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ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS, EDUCAÇÃO, ARTES E

HUMANIDADES
BACHARELADO EM JORNALISMO

VITOR RIBEIRO STARLING

JORNALISMO DIGITAL E INTERATIVIDADE EM PRÁTICAS POLÍTICAS NO


CIBERESPAÇO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Salvador
2021
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VITOR RIBEIRO STARLING

JORNALISMO DIGITAL E INTERATIVIDADE EM PRÁTICAS POLÍTICAS NO


CIBERESPAÇO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Bacharelado em Jornalismo
da Universidade Salvador – Unifacs, como parte
requisito parcial para a conclusão das disciplinas
Metodologia de Pesquisa e Pesquisa Aplicada ao
Jornalismo.

Orientadora Profa. Larissa Neves

Salvador
2021
2
Este trabalho de revisão bibliográfica é dedicado a toda comunidade discente e
docente que deseja conhecer mais sobre o tema proposto em uma vasta gama de citações
e ensinamentos de autores consagrados e intelectuais que traçam características e
conceitos referentes ao espaço digital contemporâneo e interatividades a ele pertencentes
que tornam as práticas políticas mais inclusivas e a sociedade mais democrática. O
trabalho é desenvolvido visando uma linguagem didática para que a pessoa leiga também
consiga entender caso tenha interesse em adquirir o conhecimento.

Dedicatória

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por prover vida e saúde para mim e
para todos que amo e foram importantes na trajetória de produção deste trabalho. À minha
família – meu pai, minha irmã e minha mãe – que sempre me deram apoio e amparo tanto
moral como financeiro para eu poder chegar a esta etapa de conclusão do curso de
bacharelado em jornalismo. A todos professores que foram essenciais para meu
aprimoramento como estudante e como ser humano. À minha orientadora Larissa Neves
que sempre esteve presente quando precisei esclarecer dúvidas sobre o conteúdo e
estrutura do trabalho. Enfim, a todos que fizeram parte da minha vida, em mais esta fase
de formação. Minha eterna gratidão.

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“Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia minha causa contra uma nação ímpia; livra-
me do homem fraudulento e iníquo.”
(Salmos 43:1)

Epígrafe

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RESUMO

Este trabalho acadêmico tem a intenção de discorrer sobre o jornalismo digital e


como interações presentes nesse ciberespaço podem tornar a sociedade mais democrática
- possui um vasto repertório teórico que embasa o assunto e menciona exemplos notáveis
de ciberdemocracia e ciberativismo; menciona dentre outras, a função de vigilância do
jornalismo e traz ao leitor o amparo jurídico que visa preservar alguns direitos como o de
acesso a informação, sem olvidar a questão da acessibilidade a ferramentas como as TICs
(Tecnologia de informação e comunicação) que promovem o acesso à internet.

Palavras-chave: Jornalismo digital, Interatividade, Ciberdemocracia, Ciberativismo

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ABSTRACT

This academic work intends to discuss digital journalism and how interactions
present in this cyberspace can make society more democratic - it has a vast theoretical
repertoire that supports the subject and mentions notable examples of cyberdemocracy
and cyberactivism; mentions, among others, the surveillance function of journalism and
brings the reader the legal support that aims to preserve some rights such as access to
information, without forgetting the issue of accessibility to tools such as ICTs
(Information and Communication Technology) that promote the Internet access.

Keywords: Digital Journalism, Interactivity, Cyber Democracy, Cyberactivism

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

TIC – Tecnologias de informação e comunicação


DARPA - Defense Advanced Research Projects Agency
ARPANET - Advanced Research Projects Agency Network
MILNET – Military Network
WWW – World Wide Web
LAN - Local Area Networks
IA – Inteligência Artificial
5in5 - Five ways technology will change our lives within five Years
IBM - International Business Machines
IWS – Internet World Stats
COVID-19 - Coronavirus Disease 2019
ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio
HTML - Hypertext Markup Language
CNN – Cable News Network
BDs – Bases de dados
JDBD – Jornalismo digital em base de dados
INSTAGRAM – Um amálgama de “Instant Camera" e "Telegram”
APP – Application
ONG – Organização não governamental
3G – Terceira geração
NINJA - Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação
AFR - Australian Financial Review

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Publicação presente na página inicial do site Digg (porque possui um bom
feedback atribuído pelos internautas) que diz respeito aos três filmes favoritos de Tom
Hanks...............................................................................................................................28
Figura 2. Cidadãos empunhando placas em manifestação da Primavera Árabe.............38

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................11

2 JORNALISMO E SUAS ESPECIFICIDADES..................................................14

2.1. Função de vigilância ................................................................................................14


2.2 Habermas e a esfera pública......................................................................................17
2.3 Constituição Federal e o Direito a Informação..........................................................20

3 CIBERESPAÇO E CIBERCULTURA................................................................23

3.1 De Mcluhan à Tim Berners Lee................................................................................23


3.2 Definição dos termos.................................................................................................27
3.3 Criticas à utopia do ciberespaço................................................................................31

4. JORNALISMO DIGITAL E CIBERDEMOCRACIA..........................................34


4.1 Jornalismo Online versus Jornalismo Digital............................................................34
4.2 Ciberdemocracia e Ciberativismo.............................................................................37

5. POTENCIALIDADES E LIMITES ENTRE JORNALISMO DIGITAL E


CIBERDEMOCRACIA................................................................................................41
5.1 Potencialidades oferecidas pelo Jornalismo Digital..................................................41
5.2 Limites ofertados pelo Jornalismo Digital.................................................................44

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................47

7 REFERÊNCIAS.........................................................................................................49

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1 INTRODUÇÃO

A internet, em 1995, permitiu, através de seu conteúdo, alterar o padrão de muitas


coisas. Dentre o rol de mudanças que podemos elencar está o relacionamento do cidadão
com o governo. Evidentemente, trouxe avanços no potencial de comunicação e influência
dos diferentes veículos de imprensa e permitiu maior livre expressão do cidadão nas
questões relativas e de competência do governo. Dentre muitos outros, surgiu como um
canal que deu acesso ao cidadão para questionar os atos do governo que porventura pensa
ser incoerente com as propostas de gestão dele.
Ao longo do tempo, com a popularização deste meio, tendeu-se para um passo
decisivo na democracia de uma maneira geral. Tem-se, com isso, uma nova denominação,
a tão conhecida “Democracia digital”, “democracia eletrônica”, “ciberdemocracia” ou
“democracia virtual”. A cada dia que passa, as ferramentas da internet tem se mostrado
como meios de aperfeiçoar a democracia, sendo assim, aumentando a participação do
cidadão em assuntos políticos do dia a dia que lhe é de interesse.

No jornalismo online, existem dois principais princípios norteadores, quais sejam:


Imediatismo e interatividade. Nesta monografia, os estudos serão focados nesse segundo.
Ainda sobre o jornalismo online, para os estudiosos, atualmente nos encontramos numa
quinta fase a qual refere-se principalmente à produção de conteúdo para as redes sociais.
Quem faz a construção teórica sobre esta fase é Barbosa (2003).

Muitos estudiosos se debruçaram sobre novos conceitos advindos das tecnologias


que permitiu o jornalismo se reinventar. Dentre eles, um famoso teórico se destaca: Pierre
Levy. Ele dá nome a vários fenômenos, dentre eles podemos citar a Inteligência Coletiva.
O conceito refere-se ao fato de que ninguém sabe tudo sozinho. Com base na experiência
de vida vivida por cada um e compartilhada, torna-se possível elaborar uma inteligência
coletiva. Tal forma de interação está muito presente nos tempos atuais no jornalismo
digital, principalmente aquele difundido via redes sociais.

As principais formas de interagir dentro do ambiente digital são: Comentários,


Enquetes, Fóruns e Chats. Este último se destaca no sentido que pode mediar a interação
entre um jornalista e um entrevistado, por exemplo, ao vivo. Os internautas podem enviar
críticas e sugestões ao passo que o jornalista pode se reavaliar e se orientar quanto as
mensagens enviadas e assim aumentar o grau de interesse e a audiência daquilo que
estiver sendo transmitido para o público em geral.
11
Ao adentrarmos no tema da interatividade, é possível dizer logo de antemão que
ela está cada vez mais presente nos veículos comunicacionais. Com o aumento da
acessibilidade às suas ferramentas, as pessoas começaram a compartilhar informações
pelos mais variados meios, como as redes sociais. Contudo isso suscita uma questão
importante: a veracidade dessas informações ou dados. Fazendo com que o grau de
dependência entre internauta e jornalista também se eleve. Deste modo, o jornalismo
hiperlocal (aquele que possibilita ao cidadão constatar e divulgar acontecimentos que
ocorrem ao seu redor) e o regional aumentaram sua popularidade.
Conceitualmente, o termo interatividade, na verdade, nasce e está presente nas
primeiras décadas do século XX, a partir da ideia de que o radiojornalismo poderia sim
ser um meio (ou canal) para a efetiva participação popular (diretamente).
Com o incremento das tecnologias, podemos perceber que a interatividade se
tornou mais presente nos meios de comunicação, mudando, dentro daqueles sistemas de
polo emissor e polo receptor, a forma como isso se dá, fazendo-a tornar-se uma via de
mão dupla, ampliando a quantidade de vezes que o público interage com as empresas de
comunicação. O surgimento da internet e da TV Digital são premissas fundamentais para
que se possa tornar verdadeira a afirmação anterior. Tal como as redes sociais e a
facilidade de utilização delas para informar as notícias relativas ao jornalismo.
Para se ter uma noção do poder que a internet proporciona dentro da esfera
política, citaremos alguns exemplos de acontecimentos que envolveram a internet e
resultados práticos e concretos oriundos da sua utilização. Guzzi (2010), Recuero (2011)
e Jenkins (2009) fazem referência que nos Estados Unidos da América, a internet teve um
papel imprescindível para a eleição do então presidente de 2008, o Barack Obama. Para
além das eleições, no Egito, as redes sociais foram usadas com proposito de reivindicar
direitos contra o regime ditatorial do ex-presidente Hosni Mubarak e eis que proporcionou
efeitos, vindo ele a renunciar em fevereiro de 2011. E por último, mas não menos
importante, houve o seu uso da mesma forma na Líbia contra o ditador Muamar Kadafi.
O ponto forte da internet e do webjornalismo é permitir acesso rápido a conteúdos
dos mais diferentes assuntos. Entretanto, a depender da fonte, a informação pode estar
equivocada. Também permite a interação entre emissor – mensagem – receptor, não
olvidando o modelo clássico comunicacional, em que os dois sujeitos participem da
execução das pautas em textos pelo diálogo. Para além do citado anteriormente, a internet
permite maior liberdade de expressão, não contendo filtros que limitam conteúdos pela
iniciativa privada ou por parte do Estado. Assim, diz a seguinte autora: “[...] incontáveis

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versões virtuais vão brotando na mesma medida em que o receptor se coloca em posição
de co-autor. Isto só é possível devido à estrutura de caráter hiper, não-sequencial,
multidimensional que dá suporte às infinitas opções de um leitor imersivo”
(SANTAELLA, 2000, p. 8).
No segundo capítulo deste trabalho será tratado a função de vigilância do
jornalismo, um olhar conceitual de democracia, as definições de termos e conceitos pelo
autor alemão Jurgen Habermas, incluindo no debate a questão da esfera pública. Será
abordado também, por meio de citação, alguns direitos previstos na constituição federal
abarcando como um deles, o direito à informação.
Em seguida, no terceiro capítulo será tratado a definição de Ciberespaço, os
estudos apresentados por Mcluhan em suas pesquisas no campo da comunicação
contemporânea, o que é interatividade no contexto do jornalismo digital, a fase da Web
2.0 e todas as suas principais características, entre elas a formação da cibercultura, e as
possibilidades de transmídias, um comparativo entre redes sociais e mídias sociais além
de abordar exemplos presentes em redes sociais como Twitter e Instagram.
Trata-se, no capítulo seguinte, do significado de cada conceito, seus principais
autores e a contextualização histórica, como também exemplos de países que já vivem
realidade da Ciberdemocracia, detectando características exclusivas que só essa traria à
democracia, por exemplo: é mais do que apenas o voto eletrônico, é uma Àgora
inesgotável, com a existência de multidões inteligentes, a liberação do polo emissor com
potencialmente o mesmo direto à fala, ampliando o espaço público de debate. Neste
capítulo ainda serão discutidas as principais diferenças entre os conceitos de jornalismo
online e jornalismo digital.
No último capítulo em que trataremos das potencialidades e entraves entre o
jornalismo digital e a ciberdemocracia ,serão abordados temas ligados ao jornalismo
coletivo, jornalismo comunitário, e finalmente ao jornalismo independente que ganham
mais espaço na era da tecnologia digital em que vivemos. Não esquecendo, é claro de
reconhecer as pressões internas e constrangimentos vistos na Teoria Administrativa do
Jornalismo ligados aos modus operandi do jornalismo exercido em sua fase mais
tradicional.

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2 JORNALISMO E SUAS ESPECIFICIDADES

2.1 FUNÇÃO DE VIGILÂNCIA DO JORNALISMO

Está relacionado aos deveres do jornalista ser medidas de contrapesos em um sistema


de poder contido em uma sociedade democrática agindo a favor das demandas sociais e
das minorias de modo a atuar como uma voz que luta por direitos conquistados e
presentes, por exemplo, na constituição federal. Surgiu ao longo das últimas décadas na
literatura, uma expressão chamada Watch dogs que faz referência a uma função do
jornalismo e a expressão é oriunda justamente dos cachorros que simbolizam lealdade e
proteção para com seus donos. Traquina (2007) já resumia bem o ethos do jornalismo que
é de munir o cidadão com instrumentos vitais para o exercício de seus direitos. Para o
autor, ser a “voz” do povo já era uma atividade do jornalismo desde as suas origens
quando alguns princípios basilares norteavam os ideais da burguesia francesa, quais
sejam: liberdade de imprensa ou a capacidade de informar a todos.
A internet e o webjornalismo passou a desempenhar a função de trazer às claras,
como instrumento, informações sobre os governos. Desta forma, passa a ser de grande
utilidade para o povo e para a democracia, pois cumprindo esta função, ela ajuda
imensamente a diminuir casos de corrupção, ao publicar dados relativos a como o Estado
está gastando o dinheiro arrecadado com os impostos, que podem ser vistos a qualquer
momento e analisados pelos cidadãos que elegeram seus representantes.
No Brasil, as redes sociais são usadas também em manifestações que se autodeclaram
de “Combate à corrupção” com a finalidade de fiscalizar o Poder exercido por políticos e
para criação de iniciativas como abaixo-assinado, protestos em escala nacional, e petições
públicas, como exemplo deste último podemos citar a petição sobre a permanência do
congressista Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de corrupção, falsidade ideológica e
utilização de falsos documentos, quando na presidência da casa legislativa que integra,
que foram recebidos no congresso.
Para estes movimentos de combate aos desvios de verba pública, a internet e as redes
sociais têm servido como meios de informação para tornar os cidadãos mais conscientes
de seus direitos, promovendo a cidadania e a também como meio para participação mais
democrática, frente aos casos de crimes na gestão dos recursos públicos, tornando-se

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espaço virtual para livre expressão da opinião do cidadão que preza e luta pelos seus
direitos.
O meio digital tem-se mostrado como um canal muito propício a investigação por
parte de jornalistas, abarcando não somente dados sobre o governo, mas também
informações sobre a sociedade civil.
O objetivo do protagonista (o jornalista) nesta nova missão é trazer às claras
informações e dados e fazer com que se torne universalmente acessível através de
notícias, reportagens ou qualquer outro tipo de narrativa. A internet inova com a vantagem
de trazer esses dados de diferentes formas, dentre elas pode-se destacar o uso de recursos
gráficos e interativos de modo a tornar mais satisfatória a leitura do internauta.
Ao adentrar sobre o tema de dados, pode-se inferir que são uma fonte de informação
mais eficiente e sólida que as pessoas, mesmo levando em consideração os métodos como
a consulta de três ou mais pessoas sobre determinado assunto. Isso se justifica diante da
impossibilidade de distorção das estatísticas, já os diálogos pessoais podem conter
interesse subjacente, de toda natureza, não se resumindo apenas à política.
Uns dos exemplos de sites mais relevantes sobre o assunto é o jornal digital Nexo
que transforma informações complexas em matérias mais didáticas através do uso de
criações visuais. Para além da fronteira do Brasil, o site estadunidense The Pudding ganha
destaque também quando se trata de trazer dados aliados a recursos gráficos, gerando uma
leitura mais atraente.

Dessa forma, a internet e as redes sociais são vistas como ferramentas para o
exercício da liberdade e cidadania a favor da democracia.

O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros também pontua o tema. O Artigo 2º


explicita:

Art. 2º - Como o acesso à informação de relevante interesse público é


um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja
impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que: [...] III - a
liberdade de imprensa, direito e pressuposto do exercício do jornalismo,
implica compromisso com a responsabilidade social inerente à
profissão. (CÓDIGO DE ÉTICA DOS JONALISTAS BRASILEIROS,
2007)

Os documentos caracterizam e ratificam que o jornalismo é uma atividade social


e, de forma explícita ou implícita, estabelecem uma relação entre tal exercício e uma
responsabilidade conjunta, compreendida como o interesse de se construir, a partir da
cidadania, um estado de bem-estar na sociedade. São diversos os autores que trazem em

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suas teorias a assimilação do jornalismo ao interesse público, à ética, ao dizer verdadeiro
e à democracia. O jornalismo e cidadania são conceitos interligados historicamente
(MELO, 2012). Da mesma forma “o jornalista não pode esquecer seu papel e sua
importância, peças fundamentais em termos de construção da cidadania, uma vez que é
responsável pela transmissão de informações e a ideia de cidadania está subordinada à
informação. (LOPES; PROENÇA, 2003, p. 133).

O jornalismo engaja as pessoas em diferentes meios. As notícias que os telejornais


trazem, de forma crítica, permitem uma elucidação da realidade para as pessoas. Nas
redes sociais, o espaço para debate acerca de um fato noticiado permite a formação de
uma nova consciência coletiva, que é o primeiro passo para uma mudança social.

Um dos papeis da mídia, portanto, o de fiscalizar, ações, principalmente de


governos, tem sido algo fundamental para a constituição de uma sociedade mais
democrática. Ettema e Glasser (1998) destacam: “histórias implicitamente exigem a
resposta de funcionários públicos”. É como se a imprensa estivesse colaborando para
ascensão de um quarto poder, pois este tipo de atuação permite à população exigir do
governo retidão quanto ao uso da verba pública ao trazer à tona escândalos, desvio de
verba, e descumprimento de suas promessas de campanha política. Mellado (2015)
estudou três aspectos do modus operandi do papel de vigilância:

Minuciosidade: Em um primeiro momento, perguntas e interrogatórios são


suficientes para investigar os políticos atuantes. No próximo passo, a denúncia ainda não
ocorre, porém o teor já ganha uma maior agressividade. No último nível, envolve
estratégias, com as devidas apurações, para que os investigados confessem os seus delitos.

A voz do canal: Para que se mantenha uma linha independente e imparcial,


normalmente se utiliza das vozes de terceiro que não dos próprios jornalistas, para fazer
questionamentos, apontamentos e a denúncia de irregularidades presente na atividade
política.

Fonte: O que o jornalismo fiscalizador busca estabelecer como assunto de


interesse para abordar não se restringe apenas a corrupções na gestão de políticos, como
também temas sobre processos judiciais ou investigações externas. Tais pautas serão
publicadas muito provavelmente por uma fonte de jornalismo vigilante não atrelada a
partidos políticos, ou seja, de modo a cultivar uma orientação imparcial.

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2.2 DEMOCRACIA E HABERMAS: ESFERA PÚBLICA

Iniciaremos este subcapítulo definindo a abrangência do termo democracia, que


consiste em uma forma de regime político em que cidadãos participam de forma
igualitária – através de representantes ou de forma direta – na concepção de leis exercendo
tal poder de governo através do direito ao sufrágio universal. É também de se notar que
ela abarca condições sociais, culturais e econômicas peculiares que dá acesso ao exercício
livre e igual de autodeterminação política.
Sob a pena do autor francês Alexis Tocqueville, em sua obra “Da democracia na
América”, esta forma política é alvo de um longo estudo, sendo realizada uma análise
detalhada de uma sociedade ocidental que elegia um dos regimes políticos mais estáveis
da modernidade, o que fez com que a revolução americana, em 1776, se tornasse
referência para todas as outras nações ao redor do globo.
A liberdade também se torna um princípio fundamental a ser aspirada em um regime
de democracia liberal. Deste modo, para se estabelecer uma sociedade liberal, como a
americana, é necessário se atentar a alguns requisitos, dentre os quais: deve haver terra
para todos, impedindo o país de se enveredar pelos vieses aristocráticos; as leis criadas
devem passar pela aprovação dos crivos da liberdade de expressão e do direito ao voto, e
finalmente, mas não menos impactante, os homens podem se apropriar de valores
culturais e religiosos capazes de promover a liberdade e a descentralização do poder,
desse modo, garante-se, a construção de uma sociedade com plena autonomia.
Portanto, as atuais e mais avançadas tecnologias da informação (aqui nos referimos
de forma mais pontual às mídias digitais) trazem, de fato, possibilidades inovadoras.
Recorrer a utilização de perfis que podem funcionar como meio de comunicação, como
no Twitter, Facebook, blogs e grupos de discussões e a facilidade relativa de integrar
essas redes acaba gerando uma nova conexão entre políticos, instituições e cidadãos.
“De maneira geral, a linha otimista defende que a web poderia modificar
substancialmente a relação entre esfera civil, esfera de decisão política e os meios de
comunicação de massa” (SAMPAIO, 2010). Isto quer dizer, em outras palavras, dado o
momento político e as crises em que vivemos no Brasil, grandes progressos no que se
refere aos déficits democráticos, por meio da participação popular nos negócios públicos,
lembrando que tudo isso viabilizado através de apenas o uso de utensílios pertencentes ao
universo online.

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Ao visualizarmos o tempo a partir do desenvolvimento dos instrumentos digitais,
cada vez mais se observa o fácil acesso do poder do cidadão de se comunicar, uma vez
que, claro, desconsiderados as desigualdades sociais, de nível de escolaridade e acesso a
essas tecnologias. O espaço da internet é um novo lugar para se pôr em prática a cidadania
comunicacional, promovida pela interatividade, intertexto e pela comunicação universal.
“É uma possibilidade sem igual para o exercício da liberdade de comunicação, cerceada
apenas pelo impedimento do acesso às infraestruturas necessárias e a educação para o uso
das novas tecnologias.” (PERUZZO, 2004, p.68)
Ricardo Coutinho, governador da Paraíba, discursou em seu momento de posse
sobre a relevância do sítio Gov.Pb em 1º de janeiro de 2011: “Assumo, mas ao meu lado,
byte a byte estarão plugados aos integrantes da nova ordem tecnológica, ajudando a criar
e espalhar (...) a democracia digital e suas redes sociais de compartilhamento”. Pode-se
interpretar a partir de sua fala que o espaço digital proporciona benefícios que devem ser
“... disseminadas para o aperfeiçoamento e crescimento da sociedade real”.
Os estudos sociais apontam que novas relações configuradas por redes sociais
modificam necessariamente as articulações antigas e propõem novas características na
ação política de representantes e representados. O que se busca atingir é que a interação
de pessoas e setores se estabeleça sob víeis de novos significados democráticos.
Deste modo, ao levar ao cidadão comum a possibilidade de livre expressão e
pluralidades de ideias, as redes sociais se caracterizam também, com potencial, como um
relevante canal para a livre articulação da cidadania dentro do que se estabelece como
Estado democrático.
Como afirmam os consagrados autores:

Uma das discussões mais centrais na atualidade reside em saber o verdadeiro


papel das novas mídias como agente de “democratização”. Boa parte da
literatura sobre democracia digital reconhece o potencial de interação
horizontal em massa das novas tecnologias da informação e comunicação
(TICs). Esse otimismo faz com que pesquisadores vejam a internet como uma
oportunidade para a revitalização da democracia ao franquear novas formas
de participação cidadã, horizontal, independentemente das grandes estruturas
políticas e organismos de comunicação de massas, tornando o Estado mais ágil,
transparente e próximo do cidadão (CASTELLS, 2003; FERGUSON, 2002, p.
104; CEBRÍAN, 1999, p. 17 apud OLIVEIRA, 2012, p. 4).

Sobre a participação popular através de redes sociais é determinado um conceito


de esfera pública. Pioneiramente ela é lida como dimensão na qual as ideologias públicas
se tornam discutidos por “atores sociais”, formando a então famosa “opinião pública”,

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que por sua vez tem relação com uma “voz” ou “força” da sociedade civil quando esta
tem capacidade de pressionar o Estado a tomar determinadas decisões. Esse conceito,
remete ao pensamento de Habermas (1996), que define a esfera pública da seguinte
maneira: “uma espécie de “camada” intermediária entre o sistema político (Estado) e a
sociedade que seria a rede de comunicação e informação e de pontos de vista”. Desta
maneira, para o referido autor toda ação política era também comunicacional e o conceito
de esfera pública se concentra em dizer que seria o lugar onde pessoas exprimem suas
ideologias e se organizam para tentar pressionar o governo a tomar determinada medidas.
Inicialmente o termo foi cunhado para se referir a espaços físicos no século XVIII. No
entanto o termo foi revisto pelo próprio autor com a chegada das redes sociais e ganhou
uma nova dimensão.
A internet é uma elaboração contemporânea de Esfera Pública, conceito entendido
como espaço de debate de temas políticos que fomentam a democracia entre os cidadãos.
Esta nova tecnologia da comunicação é um espaço privilegiado para estes debates que
possuem relevância social e surge com enorme potencial de interação entre pessoas que
pensam de maneiras diferentes sobre assuntos de interesse público.
Ela se aproxima do que se chama de “modelo habermasiano” de Esfera Pública,
onde existem vários grupos de discussões contendo em cada qual linhas editoriais
diferentes. Apesar de conter, a partir do momento que qualquer pessoa pode publicar
quaisquer conteúdos, informações pouco críveis, é exatamente nela que acontece reuniões
que estabelecem conversas de cunho socioculturais, política e econômica e
consequentemente a construção do conhecimento a nível intelectual.

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2.3 CONSTITUIÇÃO FEDERAL: DIREITO À INFORMAÇÃO

Sob o ponto de vista jurídico, existe diversos textos legais que amparam a
possibilidade de os cidadãos participarem de todo esse processo inclusivo e democrático
de diálogos e consequentemente pressionar, como dito anteriormente, o Estado para
refletir sobre dar legitimidade a tais ideias. Traremos inicialmente texto da Declaração
Universal dos Direitos do Homem:

“Art. 19 da Declaração dos Direitos do Homem: todo homem tem direito à


liberdade de opinião e expressão, direito este que inclui a liberdade de, sem
interferências, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e
ideias por quaisquer meios independentemente de fronteiras”.

Já a constituição federal, relativa ao nosso país, trouxe o direito de liberdade de


informação da seguinte maneira:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da
fonte, quando necessário ao exercício profissional;

O código civil regulamenta, por outro lado, o direito da personalidade da seguinte


forma:

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à


manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da
palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa
poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que
couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se
destinarem a fins comerciais.

Importante ressaltar que se, em caso de litígio sobre a legitimidade do que se pretende
comunicar, o que está sendo informado possui realmente relevância social, o texto
jornalístico publicado se reveste do direito à informação, que se sobrepõe ao direito a vida
privada e a intimidade de pessoas que possam vir a serem mencionadas na matéria.
É reconhecido que o direito à informação é algo relativamente muito praticado no
ciberespaço, contudo é necessário a sua regulamentação, principalmente em face de fazer

20
referências a aspectos que sejam existências aos cidadãos. Muitas vezes, todavia, a
publicação de informações diversas na rede ultrapassa as fronteiras dos países o que acaba
se tornando um desafio para a intervenção estatal. (GONÇALVES, 2003, p. 7)

No que se refere ao desenvolvimento dos meios comunicacionais, é de


conhecimento consolidado que ele vem se desenvolvendo e aprimorando ao longo dos
anos. Hoje, existem vários canais para além do rádio, televisão e telefone. E mais, houve
evolução também nas técnicas de coleta, codificação e transmutação da informação,
sobretudo depois do advento da internet e do computador. (GONÇALVES, 2003, p. 8)
O direito à privacidade e intimidade, atualmente, vem sofrendo severas mitigações
inclusive se tratando de crianças e adolescentes, por exemplo, circulando no ciberespaço
imagens e vídeos não autorizados de nudez, sexo e pornografia, entre outras condutas
criminosas.
Na sociedade da informação, existem a tutela particular e pública da privacidade.
A situação transcende a tutela do sossego, protegendo a personalidade na era da
informação, em decorrência de inúmeras hostilidades oriundas da era digital, como
exemplo temos organizações que utilizam informações de seus clientes com intenções
que não são autorizadas a priori.1
Solove (2004, p. 269) pontua que as parcas legislações para a tutela da privacidade
em face da informação não são adequadas ao tempo atual do predomínio dos veículos
digitais.
Pretende-se que a informação seja utilizada para fortalecer a democracia e não
para lesar direitos da personalidade. Levando isso em conta, os governos deveriam
disponibilizar registros públicos, tornando possível os cidadãos requererem informações,
expressar seus pensamentos e entrar em contato com seus representantes. (CASTELLS,
2003, p. 128)
O que se observa é que as informações veiculadas de diversas formas passaram a
ser mais relevantes, tornando-se fundamentais, e com isso aumenta a chance de interferir
no dia a dia das pessoas. No entanto, pode possibilitar os excessos, o que pode vir a causar
uma demanda judicial pela privacidade ou intimidade.

1
Matéria sobre dados de usuários do facebook que foram expostos:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2019-04/milhoes-de-dados-de-usuarios-do-
facebook-sao-expostos-na-internet

21
De tempos em tempos, a doutrina civilista, através das jornadas de direito civil,
mobilizada pelo centro de estudos judiciários da justiça federal, entende que, logo pela
primeira jornada, ocorrida no ano de 2002, foi determinado o enunciado nº 139, que diz
o seguinte: “Os direitos da personalidade podem sofrer limitações, ainda que não
especificamente previstas na lei, não podendo ser exercidos com abuso de direito do seu
titular, contrariando a boa-fé objetiva e aos bons costumes”.
Conclui-se que são necessários o consentimento e autorização para que
informação sobre titular do direito de personalidade seja repassada para os meios de
comunicação em massa, no entanto existem hipóteses em que a cessão da informação é
imprescindível, ao considerar o interesse público presente na mesma. Neste caso,
podemos dizer que a esfera civil de privacidade sofre uma limitação para que seja possível
tornar-se público um certo e relevante saber.

22
3 CIBERESPAÇO E CIBERCULTURA

3.1 DE MCLUHAN À TIM BERNERS LEE

Marshall Mcluhan foi um famoso teórico canadense da área da comunicação que


cunhou o termo “aldeia global”. Este conceito faz referência a sociedade que se
desenvolvia na época em que viveu, década de 1960. Segundo o autor, com o
desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, ou seja, à época, o
implemento da televisão, o mundo tenderia a unir-se completamente em termos de
receptividade das informações, havendo, desta forma, um contínuo fluxo cultural
interligando os países fazendo com que as mais diferentes sociedades se aproximassem
como se fossem uma “aldeia global”.
Outro conceito introduzido pelo autor diz respeito a tecnologias ou invenções
como extensão do corpo humano, citado na obra “Meios de comunicação como extensão
do homem” (1964). Para entender tal conceito, o autor diz necessário observar
primeiramente quanto o homem deseja, em seu consciente, tornar as coisas inanimadas
como parte de seus próprios corpos, sob a forma tecnológica. Então, as coisas seriam
esses meios pelos quais produzem energia e praticam a mudança no ambiente de modo a
provocar uma nova forma de pensar ou agir. São, portanto, considerados como ações que
promovem consequências em uma determinada sociedade de modo geral. (MCLUHAN,
1996, p. 82)
Tim Berners-Lee juntamente com Robert Caillial situaram uma proposição mais
séria para a WWW (World Wide Web) no final da década de 90. Eles conseguiram,
através de pesquisas, desenvolver as primeiras páginas da web, um navegador e um
servidor para tal. Somente a partir de 1990 que foi inaugurado o primeiro navegador no
qual se consolidou o WWW (conceito como se conhece atualmente).
Todos estes estudos ocorriam na década de 1960 quando ainda surgia o “embrião”
da internet, a Arpanet. Um dia histórico para os apreciadores de tecnologia foi 29 de
outubro de 1969, quando o estudante de computação Charley Cline e seu professor
Leonard Kleinrock, na universidade da Califórnia, em Los Angeles, planejavam enviar a
palavra “login” de seu computador para outra máquina no instituto de pesquisa de
Stanford. Lograram êxito depois de sucessivas tentativas e assim que nasceu o precedente
da internet: a Arpanet.

23
Também pode-se dizer que essa fase de criação foi fruto de pesquisas americanas
durante a guerra fria. No ano de 1957, em uma resposta americana ao lançamento de um
satélite russo, surgiu o Darpa (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada em Defesa, na
sigla em inglês).
Quatro anos depois, surgiria a vontade de criar uma rede de computadores. Até
então, as trocas de informações eram mediadas unicamente via telefone. A Arpanet surgiu
com a intenção de criar um terminal só que pudesse se comunicar através da rede a
qualquer outro terminal que o usuário quisesse obter conexão. A internet veio depois
quando foi inventado o Internet Protocol por Vint Cerf e por Robert Kahn em 73.
Os militares, na época, se valeram dos engenhos de estudantes e professores para
criar a sua própria rede, a MILNET.
A partir de então, seguiu-se diversas mudanças na internet.
WWW significa, em português, rede de alcance mundial. É também um sistema
de hipermídia (descrição sobre este sistema no parágrafo seguinte) que tem o poder de
conectar todas as pessoas em seus diferentes lares e consequentemente, transmitir
informação para qualquer lugar do globo.
O modo como funciona a world wide web é o seguinte: os documentos e arquivos
podem estar em diversos formatos como figuras, sons, hipertextos, em forma de vídeo,
por tal operacionalização ela é considerada um sistema hipermídia. À medida que as
tecnologias vão evoluindo, mais estruturas e dados vão surgindo para compor a expansão
da world wide web.
As raízes da Web datam da década de 80, quando o pesquisador Tim Berners-Lee
construiu, na Suíça, o ENQUIRE, sistema responsável por reconhecer e armazenar
informações. Havia nele um banco de dados com diversos hiperlinks que associavam o
contido entre si. Um exemplo próximo do que era que poderíamos fazer referência é o
site Wikipédia.
Já a World Wide Web, também conhecida como www ou simplesmente Web, é a
teia global. Ou seja, o que permite o usuário usufruir do conteúdo que circula através da
internet. A parte vivenciada da experiência tecnológica. É quando o usuário navega pela
internet através de hiperlinks e consome conteúdo produzido por outros internautas.

As principais diferenças entre internet e World Wide Web se constituem da


seguinte forma: a primeira nasceu na década de 60 para fins de uso militar e foi elaborada
em universidades americanas. Este define-se como um vasto sistema de redes permitindo

24
que os usuários trocassem informações de natureza diversa, como mensagens e relatórios,
à época majoritariamente através de e-mails. Já a World Wide Web é um sistema
comercial em que arquivos e dados podem ser publicados e acessados pela população
(uma grande massa de usuários) através de um navegador (web browser) como os atuais
Internet Explorer e Google Chrome. Os dois termos, ao longo dos anos, foram se tornando
sinônimos, mas não são.
Assim, ao analisar cada caso constata-se o seguinte, além do já supra citado:
Internet é a grande rede que conecta todos os computadores ao redor do globo. Ela é
estrutura responsável por transferir diariamente milhões de terabytes de dados entre todos
os dispositivos que podem estar interconectados como tablets e smartphones.
Os primeiros projetos da internet são oriundos dos Estados Unidos e Reino Unido
e datam da década de 60, como já mencionado. Um deles era a ARPANET, que foi
considerado o primórdio do que hoje viria a ser considerado Internet.
Outras redes semelhantes a ela são a LAN (rede local) e a intranet (redes internas
de empresas e organizações).
Desde então, a web se desenvolveu significativamente e pode-se notar, por
exemplo, um considerável aumento da interação entre usuários e páginas. A denominada
Web 2.0 foi quando, a partir dos anos 2000, o conteúdo da web passou a ser produzido e
compartilhado em redes sociais, blogs, fotologs e vlogs. É um termo utilizado para indicar
a segunda geração da World Wide Web, momento em que existem trocas de informações
mais intensas e participação de usuários em sites e no mundo virtual. O que permeia o
significado do conceito é que o mundo online se torne um local de acesso mais dinâmico
e que os próprios internautas se tornem produtores de conteúdo.
Atualmente, o nível de desenvolvimento da web encontra-se no Web 3.0 ou Web
semântica, que consiste em uma fase em que os sites de busca estão em constantes
aprimoramentos ao mesmo tempo em que o conteúdo da Web tem se tornado mais e mais
personalizado.
Para concluirmos este subcapítulo traremos uma breve reflexão sobre o que
Mcluhan nos proporcionou com sua ideia de aldeia global. Concordamos com as ideias
do autor, sobre tecnologias serem extensão do corpo humano, somos parcialmente
favoráveis pois algumas tecnologias de fato podem fazer parte do corpo humano,
principalmente na área da medicina ao proporcionar ao homem um quadro de saúde
melhorado ou na área da investigação, apurando alguns sentidos. Na área da comunicação
podemos citar exemplos de relógios high tech, que são objetos acoplados ao nosso corpo

25
e além de possuir sua principal função de nos guiar através do tempo, também contém
dispositivo para as pessoas conversarem como se fosse em um aparelho smartphone, é o
caso por exemplo do “Apple watch” que está presente em nosso cotidiano e é bastante
acessível a pessoas de alta renda. Porém o que se observa atualmente é um grande avanço
da IA (Inteligência artificial) e da engenharia que estuda os processos de controle e
automação. O que orienta a pesquisa para o setor de produção de verdadeiras máquinas
robôs, que funcionam de maneira autônoma ao serem acionados.
A seguir apresentamos uma linha do tempo que esquematiza todo o processo de
desenvolvimento da Internet e da Web citado neste subcapítulo:

26
3.2 DEFINIÇÃO DOS TERMOS

O termo ciberespaço foi cunhado primeiramente em uma obra datada de 1984 pelo
norte americano William Gibson na obra Neuromancer. O tradutor da obra Alex Antunes
dá o seguinte significado ao termo no prefácio (2003):

o conceito criado por Gibson neste livro, o cyberespaço, é uma representação


física e multidimensional do universo abstrato da 'informação'. Um lugar pra
onde se vai com a mente, catapultada pela tecnologia, enquanto o corpo fica
pra trás. (Gibson, 2003, p.5-6)

Porém, para o autor, na mesma obra, o cyberespaço é:

Uma alucinação consensual vivida diariamente por bilhões de operadores


autorizados, em todas as nações, por crianças aprendendo altos conceitos
matemáticos... Uma representação gráfica de dados abstraídos dos bancos de
dados de todos os computadores do sistema humano. Uma complexidade
impensável. Linhas de luz abrangendo o não-espaço da mente; nebulosas e
constelações infindáveis de dados. Como marés de luzes da cidade. (2003, p.
67).

Em relação à etimologia da palavra, “cyber” quer dizer controle em grego,


segundo Kellner (2001). Sendo assim, nos anos de 1940, Nobert Wiener criou o termo
cibernética que designa ciência do controle e interação entre seres animados e máquinas
tecnológicas. Desde então, tal prefixo “cyber” passou a representar, no português, vários
termos da ciência da computação e de máquinas inteligentes. (Cascais, 2001)
Já o termo Cibercultura é cunhado pioneiramente pelo pensador Pierre Levy, o
qual a define da seguinte forma: “é um fluxo contínuo de ideias, práticas, representações,
textos e ações que ocorrem entre pessoas conectadas por computadores”. E mais, para o
autor, Cibercultura não se separa da cultura, pois as tecnologias utilizadas pelos usuários
se traduzem, muitas vezes, em ações no plano do real.
Como já citado na introdução do trabalho, da premissa da interatividade surge a
inteligência coletiva que segundo Pierre Levy, o conceito refere-se ao fato de que
ninguém sabe tudo sozinho. Com base na experiência de vida vivida por cada um e
compartilhada, torna-se possível elaborar uma inteligência coletiva. O que acaba por
redefinir as noções de passividade no consumo e compartilhamento de informação.
No mundo, observar-se fronteiras que demarcam territórios. Alguns países, por
meio da globalização, fazem parte de blocos econômicos, porém a internet não possui
fronteiras. Qualquer pessoa que vive em um país de regime que lhe proporciona liberdade
de acesso à internet, pode acessar quaisquer conteúdos publicados ao redor do globo.

27
Um exemplo concreto é o site da Wikipedia, onde seu conteúdo e informações
trazidas são publicadas e organizadas pelos próprios internautas que acessam o site.
O termo web 2.0 apareceu pela primeira vez em obra do escritor Tim O’Reilly
lançada em 2003. Para ele, a característica principal desse momento de desenvolvimento
da World Wide Web é o desfrute da inteligência coletiva.
No que diz respeito ao jornalismo, nesta época, os internautas, antes considerados
meros leitores, agora passam a atuar de forma muito mais ativa na produção de conteúdo
de cunho jornalístico que circula na internet. A esta prática atribui-se o nome de
jornalismo participativo ou jornalismo cidadão.
Outras tendências presentes na web são portais denominados como agregadores
de notícias. Um exemplo dessas é o site Digg, o qual permite aos usuários publicarem
artigos que são recolhidos em outros sítios. Tais produções textuais recebem votos dos
próprios leitores, tornando-os destaque na home page. Deste modo, esse sistema funciona
como uma forma para os internautas saberem quais tópicos estão recebendo mais acessos
e consequentemente sendo mais interessantes para o público em geral.

Figura 1 – Publicação presente na página inicial do site Digg (porque possui um bom feedback atribuído
pelos internautas) que diz respeito aos três filmes favoritos de Tom Hanks.

Fonte: Digg – O que a internet está falando neste exato momento. (www.digg.com)

28
É nesse contexto que surgem as redes sociais e mídias sociais. São termos antigos
que precedem a existência da própria internet. No entanto, com o surgimento das
plataformas digitais que permitiram maior interação entre usuários, estes termos passaram
a se adaptar ao ambiente online.
É atribuído o nome de rede social a qualquer grupo de pessoas que possuem
conexão entre si com a intenção de compartilhar informações, por exemplo, por via de e-
mails. No ciberespaço, isso não é tão diferente. Já, redes sociais digitais são um local onde
pessoas comunicam ideias entre si oriundas de interesses em comum.
Mídias sociais, por sua vez, se refere a um canal descentralizado e veículo de
informações. É onde os usuários compartilham conteúdos entre si. O termo foi cunhado
na década de 90 quando mídias tradicionais começaram a perder mercado para as digitais.
O objetivo da mídia social é, de forma clara, a produção, divulgação e compartilhamento
da informação. Existe interatividade entre os públicos, porém neste ponto elas não ficam
em um plano de destaque.
Em ambos os ambientes existe o que se chama de interatividade. Segundo
Hermano Cintra (2003), ela é entendida como processo em que os agentes criam um
discurso e podem escolher as condições nas quais este discurso será transmitido. O autor
diz ainda que a interatividade é um “jogo” que condiciona o sentido e significado da
mensagem.
Interessante notar sobre o ciberespaço é que uma de suas características comporta
à ubiquidade da capacidade de interações diretas entre os dois polos (ativos) do canal de
comunicação. Considerando mesmo a alternativa em que não exista, em primeiro plano,
o diálogo, esta forma de comunicação se apresenta através do feedback possibilitada pelo
produtor de conteúdo digital que se perfaz, por exemplo, por meio da disponibilização do
e-mail dele para que se estabeleça contato.
“Essa liberdade de criar as rotas de navegação na internet, decidindo o que ler
primeiro, vem modificando a cognição dos indivíduos, conforme Mcluhan afirmava que
o meio não é um mero receptáculo passivo, logo percebemos que as características e
potencialidades do suporte comunicacional – neste caso específico - da internet,
modificam o comportamento dos indivíduos. A respeito dessa observação, Lucia
Santaella (2004) nos indica alguns hábitos de apreensão de informação que são
modificados pela presença das novas mídias, entre elas as computadorizadas.

29
Dessa ideia, surge conceitos de perfis cognitivos de leitores segundo Lucia
Santaella. O primeiro, importante de ser destacado neste momento é o imersivo, que
segundo a autora, é “aquele que brotou nos novos espaços das redes de informação e
comunicação.” E mais:

“É um leitor imersivo porque navega em telas e programas de leituras, num


universo de signos evanescentes e eternamente disponíveis. Cognitivamente
em estado de prontidão, esse leitor conecta-se entre nós e nexos, seguindo
roteiros multilineares, multissequenciais e labirínticos que ele próprio ajuda a
construir ao interagir com os nós que transitam entre textos, imagens,
documentação, músicas, vídeo etc. Através de saltos que vão de um fragmento
a outro, esse leitor é livre para estabelecer sozinho a ordem informacional, pois,
no lugar de um volume encadernado com páginas onde as frases e/ou imagens
se apresentam em uma ordenação sintático-textual previamente prescrita,
surge uma ordenação associativa que só pode ser estabelecida no e através do
ato de leitura” (WIRTH, 1998, p. 98).

Por fim, não menos importante, a autora define o que seria o leitor ubíquo, pois a
enorme popularização das redes sociais não seria possível sem equipamentos móveis que
trazem acesso a elas a qualquer tempo e lugar. É neste tempo e espaço que surge o leitor
ubíquo. O dicionário Dicio define o termo “ubíquo” da seguinte maneira: “Que é
onipresente; que pode ser encontrado em todos os lugares; que está em toda e qualquer
parte”. Este leitor, traz com ele um perfil cognitivo novo que nasce da junção entre o
leitor imersivo e o leitor movente. Sendo esse último leitor é aquele que surge a partir da
revolução industrial e instaurações dos grandes centros urbanos: o homem em meio às
aglomerações, do mundo borbulhante, fluído onde linguagens e sinais se misturam para
compor regiões metropolitanas; é o leitor que vive intensamente o momento em que o
jornal estava em seu auge, e o momento que surge a cinematografia como opção para
retratar realidades ou ficções.
Cabe ressaltar que atualmente, a velocidade que as coisas acontecem é muito
superior ao que se vivia a algumas décadas atrás. Como a instantaneidade da própria
notícia. Com isso, o leitor perde a oportunidade, por exemplo, de ter aquele tempo após
a refeição da manhã, de ler o seu jornal impresso. A introdução de tecnologias, como os
smartphones e internet 5G, permitiram o acesso remoto a portais de notícias, ou a e-mails
que possuem serviços de recebimento de informativos contendo um resumo das notícias
diárias, tudo isso enquanto se está a caminho do trabalho, por exemplo. Estas ocorrências
são similitudes interessantíssimas e muito positivas no que se refere a adaptações aos
novos tempos e que são retratadas através do conceito de leitor ubíquo introduzido por
Lucia Santaella.
30
3.3 CRÍTICAS À UTOPIA DO CIBERESPAÇO

Juntamente com o fenômeno informativo, apoiado por diversas, sérias e


comprometidas empresas de jornalismo, pode vir alguns outros que não contribuem para
edificação de uma sociedade que atende aos direitos de cidadania no que toca ao aspecto
da comunicação e informação. A seguir, descreveremos e embasaremos com diversos
autores e intelectuais da área alguns efeitos perversos que acompanham o ato de
(des)informar os membros de uma dada sociedade.
Inicialmente, traremos o que é conhecido como Ausência da informação. O termo
desinformação se associa a ignorância. Como define o dicionário Michaelis2: “estado de
uma pessoa ou grupo de pessoas não informadas ou mal-informada a respeito de
determinada coisa”. Neste sentido, o homem está desnorteado, devido a falta da busca
pela informação acerca de determinado tema. Outra palavra relacionada que bem
descreveria seria ausência de competência informacional, o que, por sua vez, tornaria
impossível a pessoa buscar a informação que necessita, não tendo escrúpulo para discernir
suas próprias decisões. Diversos autores sustentam essas definições (Nehmy; Paim, 1998;
Aquino, 2007) que fizeram um estudo mais a fundo, associando este estudo ao cognitivo
do ser humano e sua bagagem cultural.
Outro tema muito recorrente nas sociedades ocidentais que tem ganhado
repercussão em grandes países como Brasil e Estados Unidos são o uso de Fake News.
Este assunto por si só já contribuiria para um desenvolvimento de um trabalho científico,
mas tentaremos trazê-lo de forma mais abreviada para compreensão naquilo que nos é de
interesse ao tocar no objetivo deste trabalho acadêmico.
Fake News pode ser considerada atualmente uma grande indústria de
disseminação de notícias falsas com diferentes intuitos, porém com um principal, qual
seja ludibriar a população. Normalmente são disseminadas por perfis falsos em redes
sociais ou sites não seguros, do ponto de vista de se ter um credenciamento de uma
empresa de jornalismo. Em contrapartida, e ao mencionar jornalismo, existem as agências
de fact checking que surgiram nesse contexto com o único propósito de manter o cidadão
bem-informado e desvelar as mentiras contidas em um produto noticioso que possa ser
considerado Fake News.

2
Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/definicao/desinformar%20_943304.html

31
O termo originalmente surgiu e se popularizou através do uso em seus discursos
do então presidente estadunidense Donald Trump. O que se sabe é que no ano de eleição
de 2016, houve uma disseminação massiva no país norte americano de Fake News que
favoreceram a eleição desse presidente. Logo, um dos inúmeros intentos desse tipo de
notícia é alavancar votos através da prática de Fake News, ou seja, atos de má-fé para
eleição de políticos.
No entanto não se restringe a esse tema (eleições), abarcando também a área da
saúde, do direito, do meio ambiente, do turismo, do governo, dentre muitos outros setores
possíveis de serem atingidos por este mal.
Outro tema que diz respeito à utopia dos ciberespaços é são os potenciais efeitos
danosos ligados ao uso de algoritmos de inteligência artificial que são desenvolvidos com
intuito de automatizar processos de seleção de conteúdos que podem convergir com os
interesses de um usuário. Pois ao armazenarem padrões de comportamento humano
podem dar brecha para o reforço de comportamentos ilegais ou antiéticos, como a
reprodução de discursos e práticas que derivam em racismo, homofobia ou misoginia,
reforçando a discriminação e intolerância de vários modos.
“É certo que é praticamente impossível eliminar 100% os traços de preconceito
ou vício, porque os algoritmos e análises são desenvolvidos e alimentados por serem
humanos” diz o professor pesquisador da Unicamp Leonardo Tomazeli. “Por conta disso,
algumas vezes introduzem um viés benigno à análise, outras, um viés negativo, daí a
necessidade de um acompanhamento constante.”
No ano de 2018, a 5in5 – que é uma lista que apontam tecnologias que podem
interferir no fluxo da vida das pessoas nos próximos anos – elaboradas pelos laboratórios
da IBM Research já apresentava sinais de que era preciso uma intervenção ética em
máquinas que desenvolvem inteligência artificial. “Em cinco anos, o número de sistemas
e algoritmos de IA tendenciosos aumentará; mas é preciso lidar com eles em
conformidade, com novas soluções para controlar o viés e defender o sistema” – aponta
o estudo. Como o mercado cresce de forma muito acelerada, isso se torna um fator que
demandará maior atenção nos próximos anos.
Esta é uma situação que está em crescimento significativo no Brasil e apesar de
se atentar para tal fato, não existe legislação específica que trata sobre o tema no país.
Como também não há em nenhum lugar do mundo. Ainda não se averiguou se em uma
decisão tomada a partir de um algoritmo tendencioso, quem deve ser penalizado: o

32
desenvolvedor da inteligência artificial ou a população que alimentou o banco de dados,
ou então ambos.
E, o último tópico a ser abordado neste subcapítulo é em relação ao acesso da
população a internet e às TICs em países periféricos ou em desenvolvimento. A América
do Norte e Europa, segundo IWS3 (Internet World Stats) apresentam os maiores
percentuais de pessoas que possuem acesso a esse aparato. Porém na América Latina em
geral estão índices bem menores de acesso à internet, especialmente nos países Brasil e
México respectivamente.
Com o surgimento da pandemia do COVID-19, a discussão acerca do acesso à
internet aumentou de dimensão, uma vez que os alunos precisariam dela para ter acesso
remoto à educação. Por conta da carência dos equipamentos necessários, principalmente
no norte e nordeste do Brasil, segundo NIC.br, muitas críticas vieram à tona nos assuntos
que tangenciam o abandono da educação, as dificuldades logísticas para a realização da
prova do ENEM4 em virtude do isolamento social, etc.
Um dos principais assuntos tratados por este trabalho acadêmico, a
ciberdemocracia, só pode ser verificada a partir do acesso da internet pelas pessoas,
independentemente da classe social que pertencer, e abarcar maior quantidade de
cidadãos na política mediante o uso de TICs (tecnologias da informação e comunicação).
De acordo com Lopes e Freire (2012) o impedimento à obtenção de informações atrapalha
o pleno exercício dos direitos pelo cidadão. Por isso, dizem os nomeados autores, precisa
ser assegurado aos brasileiros o uso das tecnologias da comunicação para se ter acesso à
informação democrática de modo instantâneo que atualmente só há, como produto, no
ciberespaço.

3
www.internetworldstats.com/stats.htm
4
ENEM é um sistema de avaliação implantado pelo MEC para avaliar estudantes do ensino médio e serve
como nota para classificar tais participantes para vagas de universidades públicas e particulares

33
4. JORNALISMO DIGITAL E CIBERDEMOCRACIA

4.1 JORNALISMO ONLINE X JORNALISMO DIGITAL

E finalmente resta-nos abordar definições conceituais e as diferenças entre o que


era jornalismo online e o que passou a ser jornalismo digital. O jornalismo online surgiu
na década de 90 com uma proposta mais simples, de ser apenas uma ferramenta para
auxiliar no jornalismo tradicional. Ou seja, era apenas uma cópia virtual dos jornais de
papel. Duas décadas depois, tornou-se uma das formas de se informar preferida pela
população, em especial pelos mais jovens.
Segundo Reges (2010), o jornalismo online passou por 4 fases de evolução. Para
Barbosa (2003) ainda existe uma quinta, que serão tratadas de forma detalhada logo
adiante.
Inicialmente, cabe dizer que o jornalismo online se desenvolve a partir do incremento
da plataforma HTML e o desenvolvimento de instrumentos tecnológicos que modificam
as relações tanto de produção jornalística como no polo receptor das informações.
Na primeira fase, para Mielniczuk (2003), o conteúdo presente nos jornais impressos
simplesmente era transferido para o online sem sofrer severas modificações, o que
permitiu chamar tal fase de fase de transposição ou reposição. Não ultrapassavam a
produção de duas principais matérias de cada editoria e estas páginas online eram
atualizados no prazo de vinte e quatro horas a depender da conclusão do jornal impresso
de cada dia.
Numa segunda geração, já se buscava produzir um tipo de conteúdo específico para
o Web jornalismo e se explorava mais as possibilidades do suporte, o que fez ser
reconhecida como fase da Metáfora. Houve certo aprimoramento técnico da internet – a
produção de conteúdo começa a explorar novos horizontes, indo em direção de tentativas
de descobrir novos recursos proveniente das redes.
Percebe-se o aparecimento de links para as matérias de fatos jornalísticos. O e-mail
e fóruns de debates começam a surgir como meio para comunicar os polos de produção e
recepção ou recepção entre si, dos produtos jornalísticos. Passa-se a utilizar mais a função
do Hipertexto. Os produtos eram associados ao jornal impresso e às empresas jornalísticas
Em seguida, a terceira fase, percebe-se um esforço maior (tanto empresarial quanto
editorial) voltado para a produção de um conteúdo original para internet, explorando mais
suas potencialidades. É aqui que começa a se falar em Webjornalismo.

34
A estrutura técnica da rede telemática apresenta-se em um estágio mais avançado
assim também os microcomputadores, o que dá margem a um compartilhamento de
informações áudio visuais mais rápido.
É aqui que surge inicialmente a ideia de interatividade cunhada por Bardoel e Deuze
(2000). O leitor passa a ser um polo ativo na produção de matérias jornalísticas. As formas
eram das mais variadas, desde troca de e-mails até fóruns de discussões e chats com
jornalistas.
Outra característica marcante desta época é a customização do conteúdo ou
personalização que é quando o usuário pode definir seus interesses e o produto jornalístico
será entregue de acordo com esses. Um exemplo de site que utilizava esse implemento
era o CNN, sítio onde era possível estabelecer uma seleção de temas e na próxima vez
que o site era acessado, a exposição noticiosa já era produzida de acordo com estes
assuntos escolhidos.
Hipertextualidade também surge nesses anos e associa textos presentes na internet
através de links. A multimidialidade, por sua vez, trata da convergência das formas de
expressão do jornalismo (texto, imagem e som) para narrar a notícia.
Finalmente chegamos a última característica da geração que é a pura e simples
memória – é mais fácil se ter acesso a narrativas produzidas anteriormente do que em
qualquer outro meio de comunicação.
Na quarta geração, Shwingel (2005) diz que o jornalismo online utiliza tecnologia de
banco de dados e sistemas automatizados para etapas de apuração, edição e veiculação do
conteúdo informativo.
As bases de dados (BDs) estruturam a atividade jornalística em suas mais diversas
fases de produção e distribuição gerando narrativas dinâmicas demarcando um modelo
próprio, o JDBD, ou seja, paradigma do jornalismo digital em base de dados. Ela funciona
de acordo com a lógica de produção multiplataforma; opera as saídas e entradas de
informações e conhecimentos nas redações; a produção de conteúdo torna-se mais ágil;
possibilita o uso de smartphones e tablets para aferir as notícias;
Técnicas instrumentais também acompanham esta fase do jornalismo digital, como
a RAC (Reportagem assistida por computador) em que as redações fazem pesquisas na
internet, em planilhas de cálculo e banco de dados. As pesquisas podem ser estatísticas,
como também qualitativas, situações em que se pode aplicar o método Delfos. Tal método
consiste na consulta a especialistas numerosas vezes, até se obter uma matéria consistente
e as divergências que sobrarem terão que estar bem fundamentadas.

35
A quinta e última fase é a do jornalismo digital. É a que Barbosa (2003) diz que
vivemos atualmente. Tempo em que são utilizadas em larga escala as redes sociais para
a produção de notícias online na medida em que os consumidores de notícia fazem uso
crescente de smartphones e tablets.
Esta fase é marcada pela própria medialidade, a horizontalidade como ponto para o
movimento nas entradas e saídas de notícias entre os diferentes meios de se fazer
jornalismo, a integração de procedimentos e conteúdo em um continuum dinâmico de
multimídia (vídeo, áudio, animação).
Como citado anteriormente existe um novo modo de utilização desse consumo de
notícias a partir de mídias móveis, aquelas que podem ser deslocadas e acompanham o
internauta aonde quer que ele vá, são exemplos clássicos e produzidos em larga escala os
smartphones e tablets. A notícia circula muito rápido e através de variados meios, como
é o caso das redes sociais e o internauta pode estar conectado a essa dimensão a todo
momento.
As redes sociais são usadas amplamente para qualquer tipo de finalidade, porém a
mais comum é o compartilhamento. Seja de fotos e imagens (instagram), de pensamentos
e mensagens (twitter), entres outros. É de se destacar neste ponto a relevante preocupação
com a produção de falsas narrativas, termo também designado como fake news, que tem-
se produzido em larga escala, verdadeiras indústrias que tentam enganar o leitor com os
mais diferentes propósitos, sendo um deles vinculado a política, ou seja, manipular o
usuário com falsas alegações para obtenção de votos para determinados candidatos, não
contribuindo para um processo democrático consciente.
Retomando a discussão das características da quinta fase, é possível mencionar o
aparecimento de apps (produtos aplicativos) que podem ser jornalísticos, advindos, por
sua vez, dessas mídias móveis. Sendo mais inovadores aqueles denominados autóctones,
em outras palavras, “aplicações criadas de forma nativa com material exclusivo e
tratamento diferenciado” (Barbosa, Firmino da Silva, Nogueira, 2012).
Suzana Barbosa ainda defende, posteriormente a esta quinta fase, em seus grupos de
estudos de doutorado na FACOM (Faculdade de comunicação da universidade federal da
Bahia) o desaparecimento dessa nomenclatura que designa o jornalismo como digital, ou
seja, o termo que o classifica. Este tipo de comunicação moderna passaria a ser
identificado apenas por “jornalismo” devido à grande difusão e utilização desse meio
como promotor da informação.

36
4.2 CIBERDEMOCRACIA E CIBERATIVISMO

Ciberdemocracia é um termo que designa, segundo Gomes (2011, p.27-28), o uso


ou emprego de aparelhos de ponta para participar da vida social e política priorizando a
democracia. É o uso da internet para participar de ações que visam um processo mais
democrático, valendo-se da descrição de Lévy (2002, p. 11-12), Ciberdemocracia é uma
nomenclatura atribuída ao exercício político no que se denomina ciberespaço, onde os
princípios norteadores são a liberdade de expressão, a transparência e o caráter universal,
o que reformula as propriedades que descrevem a atividade de natureza pública,
introduzindo liberdade e responsabilidade que cabe ao cidadão exercer.
O ciberativismo pressupõe que se exista uma cibercidadania ou ciberdemocracia.
Para Di Felice (2013), em consequência da expansão da internet, passou a aparecer
movimentos sociais ligados ao digital. Então, tendo em vista o que foi escrito pelo autor
(p. 54), o ativismo na internet nada mais é que o uso da conexão internet para auxiliar
movimentos ou causas locais ou globais, se valendo da sociedade em rede para difundir
informações relativas a essas causas ou incentivar discussões da população engajada ou
ainda agendar ações para manifestos. (conforme Lemos, 2003).
Tendo em vista as motivações por trás do ativismo online, pode-se classificá-lo
de três formas diferentes: conscientização/apoio, organização/mobilização e ação/reação
(VEGH, 2003 apud BECKER, 2010).
A primeira classificação se refere a tomar conhecimento de algum fenômeno que
está acontecendo e de alguma forma está incomodando o bem-estar do cidadão de uma
dada sociedade e, então, a partir de suas premissas e reivindicações volta-se para o
segundo passo que é a promoção da causa. Como exemplo, pode-se citar o outro lado de
uma notícia que não seja isenta na qual uma mídia tradicional publicou cuja propriedade
pertença a uma família de políticos e que de algum modo causou comoção e engajamento
de cidadãos em determinada causa.
A segunda consiste em organizar grupos sociais e a partir disso mobilizá-lo. A
partir do momento que uma causa já está estabelecida, procede-se a segunda etapa que é
mobilizar esse público, ou seja, fortalecer ou construir um público e a de convocar
manifestações offline, em outras palavras, agendar dia e local por meio da internet em que
as pessoas irão às ruas para promover suas reivindicações através de passeatas que
normalmente privilegiam a não violência.

37
Finalmente a terceira classificação segundo Vegh de ação/reação também é
conhecida como ativismo hacker, abarca atos de naturezas diversas inclusive não
tolerados pela ética e pela lei, como invasão e congestionamento de sites, crimes
cibernéticos e até ciberterrorismo5.
Como exemplo desse ativismo online podemos citar o primeiro denominado herói
do ativismo na rede, o sub-comandante Marcos que movimentou o primeiro manifesto
mundial Zapatista6 no México em 1994 através da internet para conseguir apoio à causa
popular. Houve uso de argumentos locais, assim como os defendidos de modo não
territorializado para causar um forte impacto ao movimento que foi o primeiro então
considerado eletrônico e global.
Outro exemplo que é referência mundial da utilização da rede para promover o
acesso dos cidadãos aos direitos mais fundamentais foi o que se denominou de Primavera
Árabe7. A luta era para derrubar os governos autoritários, como pôde ser observado, a
internet foi cortada e limitada nas regiões onde a manifestação eclodiu, pois, a classe
política dominante dos países aí localizados temia que a causa se espalhasse.

Figura 2. Cidadãos empunhando placas em manifestação da Primavera Árabe

Fonte: https://internacional.estadao.com.br/blogs/olhar-sobre-o-mundo/um-ano-de-primavera-arabe/

5
Uma gama bem diversificada de autores, a partir dos anos 2000, se referem ao termo ciberterrorismo
como atos de violência que resultem em danos ou ameaças a pessoas ou coisas com intenção de obter
ganhos ideológicos ou políticos
6
Para saber mais sobre o movimento zapatista, cf. http://archive.oah.org/special-
issues/mexico/zapmanifest.html
7
Para mais informações sobre o que foi a primavera árabe, cf https://www.politize.com.br/primavera-
arabe/

38
Atualmente também se tem exemplos de Organizações não governamentais
(ONGs) que lutam por diversas causas de modo a se manifestar no ambiente online. A
Human Right Watch por exemplo, atua em diversos países através de formulação de cartas
a autoridades locais, produção de relatórios que servem de embasamento para decisões
políticas, etc, para combater o abuso aos direitos humanos como o da livre expressão8.
Um movimento digital nomeado de Sleeping Giants9 também atua na internet e
através de redes sociais denunciando Fake News (discursos falsos) que algumas empresas
financiam e às vezes acabam por não perceber, além de agir também no combate à
intolerância e o discurso de ódio divulgado na web. Para pôr em prática a solução à tal
denúncias, eles contam com mecanismos que chamem a atenção de autoridades e marcas,
neste segundo caso, desmonetizando sites e canais potencialmente perigosos para a
democracia.
Outra ONG que é mundialmente conhecida e atua no combate a abusos ambientais
é a GreenPeace. Também atua na produção de petições online, endereçamento de cartas
a autoridades locais e possibilita espaço para a discussão ou conscientização pública
acerca de determinado tema. É bastante conhecida no Brasil e tem contestado por
exemplo o desmatamento de ocorrência bastante recente na Amazônia10.
Outro caso icônico que ficou evidenciado no Brasil foi a tão comentada
Manifestação de junho de 2013, também conhecida como Manifestação do Passe Livre.
Ela teve origem na reivindicação de barateamento da passagem no transporte público,
mas logo tomou proporções maiores se difundindo para o país inteiro e passou a ter um
caráter multifacetado no que se refere às reivindicações, incluindo na pauta a exigência
do fim da corrupção, o investimento em segurança e educação, saúde pública, etc. A
internet foi uma das ferramentas mais utilizadas tanto para formular as exigências como
para agendar dia, horário e local onde aconteceria a manifestação.
Nos movimentos mapeados pela internet, “Não há líderes, mas a constituição de
multidões “inteligentes” (que usam as novas tecnologias) para fazer circular informações
e ideias, como em uma ampla conversação”, assinala Lemos (2012). Ainda de acordo
com o pesquisador, novos participantes aparecem e se juntam a causa, movimentando
ideias, informações, sentimentos diversos, reivindicações em protestos, etc, que muitas

8
Exemplo de caso de defesa da liberdade de expressão da ONG human right watch no Brasil, cf
https://www.youtube.com/watch?v=ayYzran1JDs&t=7s
9
Site do movimento: https://sleepinggiantsbrasil.com/
10
Para saber mais sobre este projeto, cf https://www.greenpeace.org/brasil/participe/vamos-zerar-o-
desmatamento-no-brasil/

39
vezes viraliza na internet e se utilizam das redes sociais como Instagram, Twitter e
Facebook. Desta forma, origina-se uma “circulação descentralizada” (LEMOS, 2012).
Outro aspecto digno de se tomar nota é a mudança que o termo “liderança” assumiu. Não
se trata mais de um partido político ou um líder carismático, agora o líder se encontra na
multidão ou “coletivos inteligentes que se articulam, sem centro, em prol de uma causa”
(LEMOS, 2012).
Uma consequência não favorável da possível globalização dos movimentos pela
democracia e pelos direitos é que os ciberativistas dos mais diferentes movimentos e
cantos do mundo, por uma questão de cultura, terão crenças e valores completamente
diferentes, no entanto, defenderão a mesma causa no ciberespaço. Constituindo, dessa
forma, o que Jorge Machado (2007) coloca como a “identidade difusa dos sujeitos
sociais” inseridos nesta seara da internet. Logo, acredita-se que seja mais difícil tocar em
questões identitárias nessas mobilizações, segundo o autor.
Então, podemos dizer que o ciberespaço funciona de maneira sistemática, no qual
o fazer jornalístico opera de modo a utilizar o conceito de interlocução. Desta maneira,
os procedimentos de comunicação no ciberespaço estão em paulatina evolução através de
fluxos e etapas de natureza não linear. Isso permite dizer que a função do jornalista
enquanto um gatekeeper11 é minimizada, dando cabimento a uma prática, a “cartografia
da informação” que faz referência a empenho jornalístico em redes comunicativas inter-
relacionais (BRAZ e PENIDO, 2007, p.11).

11
Gatekeeping é uma teoria que retrata como as notícias são selecionadas ou filtradas com base em critérios
subjetivos do jornalista que ocupa a função de editor. O nome faz referência a esse “gatekeeper”, ou seja,
“guardião do portão” que seria o agente responsável por este processo.

40
5. POTENCIALIDADES E LIMITES ENTRE JORNALISMO DIGITAL E
CIBERDEMOCRACIA

5.1 POTENCIALIDADES OFERECIDAS PELO JORNALISMO

O jornalismo coletivo desponta com a tecnologia como fator de produção


vinculado a sua atividade rotineira, estas inovações foram essenciais não apenas para o
seu cotidiano, mas também para o surgimento desse tipo de jornalismo. Com o
aparecimento da internet e formulação da sociedade em rede (Castells, 2002), o jornalista
passa a ser um ator que segue o ritmo da mobilidade informativa. Em outras palavras, as
informações não são mais produzidas unicamente nas redações como antigamente, o que
quer dizer que os novos tempos estão “provocando uma migração não só do lugar de
produção, como também dos produtores” (Nonato, 2015, p. 68).
E ainda pode-se dizer que “a digitalização rachou as estruturas essenciais em que
se apoiava tradicionalmente a indústria da mídia” (Salaverría, 2015, p. 81). Uma das
quebras é em relação a primazia da divulgação das informações por meio de veículos de
mídia tradicionais. O que acontece atualmente é um diálogo muito mais horizontalizado
multidirecional e instantâneo.
Os “coletivos” surgem nesse cenário onde existem marcas de maior autonomia e
liberdade comunicativa. Nonato (2015) se refere ao terreno atual do jornalismo como
espaço onde as tecnologias criaram possibilidades para auto-organização e auto-
mobilização da sociedade. A sociedade marcadamente modificada pela interação em rede,
traz ao mesmo tempo maior independência e uma quebra de paradigmas centrado em
limites institucionais. A internet reinventa a forma do produzir jornalístico com ideais de
emancipação, contrapoder e participação (Wolton, 2011).
Um exemplo de coletivo foi a cobertura das manifestações de junho de 2013, do
passe livre. As pessoas utilizavam celular e a internet 3G para transmitir ao vivo por
streaming12. Entre as características deste novo grupo de produção jornalísticas estão a
multimidialidade, interatividade e hipertextualidade.
Nesse meio são as grandes narrativas, também referenciadas como longforms13.
Essas necessitam de mais tempo para apuração, o que faz com que a veiculação seja

12
Método de utilização da internet que se caracteriza por transmissão de conteúdo sem a necessidade de o
usuário armazenar os dados em seu próprio computador.
13
Formato de jornalismo que traz a apuração bem detalhada em que são usados recursos tais como
interações, áudios, vídeos, infográficos, gráficos e imagens.

41
freada diante do ritmo da instantaneidade. Porém nesse novo contexto há, também, a
emergência das imagens, dos áudios e das narrativas transmídias (Jenkins, 2009)
O jornalismo comunitário, por sua vez, é aquele que é preparado e publicado para
atender os interesses de certa comunidade, é através dele que a comunidade ganha uma
identidade seja ela individual ou coletiva. Também pode ser meio representativo de uma
cultura através do provimento da inclusão de um sujeito a uma dada comunidade. Para
que exista uma sociedade é preciso atender à alguns requisitos básicos, são eles:

Um processo de vida comum por meio de relacionamentos orgânicos e certo


grau de coesão social; autossuficiência (as relações sociais podem ser
satisfeitas dentro da comunidade, embora não seja excludente); cultura
comum; objetivos comuns; identidade natural e espontânea entre os
interesses e seus membros; consciência de suas singularidades identificativas;
sentimento de pertencimento; participação ativa; lócus territorial específico; e
linguagem comum (PERUZZO, 2006, p.13).

É preciso entender o conceito de comunidade para que se possa falar em


comunicação comunitária. Mormente em tempos de grande avanço tecnológico e da
internet galgar certos limites. Ela não se perde, porém é reconfigurada.
O fato de se pertencer a determinada comunidade faz com que o sujeito passe para
uma posição ativa dentro da comunicação comunitária. Ou seja, como bem define o
seguinte autor “uma imprensa só pode ser considerada comunitária, quando se estrutura
e funciona como meio de comunicação autêntico de uma comunidade. Isto significa dizer:
produzido pela e para a comunidade” (MELO, 2006, p. 126).
Logo, essa natureza de jornalismo proporciona ao indivíduo, inserido no meio
social, uma cidadania por meio da qual se exerce a livre expressão do pensamento através
da comunicação ativa. Desta forma, o sujeito passa a participar deste processo de criação
de conteúdo de jornalismo, o qual se perfaz por meio de uma publicação em certo canal
da comunidade, a exemplo de rádio – postes... Como consequência, há uma aproximação
entre conteúdo publicado e o perfil do público que tem acesso a este material.
Cabe ressaltar ainda que, a forma de produção do jornalismo comunitário
normalmente não tem tendência a ter fins lucrativos, além de servir como meio de
aprimorar a educação, cultura e cidadania através da publicação de seus conteúdos.
Com o advento da internet, tornou-se muito mais fácil a comunidade passar a atuar
no polo ativo a partir da produção e publicação de informações de interesse comum de
seus membros em canais alternativos de comunicação. É o caso, por exemplo, de um

42
bairro periférico que não se sente representado pelas mídias tradicionais ou cidadãos que
não tem o usufruto de políticas públicas e decidem criar conteúdo (páginas) na internet
com intuito de serem representados de maneira peculiar e autêntica dentro da sociedade
que estão inseridos. O cidadão pode juntamente com líderes comunitários e associações
intervir em conteúdo de natureza seja cultural, política etc. expondo suas ideias e opiniões
com maior liberdade. Ou seja, a tecnologia contribui com o escopo de tornar possível uma
maior participação e identificação do sujeito com o próprio meio social a que pertence.
O jornalismo independente é outra forma de potencialidade oferecida pelo
jornalismo digital. Entende-se este termo de forma a ser “uma atividade exercida por
profissionais” e “que ocorre no contexto de uma subcultura própria” (LIMA, 2009). Desta
forma, distingue-se do jornalismo tradicional por não se submeter ao que se convencionou
chamar de padrão mercadológico e tampouco representar uma linha editorial específica
ou ter viés político.
Reis (2017, p. 194) cita a definição de Venício Lima para quem o jornalismo
independente “é definido, em geral, por ser um jornalismo realizado sem vinculação
econômica ou editorial a grandes grupos empresariais, na perspectiva de contraposição à
mídia convencional”. Em outras palavras, pela definição do mesmo autor, é “livre de
qualquer sujeição, autônomo’” (LIMA, 2009).
Independência esta que se mantém em relação às práticas editoriais que, de certa
forma, sempre acabam mitigando o jornalismo em seu princípio da responsabilidade
social e pela seleção das notícias pautadas no interesse da população.
No meio digital também existe muitos casos dessa experiência de jornalismo
independente, exemplo disso foi também a já citada cobertura das manifestações de junho
de 2013 no Brasil por sites não pertencentes à veículos da mídia tradicional como Mídia
NINJA. Esta fonte se valeu de conteúdos publicados em rede social para cobrir o evento
além de promover a mobilização de rua pelo país inteiro.

43
5.2 LIMITES OFERTADOS PELO JORNALISMO DIGITAL

Dentre os limites que podemos elencar, estão o de natureza administrativa.


Segundo teoria organizacional estudada por Warren Breed, uma das primeiras pressões
internas ou constrangimentos que o jornalista passa é se adaptar a política editorial da
empresa de jornalismo. Além disso existe um controle não corpóreo que vem diretamente
da direção dos veículos que está ali a nortear e constranger o trabalho nas redações.
Ademais, há uma espécie de pacto estabelecido entre os jornalistas de uma
redação com a intenção de se ter ideias alinhadas entre si de onde emanaria valores-
notícia e preferência por determinadas pautas ou fontes. Tais decisões podem ser de
ordem deontológica, determinadas de acordo com a direção das redações, partindo da
reação da audiência ou enfim, do seu grupo corporativo de trabalho.
Fora esses fatores supramencionados, estão a questão do deadline que acaba
causando um certo estresse no jornalista com relação ao tempo de seu trabalho e o risco
à integridade física advindo de determinadas situações que faz parte do ofício a exemplo
da investigação jornalística.
Já na rotina produtiva do jornalista, no que se refere a parte da coleta da
informação, os canais já estão fortemente estruturados de modo a se ter um fluxo
constante e recorrente de notícias. O que acaba por reduzir a escolha por canais de coleta
alternativos, a exemplo de outras fontes de informação, tendo em vista a redução de custos
e tempo nessa etapa da produção.
Outra forma de coerção do trabalho do jornalista é configurada diante da complexa
engrenagem em que se dá a produção noticiosa: o chamado editing – ou seja, as
imposições de natureza formal – as determinações de ordem linguageira e estética. As
imposições podem ser também de estilo vigiadas coercitivamente pelos manuais de
redação dos veículos.
Quando se trata da mídia eletrônica, existe ainda, segundo Mauro Wolf (1999), a
fase de preparação e apresentação dos acontecimentos através da realização de manchetes
e das notícias propriamente ditas dentro do formato e da duração permitida mediante
relação da direção do noticiário com o canal em que a transmissão é realizada.
Um dos grandes limites ofertados pelo jornalismo digital é o de taxar a leitura de
páginas de conteúdos com determinados preços. Vários jornais estão adotando este
modelo de arrecadação de fundos para que a empresa jornalística continue operando ao

44
invés de arrecadar fundos a partir de anunciantes publicitários. Tal método se chama
paywall, tem origem em jornais estadunidenses e do Reino Unido, essa modalidade de
cobrança permite que o internauta leia certa quantidade de páginas do jornal de modo
gratuito diariamente, porém a partir de determinado número de matérias, começa a ser
cobrado determinado valor pelo serviço de informação.
Contudo, essa prática vem gerando insatisfação perante grande parte dos usuários,
pois não se tinha o hábito de pagar por esta forma de atividade no virtual. As redes sociais
borbulharam de críticas quando tal iniciativa foi adotada o jornal Folha de São Paulo. A
seguir é apresentado alguns dos comentários que sobreveio a tal mudança:

Sou leitor desse jornal há muito tempo, primeiro como impresso e atualmente
virtual, o leio todos os dias, e se o faço, é porque mesmo sendo carioca, o
considero o melhor do Brasil. Respeito o direito de acionistas e diretores
tomarem decisões, mas acho que quem tem 19 milhões de visitantes diários,
com 242 milhões de páginas, deveria imaginar o prazer dos anunciantes ao
verem a redução de exposição de seus produtos (FERNANDES, 2012).

O gênio que inventou isso ainda não percebeu que os jornais estão mortos?
Estamos na era da informação, informação em todo lugar e de fácil acesso,
cobrar por isso? É simplesmente ridículo. Jornais impressos deveriam ser
distribuídos de graça e se sustentarem através de anúncios pagos. Ridículo!
Adeus Folha, olá Estadão! (LEITE, 2012).

Para se entender de maneira mais didática este fenômeno da internet, pode-se dizer
que ele é a forma que se traduz em uma receita mais vantajosa ao veículo que o adota. É
visto como uma solução para a situação decadente que os jornais impressos,
principalmente nos Estados Unidos, em termos de vendas, estão enfrentando. Isso se dá
devido à queda do mercado de anunciantes nos jornais impressos do país.
O primeiro jornal a adotar esse modelo de cobrança foi o The Wall Street Journal no
ano de 1997, foi considerado um grande sucesso, pois angariou aproximadamente
duzentos mil assinantes em quase um ano. Tal atividade, como esperado, apesar de
polêmica, aumentou significativamente a receita do site, a partir de então o público do
jornal só cresceu alcançando mais de 1 milhão de pessoas em 2007 e 15 milhões de
internautas no início de 2008.
Seguindo a linha histórica, em 2010 o The Times adotou o mesmo modelo, foi uma
decisão que provocou muitas controvérsias levando alguns analistas a dizer que invés do
usuário pagar pelo serviço, eles iam buscar informações em outras fontes confiáveis. Em
números, o jornal conseguiu a assinatura de 120 mil internautas naquele ano, uma
quantidade considerada moderada, contudo, houve uma perda mais significante de

45
frequentadores no mesmo período, cerca de quatro milhões, assim o novo sistema adotado
não foi considerado um grande sucesso.
Ainda nos EUA, houve casos em que o paywall não foi bem implantado e precisou
ser removido para não causar a falência do meio digital do veículo, foi o exemplo da
revista The Atlantic Monthly, que em uma decisão da direção do meio de publicação, foi
determinado que apenas quem assinava a revista impressa poderia ler o conteúdo presente
no site. A comunidade de leitores não reagiu bem a esta medida e este sistema de custeio
foi removido.
Há ainda uma classificação para este modelo de pagamento, o paywall: o rígido e
o poroso. No primeiro caso, o rígido, passa a ser exigido do leitor uma assinatura para
que se possa desfrutar de qualquer serviço ofertado pelo veículo no meio virtual. Já no
segundo caso, o poroso, existe um conteúdo premium que só pode ser acessado por quem
paga pelo serviço, porém há também outro tipo de publicações que os usuários podem
acessar sem ter que pagar. É um estilo mais “flexível” deste modelo de pagamento, o
paywall.
Ao fazer um mapeamento estratégico de qual modelos de web jornais iriam
prosperar com este novo negócio do paywall, o autor Andrew Miller descreve a análise
da seguinte forma:

Em algumas organizações de notícias, nas quais o crescimento no número de


leitores pode não ser tão importante e, em especial, quando há uma forte base
de assinantes na versão impressão suficiente para construir, um Paywall puro
pode ser um excelente negócio. The Economist e, talvez, The Times vem à
mente neste caso. Também faz sentido em outras publicações que apresentam
informações críticas de negócios - por exemplo, o Financial Times e, no
contexto australi(, o AFR (MILLER, 2012)

46
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve o intuito de expor através de uma revisão bibliográfica a


evolução da internet, em sequência discorreu sobre o webjornalismo o que viria a ser um
palco de interações, principalmente por meio de redes sociais, para as mais diversas
finalidades. Uma delas possível foi fazer do ciberespaço um local para formular uma
inteligência coletiva sobre política, em um novo cenário onde é possível articular e formar
opiniões, contribuindo assim, para uma democracia plena ou, em outras palavras,
democracia digital ou ciberdemocracia.
Ao executar uma de suas funções precípuas, o webjornalismo exerce a função de
vigilância, isso significou trazer às claras, fundamentalmente após a promulgação da lei
de acesso a informação, dados da gestão do governo, fiscalizando, desta forma, a receita
e a gestão do dinheiro público, podendo, destarte, denunciar desvios de verbas públicas,
por exemplo. O que só veio a reforçar o dever do jornalista perante a sociedade conforme
observamos em seu código de ética, no segundo artigo.
O conceito de esfera pública, entendido como espaço para expor opiniões políticas
e promover a democracia entre os cidadãos através de atos contra o Estado, como pressões
populares por um direito coletivo que vem sendo violado, vem a muito tempo sendo
estudado. Percebe-se que este conceito foi além da conotação física com o incremento da
web e surgimento das redes sociais, tornando assim, o debate mais acessível, pluralista e
sem fronteiras, além de que, pela primeira vez, permitiu a militância através do
ciberativismo.
Ao falar de política, veio logo à mente as ideias de cidadania, democracia, direito
e legislações, sabe-se que as leis de uma dada sociedade acompanham e se adaptam aos
costumes locais. Atualmente vivemos em uma sociedade da informação e se faz
imprescindível a publicações de leis que defendam, dentre outros, o direito a intimidade,
manifestação do pensamento e de livre expressão. Foi evidenciada a existência de
legislação tanto interna como internacional que proporciona estes direitos aos brasileiros.
Lembra-se que um dos principais documentos legais é a constituição federal de 1988 que
afirma em seus termos que o Brasil vive em um regime democrático (demos = povo,
kratos = força) e que o poder emana do povo, ou seja, ele não parte do povo e se lança a
mercê do destino. O poder parte do povo e volta para o povo, este seria o ideal a ser

47
seguido, para tanto ainda resta amadurecer tal prática no cotidiano da população das mais
diferentes classes, etnias, origens etc.
O Brasil é um país em desenvolvimento econômico e como consequência disso
ainda tem muita desigualdade social, tal adversidade interfere no acesso dos cidadãos aos
bens necessários (TICs) para poder se conectar à internet e ao que existe de mais atual a
fim de exercer sua cidadania. Já existem tantas dificuldades no país que a posição que
defendemos, diante desse cenário, é que o método paywall deve existir, sim, em virtude
da necessidade do veículo digital garantir sua viabilidade econômica, porém, funcionando
de modo a restringir o acesso apenas a conteúdos que fossem premium, (como por
exemplo ter comentários respondidos, na seção de notícias que o usuário acessar, através
de feedback de especialista) ou seja, o usuário poderia ter um plus na qualidade de
informação caso assinasse, porém essa continuaria acessível mesmo a quem não pudesse
pagar. De volta a acessibilidade às tecnologias de comunicação, é inconcebível pensar
que ela seja inalcançável pela população mais carente economicamente, principalmente,
em época de pandemia, pois é prioridade o acesso à educação e cidadania. O cidadão
precisa se educar para, dentre muitas outras finalidades, não cair nas armadilhas das Fake
News, assim como as empresas precisam se empenharem para fornecer informações
verídicas e gratuitas. Uma vez que a internet é vasta e de amplo acesso a todos, não é de
se esperar que todos ajam de boa-fé. Mormente nesta época referenciada de pandemia, o
medo e a incerteza levaram cidadãos a se informar em veículos jornalísticos que possuem
credibilidade. Os dados quantitativos adquiridos, principalmente no ápice deste momento,
quando as taxas de infecções eram maiores, levaram as pessoas a reduzirem a circulação
por espaços públicos e consequentemente isso diminuiu as taxas de contaminação do
vírus por onde incidiu na coletividade.
Para o desfecho deste trabalho acadêmico (últimas palavras) reconhecemos os
entraves e limitações quais o jornalismo digital enfrenta, entre eles as coerções oriundas
da linha editorial, os problemas de acesso à informação através do uso irrestrito do
paywall por portais jornalísticos, porém mesmo cientes de tais fragilidades, não podemos
deixar de atentar para a vasta gama de possibilidades que só jornalismo digital
proporciona, compreendendo entre elas novas formas de exercer a atividade jornalística
(inclusive de modo independente) possibilitando a existência de múltiplas fontes de
informação para além das mídias tradicionais, destacamos também o surgimento de
novos formatos, a exemplo de longforms e narrativas transmídia, além da notória
reconfiguração nos moldes das práticas políticas dos cidadãos.

48
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