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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAS


DEPARTAMENTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO / CURSO DE JORNALISMO
DISCIPLINA: COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
DOCENTE: PROFA. SIMONE ORLANDO

ALUNO: Ana Julia Oliveira da Silva e Isabella Cabral Santana

"Mídias Massivas e Pós-Massivas no


Contexto do século XXI"

Entender o papel que as mídias contemporâneas exercem na sociedade contribui


para que analisemos todos os seus momentos de mudanças ao longo da história.
Ainda nos anos 60, o sistema de redes de computadores foi criado enxergado como
um divisor de águas na transmissão da informação. Mas foi apenas a partir de
meados da década de 90 que os brasileiros passaram a poder acessar a Rede em
suas residências. Novos hábitos abriram precedentes significativos para a discussão
destas e demais mídias ao redor do mundo no século XXI. E de acordo com a
evolução da internet e a sua acessibilidade, torna-se possível, não somente
classificá-la, mas sim caracterizar meios impressos, rádio, televisão e internet em
dois sistemas diferentes de mídias. Sendo eles: Mídias Massivas e Pós-Massivas, de
acordo com autores da área de comunicação.

No que diz respeito a Era Pós-Moderna, os meios massivos ainda são constituídos
ferramentas comunicacionais impressos, de rádio, telefone e televisão. Estes
possuem muitos equipamentos, grande equipe para controle e altos investimentos
que os fazem ter um grande polo de emissão importantes na formação social e
política no ideário das pessoas. Por estas razões, os meios de massa percorrem
vastos territórios nacionais simultaneamente e são chamados de meios Mainstream
por serem muito conhecidos e utilizados por esta grande massa da população. E
também através dessa transmissão de conteúdos que as mídias massivas têm o seu
modo de comunicação é identificado por vertical para o seu público, em sua única
mão de disponibilização de conteúdo.

A difusão vertical destes meios é realizada através de antenas de transmissão


para o envio de sinal (radiodifusão) até os aparelhos de TV, rádio e telefones, nos
quais capturam e transmitem o sinal. E todo este processo é chamado Broadcasting
que possibilita um maior alcance que podem agradar uma grande e diversificada
quantidade de pessoas, sejam elas de vastos estilos, personalidades, classes, sexo
etc. Entretanto, pode ocasionar uma perda de profundidade através destas mídias
por possuir uma perspectiva mais generalizada.

O dinamismo das tecnologias surgiu com o desenvolvimento das cidades também


ocorrido na Pós Modernidade, comumente conhecida como Fase da Ubiquidade.
Nela houve a diluição de diversas fronteiras, sobretudo da tecnologia que deu
origem a internet, tão necessária no cotidiano das cidades industriais. O sistema
de redes de computadores pertence às funções pós-massivas e ocorrem em meio
híbrido, pois pode tanto obter características de meio de massa, quanto traçar o
seu próprio caminho e particularidade na recepção e transmissão de conteúdo.

Monteiro (2001), por exemplo, diz que “poderíamos dizer que a internet é uma
espécie de meio “híbrido”: embora criado como meio de comunicação
interpessoal, tem características de meio de comunicação de massa. No entanto,
também pode negar essas mesmas características”. O que faz a internet ainda ser
um meio de massa é ter característica pertencentes a este quando a internet é
uma organização ampla e complexa, ou tem sua estrutura dada por equipamentos
tecnológicos financiados por verbas publicitárias.

Desta forma, estas mídias onlines em questão, permitem quaisquer pessoas


produzirem porque há um aspecto de emissão liberada na internet. Este sistema
ocorre de forma bidirecional e horizontalizada porque ao criar o seu próprio
conteúdo, projeta uma audiência heterogênea e numerosa. Seu fluxo informativo
torna-se customizado coletivamente e a permite difundir conteúdos com a mesma
facilidade que os meios massivos dispõem, principalmente através da criação de
um nicho que vai consumi-lo e se conectar, a exemplo das conhecidas ferramentas
da internet (blogs, wikis, podcast, redes, softwares sociais e telefones celulares
com múltiplas funções). Em um vídeo concedido ao ‘Grupo de Estudos: Educação
Cultura Digital’, Lemos (2010) ressalta três princípios-chaves para a cultura escrita
e da leitura na perspectiva da internet: emissão; conexão e reconfiguração
proporcionadas pelos sistemas de rede. Essas três singularidades reforçam a
capacidade dos meios pós-massivos de emitirem coletivamente em rede, enquanto
a primeira é sobre a possibilidade de produzir livremente; a segunda é emitir e
compartilhar e se conectar com mais pessoas abertamente e, por último, a
reconfiguração de modelos e evolução de coisas (livro, cinema, tecnologia).
Porque, dessa forma, vale destacar a força que os meios pós-massivos têm de
permitir a constante problematização e atualização.

Neste viés das três leis que regem a cibercultura, é possível perceber que os
meios pós-massivos influenciam frequentemente nos processos de escrita e leitura
presentes nos novos dispositivos (smartphones, notbooks, laptops, computadores)
advindos dos avanços tecnológicos e conexões de rede. O advento da cibercultura
proporcionou uma interatividade antes não encontrada, modos diferenciados de
recepção e emissão de mensagem.

Com ela e através dela, as pessoas que estavam acostumadas a serem


espectadores, passam a ser usuários que têm a cultura do acesso, além de
escolherem a que informação ler, fazem parte da circulação delas e as constroem.
Assim como é afirmado por Lemos (2002) o “ciberespaço fez com que qualquer um
possa não só ser consumidor, mas também produtor de informação, emissor”
(p.114). É incontestável a afirmação que as tecnologias favorecem o interesse e
idiossincrático dos indivíduos ao participarem ativamente do ciberespaço, sejam
eles em novos tipos de leitura buscados e personalizado por eles ou na produção
contagiada pelos demais à escreverem no dia a dia.

Diferentemente das mídias massivas, linhas telefônicas; TV e rádio, a Internet e o


crescente número de mobiles permitem, cada vez mais, a ocorrência do
Narrowcasting. As pessoas tornam-se mais seletivas e não restritas à canais de
televisão e rádio, pois escolhem a que informações buscar através de seus
aparelhos individuais. Pode-se dizer que advento deste processo seleto, específico
e direcionado a um nicho trata-se de uma oposição ao Broadcasting, mas
igualmente eficaz. Assim como plataformas digitais como Deezer, Spotify, Apple
Music e Tidal, na escolha de músicas e playlists prontas estão constantemente
ganhando espaço no âmbito virtual, pode-se dizer que Narrowcasting continuará
desenvolvendo-se ao passo que a humanidade se atualiza no cenário digital.

Portanto, ao analisar as mudanças ocorridas nas mídias sociais e as suas


contribuições, é possível observar que os conceitos de meios massivos e pós-
massivos não são iguais, mas correspondem-se em inúmeras questões. Ambas têm e
atribuem particularidades em suas ferramentas, permitem a efusão de informações
em seus conteúdos para tipos diferenciados e numerosos de pessoas, além de
continuarem evoluindo constantemente. E por isso, refletem o fluxo informativo
no espaço físico e virtual entre pessoas e informações produzidas, sobretudo, ao
analisarmos os novos processos, funções e dispositivos, cada vez mais
heterogêneos, na emissão se conteúdos e que fomentarão frequentemente
reconfigurações na comunicação midiática contemporânea.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MONTEIRO, Luis. A internet como meio de comunicação: possibilidades e


limitações. Texto apresentado no XXIV Congresso Brasileiro da Comunicação –
Campo Grande /MS–setembro2001.

LEMOS, André. Celulares, funções pós-midiáticas, cidade e mobilidade. Urbe -


Revista Brasileira de Gestão Urbana (Brazilian Journal of Urban Management), v. 2,
n. 2, p. 155-166, jul./dez. 2010.

SIMÕES, Ana Paula Lima. Couto Junior, Dilton Ribeiro do. Das Mídias de Massa às
Mídias Pós- Massivas: uma reflexão sobre o letramento da cibercultura. II Congresso
Internacional Cotidiano – diálogos sobre diálogos, agosto de 2010.

ARAÚJO, Mariana – Broadcast: o que é e qual sua importância? – 2016 - Disponível


em (https://netshow.me/blog/o-que-e-broascasting/) Acesso em: 25 de abril de
2018.

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