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Eu fiz a tradução desse livro com todo cuidado que pude. Porém,
não sou ‘’fluente’’ na língua, então algumas expressões podem
ter ficado meio confusas e alguns erros, como troca de
pronomes, podem ter passados despercebidos. Alguns termos eu
deixei em italiano ou em inglês mesmo, mas nada disso vai
atrapalhar sua experiência de leitura.
Boa leitura, espero que amem esse livro tanto quanto eu!
PARTE I
CAPÍTULO 1
A POLÍCIA
Os detetives estavam ombro a ombro no final da minha cama. Eu
podia senti-los estudando as contusões que estavam se
acumulando sob meus olhos.
‘’Gracewell, pode nos contar como sofreu os ferimentos?’’
Olhei de lado para minha mãe, fazendo meu rosto mais sutil. O que
eu deveria dizer? Apontar para o corredor na direção dos Falcones
e gritar: ‘Os assassinos estão naquela direção’?
Gentilmente, ela colocou a mão no meu ombro. O jogo era omertà e
o objetivo era não ser morto por delatar. A palavra brilhou na minha
cabeça como um sinal de néon: omertà, omertà, omertà .
O voto de silêncio, e todos nós estávamos ligados a ele. Não morra,
não morra, não morra .
“Uma queda”, eu menti. “Lamentável, sério.”
“Uma queda”, repetiu o primeiro policial, o detetive Comisky. Seu
bigode estava tremendo como uma grande lagarta cinza. Seu
parceiro, Medina, tinha olhos escuros e redondos. Eles estavam
abaulados, esperando. Eu quase poderia mpal-lo – a necessidade
deles de provar a si mesmos, para pegar um assassino da Máfia –
ou dois, ou dez. Eles estavam próximos, de certa forma. Entre a
interminável frota de moagem mafiosa livremente nos corredores do
hospital, os capangas mortos de Jack no armazém, e minha entrada
no hospital ao lado do subchefe Falcone ferido por balas, as coisas
já eram bem suspeitas.
“Você tem certeza disso?” Comisky pressionou.
Fechei minha boca e assenti, tentando ignorar o poço distante de
pânico dentro de mim. Talvez falar com a polícia fosse a coisa certa
a fazer, mas sabíamos que ter Nic cuidando de mim na minha cama
de hospital não era suficiente para manter os outros afastados se
tentássemos comprometer sua liberdade. Claro, eu tinha salvo Luca,
mas Valentino mal poderia mpal-lo passar se eu quebrasse a regra
sagrada da omertà.
“Muito bem, senhorita Gracewell”, disse Comisky, seu tom
decididamente mais gelado. ‘’Em vez disso, você pode nos dizer
como você foi trazido para este hospital com Gianluca Falcone?’’
Eu fingi uma careta. “Eu fui?”
O cenho dele era muito mais convincente. ‘’Gracewell, você tem
alguma informação sobre o tiroteio em Old Hegewisch duas noites
atrás?’’
“Eu não sei do que você está falando.”
‘’Gracewell, você pode explicar seu relacionamento com a família
Falcone?
‘A o que?’
‘’Gracewell, pode nos contar o que sabe sobre o relacionamento de
seu pai com a Família Falcone?’’
‘’Desculpe?’’ Essa me acertou bem na garganta. Minhas palavras
foram todas vacilantes e eu lutei pelo nível certo de indiferença. Ao
meu lado, minha mãe se irritou. Por que falariam disso? Eles
estavam tentando me abalar, e estava funcionando.
- Detetives, se vocês pudessem deixar o pai de Sophie fora disso,
eu apreciaria –ela interrompeu. Me dando algum tempo para compor
meus pensamentos. Por um momento, ela pareceu completamente
imperturbável. Às vezes esqueço que ela já lidou com a polícia
antes. Ela os viu levar o marido embora.
Eu queria que meu pai estivesse conosco. Eu queria que não
fôssemos tão abandonadas sem ele. Ele nos deixou para enfrentar
tudo sozinhas, e isso quase nos matou. Ainda assim, eu estava
determinada a não deixar os detetives vissem o quanto isso me
incomodava. Eu fiquei determinada a não deixa-los conhecer minha
fraqueza.
Os policiais chamaram a atenção brevemente para minha mãe, e
depois arado, destemido por seu pedido. “Miss Gracewell, seu pai
tem algo a ver com isso?”
Eu não perdi uma batida dessa vez. ‘’Meu pai está preso, detetives.’’
Um sorriso paternalista levantou o bigode de lagarta do rosto de
Comisky. ‘’Não foi isso que perguntei.’’
A porta do meu quarto de hospital foi aberta e uma figura com tanta
casualidade extraviada parecia quase como se estivéssemos
esperando por ele. Seu traje era impecável como de costume: um
terno cinza brilhante que brilhava sob as luzes fluorescentes, e
sapatos de patente que clicavam ‘’clacked’’ enquanto caminhava.
Ele tinha colocado o cabelo prateado atrás das orelhas. Eu quase
gaguejei quando o cheiro de mel entrou na sala, agarrando-se à
minha pele, meu cabelo, meu cérebro.
“Não”, disse o detetive Comisky, com alívio óbvio. Ele subiu o cinto,
devolvendo um pequeno sorriso não tão praticado que cintilou
debaixo de seu bigode. “Não é.”
Se ela ficou surpresa com meu conhecimento de quem ela era, ela
não deixou isso aparecer. Acho que qualquer poderia pegar um jogo
de Spot the Falcone. Basta olhar para o cabelo comercial de xampu
ou aqueles olhos de ‘’eu-poderia-matar-você’’.
Fale sobre ser seletivo com informações. "Se você está se referindo
a Luca, então sim, eu fiz alguma coisa. Eu salvei sua vida.’’
"Outra coisa", ela esclareceu com indignação fria. "Não tente ser
esperta comigo."
Acho que salvar o filho dela não me renderia nenhum ponto de
brownie. "Eu voltei para um disastro. Nicoli está preocupado.
Distraído. Você entrou na cabeça dele, como um verme’’.
"Uma garota estúpida", ela assoprou. Ela estava muito perto agora.
Eu podia ver o brilho em sua testa. "Você deveria ter cuidado de sua
própria vida."
Ela olhou através de mim.. Minha voz ficou um pouco mais forte e
eu continuei, tentando fazê-la ver sentido. "Você acha que eu gosto
de estar nesta cama de hospital? Você acha que eu gosto que meu
rosto seja esse tom de amarelo e roxo? Fui arrastada para os jogos
distorcidos da sua família. Eu nunca quis fazer parte de nada disso.’’
Eu podia sentir meu pulso nas pontas dos meus ouvidos. Calma,
Sophie. Acalmar. "Talvez ele deveria ter ficado longe de mim."
"E Gianluca!" Ela jogou as mãos no ar. 'Mio figlio! Tão fraco agora.
Cos'è successo?', perguntou ela ao teto. ‘’Essa garota... essa
garota...’’ Ela balançou a cabeça, franzindo a testa como seus olhos
de safira roved sobre o meu rosto. "Um nada bonito. Você os
quebrou.’’
Ela tinha cuidado através do meu limiar para porcarias rudes Eu não
ia deixar alguém me repreender enquanto eu pudesse fazer algo
sobre isso.
"Eu vou embora quando eu disse o que eu vim aqui para dizer. Não
se esqueça, saccente, você está aqui em segurança por causa do
comando do meu filho e nada mais. Eu sei exatamente quem você é
– quem é seu pai, o que seu tio verme é, e tudo o que eles nos
devem.'
"Esses olhos", disse ela, voltando de mim enquanto sua voz caía
mortalmente quieta. Rugas amotinadas apareceram acima da ponte
de seu nariz. ‘’Eles são sem alma.’’
‘’Vim dizer para ficar longe dos meus filhos, ou da próxima vez que
nos vermos, não serei tão cuidadoso sobre onde colocar minhas
mãos.’’
"Você não foi feito para este mundo", acrescentou ela, como se
fosse o pior insulto possível.
"Oh", disse Nic, levando Millie e eu de uma vez. Ele passou sua
mão através de seu cabelo, arrumando o que já estava arrumado.
‘’Olá, Millie. Eu não sabia que você estaria aqui tão cedo.’’
"Nic", disse ela, sorrindo falsamente para que eu pudesse ver cada
elo transparente de seu aparelho. "Que desagrado."
Até então, eu tinha, milagrosamente, deixado-os afastados desde o
armazém. Meus sentimentos por Nic podem ter sido uma bagunça
completa, mas a atitude de Millie para ele e o resto de sua família foi
bem clara.
"Certo", disse ele, não tinha mais certeza de onde se colocar. ‘’É
bom de sua parte ajudar Sophie assim’’.
A risada da Millie estava fria. O’’brigado pelo reforço positivo, Nic.
Estou surpresa que você reconhece o ato de ajudar os outros’’.
Millie bufou. "Eu acho que há uma lista e tanto. Estou falando de
Dom, Rei dos Idiotas e Soberano dos Idiotas.’’
'Oh-'
"Ele é".
"Bem, diga a ele para não chegar perto de nós. Eu odiaria arriscar
me afogar em seu gel de cabelo excedente.’’
"OK".
"Além disso, diga a ele que ele é um idiota por me usar para
espionar a família da minha melhor amiga."
"Mil", eu intervi, "posso, por favor, ter um segundo com Nic antes de
irmos?" O último segundo que provavelmente teríamos.
‘’Tudo bem, não se preocupe. Mas primeiro, posso fazer uma última
pergunta?’’
"O quê?"
O olhar de Nic se voltou para o meu mais uma vez. Parecia dizer,
Por favor, me tire do meu sofrimento. "Estou tentando fazer isso
direito", disse ele calmamente.
"Desculpe, mas isso foi bom", ela suspirou. "Eu tinha que fazer
isso."
O quarto parecia muito menor agora que era só Nic e eu. Tive que
sentar na cama para recuperar o fôlego. Esse é o problema com
costelas quebradas; mesmo ficar de pé torna-se problemático
depois de um tempo.
‘’Então... que foi estranho", ele falou, vindo para ficar na minha
frente, seus joelhos quase tocando o meu. A tensão do encontro foi
recuada acima de suas sobrancelhas. ‘’Acho que ela me odeia’’.
‘’Eu sei’’. Eu ecoei a tristeza em sua voz. "Eu sei que você é."
"Eu sei", disse ele, com os olhos fechados. "Você nunca vai me
perdoar."
"Você seria um tolo por pedir o meu perdão, sabendo que você
ainda vai atrás dele."
Ele não negou. Ele não disse nada. Ele não tinha terminado com
Jack, e seus sentimentos por mim não iam mudar isso. Ele nunca
me escolheria ao invés de sua família.
E a solução?
Durante o dia, liguei para todos os números que tinha para o meu
tio. Deixei mensagens com velhos conhecidos. Mas não havia nada.
Os Falcones também tinham ido embora. Millie disse que a casa
deles estava deserta agora. Não havia sinal deles terem existido em
Cedar Hill, nada além das memórias que entraram no meu cérebro.
Era quase como um ritual: ‘’você não vai comer um pouco mais,
Sophie? Você não vai ter uma mordida disso? Quer falar sobre isso
com alguém? Você não está tentando, Sophie. Por favor, tente’’.
Ela acariciou meu cabelo, sua voz calma. "Eu vou. Eu vou tomar
alguns também’’.
Ela está dormindo, percebi com tanto alívio que levei mais um
segundo para notar a dor aguda na minha mão. Eu acendo a luz e
encaro horrorizada o sangue em meus lençóis.
O canivete estava aberto no meu travesseiro, a faca manchada com
meu sangue. Até a alça estava manchada, contas mais escuras de
vermelho afundando nas ranhuras na inscrição. Houve umas três
polegadas de corte correndo através da palma da minha mão
direita. Eu tinha me cortado enquanto dormia!
"Tyra estava torcendo por ela", eu disse, apontando para a tela. ‘’E
agora ela está chateada porque Tiffany basicamente não deu a
mínima, então se criou todo esse drama’’.
"Você sabia que existe uma coisa como um "smize", Mil? É como
sorrir... mas você faz isso com os olhos’’.
'’Uh-huh ... Sabia que existe um sol? É como fogo, só que é uma
grande bola redonda no céu.’’
"Muito crível", disse Millie. "Você não está bem. Você está em
negação profunda. E fingir que esse medo não existe não é vencê-
lo, é acomodá-lo. E isso tem que parar, OK?’’ Ela tinha as mãos nos
quadris. Ela definitivamente não estava dimensionando. ‘’Coisas
ruins acontecem. E então você as supera. É assim que funciona. Eu
sei que toda essa situação tem sido... infeliz’’.
Millie tire as mãos dos quadris e sentou-se ao meu lado. "O que é
inevitável?"
‘’Talvez tenha sido teatral. Mas você sabe o que eu quero dizer’’.
"Isso é ridículo. Sério. Então seu pai tinha pais de merda. Acontece.
E a avó deles morrendo de câncer? Assim como a minha. Isso é um
fato ruim da vida também. Ele e Jack estavam por conta própria
desde jovem e é provavelmente por isso que Jack acabou
traficando. Sabemos por que seu pai atirou em Angelo Falcone. Foi
um acidente. E se ele não tivesse atirado nele, quem sabe? Angelo
provavelmente teria assassinado Jack. Sinto muito que você não
tenha uma família grande e que todas essas coisas ruins
aconteceram, mas o universo não está contra você. Você não está,
tipo, condenada, ou o que seja. Este não é um episódio de Game of
Thrones. Você está bem, ok? Você saiu do outro lado.’’
‘’Estou ouvindo.’’
"Então, a primeira coisa que você precisa saber é que Emily é uma
cadela total. E hoje em dia ela tem muito mais dinheiro do que
senso’’.
"Algumas pessoas são apenas idiotas, OK?" Millie disse. ‘’Uma vez
emily tentou ficar com meu pai em uma festa, na frente da minha
mãe, que deveria ser sua amiga. A última vez que ela veio nos
visitar, ela deu em cima da Alex. Major não-não. Você vê o que eu
quero dizer?’’
"Então, Emily foi a este cruzeiro há alguns anos", continuou ela. ‘’Ela
gosta de ostentar o quão mega-rica ela é agora - se houvesse um
navio de cruzeiro feito de ouro, ela estaria nele. Enfim, em um ponto
do cruzeiro, que eu só posso imaginar que era todo tipo de chato,
ela teve que sair e ver os golfinhos de perto. Havia um grupo deles
nesta pequena lancha e eles estavam andando junto e os golfinhos
ficaram tão animados que começaram a perseguir o barco. Depois
de um tempo, eles vieram ao nível do barco e estavam pulando para
fora da água na mesma velocidade. Emily estava adorando, tirando
fotos e inundando seu Instagram enquanto ela estava o mais perto
possível do lado. Todas as legendas dela eram como "OMG melhor
dia de todos os tempos", "Ahh, este está definitivamente sorrindo
para mim. Eu acho que ele gosta de mim!" e "Free Willy LOL", o que
é irritante porque Willy era uma orca maldita e você sabe que eu
odeio quando os idosos exageram abreviaturas de texto’’.
"Bem, você não vai acreditar no que aconteceu a seguir", disse ela,
balançando a cabeça. ‘’Um dos golfinhos ultrapassou a marca. Ele
pulou da água e acabou batendo na cara dela’’.
"O quê?"
Os olhos de Millie se tornaram impossivelmente grandes. "Sim".
‘’Sim, ele voltou a nadar’’. Ela sorriu, antes de acrescentar: "Ela teve
que fazer uma segunda plástica no nariz, no entanto."
Nós batemos as mãos e ela agarrou meu pulso. "Ei, de onde veio
esse curativo? Você se cortou?’’
"Como você faz", ela moveu seu olhar suspeito da minha mão para
o meu rosto. "Você realmente precisa se livrar disso."
"Você deve ter tanta sorte", ela respondeu. "Os filmes, então?"
"Tudo bem", ela admitiu, com um rolar de olhos. "Eu vou sofrer por
você."
‘’Você é a sarcástica’’.
Millie notou minha distração. "Garoto bonito?" Ela seguiu meu olhar.
"Você está sendo lamentavelmente óbvia."
Eu a belisquei. ‘’Pare de ser tão óbvia. Eu juro que ela está nos
observando’’.
"Ela provavelmente não pode mesmo nos ver através de sua franja."
"Eu sei o que você vai me dizer. Você vai me dizer que é um cinema
e há um monte de gente aqui e esse é o ponto e eu estou sendo
paranoica ...'
‘’Mas Mil, quanto mais penso nisso, tenho certeza que ela estava
dirigindo um Mercedes preto no estacionamento. Esse é o mesmo
tipo de carro que tem sido dirigindo pela minha casa’’!
Millie abriu a boca como se fosse dizer alguma coisa. Ela parou,
fechou e engoliu. Ela suspirou. ‘’Ok, bem, o que você quer fazer
sobre isso? Quer que eu vá lá e fale com ela? Isso faria você se
sentir melhor?’’
Eu toquei a lâmina fechada no bolso. ‘’Só olhe para ela. Vamos ver
o que ela faz’’.
"OK", ela resolveu, olhando ao redor. ‘’Nem sei para onde ela foi’’.
‘’Ela está perto das janelas ali. Não olhe agora. Ela está fazendo
algo no telefone’’.
‘’Certo, bem, esqueça isso por enquanto. Aposto que ela só está
esperando um encontro, ou um cabeleireiro adequado’’.
"Você não tem que parecer tão presunçosa sobre isso", ela disse ao
meu reflexo, enquanto esfregava as faixas de rímel de seu rosto.
"Sim, bem, às vezes robôs vão mal. Além disso, eu pensei que você
disse que não poderia se conectar com histórias de amor não-
humanas de qualquer maneira, então por que você está ficando
toda chorosa sobre isso?’’
Olhei de lado para ela enquanto passávamos. Mais perto, notei que
ela não era particularmente assustadora. Ela era jovem e baixinha –
sobre a minha altura – e mastigou o lábio com uma autoconsciência
que não me apavorava. Ela estava no telefone, e parecia que ela
estava tendo uma discussão. Talvez ela estivesse esperando esse
tempo todo por um encontro ou um amigo. Deus, ela era tão jovem.
De repente fiquei muito envergonhada com meu surto. Eu podia
sentir minha pele inundando com manchas de vermelho. O que
havia de errado comigo? Era pior do que ter medo da minha própria
sombra. Ela provavelmente estava mais com medo de mim neste
momento. Eu estava olhando para ela sem parar durante a maior
parte da noite. E eu era a única com uma faca no bolso.
"Acho que estou assustando ela", sussurrei para Millie.
‘’Ótima ideia. Se você pudesse apenas enviar isso para duas horas
atrás que seria ótimo’’. Ela deixou cair a bolsa e se agachou ao lado
dela enquanto ela atirava nele.
O lote estava quase vazio agora. Nosso filme tinha sido o último a
terminar e os carros restantes estavam diminuindo, deixando
espaços abertos iluminados em círculos das lâmpadas da rua.
"Eu lhe disse!" Falei com triunfo. "Ela está nos perseguindo!"
"O quê?", Disse ela, estreitando os olhos no espelho retrovisor. "Isso
é Lego-cabeça?"
Millie bateu nos freios e virou para outra rua lateral com um grito
ensurdecedor. Fui jogada, gritando, contra a lateral do carro. Ela
esmagou o acelerador e nós aceleramos pela rua, dando uma volta
de última hora para outra fileira residencial de casas e
ziguezagueando pelo bairro.
"Sophie?"
Mas ainda assim, aquela voz, tão insistente, tão familiar... De onde
vinha isso?
"Sophie?"
Ele levantou as mãos, as palmas voltadas para cima. "Eu sei", disse
ele. ‘’Estou quebrando todas as regras’’.
Seu sorriso estava apertado. "Você pode apenas descer, por favor?
Estou começando a me sentir autoconsciente’’.
Eu sabia que não deveria. Isso não foi fácil. Mas é difícil evitar algo
quando está bem na sua frente...
"Sinto sua falta", disse ele em um longo suspiro pesado. "Eu odeio
não saber o que você está fazendo ou se você está bem ... depois
de tudo o que aconteceu. Não parece certo’’.
Quanto mais o estudava, mais desgrenhado ele aparecia. Seu
cabelo estava bagunçado, os fios caindo em seus olhos. Havia dias
de barba sombra sua mandíbula. "Isso é o que combinamos", eu
disse baixinho. "Esta é a coisa certa."
A única coisa.
"Eu não gosto disso, Sophie", ele repetiu. "Deve haver outra
maneira."
Ele passou suas mãos através de seu cabelo. Ele parecia tão fora
de si, tão cansado.
"Eu nunca vi você assim", eu disse, recuando.
"E você nunca pensa em deixá-lo para trás? Para a faculdade? Para
a normalidade? Para sempre’’?
Quando ele falou novamente, seu olhar não estava mais nas
estrelas e sua voz era apenas mais do que um sussurro. "Você se
lembra da última vez que estivemos aqui juntos?"
"É a verdade’’.
Ele ficou em silêncio, e eu me senti compelida a preencher o
espaço.
"Isso te surpreendeu?"
Ele vacilou. "OK", disse ele, com a voz pequena e silenciosa agora –
quase tão audível quanto os galhos que sussurram ao nosso redor.
‘’Olha, eu sei que eu não deveria ter vindo aqui esta noite, mas eu
estava preocupado com você. Eu queria ver você, e às vezes
quando eu tenho uma ideia na minha cabeça isso meio que tem que
se jogar para fora. Não significa que ainda não estou ciente de tudo
o que aconteceu, toda a dor que sofreu por minha causa. Por causa
da minha fraqueza’’.
Eu quase poderia sentir - aquela sensação de me apaixonar por ele.
Já tinha me aproximado. Eu podia sentir seu calor pressionando
contra o ar, seus olhos a única coisa em que eu poderia me
concentrar.
"Sim".
‘’Acho que não podemos continuar fingindo que o armazém não
aconteceu’’.
"O quê?"
"Você sabe quem está escondendo Jack?", Ele repetiu, sua voz
mais suave. Mel. Como se a maciez pudesse mascarar seu
significado.
Algo aconteceu - tão rápido que quase perdi - mas seu queixo
quebrou, e seus olhos brilharam com algo. "Apenas me dê algo,
Soph, para que possamos estar preparados. Por favor, eu não sei o
que fazer’’.
"Então por que perguntar quando você sabe o quão azedo ele vai
fazer as coisas?"
"E ainda aqui está você, ainda tentando obter informações de mim!"
Bailey estava correndo pela rua o mais rápido que pôde. Ela estava
brilhante com suor. Seu cabelo cortado estava caindo em seus olhos
e seu vestido estava agrupando em torno de seus tornozelos,
ameaçando tropeçá-la.
Ela agarrou meu braço, ofegante por ar como se estivesse se
afogando. "Ai. Está. Você’’.
Conte até cinco. Acalmar. Não dê um soco nela. "Eu não sei."
Seu rosto mudou, e ela se lembrou por que ela tinha me impedido.
‘’Você não trabalha há semanas, Persephone. Mal vi sua mãe. Eu
pensei que você era uma aparição quando eu vi você agora’’.
‘‘Perdi isso’’.
"Sim, bem, você sabe como é..." Eu disse, gesticulando para mim
mesma e procurando as palavras que eu precisava. "Em um minuto
você está em pé no topo das escadas jogando no seu telefone, e no
minuto seguinte você está machucando eles, caindo sobre si
mesma ... e apenas geralmente ... Batendo coisas na sua cara...
Repetidamente... até que se machuque... muito...’' Eu mostrei um
sorriso ovelha. Isso deve ser o melhor.
‘’Eu queria dizer algo para você’’. Ela começou a mexer com as
dobras em seu vestido. "Eu queria dizer-lhe que se você estivesse
se sentindo chateada com ... Bem, sobre qualquer coisa, talvez eu
possa ajudar. Vou à igreja amanhã de manhã. É um bom lugar para
encontrar conforto’’.
A surpresa dentro de mim inchou. "Obrigado", eu ofereci, visando a
polidez. "Eu te aviso".
'Ehhh.' Ela seguiu meu olhar, não que ela precisasse, já que ela
claramente já estava ciente de sua presença. "Não?"
Eu trinquei minha mandíbula. Era difícil saber se ele queria ser rude
ou curioso com sua pergunta, mas de qualquer forma, eu não fiquei
impressionada. ‘’Tudo bem, Gino. Agora responda à pergunta’’.
"Não posso fazer", disse Dom. "Mas não se preocupe, isso não
envolve você."
"Então eu estava lendo sobre isso, e temos que nos livrar dele, mas
de uma maneira simbólica. O canivete é a última coisa que você tem
que te conecta aos Falcones, certo? Então, quando deixar isso para
trás, estará emocionalmente se distanciando de toda a dor que
causaram a você. Você está comigo?’’
'Uh-huh...'
‘’O que você pode fazer", disse ela, ignorando-me, "é jogá-lo em um
lago onde nunca mais será encontrado. E então ele vai embora e
espero que algumas das memórias e outras coisas vão com ele. Eu
sei que é um tiro no escuro, mas pode funcionar para algumas
pessoas, e já que você não pode realmente arriscar ir à terapia ou
qualquer outra coisa, eu acho que vale a pena tentar’’.
"Tudo bem", disse ela. ‘’Vamos dar aos irmãos dele, então’’.
"Não! Você está louca? Então eles vão saber que ele me libertou’’!
Uma risada saiu de mim. "As coisas que você faz por mim."
CASA DI FALCONE
"Estamos invadindo!"
Eu congelei na porta.
'’Oh’’.Isso foi tudo que eu pude falar. Vê-lo novamente, vivo e tão
perto, seus olhos azuis brilhando na escuridão, me pegou
completamente desprevenida. Algo estava rondando meu
estômago, apertando e sujando, como a memória de nossos últimos
momentos juntos veio inundando de volta.
"Eu não sabia", eu disse. "Eu só ia deixá-lo fora em algum lugar que
você iria encontrá-lo. Mas então a porta foi destrancada e eu pensei-
'
‘’É’’.
Ele tirou a faca da minha mão e a rolou. Ele olhou para cima,
franzindo a testa. ‘’Há sangue nisso’’.
"Há?" Eu me inclinei mais perto até que eu estava quase nariz-a-
peito com ele. Não conseguia ver nenhum sangue.
"Aqui." Ele pressionou a unha contra a base e eu olhei até que uma
pequena mancha marrom entrou em foco. Estava dentro do L na
inscrição.
Eu recuei. ‘’Pensei ter limpado tudo’’.
‘’O que você fez com ele, Sophie? Você machucou alguém?’’
Eu dei-lhe um olhar curto. "Eu sei que você acha que isso é algum
tipo de insulto, mas eu estou escolhendo tomá-lo como um elogio."
"Tudo bem", eu cedi. "Só para você saber, eu posso ou não ter
acidentalmente me esfaqueado quando eu estava dormindo."
"Ah", disse ele, como a resposta para algum grande enigma tinha
sido revelado a ele. Seu rosto relaxado e ele voltou a piscar. "Isso
faz sentido." Ele fechou a lâmina e deslizou-a para o bolso. "Chega
de canivete para você."
"Eu não queria mesmo", eu disse a ele, meu tom petulante. ‘’Estou
limpando minha vida de tudo o que tem sido prejudicial para mim’’.
"Então é por isso que você veio", disse ele, circulando ao meu redor
e voltando-se para olhar para as paredes novamente. ‘’Para limpar
os assassinos de uma vez por todas. Simbolicamente’’.
"Sim", eu disse para a parte de trás de sua cabeça. "Eu vou deixar
você saber que isso é uma forma de cura terapêutica." O cabelo
dele tinha crescido desde a última vez que o vi. Ainda estava
desgrenhado, mas fios pretos perdidos estavam em seu pescoço
agora. Ele estava usando uma camiseta cinza e pelas costas eu
podia ver um vislumbre de uma corrente de prata desaparecendo
sob ela. Eu me perguntava o que era. Eu me perguntava por que eu
me importava.
Ele olhou para mim por cima do ombro. ‘’E aqui estava eu pensando
que você queria me ver de novo’’.
"Oh sim", disse ele, fingindo um flash de memória súbita. "Isso." Ele
juntou os dedos. "Eu não tenho certeza se eu já te agradeci."
"Obrigado", disse ele, agindo chocantemente sério, antes de virar
seu sotaque em um italiano, e acrescentando: "Grazie,
sinceramente."
‘’Está tudo bem’’. Eu acenei com a mão no ar. ‘’Recebi suas flores’’.
‘’Imagino que será um dia frio no inferno antes que Luca Falcone dê
a alguém um buquê de flores’’.
"Acho que não há nada tão doce como o mel", eu disse, apenas
escórias de jovialidade deixadas na minha voz agora.
‘’Então... bom lugar que você tem aqui ...’' Vim ficar ao lado dele.
Nós encaramos a parede e eu li a placa diretamente na nossa
frente.
GIANLUCA FALCONE
CXIII
‘’Meu avô’’.
"Sim", disse Luca, olhando para cima novamente, mas não para
mim. Seu olhar percorreu a sala, tropeçando sobre os túmulos de
seus antepassados. ‘’Nos anos 80, durante a segunda guerra de
sangue entre nossas famílias, meu avô ordenou a morte de Don
Vincenzo Marino e sua família. Foi uma medida drástica, mas ele
pensou que iria aleijar a dinastia Marino e acabar com o
derramamento de sangue de uma vez por todas. Os Falcones
pegaram Vincenzo e sua esposa, mas seus filhos não estavam lá.
Eram gêmeos. Ninguém sabe para onde foram – parece que eles
simplesmente desapareceram no ar. Depois disso, o irmão mais
novo de Vincenzo, Cesare, assumiu, mas ele era um chefe
incompetente. A família não o respeitava como respeitavam
Vincenzo. Assim como meu avô tinha planejado, os Marinos
estavam enfraquecidos sem uma liderança forte, e Cesare
concordou com uma trégua’’. Ele soltou um suspiro. Era pesado e
cheio de arrependimento, como se ele tivesse estado lá para
testemunhar tudo.
‘’Mas o derramamento de sangue não acabou, não é’’? Perguntei
calmamente.
"Deus", eu disse.
‘’Nic me disse uma vez que você nunca vai atrás de membros da
cultura da máfia, não importa o que eles tenham feito’’.
A risada de Luca era sem alegria. ‘’Nicoli diz muitas coisas. Isso não
as torna verdadeiras’’.
A testa do Luca estava enrugada. "Eu acho que é menos sobre ele
mentir para você e mais sobre ele mentir para si mesmo. Os Marino
sempre foram diferentes das outras famílias. Nós nunca
compartilhamos uma história de respeito com eles’’.
"Não. Não por um tempo agora’’. O rosto de Luca estava pálido; ele
parecia cansado de pé, cansado de falar. Ele sentou-se, enfiando as
botas sob o banco e inclinando-se para a frente. Ele mergulhou os
dedos na frente dos lábios, pensando. Fiquei impressionado com a
memória de Valentino – como eles eram parecidos naquele
momento, um na minha memória, o outro ao meu lado. Fiquei de pé,
curiosa agora que estava mergulhado na história deles. Eu circulei a
sala, escaneando nomes que eu não conseguia pronunciar e
numerais romanos que não faziam sentido.
"Isso é bom, eu suponho, que há paz", eu disse.
‘’Talvez ela não. Talvez ela queira paz também. Isso é o que a
maioria das pessoas querem’’. Bem, a maioria das pessoas sãs.
‘’Paz ou não, há um velho Falcone dizendo: "Nunca vire as costas
para um Marino".
‘’Isso é’’.
"Bem, é bom saber que eu não tenho que me preocupar com você
quando você está lá fora por conta própria." Eu quase podia provar
o sarcasmo no ar.
Meu riso me surpreendeu. Ele pendia em ecos ao nosso redor,
fazendo o local parecer maior e mais frio.
EVELINA FALCONE
"Quem é esse?" Eu perguntei.
Luca veio ficar ao meu lado. O braço dele roçando contra o meu. Eu
podia sentir a estática na minha pele. ‘’Esta é a parede de Felice’’.
Entre as placas, um rubi envolto em prata tinha sido colocado na
pedra. Salientes da prata na caligrafia giratória eram as letras F de
um lado, e E do outro. Debaixo do rubi dizia Sempre.
‘’Ele nunca disse’’. Luca deu de ombros. ‘’Ele ainda acredita que ela
voltará para ele algum dia’’.
"Você acredita?"
‘’Você é translúcida’’.
‘’É a iluminação’’.
Sua risada era baixa. "Você está brincando, certo’’? Eu podia ouvi-lo
vindo de uma milha de distância. ‘’Você traz uma nova dimensão
para a palavra "pouco sutil".
"O quê?"
"Você não me perguntou se eu sabia onde Jack estava. Mas você
deve estar se perguntando. Especialmente, você sabe, depois do
que aconteceu’’.
‘’Bem, ainda não sabemos exatamente onde ele está. Mas temos
uma boa ideia de com quem ele está’’.
"Quem?"
Ah, não. Ah, não. Bem, isso explicou a pequena lição de história
antes.
"A questão é", disse Luca, inclinando-se para trás nas palmas das
mãos e curvando os ombros, "se estamos certos sobre onde Jack
está se escondendo, o que exatamente Donata Marino está saindo
do acordo?"
Ou não.
"Não importa", eu disse, indo em direção à passagem principal.
‘’Tenho que encontrar Millie’’.
"Por quê?"
Ele piscou para mim. "O que você quer dizer com "por quê"?
Tive que virar a cabeça para trás para olhar para ele. "Você não é
meu subchefe, Luca. Eu não te devo nada’’.
"No caso de você não perceber, Sophie, que a peça era uma sátira!
Você não está destinado a aspirar a ele’’!
"Do jeito que você está falando agora, você está aspirando ao meu
punho em seu rosto!" Eu gritei por cima do ombro. Cheguei à porta,
mas ele estava lá em um piscar de olhos, deslizando na minha
frente. Ele era tão alto. Tão largo. Tão imóvel. "Mova-se", eu disse.
"Ou juro por todos os deuses e sistemas planetários que vou bater
em você na sua cara presunçosa."
"Deixe-me ir".
‘’Eu sei’’.
‘'Oh.'’ Ela começou a nos cercar. '’Espere um segundo... O que está
acontecendo aqui? O que vocês dois estavam fazendo lá por tanto
tempo’’?
Luca nos seguiu. "Eu não sei quantas vezes eu tenho que dizer isso
para você antes de obtê-lo através de seu crânio!", Ele pressionou.
"Ele não é bom para você, Sophie!"
"O quê?" Ele bateu no meu dedo. "O que você vai fazer comigo?"
Ela ainda estava olhando para as árvores. "Isso não é o que eu quis
dizer com o encerramento."
PARTE II
Ela acenou com a cabeça, seu sorriso vacilando quando ela soltou
um suspiro. "Eu tenho te assustado, eu sei. Eu sinto muito’’.
Ela balançou a cabeça. "Eu não pensei que você teria descoberto
isso."
Ela irrompeu em uma risada . ‘’Ele disse que você era inteligente,
mas acho que você me descobriu no cinema. Desculpe se te
assustei. Eu estava tentando ter um minuto para falar com você
sozinha. Ninguém mais deveria saber’’.
Era difícil não gostar dela – no que diz respeito aos tipos da Máfia,
ela era surpreendentemente normal. Eu poderia ter deixado minha
guarda cair se eu não soubesse o sobrenome dela. ‘’Qual é o seu
nome’’? Eu perguntei a ela. "Posso saber isso, pelo menos?"
Qualquer coisa para distrair do Marino pulsante na minha cabeça.
‘’Sara’’. Ela fingiu uma reverência e eu me vi rindo antes de apertar
minha boca fechada. Deus, ela também era estranha.
Que diabos ela estava fazendo entregando recados para o meu tio?
Ela deveria estar fora sendo uma adolescente.
"Não quero ser rude", eu disse, "mas ele poderia ter me ligado e
salvado toda essa correria por aí..." E perseguição assustadora.
Sara levantou a mão para tocar meu ombro, mas depois parou no
ar, pensando melhor. "Eu entendo, você sabe. É difícil ser puxado
em direções que você não quer entrar. E ainda mais quando é sua
família segurando as cordas. Mas vai ficar claro para você, se você
deixá-lo’’.
O quê? Parte de mim estava curiosa. Não pude evitar. Era como
uma coisa apodrecendo, zumbindo no fundo do meu estômago. "Eu
não deveria ir", eu disse. "Não é o meu mundo."
Ela baixou a voz, mesmo que ninguém além de mim pudesse ouvi-
la. "Você terá que vê-lo, Sophie. Melhor que você vá em seus
próprios termos’’.
"O quê?"
"Por que você está me dando esse olhar sujo?" Eu perguntei a ele.
"Há quanto tempo você sabe que ele está com os Marinos?"
"Isso não significa nada", eu disse. "Você não sabe nada com
certeza. Aquela garota não mencionou nada sobre Jack’’. Foi uma
mentira descarada, mas melhor do que deixar a raiva aumentar,
melhor do que alimentar o fogo.
Olhei para o peito dele. Não queria olhar para os olhos dele. "Você é
tão ... frustrante’’.
O que ele estava fazendo aqui? Em que diabos jack estava metido?
O que tinha naquela lanchonete?
Ele inalou bruscamente. ‘’Tudo bem, vamos falar sobre outra coisa,
então’’.
"Como o quê?"
Seus olhos foram para meus lábios. A mão dele se moveu para as
minhas costas, a outra apalpou a parte de trás do meu pescoço,
puxando-me para ele. "Isso", disse ele rispidamente.
Tive que cravar minhas unhas nas minhas palmas para não tentar
esbofeteá-lo novamente. ‘’Naquele beijo, você acabou tudo o que já
tivemos’’.
"Você não pode ir ver seu tio, Sophie. Eu não me importo se você
está com raiva de mim, mas você não pode entrar naquele clube.
Isso é território da Black Hand. Não é seguro para você lá’’.
Não olhei para ele. "Não é da sua conta o que eu escolho fazer."
‘’Antes do quê’’.
Ele me observava.
Porcaria.
"O ponto?" Minha mãe balançou a cabeça. "Você deveria ter vindo a
mim, Sophie. Você sabe que você sempre pode vir a mim.
"Foi apenas um sangramento no nariz. Ele quase parou quando eu
acordei’’.
"Ainda assim", disse ela. ‘’Sou sua mãe. É para isso que estou
aqui’’.
Ofereci-lhe um meio sorriso na escuridão. "Por favor, não se
preocupe com isso."
"Você tem certeza que você vai ficar bem aqui sozinha?" Eu
perguntei em vez disso.
Sua risada era um tilintar curto. ‘’Claro, querida. Tenho muito para
me manter ocupada. Estou colocando essa treliça nova nos fundos
do jardim. Estou plantando flores de parede’’!
Ela bateu no meu braço. "Eu não fico sentado e olho apático à
distância quando você não está aqui, sabe."
"O quê? Então você não gasta todo o seu tempo livre pensando
sobre o quanto você sente minha falta’’?
"Eu substituo minha afeição por você por minhas lindas novas
plantas", disse ela, com a voz provocante. ‘’Eles são muito menos
sarcásticos’’.
Quando ela recuou, ela estava tão fortemente radiante que seus
lábios estavam se contorcendo. Peguei minha bolsa e tentei agir
como se estivesse indo para uma festa do pijama inocente na casa
da minha melhor amiga e não um covil da Máfia no meio da cidade.
"O que quer que seu tio esteja fazendo, Soph, você poderia
esmagá-lo antes que seja tarde demais."
"Você vai ter que enfrentá-lo de uma forma ou de outra. Não é isso
que Lego-cabeça disse’’?
Sua aflição brilhou através dos roubos caros e vestidos de grife. Seu
cabelo escuro era uma jugua das melhores extensões do mundo e
sua maquiagem dramática a escoava habilmente. Mas por baixo da
pompa e glamour ela era uma figura esquelética com um pescoço
magro e características severas. Ela tinha aquele gelo genovese
inconfundível - o mesmo frio que Elena Genovese-Falcone tinha
trazido com ela para o meu quarto de hospital. As irmãs eram
impressões uma da outra; cada uma cercado por famílias rivais da
máfia, esperando para pegar a outra. E Donata tinha um palácio
noturno brilhante de sua própria criação em que plotar.
Millie pressionou o bloco de seu dedo indicador na tela, em uma
tomada interior do Éden onde tudo estava envolto em branco sob
um teto de lustres. "Temos que ir", ela resolveu. "Nós só temos que
ir."
Nic estúpido.
Eu estremeci.
"Hein?"
"O golfinho", enfatizou. "Você não espera que o golfinho bata na sua
cara."
Millie soltou uma risada afiada. "Desculpe- lhe? Talvez você precise
de um curso de atualização sobre quem somos’’?
Muito suave.
"Eu acho que você quer dizer que você está esperando por nós",
disse Millie. Seu sorriso era deliciosamente falso. "Nós não
queremos um segundo acidente, não é?"
Eufemismo.
Eu sabia que ela iria querer ficar, por solidariedade, mas eu tinha
que falar com Jack sem ela. Ele estaria relutante em compartilhar
seus planos na empresa dela e eu pretendia obter todas as
respostas que pudesse.
"Eu quase não fiz", eu disse, esquivando-se de suas garras. ‘’E isso
não é para ser uma reunião feliz’’.
Jack teve a audácia de rir. "Você não está pelo menos feliz que eu
estou vivo?"
"Eu sei", disse ele. "Caso contrário, você teria explodido meu
disfarce no armazém. Mas você levou aquele Falcão para longe de
mim e eu te devo minha vida por isso. Você é leal, Sophie, e sinto
muito pelo perigo que te coloquei. Se eu soubesse o que
aconteceria, teria mandado você para um lugar seguro. Confie em
mim, eu não vou estar cometendo esse erro nunca mais’’.
"Temos muito o que conversar", continuou ele. "Espero que uma vez
que você entenda a minha posição, você não vai me odiar."
"Você sabe que isso provavelmente vai começar uma guerra? É isso
que você quer que aconteça’’?
Jack hesitou, e pela primeira vez ele parecia inseguro. Mas eu tive a
sensação de que não era por causa da minha pergunta, mas por
causa do meu conhecimento da trégua, que eu tinha traído
perguntando isso. Eu não estava pensando em esconder nada dele;
Eu estava muito empenhada em fazê-lo parar de esconder coisas
de mim.
Ele olhou de lado para Donata. Algo passou entre eles, uma
cintilação de diversão, um entendimento tranquilo. O sorriso dela era
aranha. ‘’Sua sobrinha sabe mais do que eu esperava’’.
Eu esmaguei minhas mãos no meu colo enquanto minhas
bochechas coravam com calor. "Não é de conhecimento comum?"
Donata ainda estava olhando para Jack. Ela acenou com a cabeça,
apenas uma vez, com os olhos cortados quando ela disse:
"Fidelitate Coniuncti."
"Minha família não está nisso com você, Jack", eu gritei. "Quando
você vai tirar isso de sua cabeça?"
‘’Seu pai construiu todo o seu sustento e sua família com o dinheiro
que eu dei a ele para aquele restaurante. Gracewell pode ser o
ápice do trabalho da vida do Mickey, mas está no meu ofício’’.
Eu branqueei. "Eu tenho uma mãe", eu surtei. "Uma mãe que quase
foi morta por sua culpa, e acredite em mim, eu não estou prestes a
esquecê-lo." A raiva aumentou, correndo dentro de mim. ‘’Eu vim
aqui para ouvi-lo, mas foi um erro. Fico feliz que esteja segura.
Ainda bem que meu pai não tem que sofrer pelo irmão mais novo na
prisão, mas não quero nada com você. Nem agora, nem nunca.
Estou me despedindo. Para o bem’’.
Levantei meu queixo, aço olhando para o aço. ‘’Há para mim, Jack.
Você pode ter forjado sua lealdade", eu gesticulei a Donata, então
girei minha mão ao redor, abrangendo o clube, seu hedonismo e
toda a injustiça, "mas eu estou com minha mãe, e só ela."
Um véu de raiva quebrou as características de Jack de volta ao
lugar. "Só ela?", Perguntou ele, com os olhos cortados. ‘’E os
Falcones’’? Ele cuspiu a palavra.
"Eu sei", disse ela, puxando-me para o lado para que todos aqueles
que pairavam atrás de nós não pudessem ouvir nossa conversa.
‘’Mas esta não é a maneira de fazer isso acontecer. Ela não vai
deixá-lo sair se ela acha que você não vai sequer contemplar ajudá-
la’’.
Ela baixou o olhar e quando falou novamente, ela era apenas uma
garotinha em um clube, brilhante onde ela não pertencia. E me
ocorreu tão claramente naquele momento que senti uma vontade
intrusiva e estranha de abraçá-la. "Porque eu era você, Sophie",
disse ela, olhando por cima do ombro. "Eu queria estudar música,
ver o mundo, sair com meus amigos, fazer coisas boas e ser uma
boa pessoa. Ainda sou você de muitas maneiras, então eu entendo.
Há esse sangue em nós – pessoas que pensam que podem falar
por nós’’. Ela começou a rasgar as unhas ao longo dos braços como
se pudesse riscar tudo dela se ela tentasse o suficiente. Agarrei as
mãos dela e afastei-as dos braços dela, para fazê-la parar. Eles
caíram mancos em seus lados. ‘’Você tem sorte. Há outra vida para
você. Você só tem que ser esperta o suficiente para segurá-la, para
voltar a ela. E isso significa que talvez você precise jogar o jogo- '’
Jack estava pairando atrás de Donata. Seu rosto tinha torcido e pela
primeira vez, ele parecia desconfortável. Ainda assim, ele deixou-a
me segurar assim, cavando as unhas na minha pele até que eu a
senti tirar sangue.
Mantive minha voz firme. "Eu não posso fazer nada por você agora.
Estou com dor de cabeça e preciso ir para casa. Deixe-me voltar
outro dia", acrescentei, seguindo o conselho de Sara’’.
Atrás de nós, a cantora estava chorando através de uma música
pop dos anos 90.
Ela revirou os olhos, mas ele tinha conseguido calá-la. Ele suavizou
sua voz, apimentando-a com força suave como se para compensar
a agressão de Donata. ‘’Há algo meu na lanchonete, Soph, mas os
Falcones estão vigiando o lugar dia e noite. É muito perigoso para
nós entrarmos. Mas não para você. Você pode ajudar a protegê-lo.
Você pode entrar ilesa, e trazê-lo para nós’’.
Eu realmente poderia ter rido agora. Quão louco eles pensaram que
eu era? Ambos estavam me encarando, esperando que eu mudasse
minha resposta. Minha cabeça estava tão pesada. De repente,
parecia que todo o clube tinha triplicado de capacidade. A pista de
dança atrás de mim estava enchendo. As pessoas estavam
começando a lutar contra minhas costas. A cantora estava gritando
seu próximo verso.
Bati meu corpo à direita e ele caiu de joelhos ao meu lado. Eu virei
para usar seu ombro como âncora, mas ele foi muito rápido. Ele
surgiu desajeitadamente e se jogou em alguma coisa. Fui
empurrada para trás de novo. A escuridão me envolveu. Gino
passou, a arma dele apontou para alguém que eu não podia ver. Em
seguida, havia uma forma - larga e alta, e acariciando para trás.
Calvino caiu em cima de mim e eu fui esmagada no chão. Eu estava
enrolada e presa sob seus membros.
Alguém estava gritando meu nome. Eu não podia ver corretamente.
Havia vermelho por toda parte. Cobriu o chão. Minhas mãos
estavam cobertas nele. Estava pingando em volta dos meus
ouvidos. Ficou entre meus dedos e emaranhara meu cabelo em
aglomerados. Meus sapatos continuavam deslizando naquele
líquido grosso e quente, meus olhos embaçados com o volume dele.
Eu estava ofegante por ar mas tudo cheirava estranho, como
ferrugem e sal, e minha boca tinha gosto de metal. Eu estava
engasgando enquanto tentava lutar livre da grandeza de Calvino.
Por que ele ainda não se levantou?
Do outro lado da rua, comecei a tentar voltar para onde Millie havia
estacionado no início da noite, mas estava desorientada; Não me
lembrava. Quanto tempo se passou desde então? Uma hora? Dois?
O sangue no meu cabelo estava escorrendo pelo meu rosto e
pingando nos meus olhos, misturando-se com minhas lágrimas
enquanto eu os engasgava. Eu pesquei meu telefone, dobrando em
mim mesmo enquanto velhas dores corriam pelo meu corpo. A tela
estava em branco – estava quebrada ou sem bateria. Eu sacudi e
tentei de novo, mas não acendeu. Porcaria.
Então suas mãos estavam em mim, seus dedos correndo para cima
e para baixo minhas costas enquanto eu estava tremendo diante
dele. Levei um segundo para perceber o que ele estava gritando.
"Onde eles te levaram? Onde você está ferida’’?
Meus dentes estavam tão trincados que mal conseguia falar. Olhei
para as mãos dele onde foram pressionadas contra o meu corpo. Eu
estava coberta de sangue. Cada parte do meu vestido estava
encharcada. Ele me libertou e minhas pernas cederam. Eu caí como
uma boneca, meio dobrado na cintura, ofegante.
Ele pegou meu rosto entre as mãos, os polegares manchando o
sangue e as lágrimas nas minhas bochechas enquanto levantava
minha cabeça. ‘’Sophie, você precisa se concentrar. Eu preciso
encontrar a ferida’’.
"Vamos lá", ele pediu. Ele pressionou seu corpo contra o meu,
ancorando-me ereta enquanto movia os dedos contra meu pescoço
e de volta para o meu cabelo, procurando freneticamente. "Vamos
lá", ele respirou. ‘’Ajude-me. Eu preciso de você para me ajudar’’.
"Seu tio está morto", eu disse, ouvindo o horror distorcer minha voz.
‘’Ele se foi. Ele está morto’’.
"Nós sabemos", disse Nic. Simples, sem emoções. Mas seu rosto
era muito plácido. Ele mal estava piscando, e eu vislumbrei um
músculo se contrair em sua mandíbula. Os dedos de Luca estavam
brancos contra o volante. Millie ainda estava se recolhendo.
Por que eles tinham que vir? Eles arruinaram tudo. Agora alguém
estava morto e só ia piorar. Tudo era uma bagunça tão violenta e
fumegante. Aquele cartão vermelho estúpido. Aquele garoto
estúpido.
Honestidade, finalmente.
"Eu também não quis dizer isso", eu disse. Não queria que ele
pensasse que tinha conseguido uma em cima de mim, mesmo
agora, no meio de todo o derramamento de sangue e horror. Meu
orgulho era importante para mim, e sua traição era irritante
"Eu pensei que você quis", ele admitiu com uma carranca. ‘’Mas
quando eu disse ao Luca, ele tinha certeza que você tinha mentido’’.
Olhei para a parte de trás da cabeça de Luca. Tão desconfiado. Tão
preciso. Lágrimas escorriam pelo meu rosto. Minha visão estava
vermelha ao redor das bordas. Na minha mente, a imagem de
Calvino se curvando para trás era demais. Tentei piscar, mas voltou
toda vez que minha atenção caducava. Aqui estava um novo
pesadelo, esperando para jogar no topo do armazém. Legal. Pelo
menos minha mãe não teria que sofrer isso comigo. O mundo está
cheio de pequenas misericórdias – eu escolhi reconhecer essa.
Olhei para longe dele, pela janela, cada molécula no meu corpo
ainda treinava naqueles irmãos, imaginando o que vem a seguir
para eles – para todos nós. Mas eu não queria mais falar sobre a
traição de Nic. Nós dois éramos apenas um casal de mentirosos
com sangue em nossas mãos e agendas mais importantes do que
nossa confiança um no outro.
É o que é.
‘’Você não vai morrer, Millie’’. Luca falou de fato do banco da frente.
Seu pânico no beco estava a um milhão de milhas de distância de
seu comportamento cuidadosamente controlado agora. "Eu acho
que todos nós precisamos nos acalmar."
"Estou calmo", disse Nic. Era assustador como eles podiam agir
sem emoções, como eles pareciam ser pragmáticos em um
momento em que parecia que o mundo estava caindo. Pelo que eu
sabia que eles poderiam ter assassinado alguém no Éden, e ainda
assim eu não tive coragem de perguntar a eles.
"Ci sarà del sangue", disse Luca, balançando a cabeça. O que quer
que isso signifique, não soou bem.
Nic olhou para longe de mim, pela janela em direção às árvores que
passavam. "Sim", disse ele calmamente. ‘’Ele está zangado’’.
Nic caiu contra seu assento com exaustão súbita e violenta. ‘’Vamos
para Evelina’’.
Millie virou-se para mim, com os olhos arregalados. "O que é
Evelina?"
Millie enfiou as unhas nas minhas mãos. ‘’Não, por favor. Faça-os se
virarem. Eu só quero ir para casa’’.
Só havia uma coisa mais horrível do que a ideia de estar dentro da
casa de Felice novamente, e essa foi a ideia de ver minha mãe
reagir à minha aparência. Ela cairia. Ela certamente nunca mais
dormiria, e eu não podia mais vê-la longe da ansiedade. Além disso,
não era como se eles fossem deixar duas garotas mergulhadas em
Marino/Falcone evidências andar sem ajuda de volta para Cedar
Hill, então por que fingir que nós sequer tivemos uma escolha?
‘’Relaxe’’. Outra batida sob esse olhar azul. ‘’Vai ficar tudo bem’’.
Luca bateu palmas nos ombros dos meninos mais novos. "Questo è
un giorno triste", disse ele baixinho. Seu rosto nublado e pela
primeira vez eu podia ver a dor rastejando para a superfície. Os
meninos olharam para ele, com os olhos cintilantes. Um momento
se passou entre eles e eu tive a sensação esmagadora de que para
essas crianças, Luca era alguém importante. E não só no sentido da
máfia.
Nic se abaixou ao lado de CJ. A voz dele era dura. ‘’Teremos nossa
vingança’’.
Luca arrastou seu irmão ereto pela nuca. "Não podemos ter um
momento de paz, Nicoli?"
Sal não parecia tão convencido quanto Aldo. Seu rosto estava
manchado com suas lágrimas e seu lábio estava tremendo
violentamente.
"Você poderia ter ido para Donata!" Valentino surtou. "Você tinha-os
na palma da sua mão e ambos fugiram!"
"Pare de gritar comigo!" Nic respondeu. Ele virou-se para Luca, sua
expressão implorando. "Diga a ele para parar!"
Foi Aldo quem nos viu. Limpando o nariz com um tecido muito
deletado, ele apontou pela porta. "Quem são elas?", perguntou ele,
puxando a manga de seu irmão.
Ela gesticulou para Millie, um dedo astuto traçando seu contorno. "E
agora parece que você se multiplicou."
Senti uma corrente inesperada de indignação através de mim. "Eu
estava ficando longe deles", protestei. "Talvez você devesse ter dito
a eles para ficar longe de mim."
"Não queremos estar aqui", disse Millie. "Não foi nossa escolha.
Estávamos no Éden quando tudo começou e fomos pegos na... na
agitação. Nós só queremos ir para casa, Sra. Falcone’’.
Elena avançou e ficou bem na minha cara. "Esfregando ombros com
minha irmã, não estava, pequena Gracewell?"
"E o que exatamente seu tio negociou com minha irmã para sua
proteção?"
"Sophie nem sequer realmente falar com ela também, você vê que
era Jack que ela foi ver porque ele lhe deu um cartão, mas você
provavelmente sabe que porque seu filho roubou tudo, o que é bom
porque ele estava procurando jack, então isso é totalmente sua
prerrogativa, mas Sophie só apareceu porque ela pensou que seu
tio ia se desculpar e tentar fazer tudo certo, mas obviamente ele não
fez. Ele piorou as coisas, o que significa que ele é totalmente mau, e
sabemos disso agora e nunca mais cometeremos o erro de confiar
nele novamente, prometo à Sra. Genovese-Falcone, Sua
Eminência, senhora. Nós sentimos muito. Não somos espiões’’.
"Felice voltou."
Nic: "Eu posso fazer isso."
Luca: "Não".
Depois de um tempo, Elena saiu da sala junto com CJ. Seu braço
estava descansando ao longo de seu ombro, puxando-o contra ela
enquanto ela caminhava ao longo do corredor. Luca e Nic
emergiram em seguida, com cara de cinza. Algo estava
definitivamente errado. Ainda mais errado do que já tinha sido.
"Por quê?", Perguntou Millie, entrando com a suspeita. "O que está
acontecendo?
Nic voltou com uma pilha de roupas. Ele os deixou cair aos nossos
pés. ‘’Estes pertencem aos nossos primos. Alguns deles devem
caber’’.
"Mas estaríamos seguras", disse ela com uma voz silenciosa. "Não
é?"
"Não se preocupe com isso." Ele passou atrás de nós e nos levou
para baixo, com a mão contra minhas costas, empurrando,
insistente, enquanto descíamos as escadas de mármore. Nic estava
permanecendo na porta aberta, seu olhar piscando para frente e
para trás para o outro lado do saguão. Luca nos guiou para a
entrada e a escuridão além dela. Estávamos sendo retiradas.
Outro grito reverberou no ar. Era mais alto aqui em baixo - estava
vindo de algum lugar nos fundos da casa. Tinha que ser Sara, mas
tudo parecia tão devastadoramente familiar, como se eu estivesse
ouvindo uma memória distante de mim mesma, gritando como ela
estava, implorando pela minha vida.
O que Sara disse no Éden estava certo. Ela era eu, e não no bom
sentido.
Eu rodiei sobre os Falcones. ‘’Então é isso que você faz? Você traz
meninas indefesas aqui e torturá-las’’?
"Mova-se", eu disse.
Felice estava falando. "Por Calvino, nosso irmão caído, e por tudo
que ele representava... justiça, honra, moralidade... teremos
vingança. Vamos fazer Donata Marino sofrer como sofremos’’. Ele
derrubou a coronha da arma e bateu na cara da Sara. Ele bateu-lhe
de lado e ela ficou assim, choramingando na grama.
Felice entregou a arma ao CJ, mas quando ele falou, foi para a linha
de Falcones observando-o. ‘’Meu filho, é hora de vingar seu pai.
Você deve intensificar-se agora e tornar-se o homem que ele te
criou para ser’’. Ele mordeu os lábios, os dentes brilhando como
presas à luz da lua. "E que melhor maneira de começar do que
assim? Afinal, l'uccisione è personale’’.
Eu ainda estava lutando com Luca. Tentei morder a mão dele, mas
não consegui o ângulo certo. Lambê-lo não faria nenhum bem. Não
estávamos no ensino médio.
CJ, que estava olhando para Felice com olhos largos e sem piscar,
balançou a cabeça de volta no lugar. Algo parecia clicar dentro dele.
Ele se ajoelhou e se inclinou sobre a garota. Sua boca torcida, cruel
e mordedora, e eu vi tons de Felice nele - um sussurro do homem
que ele se tornaria se ele fizesse o que se esperava dele esta noite.
CJ levantou a arma acima dele, como se ele fosse atirar no céu. E
assim como Luca conseguiu me balançar, longe da cena, ele
derrubou a arma com força. Houve uma rachadura, e desta vez o
grito de Sara foi um grito cru e animalesco.
Qualquer bravura que tinha acabado de passar por mim foi gasta.
Apertei meus punhos para que os Falcones não os vissem tremer.
Me ajuda.
Eu vou.
"Você quer dizer o meu lugar neste berçário que você está
comandando? Este é, mais uma vez, outro assunto juvenil que foi
mal tratado. Vocês são como vulcões jovens – constantemente em
erupção com essas emoções ridículas. Quando foi a última vez que
um americano conseguiu rédea livre para correr por esta casa?
Giammai’’!
Felice se dirigiu ao homem alto com veneno. "Eu não preciso de sua
cautela, Paulie. Eu me lembro. Ele é filho do nosso irmão’’.
Foi Paulie quem a cortou. ‘’Elena, você sabe que essa garota salvou
a vida do seu filho. Não vamos derramar mais sangue do que é
necessário esta noite. Não era o jeito de Angelo’’.
Ela levantou o telefone para a orelha. "Eu vou fazê-lo se você não
deixar essa menina ir."
"Eu sei que ele quer que CJ a mate", eu disse. ‘’Sei que a trégua foi
quebrada. Mas também sei que matar Sara Marino só vai piorar
toda esta situação. Ela é inocente, e todos neste jardim sabemos
disso’’.
Ele fechou a distância entre nós e pegou minha mão, bem na frente
de toda sua família e sua mãe horrível, e apertou-a. Fiquei tão
atordoada que deixei. "Sim", disse ele. ‘’Valentino vai deixá-la ir’’.
Eu podia vê-lo apenas então - as manchas de ouro dentro de seus
olhos, a tranquilidade na peculiaridade de sua boca, todo aquele
calor que ele exalava. "Deixe-me tirá-la daqui", disse ele. ‘’Deixe-me
levá-la para casa’’.
Millie baixou o telefone. Ele balançava ao seu lado, uma arma re-
coldre. Ela encolheu os ombros, até mesmo seus menores
movimentos mostrando sua exaustão. ‘’Acho que acredito neles,
Soph. Eu acredito em Nic’’.
Lá fora, Luca começou a desamarrar as mãos de Sara. Luca
cuidaria dela. Luca a libertaria como tinha feito por mim quando eu
tinha sido sequestrada.
DO LAGO MICHIGAN
Voltei para minha mãe na cozinha. Ela tinha feito ovos com o bacon.
Ela estava cantarolando para si mesma, sua voz tropeçando em
uma melodia que eu não reconhecia.
"Não é sua culpa", disse ela, com a voz em silêncio. ‘’Eu também
acreditei nele’’.
"Eu não deveria ter deixado ele tirar o cartão vermelho de mim." E
essa era a terrível realidade - eles não teriam vindo se eu não
tivesse escorregado naquela noite no estacionamento.
Millie puxou meu braço para que eu olhasse para ela. ‘’Eles a
mataram. Se tivéssemos tentado fazer mais, poderia ter havido três
corpos naquele lago e não um, e essa é a dura verdade, Soph’’.
‘’Talvez’’.
"Eu não teria notado o cofre real, exceto que está escondido atrás
de uma folha de lino dentro do armário. Estava descascando nos
cantos, então eu puxei-o para longe. É enorme, Soph, e velho. É
tudo chique ao redor das bordas também, então você só sabe que é
cheio de coisas que não deveriam estar lá. Acho que precisa de
uma chave chique para entrar, pelo olhar da fechadura. Nós não
temos nada parecido com o restaurante’’.
Millie acenou com a cabeça. ‘’Aposto que tudo o que jack precisa
ainda está lá. Era com isso que ele queria que você o ajudasse. Isso
é o que ele negociou com Donata’’.
"Eu não tenho a chave ... ou o desejo de ajudá-lo", acrescentei. ‘’Ele
é veneno’’.
"Você já ouviu falar dele?" Millie estava olhando para mim com
interesse cauteloso agora. Ela estava um pouco mais pálida do que
o normal. O cabelo dela estava gorduroso. O cabelo da Millie nunca
foi gorduroso.
"Não".
"A questão não é o que eu vou fazer. É o que ele vai fazer’’.
Ok, definitivamente não é um cliente, então. Ela nunca foi rude com
os clientes. Na verdade, minha mãe, interminavelmente educada, foi
realmente apenas rude com uma pessoa.
Eu silenciei a TV.
Sua voz tinha subido, seu tom despertando Millie de seu devaneio.
Ela virou a cabeça a cabeça e eu coloquei o dedo nos meus lábios.
"Eu tenho que limpar isso novamente, e como eu vou fazer isso?
Não há dinheiro’’.
"Quem é esse?" Millie falou.
Ela piscou mudo. ‘’Era seu pai. Ele quer que você vá vê-la amanhã’’.
"Por quê?" Meu horror escoou pela minha voz. Por que ela faria isso
sabendo que não havia nada que ele pudesse fazer para mudá-lo?
Por que o preocupar desnecessariamente quando ela estava tão
preocupada? E então eu me belisquei como culpa em volta de mim.
Ela não estava lidando, foi por isso. E era uma vez, ele tinha sido a
rocha dela. Talvez ele ainda fosse, mesmo que a animosidade
permanecesse entre eles. Talvez ela ainda precisasse dele tanto
quanto eu precisava dela.
Ela tirou o cabelo do rosto. Suas defesas estavam para baixo e ela
estava muito cansada para colocá-las de volta. ‘’Porque eu queria
fazê-lo ver’’.
"Vê o quê?"
Seu olhar passou por mim para onde o sol estava empurrando pela
janela do corredor. "Que nem tudo está bem", ela me disse
claramente. "Que não está tudo bem há muito tempo."
"Sinto falta dele, Sophie", ela admitiu. ‘’Sinto falta dele todos os
dias’’.
Suas palavras caíram. ‘’Eu sei o que aconteceu, Soph. Sua mãe me
disse’’.
"Sim, bem", eu disse, pondo meus dedos na minha frente. Jack é
um idiota’’.
"Você não tem que pedir desculpas", eu disse, soando mais irritada
do que eu queria. Mas eu estava com raiva dele, sobre o que tinha
acontecido, sobre a bagunça que ele tinha feito para todos nós.
‘’Não teve nada a ver com você’’.
Ele deixou cair a cabeça nas mãos. ‘’Você passou por muita coisa. E
eu não estava lá. Eu nunca estou lá’’.
Ele levantou a cabeça. "Você não está bem. E nem sua mãe. Ela
está apavorada, e eu não a culpo. Estou tentando dar conselhos,
mas ela não me ouve. Ela está com raiva de mim, Soph. E ela tem
todo o direito de estar, mas ela não está lidando e eu estou
preocupado com ela’’.
"Você e eu dois."
Eu fiz a pergunta que precisava ser feita, aquela piscando na frente
do meu cérebro. "Você já ouviu falar do homem da hora?"
"Ainda não." O hálito do meu pai assobiou pelo nariz. Quando ele
falou novamente, suas palavras tremiam de raiva. ‘’As coisas que
ele fez, a posição que ele colocou você e sua mãe. Ele deveria
mantê-la segura na minha ausência, não arriscar suas vidas’’.
"Tanto quanto ela podia", disse ele. "Mas eu não quero falar sobre
isso, eu quero falar sobre minhas meninas."
"Deus", meu pai exalou. Parecia que ele estava prestes a desmaiar.
Ele passou uma mão através de seu cabelo sal-e-pimenta. ‘’Depois
de tudo. Fazer algo tão perigoso. O que ele está pensando’’?
Não parecia que ele estava falando mais comigo, mas como eu
tinha a resposta, pensei em fornecê-la.
‘’Mamãe não vai embora. Ela está apenas colocando sua vida de
volta nos trilhos’’.
"Ela não está." Sua expressão tornou-se sombria. ‘’Ela não está
dormindo, não está comendo direito. As conversas dela são
erráticas. Ela está tendo flashbacks. Ela tem medo de sair de casa.
Ela não está segurando-a juntas, Soph’’.
‘’Você é a única pessoa que ela vai ouvir. Você é a razão dela para
se levantar de manhã’’.
"Pai", eu disse, meio amontoado a ele. Eu vi as veias em seus
templos incharem. "Você está em pânico. Você só precisa se
acalmar’’.
Ele estava certo. Este era o conselho para qual tinha vindo - o que
eu precisava. Eu tinha permitido a mim mesma a ilusão de ir
embora, mas eu não tinha tomado nenhum passo; Eu só tinha
fechado os olhos. A verdade é que eu estava presa entre os dois
lados desta guerra da Máfia, envolvida em seus assassinatos, em
seus planos, em sua raiva, e meu coração cerrado com medo para
ambos. Algo estava vindo. Eu podia senti-lo, como se a terra
estivesse borbulhando debaixo dos meus dedo, e cedo ou tarde ela
iria romper.
"OK".
"Sim", disse ele. '’Una inocente. Ela não deveria morrer. Ok? Eu
prometo’’. Sua voz virou-se para um rosnado. "Eu prometo."
Ele se levantou e voltou para onde estava sentado, mas desta vez
ele não olhou para mim quando caiu no banco. Ele mergulhou o
queixo no peito e olhou para as mãos, e eu vi nele o menino que eu
tinha visto no retrato de Valentino há muito tempo. A pessoa que ele
realmente era – alguém em desacordo com sua vida e preso por
uma família muito maior do que seus sonhos e desejos. O luto o
cercou, e a única coisa a fazer era continuar matando até que os
tallies ficassem quites. Mas essa era a coisa: eles nunca ficariam.
Eu cedi, não querendo torcer mais a faca, sabendo agora que ele já
estava torcendo ele mesmo. ‘’Você não é um monstro’’.
"Eu sei que você é gentil", eu disse, sentindo uma estranha vontade
de confortá-lo, para acalmar as feridas emocionais que ele estava
infligindo a si mesmo.
Ele virou a cabeça e seus olhos estavam tão azuis que quase perdi
minha linha de pensamento. "Você está tentando piorar as coisas,
Sophie?"
Eu ofereci-lhe um sorriso ovelha. ‘’Na verdade, estou tentando
melhorar as coisas’’.
Ouvi falar disso. Tentei verificar seu nível de dor, mas ele parecia
calmo, sua expressão de fato. "Sinto muito."
Ele virou a cabeça para trás, então ele estava olhando para o céu.
‘’Tenho certeza que você pode adivinhar o que eu estou prestes a
dizer’’.
‘’Sim, eu estou’’. Ele voltou a atenção para mim. ‘’Mas não estou
preocupado com minha família, Sophie’’.
"Eu?" Eu me aventurei.
"Eu não sei o que você estava fazendo no Éden, ou o que seu tio
queria de você. Espero que não me diga de qualquer maneira, mas
enquanto Donata tiver acesso a você, contanto que ela sinta que
você deve algo a ela, você está em apuros. Eu não sei o que seu tio
negociou para essa proteção, mas eu aposto que tinha algo a ver
com você’’.
O ar estava pressionando para baixo sobre nós, e eu podia sentir
minhas costas ficarem pegajosas com o aumento da umidade. "Mas
o que eu poderia oferecer a ela?"
Ele avançou, tão sutilmente que mal notei, até que pude ver a
cicatriz acima do lábio. Ele estreitou os olhos e perguntou: "Você
tem certeza sobre isso?"
'’Oh.’' Que encantadora ela é. ‘’Bem, ele está perdendo seu tempo’’.
‘’Donata vai voltar por você’’. Ele disse casualmente, como se fosse
uma conversa sobre o tempo, mas ficou na minha garganta e eu
engoli, sabendo que era verdade.
"Eu vou ficar bem", eu disse a ele. Uma imagem da minha mãe e eu
abarrotadas nosso carro cheio de bugigangas e edredons apareceu
na minha cabeça. ‘’Tenho um plano’’.
"Que tipo de plano?"
"Sim?" Eu disse.
Ele franziu a testa para o chão, com os lábios torcendo. Ele estava
considerando algo.
‘’Eu sei’’. Ele fez uma pausa, com os dedos batendo abaixo do lábio
inferior. ‘’Mas as coisas estão diferentes agora... Nós podemos
protegê-la’’.
'’Oh.'’ Bem, eu não poderia tirar sarro disso. Eu deveria dizer alguma
coisa de volta? Não era assim que os elogios funcionavam? O
silêncio estava crescendo e de repente suas palavras pareciam
pesadas e importantes e ele estava tão perto de mim e eu estava
transpirando e em pânico, e ... e eu disse: "E você é como um floco
de neve."
Meu Deus.
Ele mascarou sua surpresa fugaz com uma sobrancelha peculiar.
"Desculpe-me?"
"Se eu sou irritante, então eles ainda não inventaram uma palavra
para descrevê-la."
"Não, não, não" Você é teimoso. Seu sorriso se tornou triste. E você
toma decisões terríveis. Especialmente em situações de vida ou
morte. É como se você sempre escolhesse fazer uma coisa que
você definitivamente não deveria fazer.
"Eu não!" Eu protestei.
‘’Você sabe que dizendo: "Se todo mundo estivesse pulando de um
penhasco, você pularia também?" Bem, eu realmente acho que
você faria’’.
"Não", disse ele com uma voz medida, como se estivesse tentando
não me ofender. ‘’Estou dizendo que você é governada por suas
emoções. E eu tenho medo que chegará um momento em que a
coisa inteligente será sair de uma situação perigosa, e você não vai
fazê-lo, porque suas emoções vão impedi-la’’.
"Tanto faz", eu disse com cautela. "Eu sou muito capaz de tomar
decisões inteligentes, só para você saber."
Ele franziu a testa para mim. "Por que você foi para o Éden, então?"
Ele estava olhando para mim novamente, seus lábios esticados para
que seu sorriso fosse todo dentes.
Eu pisquei lentamente. "O quê?"
Ele olhou o ônibus com nojo não associado. Era muito velho, e
mesmo de fora você poderia apenas dizer que cheirava a suor e
sonhos quebrados. "Você quer uma carona de volta para Cedar
Hill?"
Eu já estava andando, escondendo o rosa nas minhas bochechas.
Acenei por cima do ombro. ‘’Não obrigado, Zoolander. Vou deixá-lo
para sua vaidade’’.
Limpei uma gota de suor da minha testa. ‘’Ei, Luca’’? Ele olhou por
cima do ombro, uma sobrancelha subiu. "Cale a boca"
CAPÍTULO 23
VIOLETAS AZUIS
O carro de Luca era espaçoso e aconchegante, e o ar condicionado
era celestial. Eu me deitei e suspirou feliz como uma brisa fria de
penas meu rosto. Por um instante não havia nada além de aquela
sensação de alívio bem-vinda, dissolvendo a gordura pegajosa que
estava rastejando pelas minhas costas o dia todo.
Ele agarrou a roda com uma mão e estendeu a mão para debaixo
do assento com a outra, sacando uma arma. Meus olhos cresceram
para o dobro do seu tamanho. ‘'Luca...’'
Luca puxou o braço de tiro para trás. '’Dio'’. Ele guardou a arma
para o lado do assento e caiu contra o encosto. Eu rastejei de volta
para cima, uma mão agarrada sobre meu coração, a outra cavou
firmemente no apoio de braço entre nós.
Oh, eu não sei. Viver uma vida onde não espero constantemente as
mortes prematuras daqueles ao meu redor. "Nada", eu disse, meio
estudando o menu lá fora sem lê-lo. ‘’Estou bem, estou bem’’.
Eu belisquei meus dedos para me dar algo para fazer. Meu coração
ainda estava batendo contra minha caixa torácica. Eu ainda estava
pensando sobre a arma que Luca tinha sacado, sobre o carro que
tinha acelerado por nós. ‘’Só estou tendo um momento’’.
"Eu não sou uma criança", eu disse. "Você não tem que me dar
nada."
Meu cérebro estava fervendo. Luca tomou outro gole do café e notei
com uma carranca que ele não tinha pedido mais nada para si
mesmo. Apenas uma alta, amarga dose de cafeína. Como
tipicamente Luca. Eu coloquei a rosquinha de volta no painel e
cutuquei-a, sempre tão ligeiramente, em direção a ele.
Ele riu e riu. Eu podia ver todos os dentes dele. Eu não percebi o
quão largo seu sorriso poderia esticar, ou como pequenas rugas se
formaram ao lado de seus olhos quando ele se divertia. Não sabia
que ele podia rir assim. Foi tão estranho vê-lo desarmado de sua
marca habitual de seriedade.
Luca exalou pelo nariz. "É uma impossibilidade", disse ele, com
suas palavras cheias de arrependimento simulado. "Certamente o
granulado fez dele um presente digno de agradecimento?"
Eu balancei a cabeça contra o couro. "Eu não faço as regras, Luca.
E se estamos sendo técnicos, você realmente só me deu meia
rosquinha’’. Eu sorri, se divertindo em sua carranca.
‘’Ok, então’’. O carro tremia para o lado e Luca bateu nos freios, nos
puxando para uma vala de lama na beira da rua. Meu corpo se
esticou contra o cinto de segurança enquanto eu me arrastava para
a frente. Ele puxou o freio de estacionamento e abriu a porta.
"Onde você está indo?" Eu meio que gritei, desfazendo meu cinto de
segurança e chicoteando minha cabeça ao mesmo tempo. O lugar
estava deserto. Não havia carros atrás de nós – apenas campos,
árvores e sujeira em ambos os lados.
Luca já estava fora do carro, caminhando em direção ao campo ao
nosso lado. "Espere ai", ele disse por cima do ombro. Ele se
abaixou da cerca e se perdeu na grama. Ele estava contra os
joelhos enquanto caminhava através da grama, curvando-se baixo e
vasculhando o chão. Vestido completamente de preto, e com um
canivete saindo do bolso de trás, Luca correu os dedos ao longo da
grama.
"É isso que elas são?" Ele já estava movendo o carro de volta para
a rua. Eu peguei a dica de seu sorriso. Ele sabia o que eram. Nerd.
"Não há de que."
"Bem, aqui está você, Sra. Gracewell." Ela falou o meu nome como
se queimasse a boca dela. Suas pálpebras escuras caíram pesada
sobre os olhos ensanguentados.
"Eu estava dizendo à sua mãe como isso poderia ter acontecido
com você..." Donata fez uma pausa, calculou, esperando... e então,
"como ainda pode."
"E você vai nos ajudar", ela voltou calmamente, como se já tivesse
sido decidido. ‘’Você é a fraqueza deles’’.
"Esta será sua tarefa. Quando voltarmos por você, você vem
conosco. Você vai ajudá-los a atraí-los para a nossa armadilha.’’
"Eu não quero uma tarefa", eu disse com firmeza. Tudo dentro de
mim me disse para correr, para me esconder. Tudo era escuridão e
Donata, raiva e gelo, expectativas e consequências. Eu podia sentir
as paredes se fechando, o pânico mudo da minha mãe
pressionando contra mim.
"Se você fizer o que eu digo quando chegar a hora, você aposta sua
lealdade conosco e nós cuidaremos de você." Os olhos dela
tremiam para a minha mãe. "Você estará segura’’.
‘’Se você não matá-los, eles vão matá-la’’. Ela ainda estava olhando
para a minha mãe. ‘’É só uma questão de tempo agora que Jack
está no grupo’’.
"Eu vou ajudá-la", eu disse. "Eu vou fazer o que você pede. Só não
a machuque’’.
Donata puxou para trás, colocou sua arma no bolso de seu vestido e
alisou os tendões pretos perdidos em torno de sua testa. Minha mãe
caiu para a frente, com as mãos circulando pela garganta enquanto
engasgava por ar. "Você é uma mulher cruel", ela soltou.
"Em breve."
"Eu estarei pronta", eu menti. Minha mente estava resmungando
com todas as maneiras que eu poderia vencê-la. Eu não a deixaria
ganhar. Eu não seria o peão dela.
"Eu não-"
"Por Sara." Por um segundo, ela usou sua dor claramente em seu
rosto – envelheceu-a, tornou-a humana, e eu senti algo se contorcer
dentro de mim à vista. Ela estava sendo devastada por sua perda, e
isso estava levando-a a derramamento de sangue e loucura.
"Você deve ver sentido." Ela colocou a outra mão no meu ombro e
apertou-a, como se fosse para me fortalecer, mas tudo o que senti
foi medo e cheio de culpa. ‘’Fidelitate Coniuncti’’.
Uma mão repousou nas minhas costas quando minha mãe veio
para o meu lado.
Vi Donata se afastar de nós, meu coração martelando violentamente
no meu peito. "Fidelitate Coniuncti"?
"Eu disse a ela que faria você cooperar", continuou minha mãe. ‘’Ela
disse que te machucaria se você não o machucasse. Eu teria
prometido a ela a lua se isso a tirasse da minha casa’’.
"Eu não vou ajudá-la. Não me importa o que ela quer. Eu não estou
machucando ninguém’’.
Ela parecia alarmada. "Claro que você não é." Ela me puxou de
volta para a escuridão da casa. "Você não está se envolvendo em
nada disso. Não é nosso mundo.
Ela acenou com a cabeça, uma sombra passando pelo rosto. "Eu
vejo agora que ele está certo. Sophie", ela puxou meu braço e
pegou minha mão no dela, "você sabe que tudo que eu faço é
mantê-la segura. Você sabe que eu morreria antes de deixar alguém
colocá-lo em perigo, certo’’?
"Sim", eu disse. ‘’Claro que sei disso’’.
Ela acenou com a cabeça, mas seu olhar foi perdido em algum lugar
sobre o meu ombro. "Nós vamos embora daqui. Eu só tenho que
encontrar o dinheiro’’. Seu rosto estava enrugado, mas ela se
recompôs, esticando um sorriso como seus olhos ficaram aguados.
‘’Vou pensar em algo, querida.’’
"Onde você está indo que vai levar tanto tempo? Eu pensei que
você estava indo para o banco ...'’
"Eu acho que você deve continuar embalando, para que possamos
obter uma vantagem."
Ela estava balançando a cabeça em todas as roupas que tinham
derramado ao seu redor. "Sim", disse ela, franzindo a testa. ‘’Há
muito o que fazer’’.
Eu me afastei dela, sorrindo sem sentir a alegria que deveria vir com
ela. "Exatamente.".
"Você sabe que sempre pode ficar comigo. Posso pedir ao meu pai
para emprestar-‘’.
Sempre me lembrei.
Que mentira.
Algo sobre isso me irritou. Mas ele estava certo. Esse era o ponto:
os Falcones não se importavam mais comigo.
"Eu não sei o que ela está pensando, Luca", eu admiti. ‘’Ela vai
machucar a mim e à minha mãe se eu não ajudá-la. Não temos para
onde ir. Não temos dinheiro para fugir deles’’. Limpei minha
garganta para acabar com o tremor na minha voz e então pensei,
Qual é o ponto? Luca sabia a verdade. Eu estava cansada de tentar
esconder. ‘’E estou com medo, Luca. Estou com muito medo’’.
"Em breve", eu disse a ele. ‘’Ela disse que voltaria por mim primeiro.
Eles vão emboscar sua família na lanchonete. Ela quer que eu a
ajude’’. Eu hesitei, envergonhado pela implicação, pelo absurdo de
ter que dizer a próxima parte em seu rosto. ‘’Ela acha que sou
uma... Fraqueza Falcone’’.
‘’Aparentemente’’.
"Sim".
‘’Sem provocação’’.
Ele estreitava os olhos. "Ela sabe que você não tem experiência
com armas?"
Levantei minha palma, o corte de frente para ele. "Eu teria pensado
que era óbvio."
Ele olhou para mim, seu tom enganosamente nivelado quando ele
disse: "Eu não vou deixá-la machucar meus irmãos." Houve um
pequeno silêncio, então ele fechou o que estava pensando de mim,
e em vez disso perguntou: "O que você vai fazer, Sophie?"
Luca mergulhou a cabeça, mas decidi não olhar nos olhos dele caso
eu chorasse em cima dele. ‘’Sophie, está me pedindo nossa
proteção’’?
Eu sabia quando ele me ofereceu sua ajuda fora da prisão que não
era sem medo. Eu sabia que não seria fácil – ele tinha dito o mesmo
– mas eu precisava agora, e se me custasse meu orgulho perguntar
a ele, perguntar a todos eles, então eu daria, porque minha mãe e
eu estávamos desesperados. Esta era a nossa opção mais forte, e
que, em si, era aterrorizante.
Ele não negou. Ele começou a mastigar sua unha do mindinho, sua
expressão tornando-se contemplativa. Eu fixei meu olhar na cicatriz
acima do lábio dele. De repente meus ombros se sentiram
impossivelmente pesados, pesando-me no chão. Por que ele não
estava me respondendo? Porque eu era louca, é por isso. Mas eu
tinha lançado a minha morte. "Eu não queria assustá-lo",
"Eu não estou surtando", ele me cortou. Ele não estava, eu percebi.
Ele estava completamente sereno, calmo como um lago, e eu
estava agitada, tempestuosa e desesperada. ‘’Estou pensando em
como vou fazer isso’’.
Nic estava olhando para frente e para trás entre Luca e eu, tentando
descobrir. "Por quê?"
Nic era o único irmão Falcone que não desaprovava. Ele estava
relaxado, ombros quadrados – um soldado, pronto para o que
estava por vir. "Estou feliz que você veio até nós, Sophie", disse ele
sinceramente. A voz dele assumiu aquele tom baixo, como se ele
estivesse fechando o espaço entre mim e ele até que éramos só nós
dois. "Não é certo o que ela está fazendo. Mas ela não estará viva
por muito mais tempo. Vamos ter certeza de que você estará fora de
tudo isso, eu prometo’’.
Dom já tinha se juntado a nós. "Não faça promessas que você não
pode cumprir, Nic. O Conselho decidirá’’.
Por que senti que estava me justificando? Por que senti que havia
algo a esconder?
Nic franziu a testa. "Você não pensou em mencionar isso para mim
em qualquer momento, Luca?"
"Dom tem uma boca solta", forneceu Felice. ‘’E você é um alvo
fácil’’.
Dom estava de volta em seus pés. Ele deu um soco em Nic. Nic
bloqueou a cabeça com as mãos e Dom usou sua distração para
passar o pé pelas pernas de Nic, quase derrubando-o fora de
equilíbrio.
"Ele é mais forte que Dom", rebateu Luca. "Soph, o que você
acha?", Perguntou ele, voltando-se para mim. Eu estava verificando
a hora no meu telefone, tentando evitar que a ansiedade tremulasse
na minha garganta. Estava ficando tarde, a umidade estava
tortuosamente alta, e eu queria chegar em casa antes que
aumentasse. Eu queria sair de Cedar Hill antes da tempestade
chegar.
"Eu acho que Nic vai ganhar", eu disse, tentando parecer mais
calma do que eu me sentia naquela momento. ‘’Mas isso é
principalmente porque eu quero que Dom perca’’. Esperava que Nic
o derrubasse de cara e então eu apontasse e risse dele e gritasse
Ha! Você é uma droga, Dom Falcone!
"Por que você não lutar comigo, então?", Disse Nic. "Se você é tão
experiente, então você vai me vencer."
Luca acenou com seu pedido. "Não seja tão infantil. Temos que ir
agora de qualquer maneira’’.
Nic empurrou o cabelo emaranhado de seus olhos. ‘’Temos tempo.
Já que está tão preocupado com seu dinheiro, por que não tenta
reconquistá-lo? 500 dólares para o vencedor’’!
Quinhentos dólares. Uau, eu não sei o que fazer. Eu teria lutado
com ele por quinhentos dólares. Fui espancada pelo tio dele por
muito menos. E isso seria um longo caminho para me ajudar a fugir
da cidade.
Luca não estava mordendo. "Você está tão tenso", disse ele.
"Acalme-se."
Eu reconheci o olhar nos olhos de Nic - aquele desafio ardente.
Não, não, não, não. Ele continuou vindo em Luca; era como se algo
dentro dele tivesse sido acionado e não havia recuo. "Você é muito
macio, não é? Como você pode executar esta família se você não
pode mesmo bloquear um soco’’?
"O que é isso?", Perguntou Luca. "O que aconteceu com você?"
Por um segundo, o olhar de Nic passou para mim. "Você sabe do
que se trata."
Luca surtou.
"Chega!", Ele gritou, e sua raiva surpreendeu a todos nós. Ele era
feroz, pesado, perigoso. Eu apertei minhas costas contra a parede,
desejando que eu pudesse voltar o tempo e não ter entrado,
colocando em movimento o que quer que isso fosse. "Se você
disser mais uma palavra, Nicoli, eu vou nocauteá-lo. Non mettermi
alla prova’’!
Nic era pura energia. Ele estava dando um show. Seu rosto quebrou
em um sorriso, 32 dentes brancos brilhantes olhando para Luca.
"Você é tudo conversa, Luca. Você não poderia bater Ignacio mais’’.
Luca atirou nele e seus corpos se ligaram a um baque. Luca levou o
primeiro soco na lateral de sua cabeça; ele bateu-o de lado e meu
estômago se arrastou. Gritei para eles pararem, mas estavam
absortos um no outro, trocando golpes como se estivessem socando
sacos.
Nic murmurou alguma coisa. Luca tinha vencido, mas ele não
parecia mais feliz com isso do que nós. Ele soltou seu irmão e Nic
caiu no chão, segurando seu braço ruidosamente.
Nic atirou em seus pés e tentou lutar contra o pescoço de Luca. Ele
errou e Luca girou, seu rosto contorcido de fúria. Ele se jogou em
Nic, derrubando-o no chão novamente e aterrissando em cima dele,
plantando uma perna em ambos os lados do torso para que Nic não
pudesse se levantar. Eles estavam gritando um com o outro em
italiano e agora Dom estava se envolvendo também. Ele tentou
afastar Luca, mas ele não tinha força, e minhas tentativas também
não estavam ajudando. Felice permaneceu como ele estava o
tempo todo – observando .
Eu ficava olhando para ele, na maneira como ele segurava seu lado,
com o cansaço em seus passos lentos. Ele começou a tirar o vidro
dos braços, quebrando sua pele e removendo os cacos sem nem
um vacilo. Ele era muitas coisas para seus irmãos – uma presença
constante, protetora, sábia e focada, e leal. Ele era tão importante
para a família e, no entanto, ferido, ele se retratou em si mesmo.
Ele tinha optado por deixar Nic sem retaliação verbal ou física,
ambos os quais eu sabia que ele era capaz. O pensamento me fez
querer gritar com alguém. Por que ninguém vinha ver se ele estava
bem? Por que ele sentiu que era perfeitamente aceitável andar
assim e suportá-lo sozinho quando qualquer pessoa sã iria ao
pronto-socorro para tirar o vidro de sua pele?
Ele abriu-a hesitante. Ele estava usando um pano para ver o sangue
no rosto. Ele fez uma pausa com ele pressionado contra a
mandíbula quando seus olhos se abriram. "Sophie?"
Não esperei que ele se recuasse e permitisse minha entrada. Eu
entrei e, sem parar para notar o tamanho do quarto dele ou da cama
ou as cores nas paredes ou no espaço do armário ou qualquer outra
coisa que pudesse ter importado para mim em outro momento, virei-
me para enfrentá-lo, executando minhas palavras juntos antes que
ele pudesse me expulsar. ‘’Sei que disse que está bem e tenho
certeza que está, mas não vou esperar lá embaixo quando te vi
passar por uma janela. Não é certo que você deveria estar aqui
sozinho e eu não me importo se você me disser para sair mas eu
tinha que ver por mim mesma que você realmente estava bem e que
você não se sentia ... Você não sentiu... Que? Por que você está
olhando para mim assim’’?
"Como o quê?"
Seu olhar era tão penetrante que era como se ele estivesse
tentando separar os fios da minha alma. Percebi então por que o
azul em seus olhos parecia tão marcante, por que eles se
destacaram em uma sala de vinte Falcones e por que eles pareciam
mais azuis do que qualquer outro par de olhos que eu já tinha visto.
Havia um fino anel de preto ao redor das íris, um perímetro escuro
em todo aquele círculo azul brilhante para que não transbordasse.
‘’Você é apenas... você está me encarando", eu disse com uma voz
muito mais quieta do que eu esperava.
"Bem?", Perguntou ele, sua voz de repente mais baixa. "Eu vou
viver?"
"Eu não tenho certeza. Deixe-me dar uma olhada mais de perto’’. Eu
mordi meu sorriso e estiquei meu pescoço, mas balancei meus
dedos, caindo nele. Eu apertei minhas palmas contra o peito dele
para me estabilizar e suas mãos dispararam, cobrindo as minhas.
Eu podia sentir o toque instável de seu batimento cardíaco sob as
pontas dos meus dedos.
"Está tudo bem", disse Luca. Ele estava esfregando uma mão no
cabelo, tentando domar os fios despenteados. Era difícil não
entender o quão sem posição ele soava agora, como sua respiração
ainda era voraz. ‘’Ela tirou o vidro’’.
"Vamos", disse Nic, de pé entre Luca e eu, para que seu irmão
deixasse a sala à nossa frente. ‘’Todos estão esperando lá
embaixo’’. Ele olhou para mim quando disse: "Você vai ficar bem.
Não vamos fazer você e sua mãe enfrentarem os Marinos sozinhos.
Você não tem que parecer tão preocupada’’.
Caramba.
Luca acenou com a cabeça sem se virar, seus pés caindo rápido e
luz nos degraus enquanto ele se afastava de nós. Quando
chegamos ao fundo das escadas, o saguão estava cheio de
mafiosos. Eu estagnei com a mão firmemente agarrada ao corrimão.
Velhos com rostos arrepiados e bengalas gravadas ao lado de
colegas mais jovens com sobrancelhas severas e lábios
embolsados. O nível de atratividade era definitivamente antinatural.
Havia uma abundância de pele de oliva invejável e cabelos escuros
deliciosos.
"Olá?", Ele repetiu, sua boca torcendo para uma carranca. "Isso é
tudo que você tem a dizer?"
‘’Olha, eu não sabia que minha vinda a você para ajudar causaria
tudo isso’’. Eu gesticulei atrás de mim. "Essa realmente não era
minha intenção. Eu só tinha que tentar alguma coisa. Depois do que
Donata- '’
‘’E você tem a ousadia de sentar naquela sala com toda a família
Falcone e esperar que Nic vote em seu Santuário’’.
‘’Eu, não, não. Nic quer que eu esteja segura, assim como eu quero
que ele...’’
‘’Olha, eu estou aqui por uma única razão. Eu dei informações à sua
família, e eu realmente gostaria que pudéssemos manter o assunto
para isso, e isso apenas’’. Meu peito estava cheio de borboletas
batendo freneticamente contra minha caixa torácica.
"Você vai ter que, agora que eu tenho você." Os olhos de Valentino
se estreitaram quando ele veio em minha direção, as rodas de sua
cadeira deslizando sem som sobre a crista Falcone abaixo de nós.
‘’Você selou sua sentença de morte vindo aqui’’.
Luca olhou para mim pela primeira vez. Sua expressão foi fechada.
Sua voz ficou dura. "Essa não tem sido a nossa causa por um longo
tempo, Tommaso."
Dom estava falando do outro lado da mesa. "Eu digo para mandá-la
de volta para Donata. Temos todas as informações que precisamos.
O que Sophie faz agora não deve nos preocupar’’.
"Isso não desculpa seus laços de sangue!", Gritou outra pessoa, sua
voz juntando-se com o calor dos outros. ‘’Acabamos de enterrar
Calvino. Somos todos tão rápidos em esquecer como e onde ele
morreu? Somos todos tão rápido para esquecer sua morte nas
mãos de Jack Gracewell’’?
"Donata tem Sophie na mira", disse Luca. ‘’Não sabemos para que
ela planeja usá-la. Não sabemos se ela planeja matá-la’’.
Bem, ele pode não ter sido capaz de ter estômago olhando para
mim corretamente depois do que tinha acontecido lá em cima, mas
pelo menos ele estava lutando por mim. Eu exalei um suspiro
tranquilo de alívio. A palavra do subchefe Falcone teria muito peso
nesta sala.
‘’Donata não terá tempo de usar ninguém para nada", disse Gino.
‘’Porque vamos matar aquela vadia marino e montar a cabeça dela
acima da lareira’’.
"Dio", murmurou uma velha bem em frente a mim. "É isso que nos
tornamos?"
Senti uma súbita pancada de náusea. Foi Nic. Nic jogou Sara
Marino no lago. Ele tinha esculpido essas palavras em seu corpo.
Eu cobri minha boca e me concentrei em não ficar doente. Eu tinha
vindo aqui de bom grado. Eu sabia que descobrir verdades mais
horríveis era uma possibilidade. Era o mundo deles. Mas isso... Eu
nunca esperei isso.
Eu olhei para Nic. Ele estava gritando com seu irmão, com os olhos
piscando de raiva, com o peito batendo violentamente. Ninguém ao
redor da mesa parecia remotamente surpreso. Deus. Quem era
esse garoto? Isto era muito maior do que eu e ele agora. Não se
tratava do coração dele , era sobre sua alma. Talvez a voz irritante
na minha cabeça estivesse certa, talvez ele estivesse além de
salvação. Talvez todos eles estivessem. Senti uma tristeza súbita e
esmagadora dentro de mim. Foi preciso cada grama de força para
ficar em meus pés, para manter minha boca fechada.
"Resolva", disse Valentino, gesticulando para Nic, que ainda gritava
com Gino em italiano. Nic estava seguindo uma ordem direta. ‘’Gino,
você está dirigindo isso fora do curso’’.
‘’Ela fala por ela’’. Elena enrolou o lábio. "Você esquece seus irmãos
tão facilmente, Paulie?"
Eu não sabia o que era um comare, mas eu podia dizer pela raiva
ardente na expressão de Nic que era para ser ofensivo. Senti a
vontade esmagadora de lançar através da mesa e socar a cara
estúpida de Dom.
"E, não se esqueça, você está ficando com ela!" Dom disse. Desta
vez Luca saltou de seu assento e pulou em sua direção, agarrando
sua gola de camisa e apertando-a em torno de seu pescoço.
"Luca", advertiu Valentino, uma carranca desenhando suas
sobrancelhas juntos. "O que você está fazendo?"
O rosto do Dom estava ficando roxo. "Calmati", ele chiou. "O que
isso tem a ver com você de qualquer maneira?"
Nic parecia inseguro de si mesmo. Isso fez de nós dois. Ele quis
dizer tudo isso sobre me usar e explorar minha lealdade? Ou ele
estava dizendo o que sabia que eles queriam ouvir?
Isso o calou.
"Nós somos a razão pela qual ela está envolvida nisso", interrompeu
Luca.
"Oh, houve confusão, Perséfone", disse Felice. "Por que não aliviá-
la agora? Diga-nos, bugiarda, em que ponto em seu relacionamento
patético com meu sobrinho você estava planejando dizer a ele que
você é, de fato, um Marino?’’
A acusação caiu como um tapa na cara. Eu empurrei para trás, com
incredulidade lavada sobre mim. Minha boca se abriu, enquanto eu
agarrava uma resposta. Foi uma luta encontrar as palavras certas
para comunicar o quão insano Felice estava sendo. Este foi o
assassinato de caráter no seu pior. "Pare", era tudo o que eu
conseguia. "Pare".
Eu quase sorri. O plano dele era tão estúpido, tão estranho que
nunca funcionaria. Ele nunca poderia me desacreditar assim. Eu
revivi meus olhos – meus olhos incriminadores – para que todos
pudessem dar uma boa olhada no quão era seu consigliere.
"O que é isso, Felice?" Elena perguntou. "O que você está
dizendo?"
‘’Você mesmo disse isso inúmeras vezes, Elena. Há algo errado
com essa garota. Você viu naquela noite no hospital’’.
Felice olhou para mim. "Eu vou perguntar-lhe apenas uma vez. Você
é, ou você não é, a neta de Don Vincenzo Marino’’?
"Você sabe que eu não sou", eu gritei. "Pare com essa porcaria.
Você sabe quem é meu pai’’.
"No início, não fazia sentido", continuou Felice, voltando-se para sua
família agora e me deixando descartada em sua visão periférica. Eu
me endireitei, compondo-me. Eu não enlouqueceria. Eu não me
inclinaria ao nível dele. "Por que Donata Marino receberia Jack
Gracewell em seu rebanho? Sabemos há muito tempo o quão
privada é a família Marino. A lealdade deles não faz sentido. O
interesse dela por essa garota não faz sentido. E ainda assim suas
últimas palavras para ela foram Fidelitate Coniuncti! Incrível’’!
"Felice", Luca rosnou. "Você está indo longe demais."
Felice voltou para mim. "Você nunca se perguntou do que seu pai
era realmente capaz?"
Eu me recusei a responder, oferecendo-lhe o meu brilho mais
desdenhoso em vez disso.
Luca atirou em seus pés para ficar entre Felice e eu. "Largue isso
agora, Felice", avisou. "Não é certo o que você está fazendo."
‘’Luca’’. A interrupção silenciosa de Valentino matou a comoção. Foi
notável; sempre que ele falou, toda a sala balançou em sua palavra.
Luca se afastou de Felice e ficou, em vez disso, pelos ombros de
seu gêmeo.
"Eu não sou uma mentirosa!" Eu gritei. "Eu não sei nada sobre isso!"
‘'Eu-’'.
Corra, disse uma voz na minha cabeça. Corra e não pare. Não pare
mesmo que eles atirem suas pernas debaixo de você.
Valentino não disse nada. Então Felice manteve sua arma alta.
"O que aconteceu?" Millie perguntou. "O que diabos aconteceu lá?"
"Apenas dirija, por favor", eu implorei a ela. ‘’Tenho que ir para
casa’’.
"O quê?"
‘’Acho que o nome verdadeiro do meu pai é Vince. Eu acho que ele
e Jack são os Marinos desaparecidos’’. Comecei a hiperventilar,
com as mãos segurando minha garganta enquanto tentava me
recompor. "Diga alguma coisa", eu implorei. Eu precisava que fosse
embora. Eu precisava que minha vida fosse normal. Eu precisava
me acalmar. ‘’Diga qualquer coisa’’.
"Espere", suspirou Mil. Espere, espere, espere, espere. Esperar.
‘’Isso significa que você e Nic estão de alguma forma...
Relacionados? Tem sido um...incesto’’?
"Mas ela não é, como, o chefe Marino agora?" Millie soltou um apito
baixo. "Caramba, essa senhora é ambiciosa."
"Mil", eu gemi enquanto enfiava minha cabeça entre meus joelhos e
fechava meus olhos. "Minha vida inteira está literalmente virando de
cabeça para baixo, e eu realmente só preciso que você fale sobre
outra coisa. Mais alguma coisa. Por favor, me distraia. Eu preciso de
você para fazê-lo parar’’.
Greek proverb
CAPÍTULO 32
A CHAVE
Eu avancei pela minha porta da frente, meio esperando que minha
mãe estivesse esperando por mim. Ela estava na sala de estar, uma
caneca em uma mão, seu telefone na outra.
"Aí está você!" Ela saltou para seus pés, derramando chá em sua
camisa. "Eu tenho ligado para você. Você disse que só demoraria
algumas horas, Sophie. Eu estava preocupada’’.
"Você mentiu para mim", eu gritei por cima do meu ombro. ‘’Toda a
minha vida você mentiu para mim’’.
Ela ficou na porta, alarme distorcendo sua voz. "O que você está
fazendo?"
Subi na cadeira e comecei a arremessar as roupas velhas do meu
pai para fora do caminho, procurando pelo lado dele do guarda-
roupa. Eu estava procurando uma memória meio esquecida da
minha infância. Uma caixa que encontrei uma vez quando tentava
encontrar meus presentes de Papai Noel duas semanas antes do
Natal. Eu tinha me deparado com uma caixa preta, desgastada nas
bordas, que meu pai tinha arrancado de mim. Uma caixa que ele me
disse para nunca abrir.
"Você nunca deveria descobrir", disse ela, com a voz pouco mais do
que um sussurro agora. ‘’Seu pai deixou essa vida para trás há
muito tempo... Ele nunca pensou que iria alcançá-la’’.
Ela não podia olhar para mim. ‘’Jack não se afastou tanto daquele
mundo quanto seu pai. Ele estava levantando suspeitas. E então...
então Angelo Falcone começou a olhar para eles e – ‘'
'Sophie...'’
"Ele me disse antes de o levarem", ela admitiu. ‘’Ele disse que tinha
que fazer isso, para mantê-la segura, Sophie. Ele não podia arriscar
que saísse. Ele queria que você vivesse uma vida feliz. Não o que
ele tinha. Ele perdeu seus pais para aquele mundo’’.
"Você sabia que ele o matou", eu chorei. "E você estava bem com
isso!"
"Eu não estou bem!" Ela mexia-se a seus pés. Olhei para o rosto
rasgado e vi o desespero em seus olhos. "Por que você acha que
eu não visitá-lo? Por que acha que não respondo as cartas dele?
Por que acha que não consigo mais olhar para ele, Sophie? Isso me
aterroriza. Não consigo parar de pensar nisso. Odeio esse mundo.
Eu odeio tudo o que ele representa’’.
"Eu não sabia o seu passado quando me casei com ele! Ele e Jack
foram levados pela avó. Eles mudaram legalmente suas
identidades. Ele era um Gracewell quando eu o conheci’’.
"Ok", eu disse, forçando a calma em meu corpo. "Quando você
descobriu que ele era o herdeiro de uma família de crimes
sanguinários?"
"Eu estava grávida e estava apaixonada", disse ela. "Eu não queria
puni-lo por onde ele veio. Ele estava fazendo um nome honesto
para si mesmo. Ele não via a família há anos. Ninguém jamais
descobriria. Sophie", acrescentou ela, com a voz dura: "Eu me
apaixonei por alguém que queria um destino diferente do que ele
nasceu. Um homem que era gentil, engraçado, leal e protetor. E
quando a verdade veio à tona, eu ainda estava apaixonado por ele,
porque meu conhecimento de quem ele era não mudou nada sobre
quem ele se tornou. Eu o amava, Sophie, apesar de sua família.
Você acha que tão difícil de acreditar’’?
Voltei para minha busca. "Você deveria me contar tudo depois que
Donata saiu ontem", eu disse. ‘’Ela tinha certeza que você faria’’.
"Eu sei", ela admitiu.
"Eu tinha que tentar", disse ela, com as palavras rachando. "Eu tinha
que tentar."
Subi na ponta dos pés e voltei à minha busca, sentindo uma mistura
de triunfo e medo enquanto meus dedos escovavam contra algo
duro e empoeirado na parte de trás do armário. Eu puxei a caixa
para fora, equilibrando-a cuidadosamente como eu soltou-a para
baixo. Eu subi da cadeira e deixei cair na cama.
A RIXA CONTINUA.
"Sim."
'’Sophie...'’
‘’Por que papai voltou para Chicago? Ele tinha um desejo de morte
ou algo assim?"
Não sei por que me diverti com a surpresa no rosto da minha mãe
naquele segundo, por que me fez sentir bem saber que havia
segredos que ela também não sabia. Era mesquinho e pequeno,
mas foi assim que me senti. É estúpido. Sem amarras da minha
própria identidade.
"Queríamos dar uma saída", ela insistiu. ‘’Eu queria mais do que
tudo, querida’’.
‘’Sophie’’. Ela arrastou as mãos pelo rosto. "Você sabe que você é a
coisa mais importante para mim em todo o mundo? Eu te amo’’.
"Eu sei", eu disse, derrotado. Eu sei disso. Eu também te amo’’.
Ela limpou as bochechas com a parte de trás das mãos. "Não." Ela
se levantou e me puxou com ela. "Nós estamos indo. Nós temos
que ir. Temos que ir hoje à noite’’.
‘’Eles vão nos encontrar, mãe. Não há como sair dessa vida. Você
não entende? Jack tem todo aquele dinheiro na lanchonete. Ele tem
todos os recursos do mundo’’. Peguei a chave e a brandi entre nós.
‘’Ele tem o cofre dele na nossa lanchonete. Donata está nos
observando. Não sei o que os Falcones vão fazer mais do que você,
mas sei que não temos o suficiente para fugir deles. Não seremos
capazes de nos esconder. Eu deveria escolher, e eu escolhi errado’’.
Minha mãe tirou a chave da minha mão. "Bem, então, vamos obter
os recursos", disse ela, com a voz espetando. "Se eles vão tratar-
nos como Marinos, em seguida, vamos agir como eles’’.
Eu olhei a chave. ‘’De jeito nenhum’’.
‘’Não, eles não vão. Eles não suspeitam de nós. Eles estão
procurando jack, lembra’’?
'’Querida...'’
‘’É muito perigoso. Vamos entrar no carro e ir embora. Deixe o
dinheiro onde está. Vamos encontrar outra maneira’’.
‘’Não podemos, mãe. Eles vão matar-nos. Eles vão nos matar’’. A
ideia se aglomerou atrás dos meus olhos e vibrou na minha
garganta. "Eu não posso perder você também."
'’Os Falcones'’.
‘’Temos que ser rápidas’’. Eu enfiei minha mão para fora. "Dê-me a
chave."
Que diabo?
Sempre
O anel da Evelina.
"Você a nocauteou!" Olhei para ele. "O que diabos há de errado com
você?" Puxei o corpo manco dela para a cozinha, longe das botas
enlameadas do Jack, e a apoiei contra a ilha. "Mãe?" Eu disse,
cutucando-a suavemente. ‘’Acorda, mãe’’.
"Bom, bom. Já era tempo’’. Ele passou por mim, destemido pelo
meu uso de seu nome verdadeiro, e desdobrou uma mochila
debaixo do balcão. Ele pegou as pilhas de dinheiro que eu tinha
deixado cair no balcão e segurou-as. ‘’Vejo que decidiu me roubar’’.
Canalizei cada gota de veneno na minha resposta. "Eu sou um
Marino, certo? Por que não pegar o que é meu’’?
Ele latiu uma risada. ‘’Um verdadeiro Marino teria limpado todo o
cofre’’.
Meu Deus.
Jack parou seu roubo para olhar por cima do ombro. Ele encolheu
os ombros pesadamente, e algo peculiar brilhou em seus olhos.
‘’Eles tiraram tudo de nós, Sophie. Eu pensei que você seria capaz
de entender isso’’.
Mantive minha voz o mais firme possível. "Eu entendo que você vai
ser morto em breve, e você sabe o quê? Eu acho que você
merece’’.
Dei um tapinha na bochecha da minha mãe. Um vergão estava
subindo no topo de sua cabeça; Jack bateu forte nela. Eu não
poderia arrastá-la para fora, poderia? Talvez eu devesse bater
minha cabeça em algo também e ir com ela, para a terra dos
sonhos, onde eu tinha um nome e uma família que ainda fazia
sentido.
Jack teve a audácia de rir. ‘’Ambos sabemos que não vou sair daqui
sem você, Soph’’.
"Você nem sabe como usar uma arma, muito menos matar um
homem. Pelo amor de Deus, você tem dezessete anos de idade’’.
"Mas então como eu deveria-",
"Eu", as palavras caíram longe de mim. "Ela sabia que eu iria até
eles", percebi. ‘’Ela queria que eu fosse até eles’’.
Ela me enganou.
Mas por quê? Não entendi, não consegui entender o escopo do
plano dela. Eu estava muito perto dele, e não fazia sentido. Mas eu
sabia que tinha escorregado.
"Nós não queremos ficar com você, Antony, estamos bem por nós
mesmas."
"Bem", disse ele, ainda ignorando meu uso de seu nome verdadeiro,
e olhando por mim pela janela para o estacionamento varrido pela
tempestade. ‘’Donata está colecionando Marinos. Ela quer você no
rebanho onde ela pode ficar de olho em você. Então você sabe o
que isso significa’’?
"O quê?"
"Eu tentei dizer-lhe no Éden, mas você não quis ouvir", disse ele
irritavelmente. "O que importa, afinal? Você sabe agora. Estamos
fugindo há muito tempo. É hora de se levantar e lutar’’.
"Eu não quero lutar." Eu desbloqueei meu telefone.
Ou assim apareceu.
"Você pode ir", disse ele. "Mas você vai ter que se arriscar com os
assassinos lá fora."
"Aí está você", disse ela, segurando sua arma alta. "Por feliz
coincidência você já está exatamente onde eu quero que você
esteja."
Eu escancarei-a.
‘’Tenho olhos por toda parte, Sophie’’. Ela balançou a cabeça. E eu
não sou tola.
Então...
"Luca é o alvo", eu sussurrei.
Ela acenou com a cabeça. "Eu queria que o subchefe soubesse que
estávamos vindo para que ele saísse daquela mansão e ficasse
com seus irmãos, onde eu pudesse pegá-lo."
Eu lutei para fora das garras de Donata e tentei virar meu pescoço
para revistar a porta novamente. Ela me empurrou de volta para a
cozinha, onde Jack estava levantando a mochila estourando na ilha.
Os olhos da minha mãe estavam fechados, mas ela ainda gemia
suavemente, a realidade filtrava de volta para ela, peça por peça.
Donata a ignorou.
‘’Sophie, vou fazer por você o que não pude fazer pela minha irmã
há muitos anos. Vou tirar esses demônios da sua cabeça. Esta noite
é o começo da vida que você deveria ter. Hoje à noite você vai se
tornar uma Marino’’.
"O que diabos você está fazendo?" A realização veio sobre mim
como uma cama de pregos nas minhas costas. Antes que eu
pudesse gritar com eles, Donata tinha apertado a mão dela na
minha boca, sufocando o ar enquanto eu tentava gritar.
Lutei mais, mas ela se apertou, falando mais rápido. ‘’Elena estava
aterrorizada. Ela queria saber quando eu ia fazer isso. Por uma
questão de justiça, eu disse a ela que faria isso em duas semanas,
no décimo quarto dia, e que eu esperaria até que ela estivesse
dormindo para que ela não pudesse me parar’’.
De jeito nenhum.
Estávamos de frente para a porta de metal do outro lado da cozinha.
Atrás de nós a passagem estava livre, a salvo da destruição que
Jack cultivava. Enquanto o horror total de seu plano se cristalizava
diante de mim, a risada psicótica de Jack surgiu pela cozinha,
levantando-se com o gás.
"Pare com isso", ela disse, me disputando contra ela. ‘’Ou vou dividir
sua cabeça contra o fogão e deixá-la aqui para queimar com seus
namorados. Se você não está conosco, você está contra nós’’.
Do outro lado da sala, minha mãe tropeçou em seus pés, uma mão
presa em sua cabeça e a outra segurando seu estômago. Vendo a
expressão envidraçada em seu rosto e a forma como sua boca
estava torcendo de dor, eu senti apenas pavor.
"Sophie?", Ela balbuciou. Ela mal reagiu ao fato de que eu estava
sendo contida por Donata Marino. Ela piscou duas vezes, vacilando.
"O que é isso?"
Seus olhos cresceram quando ela notou o cheiro árido. Ela cheirou
o ar, o lábio enrolado. "Oh", ela suspirou, girando em Jack. "O que
você está fazendo?" Ela passou pelo meu tio, fazendo uma linha
para o fogão.
Nic hesitou.
'’Nicoli’'.
Uivando.
Eu os ignorei, e desta vez meu tio não voltou por mim. Eles
atacaram durante a noite, sua recompensa ganhou.
Minha mãe não estava com eles. Ela estava perto da porta quando
a explosão caiu, e eu me esforcei para ver se ela tinha chegado à
escuridão, mas o beco estava impossivelmente longe e minha visão
estava embaçada da espessura do fogo. Eu a chamei, mas as
chamas se reuniram contra minhas palavras, engolindo-as.
Pegando um pano debaixo do balcão e segurando-o sobre meu
rosto, eu abri a porta da cozinha e o fogo subiu em minha direção,
me derrubando para trás. Eu cobri meu rosto enquanto derrapava
no chão, batendo minha cabeça na parte de trás do balcão. A porta
era um bloco de fumaça preta e espessa, rolando sobre minha
cabeça e indo para a lanchonete.
O fogo rugiu como uma besta insulada, surgindo cada vez mais
perto enquanto eu puxava meu corpo pelo chão, cortando minhas
mãos no vidro enquanto jarros estalavam e se fragmentaram ao
meu redor. A porta dos fundos tinha sido arrancada de suas
dobradiças na explosão. O beco além piscou para mim através de
cristas de âmbar.
Eu ainda não podia ouvir Luca, mas eu podia ler seus lábios.
"Temos que movê-lo!"
Rastejei sobre o corpo de Nic e agarrei seu braço esquerdo
enquanto Luca tomava posse de sua direita. Nós nos juntamos,
caindo em nossos pés e arrastando-o conosco. Eu trinque meus
dentes. Nós empurramos para trás, onde as chamas estavam
carbonizando as prensas acima do fogão. Nic era impossivelmente
pesado. Seus braços e pernas jogaram contra o chão, balançando
sobre cinzas e poeira enquanto nos aproximamos da porta. Meus
olhos estavam tão doloridos que mal conseguia mantê-los abertos,
mas eu podia sentir a frieza ondulando em algum lugar próximo.
Estávamos quase lá. Se pudéssemos chegar ao limiar, minha mãe
nos ajudaria a puxá-lo para fora.
Lá. Aquele pé de novo. "Mãe", eu chamei, mas não havia nada além
de fumaça saindo de mim. A sala estava me pressionando, me
prendendo no chão.
Lá!
Eu pulei, mas o fogo subiu, batendo em mim, e eu desmaiei atrás
das chamas. Meus pulmões se encheram de fumaça e eu
engasguei, meu corpo se arrastando por ar fresco. Não havia
nenhum. Levantei a cabeça, procurando, mas estava muito pesado.
Ele caiu de volta.
"Mãe!"
Nada saiu.
"Alguém nos ajude!"
As luzes atrás dos meus olhos ainda estavam acesas, mas o rugido
estava em algum lugar atrás de mim. O calor estava perto, mas não
como era antes. O vento estava empurrando o cabelo na minha
cara. Ficou nos meus lábios. Gotas de água picaram minhas
bochechas. Estava chovendo. Eu estava lá fora. Sim. Havia um coro
de novos sons subindo na noite.
"Sophie!" Aquela voz familiar, sedosa como mel. Nic. Sim, isso
mesmo. Nic está aqui.
Minha mãe?
Não. Ela não.
Eu caí, em escuridão.
Eu tropecei para a frente, caindo aos pés dela. Ela ajoelhou-se para
mim, seus grandes olhos azuis cheios de lágrimas. Seus lábios
estavam se movendo, mas eu não podia ouvir a voz dela. ‘’Sophie,
pode abrir os olhos para mim’’?
"Sophie?"
Lá dentro, meu corpo rachou e se lascou. O calor subiu através de
mim, me escaldando. Do lado de fora, meus braços e pernas se
espalharam em poças, tremendo de frio.
‘’Estou acordada’’.
Ela entrou, o telefone agarrou em sua mão. ‘’É seu pai de novo...'’
"Não".
Imaginei como seria ter meu pai lá comigo, abraçá-lo e não ter que
se preocupar com os guardas da prisão nos separando. Que coisa
maravilhosa ficar contra a maré do luto e ancorar-nos uns aos
outros. Mas isso foi antes de tudo. Quando o imaginei, vi Vince
Marino. Eu vi um mentiroso.
Ela segurou minha mão na dela. "Eu não sei o que fazer, Soph. Não
sei como melhorar as coisas. Por favor, eu não sei o que fazer’’. Ela
apertou minha mão. "Você precisa deixá-lo entrar." Ela não tinha
visto o que eu tinha visto dentro da lanchonete. Os canivetes. O anel
de rubi. Meu pai me alimentou com mentiras a vida toda. Ele usava
a máscara tão cuidadosamente que nunca pensei em olhar por
baixo dela.
Ela substituiu a mão na minha pelo telefone sem fio. "Fale com ele",
ela pediu. ‘’Ele não tem muito tempo nessas ligações e tem tentado
você a semana toda, Soph. Por favor, fale com seu pai’’.
‘’Vamos, Soph’’.
"E você sabia", eu disse, minha voz subindo ainda mais alto, "que
antes de sua família Marino queimar nosso sustento, eu encontrei
um monte de troféus Falcone? Um canivete para cada túmulo não
marcado, eu apostaria’’. Eu abafei suas respostas, ficando mais
estridente e mais alta. "Você sabia que havia um anel de rubi lá?
Sabia que o anel pertence à esposa desaparecida de Felice
Falcone? Sabia que há uma lista de alvos falcone escritos em sua
caligrafia? Sabia que Angelo Falcone foi realmente assassinado? E
você sabia que toda a minha vida você tem sido um grande
mentiroso’’?
Sua resposta foi perdida no ar. Eu joguei o telefone na parede e ele
quebrou, caindo no chão em pedaços de plástico.
"Soph", ela castigava. "Você sabe que eu não vou a lugar nenhum.
‘’Que tipo de amigo eu seria então’’?
"Do tipo que estou sendo?" Eu dei de ombros. "Você não deveria ter
que estar na escuridão comigo."
Ela poderia muito bem ter deixado cair um monte de lixo fresco na
minha cara. Eu murmurei. "Eu prefiro arrancar meus olhos e comê-
los."
‘’É nosso último ano. Vai ser divertido’’. Houve pouca, se houver,
convicção em sua resposta.
Millie me achou louca por não contar à polícia sobre Jack e Donata.
Eu tinha pensado nisso, nos meus momentos mais sombrios, mas
eu queria duas coisas que delatar não poderia me assegurar: um
destino pior do que a prisão para eles, e minha própria
sobrevivência.
Millie parecia desconfortável. ‘’Nic disse que não vai embora até vê-
la. Sra. Bailey tem batido nele com toalhas de chá durante toda a
semana.
A semana toda.
Quando Nic apareceu na minha porta ele estava mais pálido do que
eu já o tinha visto. Seu cabelo estava bagunçado e seu maxilar
estava marcado com a sombra escura da barba de uma semana de
tempo, fazendo-o parecer muito mais velho. Ele tinha um curativo
correndo todo o comprimento do braço e outro enrolado em torno de
sua mão.
"Sinto muito", disse ele baixinho. ‘’Sinto muito por ela ter ido
embora’’.
Eu tinha arrastado o corpo sem vida de Nic para longe do fogo que
destruiu minha vida ... Não pense no fogo. Eu tinha ido ajudá-lo em
vez de ter certeza que minha mãe estava segura. Eu deveria ter
verificado, mas não verifiquei. Eu deveria tê-la ajudado primeiro,
mas não ajudei. Não pense nela. Ele me afastou dos tênis brancos
dela quando eu estava quase perto o suficiente para tocá-los.
"O quê?"
Agora que ele estava em frente a mim, percebi que não queria vê-lo.
Todas as nossas memórias eram ruins – eu não conseguia lembrar
das boas, não podia fingir que seus beijos fariam toda a escuridão
desaparecer. Tudo estava muito claro agora.
"Você não tem que ser um Marino mais", disse ele calmamente.
"Não se você não quiser ser."
Ele olhou para o lado. Ele tinha pensado que eu mentia para ele o
tempo todo - eu podia vê-lo em sua expressão.
"Eles vão pagar por isso também", disse ele, com a voz dura.
"O quê?"
"Nic." Eu suspirou. "Não há nada que você possa fazer por mim."
Uma parte minha queria rir. "Você não podia nem olhar para mim
quando ouviu que eu era um Marino."
"Fui pego de surpresa", protestou.
"Quando você ama alguém, você não mente para ela. Você não
aponta uma arma para a cabeça deles. E você não vira as costas
para eles quando eles estão em seu momento mais vulnerável’’. Eu
engoli com força. ‘’Isso não é amor’’.
Não queria mais olhar para ele. Como eu poderia, sabendo que eu
tinha ido até ele quando eu deveria ter ido para minha mãe? Como
eu poderia me apoiar nele com a imagem de sua arma apontada
queimada na minha mente? Ele sempre colocava seus deveres
antes de tudo. Ele era um soldado primeiro e uma pessoa em
segundo.
"Ele não vai voltar aqui", eu disse. "Não depois do que ele fez. Há
muito calor sobre ele’’.
Esperei até ouvir o baque macio dos pés de Nic chegar ao fundo
das escadas, então enterrei minha cabeça entre meus joelhos e
balancei para frente e para trás na minha cama, tentando acalmar
meus pensamentos. Pense em outra coisa. Pense em qualquer
outra coisa. Foi tão difícil; cada parte de mim estava presa em
minha mãe, na lanchonete, no meu tio. Eu cavei minhas unhas nas
minhas palmas e me concentrei nas pequenas meias-luas de dor.
Os minutos passavam, lentamente, e a nuvem dentro de mim ficou
mais pesada. O sol tinha desaparecido. Estava escurecendo e havia
um toque silencioso de alívio nele.
CAPÍTULO 42
O CALPSO
"Sophie?"
Eu levantei a cabeça.
Luca estava no meu quarto. Ele estava tão perto de mim que os
joelhos estavam escovando contra a minha cama. Como eu não o
tinha sentido antes?
Sentei-me, envolta dentro das cobertas. Seu cabelo foi varrido para
trás de seu rosto para que seus olhos azuis brilhassem no
crepúsculo. Sua boca estava peculiar para um lado, franzindo a
testa, mas de outra forma ele parecia bem. A inalação de fumaça
obviamente concordou com ele.
Eu não tinha força para ficar indignada. ‘’Quero ficar sozinha, Luca’’.
"Desculpe-me?"
"Isso."
"Isso?"
Ele enrugou o rosto. "O que você quer dizer com isso?"
Ele se inclinou mais perto. "Você está certa que eu me importei", ele
rosnou. "Eu me importava que o Marino na frente de toda a minha
família com um alvo vermelho na testa era a única Marino na
história do mundo que eu me importei e sempre vou me importar."
"Não é o nome." Ele segurou meu olhar, inabalável, sem piscar. ‘’Só
a garota’’.
"Eu não vou julgá-la", disse ele. ‘’Você é a mesma pessoa que
sempre foi. Então, por favor’’, ele voltou e desta vez seu sorriso era
macio, "não se preocupe com todas as outras coisas, Marino."
‘’Ok, Falcone’’. Eu fiz careta para ele e ele fez careta de volta. "Mas
eu realmente só quero ficar sozinha agora, então se você acha que
eu vou sentar aqui e derramar minhas entranhas para você sobre o
que eu estou sentindo, então você está errado."
"Eu não estou pisando neles, eu estou tirando sarro deles. Há uma
diferença’’.
"Há?"
Luca estava falando de novo. Qual era o plano dele? Ele realmente
achou que eu estava interessada em astrologia em um momento
como este? "O que você ainda está fazendo aqui?" Eu interrompi.
‘’Quero dizer, sério’’.
‘’Então’’?
"Isso é 2-1 para mim", eu disse, sem sentir qualquer diversão. "Você
me deve um grande gesto."
"Nomeie-o."
"Eu posso", disse ele. "Mas isso não significa que eu tenho que
segui-la."
‘’Bem, é inapropriado para você estar aqui. Este é o meu quarto’’.
Lá. Então ele se lembrou. Ele não parecia se importar, mas pelo
menos não tinha esquecido. "Desculpe", disse ele rapidamente,
mergulhando a cabeça e passando a mão pela mandíbula. "Eu não
deveria ter dito isso."
Sentamos em silêncio. Depois de um tempo, ele se afastou de mim
e deitou-se contra o tapete, dobrando os braços atrás da cabeça.
Estudei seu perfil, a certeza de sua linha de sobrancelha, seu nariz
de borda reta. Então eu me virei também. Que tempo para ser tão
superficial e distraído.
Eu não respondi.
Ouvi-o mudar e peguei o contorno na minha visão periférica. Ele
estava sentado. ‘’Dizem que o luto internalizado leva mais tempo
para curar’’.
"Eu não sei", ele admitiu. "Eles dizem que fica melhor, mas eu acho
que a dor se torna suportável não porque é mais silenciosa ou
diminuída, mas porque você se acostuma com ela estar lá. A vida
continua, e você vai com ela’’.
"Eu acho."
Minha garganta estava começando a ficar vacilante. "Como faço
isso?"
Luca se ajoelhou para que estivéssemos nos inclinando um para o
outro no nível dos olhos. Ele não me tocou, mas algo lá dentro me
fez sentir como se quisesse. Eu queria que ele fizesse. Suas mãos
estavam pairando perto das minhas. ‘’Você abraça a dor, Sophie.
Não tenha medo. Deixe-a lavar sobre você. Use-a como
combustível para estimulá-la’’.
"Eu a ouvi."
"Sim".
Como ele pôde ficar tão calmo? Ele não estava pensando em todas
as coisas que eu era? Ele não estava sentindo o calor das
memórias como chamas?
‘’Eu sei’’.
‘’Minha mãe está morta’’. Foi a primeira vez que disse em voz alta.
Parecia que eu estava me esfolando. As costas dos meus olhos
estavam ardendo.
Ele ficou ali parado, com o peito virado em minha direção. Seu olhar
era infalível. "Eu sei", disse ele. ‘’Diga o que precisar dizer’’.
"Sinto muito."
‘’E agora não tenho nada’’. Eu estava soluçando tão forte que as
palavras estavam pegando na minha garganta. Eu tossi e ele virou-
se para chiado, e eu dobrei para a cama.
'Sophie'.
"Você não vê?" Eu disse, ouvi minha voz subir a um nível maníaco.
‘’Ele já me pegou’’. Empurrei Luca e ele tropeçou para trás,
agarrando-se ao seu lado. O ferimento dele. A dor ardia atrás dos
olhos dele.
Olhei para minhas mãos ainda enrolado em sua camisa. Eu caí para
trás dele, examinando meus dedos. Eles estavam se contorcendo
dentro e fora dos punhos. Olhei para o Luca. Seu corpo estava
mergulhando em direção à sua metade ferida. De quantas maneiras
eu o machuquei? Até onde eu poderia ir? Ele estava me deixando -
mesmo que ele pudesse me parar facilmente, ele não tinha. Eu tinha
vindo para ele com cada gota de veneno que eu tinha em mim e eu
não senti nenhum alívio que eu esperava. Eu me senti como uma
versão danificada de mim mesma. Minha mãe tinha ido embora, e
em sua ausência eu era amarga e cruel.
Ele estava falando comigo, com a voz baixa e urgente contra o meu
cabelo, mas eu não podia ouvi-lo. Algo dentro de mim estava
quebrando. Meus gritos foram abafados contra ele, minhas lágrimas
manchando piscinas em sua camiseta. Eu estava inalando seu
cheiro, meus dedos pressionados em sua clavícula, e suas mãos
estavam nas minhas costas, me segurando enquanto soluços
tremulavam pelo meu corpo.
E não foi o suficiente. Eu precisava estar mais perto dele; Eu
precisava me esquecer. Levantei minha cabeça e ele trouxe as
mãos para o meu rosto, com os polegares limpando suavemente as
lágrimas debaixo dos meus olhos.
Ele engasgou por ar contra meus lábios, e eu sorri como toda a dor
e escuridão queimou dentro do nosso beijo. Ele me deixou tonta. Ele
me fez esquecer.
Acabou muito rápido. De repente, ele estava se afastando de mim e
ofegante, com a mão segurando seu peito.
"Claro que eu quero", disse ele, com a voz alterada. "Eu quero mais
do que qualquer coisa. Eu sempre quis. Esse é o problema’’.
Eu me forcei a olhar para ele.
Sua expressão estava doendo. ‘’Não vou tirar vantagem da sua dor,
Sophie. Eu não sou esse cara’’.
Olhei para a mesa vazia. Ele deve ter pego o anel quando eu estava
de mau humor. Deus. Ele sabia. Ele sabia.
"A vida já lhe deu uma mão áspera", disse ele calmamente,
fechando os dedos ao redor do anel. "Você não tem que pagar por
seus erros também, Sophie." Ele se mudou para a porta, parando
do outro lado. "Quando você estiver pronta, venha até nós. Nós lhe
daremos o Santuário. Eu vou atestar para você, para a família e
para o meu irmão’’. Ele tocou a cabeça contra a moldura, e sorrindo
tristemente, ele acrescentou: "Não se esqueça, eu ainda te devo
aquele grande gesto, Garota Marino."
Meu sorriso estava aguado. Por que foi tão difícil olhar para ele? Eu
fechei os olhos. ‘’Por favor, vá embora’’.
E ele foi.
CAPÍTULO 43
A LUA DE SANGUE
Quando todos tinham ido embora, deixei as memórias me
engolirem. Desta vez eu não as afastei. As lágrimas tinham vindo, e
com elas, alguma libertação. Tomei banho e me vesti. Sentindo-me
sufocada pelo silêncio penetrante, o sentimento constante de
solidão dentro de mim, peguei um capuz e me deixei sair para o
jardim. Sentei-me na grama e empurrei meus pensamentos para
fora, além de mim mesma. A lua de sangue pairava sobre mim,
ondulações vermelhas fazendo sulcos dentro dela. Manchas de
cinza mancharam o exterior, curvando-se para rios de vermelho. Eu
me deitei, enterrando minhas mãos atrás da minha cabeça. As flores
da minha mãe espanaram o ar com doçura, banindo as memórias
áridas de cinzas e poeira.
"Sophie?"
"Como você pode deixá-lo tanto tempo para me ligar? Como pôde
correr assim? Como você pode fazer isso com ela? Por que eu
estava incomodando’’? Não havia nada que ele pudesse dizer,
nenhuma palavra para retomar o que ele fez.
"Vamos falar sobre isso", disse ele. "Você não tem que estar sozinha
mais."
"É assim que você fez isso!" Eu gritei. Minhas unhas estavam
cavando ranhuras na minha palma. Eu estava tremendo, cada parte
de mim lívida com ódio tão profundo que eu pensei que poderia
estar doente.
Sua voz se levantou. ‘’Sinto muito pela sua mãe. Eu tinha certeza
que o fogo terminaria os Falcones, mas calculei mal. Eu cometi um
erro, Sophie. Ainda há tempo para fazer isso direito. Acredite, estou
tentando te proteger. Quero ter certeza que você está segura. O
futuro não pode ser evitado. Se você não está conosco, você está
contra nós, e Donata não vai tolerar nada menos do que sua
conformidade total. Não depois de sua hesitação na lanchonete.
Não torne mais difícil do que tem que ser’’.
Nós nos encaramos. Cada osso do meu corpo doía para me jogar
nele, enrolar minhas mãos em torno de sua garganta e ver a luz
escorrer de seus olhos. Eu o odiava, e o calor da minha raiva
parecia que poderia estourar através da minha pele e me rasgar. Ele
me aceitaria à força ou eu poderia correr? Eu tinha que pensar, me
concentrar. Eu não poderia estragar tudo.
Lentamente eu vim em direção a ele, forçando um pé na frente do
outro, puxando os tendões da fúria bruta de volta para o meu corpo
e sufocando-os. Tive que me recompor, para esmagar a hostilidade
tempo suficiente para fugir dele. E eu faria isso, mesmo que
destruísse uma parte de mim para fazê-lo. Eu não deixaria minhas
emoções me venderem para Donata Marino. Eu não deixaria eles
me impedirem de vingar minha mãe.
Senti minha voz vibrando de medo, então a forcei a subir, mais alto.
‘’Eu estava lá em cima. Você não pode esperar, como, dois
minutos’’?
"Não, não, não. Ou você vem ou ela vai matá-la’’. Um suspiro, uma
cintilação do homem que eu conhecia. ‘’E já perdemos o suficiente’’.
"Não podemos ficar aqui?" A ideia de tê-lo perto do último lugar que
minha mãe riu e viveu me fez querer gritar, mas ele esperaria
alguma oposição à mudança, e se eu não cavasse meus
calcanhares, ele suspeitaria e me seguiria enquanto eu fazia as
malas.
"Onde?" Eu reclamei.
"Você vai apenas fazer as malas? Eu vou te dizer mais tarde. Libero
e Marco estão esperando no carro’’.
Não conseguiria escapar. Uma porcaria dupla. Pelo menos ele não
tinha trazido aquele esqueleto assassino perto da casa da minha
mãe. Eu não sabia quanto mais minha contenção vacilante poderia
aguentar, e a ideia de vir para Donata Marino com uma faca de
cozinha era muito tentadora.
‘’Tudo bem’’. Eu voltei para cima, piscando para trás as lágrimas de
raiva que derramaram livremente no meu rosto uma vez que eu fui
afastada dele.
Suas sobrancelhas levantadas. "O quê? Por que você não fez
quando subiu’’?
Ele caiu para trás, gritando como sangue bombeado de seu olho e
cobriu os dedos enquanto ele os segurava firmemente em seu rosto.
Ele pulou cegamente para mim, mas eu tinha escalado a parede e
estava rolando sobre ele, caindo para longe dele.
‘’Eu sei’’. Eu sorri contra o meu telefone. "Eu não vou sair em
alguma grande aventura de busca de almas."
"Oh", disse ela, alívio colorindo seu tom. ‘’Pensei que estava prestes
a me abandonar pelas pirâmides ou pelo Grand Canyon ou algo
assim’’.
Eu tinha que sorrir, porque nós duas sabíamos que não funcionaria,
e ainda assim ela tinha oferecido porque esse era o tipo de pessoa
que ela era. Corajosa. Leal. ‘’Você é realmente uma amiga incrível,
Mil’’.
"Você também", ela disparou de volta.
"Eu vou ficar bem." Ela não parecia certa, mas eu não precisava que
ela estivesse, porque eu tinha certeza sobre duas coisas agora:
Jack estava incrivelmente zangado, e ele também era incrivelmente
perigoso. Isso o tornou imprevisível. E se Millie me abrigasse, ela
estaria na linha de tiro dele também, e eu nunca deixaria isso
acontecer.
"Eu não estou correndo esse risco", eu disse com firmeza. E você
sabe disso.
"Onde você vai? O que você vai fazer? Onde você está agora? Será
que Jack – ‘’?
‘’Porque não posso fazer o último ano sem você. Vai quebrar meu
espírito, Soph. Vai sugar a alma de mim’’.
‘’Eu sei’’.
CAPÍTULO 45
O COMEÇO
Esperei na porta da Evelina, contando os batimentos cardíacos que
levou para a porta se abrir. Dezenove.
Ele sorriu. "O que eu posso dizer? Eu sou o favorito da maioria das
pessoas’’.
"Não, mas eu acho que cortei o olho dele com o seu canivete."
Este era o meu mundo. Sempre foi meu mundo. Era hora de parar
de lutar e começar a viver nele.
Com gotas de sangue do meu tio ainda manchando minhas pontas
dos dedos, eu estava no limiar do submundo do crime, de frente
para o subchefe Falcone, e selei meu destino.
"Ok", disse ele, com os olhos ainda fixos no meus. ‘’Então seja outra
coisa’’.
Estávamos de frente para o outro em cima da crista Falcone
enquanto um estranho novo calor floresceu no meu peito.