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19/08/2008
Érika Travassos*
Resumo
1 Introdução
Ricardo Noblat (2007, p.14), trás em seu livro “A arte de escrever um jornal
diário”, dados interessantes. Em uma pesquisa realizada pela Associação Americana de
Jornais com cerca de 4 mil adultos com mais de 18 anos, foi revelado que a Internet
como fonte de notícias cresceu 127% entre 1997 e 2000. E que 75% dos entrevistados
entre 18 e 24 anos afirmam que a Internet mexe com a imaginação, enquanto o jornal
impresso, apenas 45%. Neste mesmo período, a compra de jornais caiu quase 12% e a
audiência dos telejornais 14%.
A pesquisa prevê ainda que “até 2010 os jornais deverão perder para a Web de 10
a 30% de sua receita com publicidade”. Os números refletem algo que já é nítido. Que a
Internet mudou a forma de se fazer jornalismo. Segundo Inês Aroso, em seu artigo A
internet e o novo papel do jornalista (2003), “a Internet não só está a criar novas formas
de jornalismo, mas também de jornalistas”. O profissional é o que mais sofre com esta
transformação.
A autora vai além e afirma que “a Internet não só está mudando os modos de
acesso à informação pelos utilizadores, o modelo de comunicação tradicional, a economia
mundial e as empresas de comunicação, mas também o perfil do jornalista”. Segundo
Jonh Pavlik, em seu artigo Journalism and new media (2001), são três as principais
mudanças no papel do jornalista, com a internet: “O jornalista tem que ser mais do que
um contador de factos, o papel do jornalista como intérprete dos acontecimentos será
expandido e em parte modificado e os jornalistas on-line terão um papel central na
ligação entre as comunidades”.
Diante dessa nova realidade, as exigências profissionais e técnicas em relação aos
jornalistas também são modificadas. Antes o jornalista deveria ser especializado em
áreas específicas, agora deve ser multimídia, trabalhar com todos os meios e interpretar
a informação e colocá-la a disposição de forma criativa. Doug Millison, escrevendo em
The journalist of tomorrow (1999) afirma que “os jornalistas on-line devem aprender
(...) como usar a Internet para pesquisar informação, programação básica de HTML para
saberem construir páginas Web, produção digital de áudio e vídeo e técnicas de
programação”.
Ainda falando sobre as transformações impostas pela internet o autor, Christopher
Harper escrevendo What’s next in mass communication (1998) exemplifica que o
repórter, ao sair para fazer suas matérias “leva consigo uma caneta, um bloco de notas,
um gravador de áudio, uma máquina fotográfica digital e por vezes uma câmara de
filmar de uso doméstico”. É importante ressaltar que o bom jornalista é o que se destaca
pela parte cognitiva. A parte tecnologica é mais um atributo do bom jornalista, além é
claro do que diz Noblat (2007, p. 47): “o bom repórter tem sorte”.
Aroso (2003) trás a opinião de Leah Gentry (Cir. In HARPER, 1998), onde ele
apresenta algumas regras básicas para o “jornalista on-line: ele deve fazer uma
verificação rigorosa dos factos; realizar uma pesquisa e edição sólidas; os factos têm que
ser verificados e re-verificados.
A autora também cita Lizy Zamora (2001), que faz a seguinte observação:
3 Conclusão
Vemos então que a introdução de uma nova tecnologia sempre amplia o potencial
do jornalismo, seja em qual mídia for. E que cada nova tecnologia é determinante para
uma maior proximidade com o público.
Percebemos que a introdução da internet neste potencial de criação e divulgação
da informação, tornou a relação jornalista-público cada vez mais próxima, a ponto do
próprio receptor se confundir e até se tornar o emissor na notícia.
E, por esta introdução do emissor no campo da criação, o papel do jornalista é
modificado. Antes o profissional era o responsável pela descoberta, apuração e
veiculação da notícia. Hoje o jornalista assume o papel de interprete dessas muitas
informações trazidas por todos os tipos de fontes. Ele é responsável por selecionar,
através de sua capacidade cognitiva e profissionais o que realmente é um fato que
merece destaque. Pelo menos é isso que esta nova era exige do profissional de
jornalismo.
Outro papel do jornalista é de ser mediador deste relacionamento entre o mundo
comunicativo e o público. De abrir caminhos para uma participação cada vez mais
interativa do público. Para isso, são usadas ferramentas como os portais, blogs, etc.
É importante destacar que é imprescindível que o jornalista de adeque a esta nova
realidade, as novas exigências tecnológicas e interativas que este mundo digital exige
tanto do jornalista quanto das empresas de comunicação.
4 Referências:
PAVLIK, John V. (2001) – Journalism and new media. New York: Columbia University
Press.
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