns
minutos. Depois, com um suspiro e endireitando as costas, que
doía terrivelmente, certamente pela tensão desses dois dias, bateu
na porta. Deu seu nome ao mordomo, quem a fez passar, sem
perguntar, até a sala de jantar, onde estava jantando o dono da
casa. Ele se levantou ao vê-la. Entrou, para que o mordomo
pudesse fechar a porta.
— Se quer posso esperar, em outro lugar, que termine de
jantar.
— Não quer me acompanhar? Sente-se, por seu aspecto não
acredito que tenha passado por sua casa antes de vir.
— Não, levo todo o dia fora de casa. Mas não é necessário que
me ofereça o jantar, não temos porquê ser tão educados. Termina
de jantar, por favor, eu esperarei. Só quero que tenhamos uma
conversa tranquila. Não é pessoal, não se preocupe.
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toalha, e desenhou sobre suas costas umas linhas com o óleo, que
logo deixou na mesinha. Então começou a massagear seu corpo.
Sentiu um aroma, lavanda, não podia ser.
— Gabriel, não posso acreditar que tenha óleo de lavanda.
— Tinha a esperança de que me deixasse te dar uma
massagem algum dia.
Não tinha nada de parecido com o que tinha feito na sala de
jantar. Agora Gabriel utilizava toda sua força quando era
necessária, em ocasiões, tinha que fazer algum dano para
conseguir relaxar os músculos. Meia hora depois, pensava que
aquilo era mais prazeiroso que o sexo. Agora já não lhe doía, tinha
esfregado suas costas, os braços, o pescoço, baixando a
intensidade cada vez mais, até que já não era uma massagem, a
não ser carícias. Estava a ponto de dormir.
— Vire-se Alexandra.
Ela estava sonolenta, a ponto de lhe dizer que estava
dormindo, quando com as mesmas mãos, oleosas e quentes pela
fricção contínua, envolveu seus peitos massageando-os com
doçura, e puxando seus mamilos. Gemeu enquanto despertava de
novo. Ele se afastou para despir-se, Alexandra o observou fazê-lo,
curiosa. Nu, voltou junto a ela. Os lábios do Gabriel se fecharam
sobre os dela, famintos, devoradores, ardentes. Sua língua entrou
com urgência na boca e se encontrou com a sua. Jogou os braços
ao redor de seu pescoço e perdeu qualquer pensamento racional,
sentindo uma explosão de alegria e prazer nas veias. Em seguida,
Gabriel se colocou em cima e introduziu as pernas entre as dela.
Foi uma penetração brusca e violenta. Ela gritou, arqueou as
costas cravando as unhas em seus ombros. Seu pênis estava tão
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quente e duro, que quase fazia dano ao entrar em seu corpo. Ele
ardia pela necessidade, seus músculos se estremeciam ao penetrar
cada vez mais profundo, em toda sua longitude. Sua boca se
apoderou da dela, sossegando seus gemidos à medida que ia
alagando-a a excitação. Aquilo nunca tinha ocorrido com ela.
Desejava-o como jamais desejou outra pessoa, nunca. Ela não
podia pensar em nada mais do que o que sentia nesse momento,
tinha-o dentro tão profundo, como uma presença opressiva,
transbordante. Terminou tão rápido como tinha começado,
gemeram pelo prazer, como se tivessem descarregado a frustração
que levavam em seu interior.
Gabriel enterrou a cabeça em seu ombro e se estremeceu de
alívio, como se não tivesse podido suportar um instante mais,
separado dela. Aquele não era o Marquês de Bute que todos
conheciam, régio e disciplinado. Era somente um homem com um
apetite incontrolável, por ela. Era sua debilidade. Considerava-se
um homem controlado, mas naquele momento, não mostrava
nenhum controle. Alexandra acariciou suas costas com as mãos,
notando os fortes músculos sob a pele.
— Não teria sido melhor, possivelmente não soltar sua besta?
— murmurou com um sorriso. Ele levantou o rosto e esboçou um
sorriso de tristeza. Apoiou-se sobre os cotovelos, adotou uma
postura mais cômoda sobre ela e a beijou nos lábios.
— Sou um homem desesperado. Assim que posso tocar você,
preciso estar dentro de você o mais rapidamente possível, antes de
que mude de opinião. — Aquelas palavras a surpreenderam, pois
apontavam uma vulnerabilidade, uma necessidade, que jamais
tinha suspeitado que Gabriel pudesse sentir. Sabia que a desejava,
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mas ali parecia haver algo mais. Ele não a deixou seguir o
pensamento. Moveu-se de novo, lentamente, o que desencadeou
um pequeno motim em suas terminações nervosas. Lançou uma
leve exclamação, e elevou as pernas para lhe abraçar os quadris.
— Por que ia mudar de opinião? Tomei uma decisão. —
conseguiu dizer.
— As coisas não são fáceis entre nós. — Tampouco eram
fáceis naquele momento. Havia tensão, dor e incerteza, uma
explosiva atração sexual, até bastante hostilidade, em ocasiões,
provocada pelo choque entre duas personalidades fortes. Não
havia nada sereno naquela relação, não o tinha havido nunca. Ela
deslizou os dedos entre as mechas do cabelo dele, sujeitando, ao
mesmo tempo em que levantava os quadris e começava a mover-se
por sua conta. O corpo inteiro de Gabriel ficou tenso, e seus olhos
arderam, embora fossem, virtualmente, negros. Pareceu perder a
capacidade de respirar. Ela, atenta, repetiu o movimento, levantar-
se para o absorver dentro de si e contrair todos seus músculos
internos para o reter, o sugar com seu corpo. Um áspero grunhido
saiu da garganta dele.
— Onde aprendeu a fazer isso?
— Sou uma leitora incansável de todo tipo de livros. Tinha
curiosidade de saber se por acaso haveria algum, que descrevesse
técnicas para fazer amor. E existem, aos montes, minha tia tem
alguns.
— Adoro a sua tia. — Em agradecimento, repetiu o
movimento, até que nenhum dos dois pôde resistir mais à nova
avalanche de prazer.
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um aroma especial ou algo assim, que faz com que não possa. —
soltou várias risadinhas que fez seu peito vibrar. Adorava vê-la, tão
séria, procurando uma justificativa lógica para sua mútua atração.
— Carinho, se serve de algo, não foste nada branda. Nunca o
é. Tem-me feito suar mais que qualquer mulher.
— Mas serei muito dura na negociação para a compensação
aos filhos da Condessa, quero conseguir justiça para ela. O que te
parece se a fazemos agora?
— A negociação?
— Sim. — Se sentou na cama cobrindo-se com os lençóis,
olhou o relógio que havia sobre o suporte da lareira. Ainda ficava
algum tempo durante o qual poderia entrar em sua casa
discretamente — Está bem, temos uns minutos, vamos solucionar
o problema. Eu gostaria de poder ir hoje a sua casa, para dar a
boa notícia.
Gabriel se sentou apoiando-se na cabeceira da cama,
gloriosamente nu, e a olhou fixamente enquanto sorria.
— Está bem, me diga suas condições querida. — Ela não
sorria, pôs sua cara mais séria, apesar de que estava nua com a
pessoa que tinha que negociar. Tinha que dar-se pressa em
pensar, assim estabeleceu uma quantidade de dinheiro que lhe
parecia justa e, logo, multiplicou-a por dez, então a transladou ao
Gabriel. Ele aceitou sem regatear, o que fez com que ela franzisse o
cenho, pensando que a tinha enganado.
— Parece que estás me provocando. — Ele levantou as
sobrancelhas assombrado.
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feito com sua tia, e subiu na carruagem. Tinha muitas coisas que
fazer, e muito pouco tempo.
Felizmente tinha marcado com Gabriel à uma, tinha tempo
de passar pelo The Clerk antes. Tinha que voar, não podia falhar
com Ada.
Como imaginava, Black ainda não tinha chegado, então
deixou uma nota em um envelope fechado:
Black:
Não siga investigando, não é necessário, vinha para contar as
novidades, mas não posso esperar. Tenho que declinar o convite
desta noite, mas está tudo solucionado. Quando quiser que falemos,
me mande uma nota, e estarei encantada de esclarecer tudo.
Obrigada por tudo, foi um prazer conhecê-lo.
Alexandra
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Alexandra:
Apesar do que pensa, é imperativo que nos vejamos esta noite,
às sete estaria bem. The Clerk está fechado, mas bate na porta e te
abrirei. Tenho algo no restaurante, que fará que troque de opinião
sobre o que acredita ter descoberto.
P.S.: María e Gabriel poderiam estar em perigo, acredito que
tudo é uma armadilha.
B.
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— Por favor, traga ela de volta para casa, não deixe que lhe
aconteça nada. Sei que aconteceu algo, sei. — Voltou a chorar, e
Sweets a abraçá-la.
Gabriel lhe pôs uma mão no ombro. — Trarei-a de volta
Margaret.
Sua cara quando saiu da casa, era uma promessa de
vingança e de horror para quem quer que tivesse feito algo a
Alexandra.
Não descansaria até tê-la a salvo, e, depois, não permitiria
que desaparecesse de sua vista.
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“Querido Gabriel:
Se não entregar os documentos aos homens que me
sequestraram, eles vão me matar esta noite. Espera outra nota como
esta, eles vão dizer onde entregá-los...”
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levava sempre — Sombra! Não faça isso, disse que não o fizesse,
mas não me fez conta!
— Eu disse que não podiam tocar nem um fio de cabelo dela,
não é certo? Acreditei que minhas instruções tinham ficado claras.
— não deixou que desse nenhuma explicação, descarregou dois
tiros no corpo de seu ajudante, com uma careta de desgosto. Fazia
muito tempo que tinha decidido, que ninguém o pararia, para
conseguir seus objetivos. Disparou também no que seguia,
desacordado no chão, com a navalha no ventre, e logo, pegou a
navalha como lembrança. Saiu à rua andando normalmente.
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você sabe que nunca tive nada a ver com María. Alexandra insiste
em que, pelo menos nos conheçamos melhor, diz que nos
entenderíamos bem. — torceu o gesto em uma careta.
— Que sorte teve com essa mulher! Como está?
— Melhor, tem duas costelas quebradas, disse o médico
ontem, e não deve fazer esforços. Queria vir, mas tem que se
mover o mínimo possível.
— Me alegro. Estive perguntando por aí, tenho boas fontes de
informação.
— Sim, sei. Se se inteirar de algo…
— É óbvio, não tem nem que dizê-lo. Não quero que aconteça
nada a Alexandra.
— Em realidade vim por outra razão. — Black o olhou
arqueando as sobrancelhas.
— Tenho uma carta para você, de María. Está fora do país,
em uma missão. — Ele estendeu um envelope selado com o nome
de Black. O pegou, mas não fez nenhum movimento para abri-lo.
Gabriel suspirou ao vê-lo. Faria um esforço por se dar bem com
ele, tal e como o tinha prometido a Alexandra. — O que sabe da
vida da María na Rússia? — Black franziu o cenho, não esperava
essa pergunta.
— Não muito, que seu pai era professor na Universidade. Sua
mãe morreu faz muitos anos, e não tinha mais família, exceto
alguma prima. Acredito recordar.
— Sim, basicamente, tudo é verdade. Quando veio aqui, foi
convidada por uma antiga companheira de colégio, que tinha
casado com um britânico. Esteve de visita uns meses. Ia voltar
para São Petersburgo, quando chegou uma carta de sua prima,
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dizendo que tinham detido o seu pai. E que não voltasse, porque
estavam procurando ela, apesar de que não tinha nada a ver com
o assunto. — Black ficou pálido ao escutá-lo, inclinou-se para
frente no assento, como se com isso pudesse inteirar-se melhor, ou
mais rápido da informação. Gabriel o olhou e seguiu falando.
— O pai era um idealista. Pelo visto, em suas classes da
universidade, começou a falar contra o regime czarista5. Não sei o
que passava pela cabeça dele, mas acabou encarcerado. Uns
meses depois se suicidou no cárcere. Pelo menos, essa é a versão
oficial. É possível que houvesse jogo sujo. María não acredita que
seu pai se suicidaria. Contou algo de tudo isto em algum
momento?
— Não — respondeu com secura — nem sequer sabia que
havia morrido seu pai.
— Sim, o encarceramento foi o principal motivo para que
começasse a trabalhar para o ministério. Ofereceram para ela um
acordo mediante o qual, em troca de conseguir os papéis da
Senhora King, a Inglaterra negociaria com o governo russo para
que soltassem seu pai. É óbvio, não devia dizer nada a ninguém.
Por isso, quando o conheceu, já trabalhava para a Inglaterra, mas
não pôde contar nada para você. Desgraçadamente não chegamos
a tempo. Quando conseguiu as notas, por meios diplomáticos se
chegou a um acordo com a Rússia, para um intercâmbio de
prisioneiros. Mas já era tarde para seu pai. Tudo isto ocorreu
quando eu estava fora, na guerra. Quando o professor morreu,
pensou deixá-lo, mas finalmente, decidiu continuar. Acredito que
considera que é uma maneira de lutar, na medida de suas
5Czarismo foi um sistema político que imperou na Rússia desde 1547 até a revolução de
1917. Czar era o título que se dava ao Imperador Russo.
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Querido Black:
Sei que está muito zangado comigo, e que, pelas circunstâncias
de sua vida, que o têm feito ser como é, não me perdoará. Não posso
me desculpar de maneira nenhuma, para diminuir minha culpa em
tudo. Tem razão. Faz tempo tomei uma decisão. Não contei a
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— Já disse que não acredito que isso seja assim, mas caso
esteja certo, não ficam muitas opções. — o olhou decidida a
discutir. Tinham que solucionar aquilo.
— É certo, está bem. O faremos, — Se ergueu e sua
mandíbula se esticou — teremos uma reunião com todos, em
minha casa, se for do seu agrado.
— É óbvio, é melhor. — assentiu — Daria tempo para que nos
reunamos esta tarde a última hora? Quero começar o quanto
antes seja possível. Estive quieto muito tempo. Enquanto esse
homem siga livre, significa um perigo para você.
— Acredito que sim, assim que volte para casa escreverei as
notas e as mandarei pelo chofer, urgentes. Deveríamos voltar,
minha tia vai pensar que nós fugimos, já sabe como se preocupa.
— Quanto tempo Jake tem pensado em ficar? — agora foi ela
quem encolheu os ombros.
— Não sei muito bem, mas acredito que até que volte minha
tia. Eu acho que eles concordaram em não me deixar sozinha, —
olhou para Gabriel desconfiada — não terá você algo que ver
nisso?
— A outra opção é que nos casemos e vá viver comigo. Não
pode viver sozinha, pelo menos, até que solucionemos isto.
— De acordo. — Gabriel assentiu com um calafrio.
Uma semana antes, jamais teria admitido esse amparo sem
brigar, isso indicou o quão assustada estava.
Levantaram-se e saíram dali. Tinham muito que fazer se
queriam reunir-se essa tarde com os outros. Além disso, tinha
prometido ajudar a sua tia com a bagagem. Subiu a seu quarto
assim que chegou em casa, e o primeiro que fez foi escrever as
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Capítulo 12
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a sobre ela. Rindo, ela lutou com as saias, que se enroscavam nas
pernas, mas não tinha forças, por causa do riso. De repente, o
corpo de Gabriel estava em cima dela, e ela estava grudada no
colchão.
— Pegou-me despreparada. — o olhou sorridente, fazia muito
que não estavam tão juntos.
— Sim, vejo que o terei que fazer frequentemente se quero ter
você nesta posição. — passeou o olhar acariciando seu rosto sem
as mãos — Já te falei alguma vez que é a mulher mais formosa que
vi na vida?
— Sim, mas não é certo, — ela baixou o olhar, esse tipo de
comentários de Gabriel, conseguiam envergonhá-la sempre — é só,
que como me quer, o pareço. — sussurrou isso — Você também é
o mais bonito do mundo para mim.
Ele baixou a cabeça e deu uma leve dentada em uma parte de
seu peito, que ameaçava transbordar do decote — uma risada
afogada e nervosa escapou da garganta de Alexandra. Em seguida
ficou séria, assim que notou a mão dele que subia por sua perna
com um objetivo muito definido.
— Não vamos nos despir?
— Não posso esperar, se você não se importar, primeiro
vamos tentar vestidos, quero que você possa avaliar as... diferentes
técnicas, que podem ser usadas no decorrer desta atividade. —
sorriu malicioso, e ela riu a gargalhadas.
Voltou a aproximar o nariz ao pescoço e inspirou
profundamente.
— Meu Deus! Quanto senti falta de você, sonho todas as
noites contigo. Todas as mulheres deveriam cheirar como você. —
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— Quero contar algo para você — Ele olhou para ela, deitado
de lado.
— De acordo, mas deite-se melhor.
— Não, isto é importante, tenho que explicar isso bem.
— Está bem. — se sentou na cama, tal e como tinha feito ela
— Estou escutando.
— De acordo. Meus pais se separaram quando eu era
pequena, bom não era exatamente uma separação. Meu pai vinha
de vez em quando para nos ver, mas minha mãe não aceitou essa
situação nunca. Ele não a queria, ela, entretanto, só queria a ele.
Gabriel, queria-o de tal maneira, que não havia lugar em seu
coração, para o Jake nem para mim. — estendeu os braços para
ela enternecido, mas ela fez um gesto para que a deixasse
terminar. — Quando fui o suficientemente maior para
compreender a situação, e ver o sofrimento de minha mãe, e o
nosso, já que necessitávamos muito mais dela, prometi a mim
mesma, que não permitiria que um homem fizesse comigo o
mesmo. Por isso, quando o conheci e vi o que sentia por você,
tentei te afastar. Mas não o fez.
— Nem o farei meu amor. Nunca. — agora permitiu que a
abraçasse, arrastando-a para seu corpo. Manteve-a contra si, para
que sentisse como a rodeava com seus braços e sua ternura.
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6 Os Bow Street Runners são conhecidos como a primeira força policial profissional de
Londres. A força foi fundada em 1749 pelo escritor Henry Fielding com somente seis homens,
de início. Bow Street runners era o apelido dado pela população a esses oficiais, "apesar de os
oficiais nunca se referirem como escoteiros (runners), considerando o termo depreciativo". O
grupo acabou somente em 1839.
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Epílogo
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localizar sua amiga Mary, mas chegou ontem à noite, — tirou seu
lenço e secou suas lágrimas — o quanto você gosta de chorar em
casamento! — abraçou-se a ele perguntando-se, como era possível
querer tanto a alguém. Limpou seus olhos e assoprou, como uma
menina pequena, fazendo que sorrissem os dois homens.
— Quero você Gabriel.
— Sei querida, e eu a você. — Gabriel fez uma careta.
— Por favor, vamos os casar já, não sou capaz de suportar
isto muito mais. — disse Jake.
Gabriel assentiu e deu um beijo nela antes de entrar na igreja
e andar pela nave lateral até colocar-se em seu local, ao pé do
altar. Dali, virou-se para observar como se aproximava dele. Todos
os convidados se levantaram e fizeram o mesmo, sorrindo.
Jake ofereceu, orgulhoso, seu braço à noiva, que o aceitou
encantada e manteve a vista no rosto de seu futuro marido,
enquanto percorria os metros que a separavam de sua nova vida.
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