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Universidade Veiga de Almeida

Curso de Jornalismo

DA PRENSA À WEB:
COMO A PIRATARIA AFETA O MUNDO LITERÁRIO
Uma grande reportagem multimídia (GRM)

Mayara da Cruz Tavares

Rio de Janeiro
2023
Mayara da Cruz Tavares

DA PRENSA À WEB:
COMO A PIRATARIA AFETA O MUNDO LITERÁRIO
Uma grande reportagem multimídia (GRM)

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


exigência para aprovação na disciplina TCC em Jornalismo no Curso
de bacharelado em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo,
orientado pela Profª Érica Ribeiro.

Rio de Janeiro
2023
3

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todos que estiveram presentes nessa jornada.


Primeiramente, agradeço à minha família, por todo apoio que me deram. Meus pais,
Vanessa e Ricardo, e meus irmãos, Julio e Heitor, principalmente, por terem
aguentado todas as reclamações, explicações, alegrias e frustrações durante os
últimos meses, e nos últimos anos também. Não poderia deixar de agradecer meus
avós, minha madrinha, meus primos e meus tios por todo carinho e interesse no meu
futuro. E, não menos importante, meu namorado, Vinícius Leoni, por tanto me ouvir
reclamar, ouvir minhas ideias, me dar apoio no presente trabalho, e sua família
incrível.
Aos meus amigos. Sem eles, não sei o que aconteceria. Eles foram uma das
minhas principais bases nos últimos anos e meses, ao decorrer do trabalho. Aos meus
futuros colegas de trabalho Gabriella Lourenço, Gabriele Caneiro, Isabela Mello, João
Pedro Agner, Luiz Guilherme Reis, Malu Danezi e Yasmin Bertazini. Aos estagiários
da Casa 10 Mariana Motta, Rafael Alves e Vania Volpe. Vocês têm um lugar especial
no meu coração.
Falando na Casa 10, não poderia deixar de agradecer o local e as pessoas que
fizeram parte da minha rotina nos últimos anos. Agradeço a todos os colaboradores,
estagiários e coordenadores, que contaram comigo para fazer um café, auxiliar em
alguma atividade ou apenas conversar. Também à Universidade Veiga de Almeida,
por ter sido meu local de formação, aprendizado, criação de laços e meu espaço
durante os últimos quatro anos e meio.
Um grande agradecimento a todos que fizeram parte deste trabalho, direta ou
indiretamente. Essas quarenta páginas foram difíceis, mas não seriam possíveis sem
ajuda de vocês.
Gostaria de agradecer especialmente à minha orientadora, chefe e professora,
Érica Ribeiro, por todo apoio, puxão de orelha, conselho, orientação, cafezinho,
risadas e conforto. Você foi, e ainda é, uma inspiração para mim e eu agradeço muito
por ter tido a oportunidade de ter trabalhado com você e te ter de orientadora. Além
dela, ao professor e coordenador Altayr Derossi, o pai do Jornalismo. Obrigada pelos
últimos quatro anos e meio, pelas risadas, ensinamentos, apoio e parceria.
4

Por último, mas não menos importante, gostaria de agradecer a mim mesma,
por não ter desistido em nenhum momento e por chegar até aqui, mesmo com os altos
e baixos. O meu futuro está em minhas mãos e espero conseguir orgulhar a todos.
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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo principal estudar a história, principais características
e desenvolvimento de uma Grande Reportagem Multimídia (GRM), tendo em vista as
evoluções tecnológicas e adaptações que o formato teve que passar. Para
demonstração, foi escolhido como tema a análise da pirataria literária e as
consequências para autores e editoras. A reportagem aprofunda-se no mercado
literário, os obstáculos ultrapassados durante a pandemia, o encarecimento dos livros
e a importância dos direitos autorais para os produtores intelectuais. Este Trabalho de
Conclusão de Curso estuda os conceitos e aplicações de uma GRM para esclarecer
e expor a problemática da pirataria literária para a sociedade.

Palavras-chave: Grande Reportagem Multimídia; pirataria literária; mercado literário;


livros.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: gráfico que mostra o custo de vida no ano de 2021.................................24


Figura 2: gráfico que mostra o custo de vida no ano de 2022.................................25
Figura 3: gráfico que mostra a comparação do custo de vida dos anos de 2021 e
2022..........................................................................................................................25
Figura 4: foto do estande da editora Rocco na Bienal do Livro de São Paulo........26
Figura 5: foto do evento Encontro de Livreiros Rocco.............................................27
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 8
1 PIRATARIA LITERÁRIA.........................................................................................................10
1.1 ORIGEM DA PIRATARIA .................................................................................................10
1.2 PIRATARIA LITERÁRIA NO MUNDO DIGITAL .............................................................12
1.3 DIREITOS AUTORAIS .....................................................................................................15
2 GRANDE REPORTAGEM MULTIMÍDIA ..............................................................................18
2.1 JORNALISMO ONLINE ...................................................................................................18
2.2 A GRANDE REPORTAGEM MULTIMÍDIA .....................................................................20
2.3 ELEMENTOS MULTIMÍDIA .............................................................................................22
3 DA PRENSA À WEB: COMO A PIRATARIA AFETA O MUNDO LITERÁRIO .................24
3.1 PAUTA ...............................................................................................................................24
3.2 APURAÇÃO ......................................................................................................................25
3.3 RECURSOS UTILIZADOS ..............................................................................................28
3.4 ESCRITA E EDIÇÃO........................................................................................................32
3.5 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO PARA CIRCULAÇÃO .....................................32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................................34
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................36
8

INTRODUÇÃO

O trabalho tem como objetivo explorar a Grande Reportagem Multimídia (GRM)


através do caminho percorrido, até o presente momento, pelo jornalismo online. A
primeira GRM produzida – Snow Fall, do The New York Times – apresentou o novo
formato, com elementos multimídias para aprofundamento de temas. A pesquisa terá
entrevistas com especialistas em vídeo e em áudio, imagens, infográficos e será
publicado na plataforma Weebly, acompanhado de uma monografia para a
apresentação.
Este projeto de Trabalho de Conclusão de Curso será desenvolvido a partir de
estudos sobre grandes reportagens multimídias, para corroborar entendimento e
domínio na montagem de uma, aplicando o conhecimento absorvido por meio de
referências bibliográficas. Para isso, o trabalho final terá como tema a problemática
da pirataria literária, ato que prejudica autores, editoras e toda uma cadeia de
trabalhadores por trás de obras. O mercado literário, principalmente o acadêmico, é
afetado por essa prática, mas conseguiu sobreviver a pandemia positivamente. A
literatura tem uma grande importância na criação e desenvolvimento de pensamento
crítico, mas, com a dificuldade de acesso a ela – principalmente pelos altos preços –,
a pirataria se torna uma fonte viável, ainda que criminosa.
De modo a contribuir para a sociedade e para o Jornalismo, a autora procura
evidenciar como a literatura acadêmica passa por dificuldades pelos altos preços de
produção, que encarecem o produto final. A solução para esse problema é a
divulgação e distribuição do próprio autor, mas ainda não para a pirataria. Por isso, o
trabalho tem como objetivo, através da reportagem, expor as consequências dessa
prática, apresentando pesquisas e dados sobre o assunto.
O primeiro capítulo da monografia apresenta a contextualização do tema
escolhido para a produção da Grande Reportagem Multimídia, expondo a história da
pirataria no mundo digital e como a Lei de Direitos Autorais age e respalda os
produtores culturais. O segundo explica o processo presente na produção de uma
GRM, passando por pontos como jornalismo online e sua adaptação ao ambiente
digital, a Grande Reportagem Multimídia, suas características e histórico, e, por último,
os elementos multimídias presentes na reportagem. O terceiro capítulo encerra o
trabalho, explicando o passo a passo da produção e realização da reportagem,
9

passando pela pesquisa de pauta, apuração, recursos utilizados, edição e


desenvolvimento para divulgação.
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1 PIRATARIA LITERÁRIA

A palavra pirataria possui dois significados populares: o primeiro remete às


épocas antigas, quando homens saqueavam navios em alto mar, se apropriando de
riquezas – algo que ainda acontece no mundo atual -; o segundo refere-se à infração
de direitos autorais, principalmente, no mundo digital. O ato de piratear é “utilizado
como menção à falsificação, à cópia e ao uso não autorizados de obras intelectuais e
de produtos” (MARTINS, 2019, p. 23), isto é, ter a posse ilegal de qualquer
propriedade, sem a prévia autorização do autor. Esta ação consta no artigo 184, do
Código Penal Brasileiro, como crime, podendo chegar a três anos de prisão.
Mesmo que a pirataria não seja uma prática atual, a internet facilitou o acesso
e a distribuição de materiais. O que antes requeria fitas para gravar músicas que
tocavam nas rádios, ou aparelhos para gravar a programação das televisões, ou até
mesmo fotocopiadoras para “xerocar” livros, agora basta apenas um clique para
conseguir. Porém, para que isso aconteça, é necessária a análise das ações por trás
desse ato e suas consequências.
“Toda informação colocada na internet pode ser copiada, reproduzida e
compartilhada quase instantaneamente, o que deixa a indústria do entretenimento em
grande desvantagem quanto à distribuição” (CESAR, 2013, p. 36). A afirmação reforça
a ideia de que a internet é a principal forma de propagação da pirataria e de que a
indústria, mesmo que seja detentora da informação e seja respaldada pela lei dos
direitos autorais, sofre com a prática.

1.1 ORIGEM DA PIRATARIA

O primeiro livro impresso e publicado, na história da humanidade, foi a Bíblia


Sagrada, em 1455, por Johannes Gutenberg; antes da invenção da prensa móvel, os
únicos detentores da língua escrita estavam nos monastérios. “No princípio, havia a
palavra escrita, detida pelos copistas enclausurados em monastérios, que guardavam
o conhecimento adquirido até aquele momento e restringiam o acesso a toda a
população” (CESAR, 2013, p. 21). Os monges do século XV eram os únicos que
possuíam a habilidade de escrever e mantinham o conhecimento com acesso limitado
à população. “Antes da invenção da imprensa, a informação era repassada em livros
escritos à mão e a um alto custo tanto técnico quanto de material” (CESAR, 2013, p.
11

21), podendo levar até anos para que todas as informações fossem repassadas para
o papel.
Naquela época, o conhecimento era controlado pelo monopólio da Igreja
Católica, para que os pensamentos que fossem divergentes aos dela não se
propagassem. Então, quando a invenção de Gutemberg foi feita e a primeira cópia
criada, a Igreja repudiou a impressão e, segundo Cesar (2013), julgou-a como uma
heresia, buscando sua censura o mais rápido possível.
Com a prensa móvel, uma nova ocupação surgiu: os livreiros. Eles eram
artesãos que viviam da reprodução e venda de livros, porém, para fugir das
autoridades, tiveram que buscar formas de se esconder, usando como recursos, “além
de um mercado ilegal de livros piratas, não fixar as máquinas em um prédio e mantê-
las circulando, para que não fossem pegos pelo governo” (CESAR, 2013, p. 22). Ainda
assim, aqueles que detinham o poder na época procuravam formas de controlar esses
textos, de acordo com Balázs (2011). “Enquanto os impressores e editores buscavam
proteção contra a concorrência, as autoridades estaduais e eclesiásticas queriam
controlar a circulação de textos” (BALÁZS, 2011, p. 399, tradução nossa).
De acordo com Cesar (2013), a partir do século XVII, a procura por livros
cresceu, principalmente por conta da disseminação da ideologia iluminista, e os
livreiros tornaram-se cada vez mais ricos, tornando impossível os governos e a Igreja
de terem controle sobre a distribuição ilegal deles. “Os editores piratas
desempenharam dois papéis fundamentais nesse contexto: eles imprimiram textos
censurados e introduziram reimpressões baratas, que alcançaram novos públicos de
leitura” (BALÁZS, 2011, p. 399, tradução nossa). Com um papel tão importante para
a sociedade da época, leis foram criadas para o benefício desses artesãos, a “nova
classe economicamente dominante” (CESAR, 2013, p. 23).
“A pirataria também desempenha um papel político claro como um contrapeso
ao controle centralizado da informação - independentemente dos interesses privados
dos Estados” (BALÁZS, 2011, p. 400, tradução nossa). Desde o seu início, a produção
literária era elitizada, então a pirataria acessibilizou para a população no geral, não
agradando às elites. Dessa forma, em 1850, nos Estados Unidos da América, foi
aprovada uma lei que permitia a construção de bibliotecas públicas, disponibilizando
gratuitamente obras que antes eram privadas. Isso não agradou à classe dominante,
que usou como argumento que “com a aprovação da lei, as pessoas perderiam o
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interesse em escrever novos livros, pois não haveria mais mercado e assim não
haveria como lucrar com a editoração” (CESAR, 2013, p. 23).
Ainda nos anos 1960, já havia tecnologias que auxiliavam pessoas comuns a
realizar cópias caseiras de produtos físicos, como fitas cassetes e o objeto de estudo
desta pesquisa, os livros. Para isso, era utilizada a máquina de fotocópia, uma
tecnologia criada pelo físico Chester Carlson e, posteriormente, comprada pela
empresa Xerox, segundo Kleina (2017). A indústria não era favorável ao fácil acesso
da população, mas “a inovação teve de ser abraçada e as leis adaptadas às novas
possibilidades tecnológicas” (CESAR, 2013, p. 25). As leis adaptadas referem-se às
leis de direitos autorais, que serão discutidas mais à frente.

1.2 PIRATARIA LITERÁRIA NO MUNDO DIGITAL

Em 1957, a ARPA (Advanced Research Project Agency) foi criada, tendo como
objetivo principal o “desenvolvimento de programas respeitantes aos satélites e ao
espaço” (ALMEIDA, 2005, p.1). Em meio às disputas entre Estados Unidos e à União
Soviética, durante a Guerra Fria, cientistas americanos da Universidade da Califórnia
(UCLA) herdaram da Força Aérea Americana um enorme computador, que daria
permissão à ARPA para acessar uma área até então desconhecida: a informática.
Com esse acesso, surgiu a necessidade de “criar uma rede nacional de
computadores, para ser um sistema de comunicação e defesa, a fim de informar sobre
possíveis ataques terroristas. O sistema foi denominado Arpanet” (ROCHA; FILHO,
2016, p. 1 e 2).
A Arpanet tinha como objetivo permitir o compartilhamento, via computadores,
de informações adquiridas dentro da ARPA. Em 1975, a Arpanet tornou-se parte da
Agência de Comunicação e Defesa - já que, desde o início, seu propósito era auxiliar
os Estados Unidos, em casos de guerras e conflitos. Porém, alguns anos após essa
integração, a rede de computadores dividiu-se entre uma voltada para fins militares e
outra, para o que hoje conhecemos como internet, segundo Rocha e Filho (2016).
A partir da década de 1980, a internet começou a ter espaço na vida da
população. Com a criação da World Wide Web (WWW), por Tim Berners Lee, a rede
cresceu com rapidez e ainda cresce nos dias atuais.

A Internet transforma-se num sistema mundial público, de redes de


computadores - numa rede de redes -, ao qual qualquer pessoa ou
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computador, previamente autorizado, pode conectar-se. Obtida a conexão, o


sistema permite a transferência de informação entre computadores. A infra-
estrutura utilizada pela Internet é a rede mundial de telecomunicações
(ALMEIDA, 2005, p. 4).

Com a rápida disseminação de computadores e fácil acesso à rede, o principal


objetivo da Arpanet também cresceu. O compartilhamento de arquivos tornou-se mais
fácil, contribuindo, assim, para o avanço acelerado e crescente da pirataria virtual.
Diversos sites, como o Napster e o Pirate Bay, foram criados com essa finalidade,
criando comunidades que partilhavam arquivos e softwares de forma ilegal.
No mundo literário não é muito diferente. Segundo Silva (2023), a literatura
científica possui sites que armazenam arquivos e os disponibilizam gratuitamente,
mas de maneira ilegal.

Um exemplo de pirataria pode ser verificado por meio das plataformas digitais
colaborativas que fazem o armazenamento e disponibilização de materiais
científicos como o Sci-Hub e o ResearchGate, por exemplo. Silva (2020), nos
diz que as plataformas digitais colaborativas são espaços na internet em que
os usuários inserem e compartilham materiais entre si (SILVA, 2023, p. 2).

A internet revolucionou a maneira como as obras culturais são produzidas. Livros


anteriormente eram vendidos em formato físico; atualmente, existem os e-books, que
podem ser lidos em qualquer dispositivo móvel. Este feito facilitou o acesso da
população a uma grande quantidade de produções literárias, porém a capacidade de
compartilhar esses arquivos rapidamente e sem custo levaram a um aumento
significativo na pirataria de livros.
Em recente pesquisa realizada pela empresa Akamai, o relatório “Piratas à
vista” (2022) ranqueou o Brasil como 5º país no mundo em número de acessos à
conteúdos piratas.
[...] o Brasil atingiu o marco de 4,5 bilhões de streams e downloads não
licenciados em visitas a páginas da web que oferecem acesso a filmes e
programas de televisão, via um navegador ou aplicativo móvel, além é claro,
de downloads realizados através da plataforma torrent (DIAS, 2022, p. 8).

O setor editorial foi o segundo mais afetado, de acordo com a investigação da


empresa. O mercado de livros possuiu 30 bilhões de visitas em sites, ficando atrás
somente do setor televisivo. “Os principais websites de pirataria se concentram
fortemente em mangá e em outros conteúdos baseados em livros, com o principal
14

website registrando mais de 955 milhões de visitas durante o período de geração de


relatórios” (AKAMAI, 2022, p. 10).
A facilidade de compartilhar arquivos na Internet é uma das principais razões
para o aumento da pirataria literária no Brasil. Os sites de compartilhamento de
arquivos e as redes sociais permitem que os usuários baixem livros ilegalmente e
compartilhem esses arquivos com outros. A falta de regulamentação e fiscalização
também é um fator que facilita a disseminação da pirataria.
Outro fator contribuinte para a pirataria literária no Brasil é o alto preço dos
livros. Segundo Dias (2022), basta pesquisar em redes sociais para observar o debate
sobre a problemática, porém há um consenso, “os leitores pirateiam, principalmente,
por não terem condições financeiras de arcar com os custos de adquirirem os livros”.
De acordo com os resultados do 13º Painel do Varejo de Livros no Brasil,
realizado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Nielsen Book,
o preço médio de livros em 2022, no Brasil, foi de R$ 46,93, tendo uma alta de 8,5%
em relação ao ano anterior. Ainda que o mercado literário tenha conseguido respirar,
os altos preços ainda afastam parte da população. Em uma pesquisa feita pelo
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o
salário mínimo necessário para “suprir as despesas do trabalhador com uma família
de quatro pessoas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene,
transporte, lazer e previdência” (RODRIGUES, 2022) deveria ser de R$6.676,11, em
abril de 2023. O salário mínimo na mesma época é de R$1.302.

Levando isso em conta, é perceptível que o atual cenário sócio econômico


acaba contribuindo para que o acesso à compra de livros seja cada vez
menor, prejudicando não apenas o leitor, mas também editoras, escritores e
todos os trabalhadores envolvidos no processo de publicação de um livro.
Para que uma editora exista, é essencial que haja oferta e demanda, e, a
partir do momento que a demanda cai, a oferta encarece e, naturalmente, fica
mais inacessível (RODRIGUES, 2022, p. 1).

A divulgação desses materiais é feita por sites, como LeLivro e Docero, e pelas
redes sociais, principalmente Telegram. No último, é onde encontram-se mais obras
pirateadas, onde usuários podem solicitar diferentes livros e os terem disponíveis em
formatos diferentes (PDF1, ePub2, Mobi3). Os que mais sofrem com esses vazamentos

1
PDF: Portable Document Format, formato de arquivo independente de aplicativo ou sistema.
2
ePub: Eletronic Publication, formato de arquivo digital, livre e aberto, específico para livros digitais.
3
Mobi: Mobipocket, formato pertencente à Amazon.
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ilegais são os autores independentes - aqueles que publicam seus livros por conta
própria, normalmente em plataformas como a Amazon.

Esses autores têm seus livros publicados de maneira independente, em


forma de ebook, na plataforma Amazon, muitas vezes por valores simbólicos,
e, posteriormente, quase sempre, seus livros são vazados de maneira ilegal
e gratuita, em grupos de plataformas como o Telegram (SILVA, 2023, p. 9).

A empresa americana Amazon é um dos maiores sites de venda de livros,


contando com os Kindles - aparelhos eletrônicos para leitura de e-books - e com o
Kindle Unlimited, um serviço de assinatura que disponibiliza milhares de livros para
serem lidos a qualquer momento pelo aplicativo do serviço. Os autores independentes
assinam contratos de exclusividade com a empresa para terem suas obras no site e
no serviço. No entanto, no início de 2023, a Amazon removeu diversos livros de seu
sistema, após as obras serem encontradas em sites piratas.

De acordo com os escritores envolvidos na situação, eles foram notificados


por e-mail pela Amazon, que os avisou que seus livros haviam sido
encontrados em outros locais da internet. Devido a isso, as obras haviam sido
apagadas do Kindle Unlimited, e, em alguns casos, até mesmo a conta do
autor havia sido removida da plataforma (ALVES, 2023, sp).

Diante do exposto, a pirataria literária tem um impacto negativo sobre a


indústria editorial e autores, que perdem receita e direitos autorais. Ainda que a
pirataria seja a forma como os usuários encontraram de acessibilizar obras culturais,
o ato é considerado crime no Brasil, de acordo com o Código Penal.

1.3 DIREITOS AUTORAIS

De acordo com a Associação Brasileira de Música e Artes (ABRAMUS), direito


autoral “são normas estabelecidas pela legislação para proteger as relações entre o
CRIADOR e a utilização de suas CRIAÇÕES, sejam elas criações artísticas, literárias
ou científicas, como por exemplo textos, livros, pinturas, músicas, ilustrações,
fotografias etc.”. No Brasil, a Lei dos Direitos Autorais (lei 9.610) foi posta em vigor em
1998, dando ao dono de obras intelectuais “benefícios morais e patrimoniais
resultantes da exploração de sua criação” (ABRAMUS).
16

Os direitos autorais asseguram o autor de total controle sobre suas criações,


tornando o compartilhamento sem autorização uma violação deste direito, fazendo
com que as pessoas pirateiam sofram sanções, penais ou cíveis.

No aspecto penal, [as sanções] possuem como principal objetivo a


punibilidade do infrator, evitando futuras possíveis violações, enquanto no
aspecto cível, a finalidade é a de reparar o dano causado ao autor (DIAS,
2022, p. 16).

A grande importância do cumprimento desses direitos é o reconhecimento do


trabalho do autor. Os produtores de obras culturais possuem um papel fundamental
para a sociedade e sua cultura, pois são eles quem a dissemina. “É fundamental que
seja reconhecida a importância do trabalho intelectual e de defender os interesses,
sejam eles profissionais, sociais, culturais ou pessoais” (BLATTMANN; RADOS, 2001,
p. 86).
Com a disponibilidade da internet para a população, intensificando a
conectividade global, o número de violações de direitos autorais cresceu
exponencialmente.

[...] ao mesmo tempo em que o acesso a internet vem registrando um grande


aumento de usuários, resultado do crescente número de computadores, da
inclusão digital e, sobretudo, da maior credibilidade dos usuários a essa
interação social, essa popularidade tem por outro lado acarretado um
crescente número de violações aos direitos autorais (SANTOS, 2021, p. 60).

Dessa forma, o controle sobre as produções culturais se tornou um desafio


principalmente para os profissionais do Direito. De acordo com Corrêa (2000, p. 3
apud SANTOS, 2021, p. 65), as tecnologias são “lacunas objetivas” e, portanto, é
necessário o estudo, o entendimento e, possivelmente, o preenchimento dessas para
facilitar o desafio.

A internet forma hoje a maior rede de comunicação em massa que apresenta


todos os conteúdos e serviços que ligam entre si todos os usuários do globo
terrestre, promovendo o compartilhamento das informações, conteúdos,
obras artísticas, etc (SANTOS, 2021, p. 67).

A internet tem um papel de grande importância para a sociedade, já que o


mundo se tornou hiperconectado graças a ela. Porém, essa ligação tecnológica acaba
sendo o intermédio entre comunicação e pirataria, e a fiscalização dessa rede
17

demorou para acontecer, principalmente no Brasil. Até alguns anos atrás, existia o
pensamento de que a internet não poderia ser regulada, que era um meio livre e não
deveria ser controlada.
Ainda que esse pensamento esteja presente na sociedade e na rede, é notável
que as leis - e, nesse caso, a de direitos autorais - são implementadas em casos
virtuais, ainda que sejam necessárias atualizações para melhor aplicação. “As
características do ambiente digital podem acarretar a implosão do regime de proteção
autoral com uma nova revolução do processo criativo e da forma de utilização da obra
intelectual” (SANTOS, 2021, p. 68). Portanto, a divulgação ilegal de materiais
pirateados terá mais fiscalização.
Dentro da discussão envolta dos direitos autorais, existe um tópico importante
a ser abordado: o domínio público. Ele garante o livre acesso, sem ferimento de leis,
à propriedade intelectual de autores desconhecidos ou falecidos, após 70 anos da
morte. Segundo Martins (2019, p. 19), “o domínio público alude a ideia de uso comum,
por qualquer pessoa”, ou seja, caso o usuário compartilhe obras que estão neste
domínio, não haverá punição.
No mundo, os direitos autorais podem ser entendidos por duas ideias: o
copyright e o Droit d’Auteur. O primeiro garante os direitos a quem tem controle da
obra, podendo não ser o produtor; o segundo, a produção intelectual é a respaldada
pelas leis. No Brasil, segue-se o Droit d’Auteur, tendo como objetivo garantir que o
autor sempre será reconhecido pela obra, também dando o controle econômico sobre
seus livros.

No Brasil, os direitos autorais são protegidos em função da criação intelectual,


função essa que envolve a criatividade, traço inerente ao ser humano, que
possibilita o desenvolvimento cultural, científico e tecnológico de toda uma
sociedade (MARTINS, 2019, p. 20)

Esta proteção é vista como um incentivo para produtores culturais, dando total
controle sobre a obra, além de uma parte em lucros. Dessa forma, a segurança da
propriedade intelectual é garantida e, ainda que haja necessidade de uma atualização
devido aos rápidos avanços da tecnologia, é importante que o autor saiba seus direitos
e busque proteção legislativa.
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2 GRANDE REPORTAGEM MULTIMÍDIA

A ascensão da internet revolucionou o Jornalismo, alterando profundamente a


forma como as notícias são produzidas e consumidas. A amplitude de elementos
multimídias, que a tecnologia ofertou para a divulgação de notícias, foi essencial para
o surgimento da Grande Reportagem Multimídia (GRM), gênero que possibilita uma
grande imersão em reportagens especiais - como o Snow Fall, do The New York
Times, ou A Batalha de Belo Monte, da Folha de S. Paulo.
A GRM oferece uma nova dimensão à prática jornalística, explorando a
colaboração entre diferentes mídias para construir uma narrativa rica e completa. A
utilização de imagens, vídeos, áudios, infográficos e outros elementos, além da
adoção dos textos longos – conhecidos como longform -, se tornou uma maneira de
atrair leitores e os imergirem em uma nova experiência, o webjornalismo. “As
reportagens [...] são feitas para serem lidas, vistas, ouvidas não apenas em desktops,
mas também em dispositivos móveis, como celulares e tablets”, afirmam Longhi e
Winques (2015), declarando que o ambiente online também traz “novas tendências
na produção jornalística, uma renovação dos hábitos de leitura” (LONGHI; WINQUES,
2015, p. 115).

2.1 JORNALISMO ONLINE

Em meados dos anos 1990, o jornalismo ganha mais um meio de transmissão


de informações: a internet. Até o momento, as notícias eram divulgadas por meio do
jornal impresso, do rádio ou da televisão e, com o jornalismo online, esses meios
tiveram que se adaptar a uma nova realidade. “Muito mais do que transportar os
conteúdos para a Web e colocá-los em rede, os meios de comunicação devem
adaptar-se à nova plataforma e criar novos conteúdos que complementem os já
existentes através do uso de uma linguagem própria” (MARTINS, 2013, p. 5).
O início do jornalismo online foi conturbado. Segundo Scott (2005, p. 93 apud
FERREIRA, 2022, p. 21), o jornalismo digital era visto como um auxiliar do impresso
e do televisivo, previsto apenas como uma “nova ferramenta de distribuição”
(FERREIRA, 2022, p. 21). Com o passar dos anos, empresas midiáticas buscavam
formas de atrair os leitores e consumidores para o ambiente virtual. “Denotava-se uma
tentativa constante de adaptação ao mercado e diferenciação do modelo tradicional
impresso, procurando-se lançar ofertas atrativas para os consumidores” (FERREIRA,
19

2022, p. 22). A partir desse momento, a convergência de conteúdos no jornalismo


online surgiu, com a utilização de “hipertexto, multimídia e interatividade” (FERREIRA,
2022, p. 22).
Em seu princípio, o jornalismo online era caracterizado pela transposição de
conteúdos de outros meios para o digital.

[...] as publicações mantêm as características essenciais dos meios que lhes


deram origem. No caso dos jornais, as versões online acrescentam a
actualização constante, o hipertexto para ligações a notícias relacionadas e
a possibilidade de comentar as notícias. No caso das rádios, a emissão está
disponível online, são acrescentadas algumas notícias escritas e
disponibilizam-se a programação e os contactos. As televisões têm também
informação escrita, à qual são acrescentadas notícias em vídeo, a
programação do canal e os contactos (CANAVILHAS, 2006, p. 114).

O mundo virtual também resultou em quatro modelos do jornalismo online que


podem, também, ser visto como fases, de acordo com Cabrera Gonzalez (2000, apud
CANAVILHAS, 2006, p.114): (1) a fac-símile, (2) o modelo adaptado, o (3) modelo
digital e (4) o modelo multimídia. O primeiro é uma reprodução simples de um jornal
impresso, por meio da digitalização do conteúdo ou de um PDF; no segundo, os links
são incorporados no texto, além da apresentação ser feita em um layout próprio; o
modelo digital conta com a utilização de hipertexto e a interatividade do leitor, além da
rápida atualização de notícias, diferente do impresso; por último, vêm “as publicações
tiram o aproveitamento máximo das características do meio, nomeadamente a
interactividade e a possibilidade de integrar som, vídeo e animações nas notícias”
(CANAVILHAS, 2006, p. 114).
A internet também teve um papel de extrema importância para o jornalismo com
a mudança de consumo das notícias. Isso se deu pela facilidade no acesso de
informações, disponíveis gratuitamente no ambiente, explicando “a migração dos
leitores para a Internet, acentuada pela personalização e customização da entrega de
notícias e a interação entre leitores através de comentários e partilhas (FLEW, 2012,
p.8)” (FERREIRA, 2022, p. 23). Ferreira aponta também a queda no número de
leitores ao periódico impresso, principalmente em jovens que possuem preferência
para a leitura online.
A conexão entre comunicadores e público ficou mais estreita a partir da
interação, possibilitada pela tecnologia. Os leitores podem interagir tanto com a
notícia, quanto com quem produziu o conteúdo e com os usuários que também
20

consumiram. Porém, os “órgãos de comunicação devem agora gerir uma crescente


quantidade de comentários, em fóruns, secções de comentários e, ainda, nas
interações entre utilizadores nas suas redes sociais” (FERREIRA, 2022, p.24).
Para a linguagem no formato digital é importante que o jornalista possa - e
saiba - utilizar os artifícios que a internet oferece:

No geral, toda a produção jornalística no meio online deve utilizar o máximo


de ferramentas que potencializem os próprios conteúdos e os tornem
atractivos, cativando a atenção dos utilizadores e despertando o seu
interesse pela informação veiculada. (MARTINS, 2013, p. 8)

Segundo Daniel Will Harris (apud MARTINS, 2013, p. 8), existem dez critérios que
devem ser utilizados na produção de conteúdos jornalísticos, entre eles estão:

[...] conhecimento da audiência, isto é, deve-se ter em conta as rotinas, as


necessidades e os interesses do utilizador; pensar primeiro e diferente, ou
seja, a informação deve ser transmitida utilizando o meio que permita um
melhor ângulo de abordagem e enquadramento; [...] dar ênfase ao lead, que
é o mais importante no online, visto que os utilizadores querem ter acesso às
informações principais de uma forma rápida e imediata; [...] ser claro
relativamente áquilo que se pretende comunicar; [...] não esquecer a
veracidade das informações, a questão das fontes e os parâmetros éticos da
profissão. (MARTINS, 2013. p. 8)

A tecnologia também ofereceu, graças ao Flash e ao HTML 5, softwares


utilizados para produzir conteúdos gráficos para as matérias jornalísticas. Seu uso vai
desde design e aspecto de websites até a criação de conteúdos, como infográficos. A
utilização dessas aplicações e desses elementos foi essencial para o surgimento da
grande reportagem multimídia (GRM) no ambiente online.

2.2 A GRANDE REPORTAGEM MULTIMÍDIA

Os anos 2000 foram importantes para o jornalismo digital. Com a tecnologia


integrada na produção de reportagens, os elementos e aspectos multimídia também
foram incluídos. O primeiro desses elementos a ganhar espaço foi o hipertexto,
recurso que permite o leitor escolher a forma como as informações serão consumidas,
não apenas de maneira linear – como era com o impresso. “Nojosa (2010) afirma que
o hipertexto é um conjunto de nós e significações conectados entre palavras, páginas,
fotografias, imagens, gráficos, sequências sonoras, entre outros” (WINQUES, 2016,
p. 22).
21

A Grande Reportagem Multimídia (GRM) é um gênero jornalístico que utiliza


elementos multimídia – como imagens, vídeos, áudios, infográficos, hiperlinks, design
de site – em conjunto com textos longos, ou longform, para convergência de
linguagens e maior aprofundamento em temas tratados pelo jornalismo. Já o conteúdo
gerado pode ser consumido através de diferentes telas, como computador, celular,
tablet, e, alguns deles, são transmitidos em outros meios.

Reportagem multimídia é um recurso utilizado pelos profissionais da


comunicação que combina elementos diferentes na produção da notícia,
tornando a matéria mais completa, compreensiva e atrativa, com o objetivo
de interagir e chamar a atenção do leitor. Isto pode se dar através de vídeos,
fotos, gráficos, textos, animações, mapas, entre outros recursos
hipermidiáticos (SOUZA, 2020, p. 2)

Segundo Longhi (2014, p. 4), os produtos noticiosos multimidiáticos passaram


por três fases na internet: “1. o slide-show noticioso, no início dos anos 2000; 2. os
especiais multimídia, de meados de 2000 a 2011, e 3. a grande reportagem multimídia,
de 2012 em diante”. Em meados dos anos 2000 e na segunda fase, o Flash foi
incorporado na produção jornalística, iniciando, assim, o flashjounalism (MCADAMS,
2005 apud LONGHI, 2014, p. 899), que possuía muita qualidade e aproveitava o
ambiente e os softwares da época. Ao final da década, surgiu o HTML5, que resolvia
algumas desvantagens do Flash,

tais como: não ser preciso baixar plug-ins (aplicativos necessários então para
rodar arquivos de vídeo, sons, etc); consome menos recursos de máquina,
menos energia, e tem a vantagem de rodar em vários navegadores e em
vários dispositivos diferentes. (OLIVEIRA, 2014 apud LONGUI, 2014, p.9)

A primeira reportagem especial no meio online foi Snow Fall – The avalanche
at Tunnel Creek (2012), do jornal The New York Times, que “descreve de forma
inovadora uma avalanche de neve em Washington no ano de 2012” (WINQUES, 2016,
p. 67). A GRM contou com seis capítulos, elementos multimídias interativos e milhões
de visualizações; contou também com uma narrativa vertical, feita através da rolagem
de tela – scroll (LONGHI; WINQUES, 2015, p. 121 apud WINQUES, 2016, p. 69). O
pioneirismo do Snow Fall foi responsável pela popularização do gênero, que também
possui notoriedade no Brasil com matérias realizadas pelos jornais UOL Tab, Intercept
Brasil e Folha de S. Paulo.
22

2.3 ELEMENTOS MULTIMÍDIA

Para que a grande reportagem seja considerada multimídia, é necessário que


ela possua elementos midiáticos combinados com o texto longform. “[...] a designação
de multimédia abarca diferentes conceitos que o caracterizam, nomeadamente, a
integração, interactividade, hipermédia, imersão e narratividade” (MARTINS, 2013,
p.4).
Segundo Martins (2013), integração é a combinação de tecnologia e arte para
ter uma expressão híbrida; interatividade é a capacidade que o usuário possui de
interagir e ter sua própria experiência com o ambiente; hipermídia é a fusão entre
texto, som e imagem, na qual o utilizador possa navegar da maneira que quiser, sem
afetar sua experiência; e a narratividade é a forma que o leitor escolhe navegar pela
matéria, de forma livre (MARTINS, 2013, p.4).
Os principais elementos de uma reportagem multimídia são textos, vídeos,
áudios, imagens, animações e gráficos. A utilização deles incorpora os diferentes
meios de comunicação anteriores à internet, comprovando “a possibilidade da Internet
incorporar os diversificados meios de comunicação, designadamente a rádio,
televisão e imprensa, e a sua capacidade de os distribuir através de uma tecnologia
especial” (POSTER apud MARTINS, 2013, p. 4).
Para uma análise aprofundada sobre os elementos multimídias e seu papel na
GRM, serão analisados os aspectos da reportagem Snow Fall, pioneira do gênero.
Dividida em seis capítulos, é possível perceber que o texto é o elemento principal.
Ainda que não seja uma obrigatoriedade, Snow Fall conta com uma linguagem
literária, contando o que aconteceu no deslizamento com discursos diretos dos
sobreviventes. Além da divisão em capítulos, existem subcapítulos, aprofundando
mais a história.
Os elementos audiovisuais da reportagem contêm vídeos gravados local do
deslizamento – antes, durante e depois do desastre -, entrevistas com os
sobreviventes e familiares das vítimas, e áudios de ligações para a emergência
americana, o 911. Além deles, ao final da GRM existe um documentário produzido
pela equipe. Esses componentes são importantes para ilustrar os acontecimentos,
dando embasamento para as informações apresentadas no texto.
O fotojornalismo é um componente fundamental para qualquer reportagem, e
para uma grande reportagem multimídia não seria diferente. Além de apresentar uma
23

situação semelhante à de 2012, porém em 1910, a reportagem conta com fotos dos
sobreviventes e familiares das vítimas, do local antes do desastre. A apresentação é
feita por meio de slide shows ou galerias e sempre com legendas, necessárias para a
contextualização das imagens postas.
Ainda que Snow Fall não apresente gráficos com dados, ela conta com a
presença de diversas animações. Em sua maioria, são imagens animadas sobre a
localização do acontecimento, mostrando os principais pontos das montanhas, a
meteorologia do momento, a espessura da neve no local, entre outros. As animações
são elementos interessantes para apresentar informações, pois exibem de forma
lúdica e atraente para o público.
Os elementos multimídias presentes em uma GRM podem ser variados, porém
são necessários para que a reportagem seja considerada multimídia. Com os avanços
da tecnologia, a produção de uma GRM se torna mais dinâmica e interessante para
os jornalistas, pela diversidade de conteúdos que podem ser produzidos por meio dos
componentes.
24

3 DA PRENSA À WEB: COMO A PIRATARIA AFETA O MUNDO LITERÁRIO

Neste capítulo, será apresentado o memorial descritivo deste projeto


experimental que teve como objetivo a produção de uma grande reportagem
multimídia, levando em consideração as principais características a compõe.
O trabalho teve como inspiração e guia os trabalhos realizados pela autora nas
disciplinas de Reportagem Investigativa e Jornalismo de Dados, no segundo semestre
de 2021. A partir de relatos observados por meio da rede social Twitter, a pauta
escolhida buscou explorar o mercado editorial e como a pirataria interfere nesse ramo.
O trabalho foi publicado na plataforma de criação de site Weebly e contou com
a ajuda de profissionais de áreas diferentes para que ele fosse concluído. E, aqui,
serão descritos todos os passos seguidos para a produção da matéria, presente no
seguinte link: https://daprensaaweb.weebly.com.

3.1 PAUTA

O tema “Pirataria Literária” foi elaborado a parir de relatos feitos por autores
independentes em suas redes sociais, expondo as situações que estavam passando
devido às suas obras estarem disponíveis em sites piratas. Ao elaborar o trabalho final
para a disciplina de Reportagem Investigativa, foi definido o tema, para um maior
aprofundamento em causas e consequências da prática. Para o trabalho de conclusão
de curso, foi decidido prosseguir com a pesquisa, com um olhar mais acadêmico e
amadurecido.
O objetivo da pauta é apresentar como a pirataria afeta autores e editoras e os
motivos para que ela esteja tão presente na comunidade online. Para a montagem, foi
escolhida a grande reportagem multimídia, um formato utilizado para estudar mais a
fundo temas importantes, utilizando elementos multimídias – como vídeo, áudio,
imagens –, com o intuito de introduzir mais informações em formatos diferentes.
A finalidade da pesquisa é mostrar que a pirataria está presente na sociedade
desce o século XV, mas sua finalidade sempre foi a democratização da informação.
Quando, ainda na época da invenção da prensa móvel, os livreiros copiavam as obras
para vender para a população, tirando controle do conhecimento da Igreja Católica,
uma parte dos usuários que estão por trás de sites e grupos em redes sociais
atualmente têm o mesmo pensamento. Existem aqueles que pirateiam porque é mais
25

fácil e existem os que pirateiam porque é a única forma que tem de ter acesso àquele
conteúdo.

3.2 APURAÇÃO

Durante o processo de pesquisa, o maior entrave encontrado foi a pouca


quantidade de artigos e livros sobre pirataria literária. A maior parte disponibilizada na
internet tinha como objeto de estudo a pirataria de música, de softwares, ou não
tinham conteúdo aprofundado.
Para a criação da matéria, a apuração para as entrevistas foi essencial. Foram
quatro entrevistados: um dono de editora, um diretor de marketing de uma editora,
uma escritora e analista de marketing de outra editora e uma professora de Direito. As
conversas foram realizadas por meio de videochamada na plataforma Microsoft
Teams, por e-mail e presencialmente. Seguem as perguntas feitas para o
levantamento de informações:

Luís Carlos Bittencourt: dono da editora iVentura e autor de livros


• Breve apresentação.
• Você tem uma grande importância para o jornalismo brasileiro e um de seus
livros era comumente usado em sala de aula, sendo xerocado para os
alunos. Ainda naquela época, esse ato já era considerado como pirataria
literária. Isso afetou alguma coisa na sua carreira literária? Como você
enxerga esses atos?
• Atualmente, você é dono da iVentura, uma editora voltada para a literatura
acadêmica. Vocês são afetados com a pirataria? Se sim, como?
• Você está por dentro da produção de um livro desde a edição até a
distribuição. Em que etapa desse processo a pirataria pode acontecer?
• Você foi coordenador do curso de Jornalismo por 15 anos e agora está
focado na editora. Com as duas experiências, como você
enxerga a pirataria? Existe alguma forma de conseguir evitar? Quais os
principais motivos que você acha que isso acontece?

Bruno Zolotar: diretor de marketing da Editora Rocco


• Breve apresentação.
26

• O que faz um diretor de marketing?


• Você tem muita experiência na área de marketing, trabalhando no Grupo
Record e, atualmente, na Rocco. Acabamos de sair de um período
complicado, que foi a pandemia. Como o mercado editorial passou por esse
período?
• Agora, com uma visão pós-pandêmica, vocês mudaram as estratégias de
marketing, de comunicação?
• Em algumas pesquisas feitas durante a época da pandemia, foram
apresentados números que mostraram um crescimento na pirataria digital,
inclusive no setor editorial. Vocês foram afetados por isso? Se sim, como
lidaram com a situação?
• Como diretor de marketing, como você conduz os planejamentos
atualmente?
• As vendas foram afetadas com o aumento da pirataria e a alta no preço dos
livros? Como?
• Esse ano, temos a Bienal do Livro no Rio de Janeiro, além de outros eventos
literários. Esses eventos são atrativos para vocês? É o momento que vocês
mais vendem livros e utilizam o marketing para divulgar os produtos
presentes nessas ocasiões? Como funciona?

Ana Rosa: escritora e analista de marketing do Grupo Editorial Record


• Breve apresentação.
• Qual sua função na editora Record?
• Há quanto tempo você trabalha no mercado editorial?
• Você é autora e está na produção de seu primeiro livro solo, mas segundo
na carreira. Durante esse tempo, você passou pela situação de seu livro
estar sendo pirateado? Se sim, como você lidou com isso, quais medidas
foram tomadas? Se não, conhece algum autor que passou por isso?
• Você tem em mente que medidas tomar caso aconteça com você?
• Você trabalha com marketing dentro da editora. Na sua função, como é
tratado o assunto pirataria?
• Como vocês, durante a pandemia, lidaram com o aumento da pirataria? Isso
afetou o trabalho? Foi conversado com vocês?
27

• Qual a sua opinião sobre a pirataria? Sabemos que essas ações são
prejudiciais tanto pros autores quanto paras editoras, mas também é uma
forma de acesso a leitura.

Alexandra Godoy: doutora em Direito, com pós-doutorado em Direito e novas


tecnologias.
• Qual a sua formação?
• O que são os direitos autorais?
• Como os autores e editoras (literários) podem ser respaldados por esses
direitos?
• Em que momento que devem ser acionados os advogados para tomar as
medidas necessárias?
• Qual deve ser o procedimento para denunciar sites e grupos em redes
sociais que praticam pirataria?
• Você acredita que as leis de direitos autorais devem ser atualizadas?

Foram contactadas duas bibliotecárias, para entender melhor o processo


técnico da publicação de livros, mas não obtivemos respostas. Caso elas
respondessem, as perguntas seriam as seguintes:
• Quando e onde você se formou?
• Onde você trabalha atualmente?
• O que faz um bibliotecário/biblioteconomista?
• Como funciona a catalogação de livros?
• A pirataria é uma prática recorrente, inclusive a de livros e sabemos
que não tem como confirmar que o conteúdo pirateado está 100%
igual ao original. De que forma o bibliotecário combate essa prática?
• Como as bibliotecas podem auxiliar na democratização da leitura?
• Como as bibliotecas tem controle sobre os arquivos digitais em seu
acervo? Todos estão em domínio público?
• De que maneira é realizado o processo de cadastramento de
livros digitais?
28

3.3 RECURSOS UTILIZADOS

Para a produção de gráficos, foram feitas pesquisas sobre o preço dos livros,
gastos com transporte (2021 e 2022), valor de cesta básica (2021 e 2022), valor de
aluguel (2021 e 2022) e o salário mínimo (2021 e 2022). Esses infográficos foram
planejados para comparar o preços dos livros com os gastos básicos de uma pessoa
que ganha um salário mínimo. Segue o resultado:

Figura 1: gráfico que mostra o custo de vida no ano de 2021.

Fonte: DIEESE, SNEL, PicPay e FipeZap

Figura 2: gráfico que mostra o custo de vida no ano de 2022.


29

Fonte: DIEESE, SNEL, PicPay e FipeZap

Figura 3: gráfico que mostra a comparação do custo de vida dos anos de


2021 e 2022.

Fonte: DIEESE, SNEL, PicPay e FipeZap

As demais imagens presentes na reportagem foram enviadas pelos


entrevistados, contando com imagens de eventos (Bienal do Livro de São Paulo e
Encontro de Livreiros Rocco), como imagens pessoais.
30

Figura 4: foto do estande da editora Rocco na Bienal do Livro de São


Paulo.

Fonte: Arquivo pessoal de Bruno Zolotar.


31

Figura 5: foto do evento Encontro de Livreiros Rocco.

Fonte: Arquivo pessoal de Bruno Zolotar.

Para a elaboração dos títulos da reportagem e das subretrancas da


reportagem, foram utilizados bancos de imagens gratuitos (Pixabay e Canva). Todas
as artes presentes foram realizadas no Canva, como gráficos, animação para podcast,
títulos e imagens para Agradecimentos e Equipe.
As entrevistas foram realizadas pela plataforma Microsoft Teams e
pessoalmente. As que foram gravadas virtualmente se tornaram podcasts, por pedido
do entrevistado e pela baixa qualidade da imagem. A gravada pessoalmente contou
também com a gravação de áudio, porém, devido à problemas técnicos, o som parou
de funcionar e não acompanhou o vídeo. Dessa forma, foi escolhido manter o áudio
original gravado pela câmera e tratar o áudio dela, além de utilizar legendas para
melhor entendimento do espectador.
32

3.4 ESCRITA E EDIÇÃO

Para o trabalho, foram realizados três produtos audiovisuais: um vídeo, dividido


em oito partes, e dois podcasts. O vídeo foi gravado com o apoio do estagiário do
NFoto e estudante de Jornalismo, Rafael Alves, com a câmera Canon T6 e lente 18-
55 mm. O espaço para a gravação foi cedido por Marlene Blois, dona da galeria MBlois
e amiga do entrevistado Luís Carlos Bittencourt, e sua estagiária, Yasmin Bertazini,
estudante de Jornalismo, abriu o local e ajudou na gravação. Os podcasts foram
gravados de forma virtual, através da plataforma Microsoft Teams. A edição dos
materiais audiovisuais foi feita pela estagiária da Alkimia Produções e estudante de
Cinema e Audiovisual, Vania Volpe, após um processo de decupagem e análise das
partes mais importantes para o produto final.
Os infográficos foram produzidos por meio da ferramenta Canva, com o visual
pensado em remeter à piratas – originários da ação trabalhada no produto. Para o
levantamento e cálculo de dados e elaboração dos gráficos, Vinícius Leoni, aluno de
Ciências da Computação, foi o responsável.
A produção da GRM resultou em dois textos, um contendo a reportagem em si
e outro a conclusão do trabalho. Ao longo da primeira, foram inseridas as entrevistas
realizadas, os podcasts, os vídeos, os gráficos e as imagens enviadas pelos
entrevistados. O objetivo da matéria é apresentar como a pirataria afeita o mercado
literário, apresentando fatos que aconteceram durante a pandemia da COVID-19 até
os dias atuais. As matérias foram produzidas no Microsoft Word e foram revisadas
pela estudante de Jornalismo, Isabela Mello, antes de serem colocadas no ar.

3.5 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO PARA CIRCULAÇÃO

A GRM foi montada na plataforma Weebly – plataforma gratuita para montar e


criar sites, blogs ou lojas online de forma fácil –, com recomendação do estudante de
Design de Animação, Bruno Henrique Peres. O tema utilizado no site foi “Marcus Reid
– Unite – Blog”, com a imagem de capa produzida na ferramenta Canva.
O site foi dividido em quatro abas: “Pirataria Literária”, “Agradecimentos”,
“Equipe” e “Trabalho Completo”, que conta com duas abas: “TCC” e “E. Elas foram
pensadas após pesquisa e análise de diferentes reportagens, como Snow Fall4, do

4
JOHN BRANCH. THE NEW YORK TIMES. [S.l.]. THE NEW YORK TIMES, 2012. Disponível
em: https://www.nytimes.com/projects/2012/snow-fall/index.html#/?part=tunnel-creek. Acesso
33

jornal The New York Times e Crack: A invasão da droga nos rincões do sossego5, do
jornal Estadão. A análise de mais GRMs não foi possível pela não assinatura de sites
de notícias.
Após a análise de diferentes temas e escolher o que mais ornava com a ideia
inicial da autora, a pré-criação foi excluída e foram selecionados padrões para a
montagem do site. Para o título do site, a fonte escolhida foi Poly, para a barra de
navegação a fonte Karla, para o corpo do texto a fonte Arial e para os subtítulos a
fonte Vollkorn. A formatação foi justificada à esquerda, o tamanho da fonte do texto
tinha tamanho 12.

em: 15 jun. 2023.


5
RICARDO BRANDT. ESTADÃO. [S.l.]. ESTADÃO, 2014. Disponível em:
https://infograficos.estadao.com.br/especiais/crack/. Acesso em: 15 jun. 2023.
34

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo comprovou o conhecimento sobre grande reportagem


multimídia e a confirmação de que, para a elaboração de reportagens – inclusive a
Grande Reportagem Multimídia –, é necessária uma equipe multidisciplinar. Para o
trabalho, o grupo convocado auxiliou a autora em diversas áreas, como edição de
vídeo, revisão textual e montagem de infográficos.
O Jornalismo atual cobra que o profissional seja multifuncional e, com essa
pesquisa, foi possível perceber que a equipe jornalística facilita a produção de
reportagens. O papel do jornalista à frente do trabalho é importante, porém é
necessária a ajuda de profissionais de áreas diferentes para que o resultado seja
positivo.
Foi apresentado que a pirataria sempre esteve presente na sociedade, mas foi
com a internet que a disseminação foi maior, pela alta conectividade da tecnologia. É
visto que, atualmente, esse compartilhamento ilegal acontece ou pelos altos preços
dos livros – tornando-os uma compra não prioritária para o consumidor – ou pela falta
de acesso a eles.
Foi possível compreender melhor como essa prática afeta autores e editoras,
principalmente na literatura acadêmica. Tendo em vista que o valor do livro pode ser
calculado pela tiragem, o livro científico, por não ter uma alta procura, acaba sendo
caro para dar o retorno aos produtores. Os autores, que muitas vezes são professores
também, preferem distribuir as obras, para divulgar seu trabalho e suas pesquisas.
Também foi perceptível a importância dos direitos autorais para a segurança
de produtores culturais. A Lei de Direitos Autorais (LDA), criada em 1998, protege os
proprietários de práticas ilegais, como pirataria e plágio. Com o avanço da tecnologia,
essa legislação torna-se importante pelo amplo compartilhamento que pode-se haver
na internet, ainda que sem o conhecimento do produtor. Por isso, autoridades movem
ações judiciais para travar a distribuição ilegal, apreendendo aparelhos eletrônicos de
usuários por trás desses esquemas.
Por fim, é possível concluir que a internet, ainda que facilitadora da pirataria,
facilitou o acesso à literatura. As bibliotecas virtuais disponibilizam livros de forma
gratuita e sites de e-commerce, como a Amazon, facilitam a compra por promoções e
serviços de assinatura, como o Kindle Unlimited. Porém, a prática ilegal afeta todos
os trabalhadores presentes em uma cadeia de produção literária e, aqueles que
35

dependem dessa renda são os mais afetados – como os autores independentes e


científicos.
36

REFERÊNCIAS

ABRAMUS. Afinal, o que é direito autoral?. ABRAMUS, [S. l.]. Disponível em:
https://www.abramus.org.br/noticias/8482/afinal-o-que-e-direito-autoral/. Acesso em:
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2023.

ALVES, Paula. Amazon pune autores do Kindle Unlimited por seus livros
aparecerem em sites piratas: Escritores com livros na plataforma da Amazon têm
um acordo de exclusividade com a empresa; obras foram removidas do serviço.
Tecnoblog, [S. l.], p. 1, 27 fev. 2023. Disponível em:
https://tecnoblog.net/noticias/2023/02/27/amazon-pune-autores-do-kindle-unlimited-
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literária, científica ou artística. [S. l.], 7 dez. 1940.

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37

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Helton Ricardo Ouriques. 2009. 63 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado
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