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CORPORATIVA NO
ADVENTISMO
diagnósticos e perspectivas
orgs.
Luis Henrique Santos
Francisca Costa
Vandeni Kunz
1
Graduado em Teologia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP). E-mail:
prlelis@me.com
2
Mestre em Comunicação e Consumo pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Escola
Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). E-mail: luiz.santos@ucb.org.br
3
Doutor em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). Mestre em Co-
municação, Administração e Educação pela Universidade São Marcos (Unimarco). E-mail: martin.
kuhn@ucb.org.br
Comunicação corporativa no adventismo
Internet
O advento da internet materializou a essência da abrangência de
pensamento, informação e interação, responsável também por abrir
possibilidades, inclusive de interação, que acabaram potencializando
as relações humanas. Alguns estudiosos dividiram a internet em três
fases histórico-conceituais.
Comunicação corporativa no adventismo
A primeira, ficou conhecida como web 1.0 e foi uma repetição meto-
dológica da TV. O princípio era gerar conteúdo e disponibilizar ao público
sem chance de edição, ou interação por parte deste. Desta forma, havia uma
difusão das informações de forma unilateral e sempre baseada nas inten-
ções — comerciais ou ideológicas — do gerador de conteúdos. Dentro desse
contexto, a criação do e-mail é considerado por alguns como o pioneiro
para a fase seguinte da internet que ofereceu mais possibilidades relacionais.
Essa fase posterior ficou conhecida como a web 2.0 que se caracteri-
zou como sendo colaborativa, ou seja, foram disponibilizadas ferramentas
de interatividade aos internautas. Tornando a web um meio de comuni-
cação efetivo e um ambiente de criação popular, o que ocasionou conse-
quentemente uma série de mudanças comportamentais na sociedade. Sem
desagregar a via de mão dupla aberta pela fase anterior, a evolução da web
142 para 3.0 é criada num sentido de colaboração quase que relacional da má-
quina com o ser humano. Além da interatividade entre dois usuários, os
aplicativos também passam a interagir com as pessoas, assim como o caso
da tecnologia de geolocalização, para referir-se a um exemplo.
Em acordo com essa terceira fase da internet, o autor Casteles
declarou: “a tecnologia é a sociedade, e a sociedade não pode ser en-
tendida ou representada sem suas ferramentas tecnológicas” (CAS-
TELLS, 2003). O mesmo autor, em seu livro A Galáxia da Internet,
33 à 55, vai além afirmando que a internet tem uma cultura própria,
cultura esta resultante de outras quatro culturas: a tecnomeritocráti-
ca, a hacker, a comunitária virtual e a empreendedora.
A cultura tecnomeritocrática diz respeito à elite científica que foi
responsável pelo desenvolvimento da informática, e o grande ideal
Cibercultura, suas implicações sociais e a Igreja Adventista
Cibercultura
Na década de 50, a Cibercultura surge da cibernética e informá-
tica. Vinte anos depois ela se populariza com o advento do micro-
computador. Mas foi na década de 90 que ela se agiganta devido à
explosão proporcionada pela internet.
Segundo Lemos, em seu livro Cibercultura, ela está fundamentada
144 em três pilares: a liberação do pólo de emissão, o princípio de conexão
em rede e a reconfiguração de formatos midiáticos e práticas sociais. Se-
gundo ele, esses três aspectos vão oferecer uma mudança social na vivên-
cia do espaço e do tempo e os processos de re-mixagem contemporâneos.
Na cibercultura percebe-se formas inovadoras e critérios de criação em
que a ideia é a total liberdade da informação, em outras palavras, a libe-
ração do pólo de emissão, é a absoluta democratização da informação.
André Lemos (2004) afirma que [ a cibercultura potencializa aquilo que é próp-
rio de toda dinâmica cultural, a saber, o compartilhamento, a distribuição, a
cooperação, a apropriação dos bens simbólicos e, ao instaurar uma cultura
planetária da troca e da cooperação, estaria resgatando o que há de mais rico
na dinâmica de qualquer cultura.]
Cibercultura, suas implicações sociais e a Igreja Adventista
Ciberespaço
Em seu livro Mundialização da Cultura,(2007, p. 273) Ortiz defende
uma ideia de que a territorialidade é desvinculada da materialidade. As tec-
nologias de certa forma unem as pessoas, podendo-se “falar da existência
de relações sociais planetarizadas, isto é, de um mundo real e imaginário
que se estende de forma diferenciada é claro, por todo o planeta”. Em ou-
tras palavras, as tecnologias conspiram para aproximar o que antes estava
isolado ou que era “propriedade” de um círculo social específico.
De acordo com Elenice Bergman, em seu artigo, diz que “a histó-
ria do meio geográfico pode ser dividida, de forma geral, em três etapas:
Cibercultura, suas implicações sociais e a Igreja Adventista
Educação
Em virtude das mudanças dramáticas geradas pelas novas
tecnologias, é imprescindível que a educação busque adaptações
reformulando conceitos e práticas educacionais baseado no novo
Cibercultura, suas implicações sociais e a Igreja Adventista
Cibercultura e a Igreja
150 Adventista do Sétimo Dia
Karl Barth, um teólogo suíço protestante - que viveu até 1969 —
declarou: “É preciso segurar numa mão a Bíblia e na outra o jornal”.
Essa é uma forte sugestão para se criar uma ponte entre o mundo re-
ligioso e os meios de comunicação. E o motivo de tal conexão deve-se
ao fato de que os métodos de evangelização devem estar contextua-
lizados com os fatos e comportamentos vigentes para que as pessoas
sejam alcançadas com a mensagem e a compreendam.
Todavia, há uma resistente preocupação, por parte de alguns, sobre
esse “casamento”. A futilidade de informações, o desperdício de tempo
e o acesso a conteúdos inapropriados na internet se configuram num
julgamento unilateral, numa ferramenta mefistofélica. Soma-se a isso o
Cibercultura, suas implicações sociais e a Igreja Adventista
Considerações Finais
Uma evangelização midiática relevante acontece quando a Igreja
olha além do papel dos instrumentos tecnologicos e percebe as motiva-
ções básicas da cibercultura. Há uma necessidade capital a ser suprida.
152 De certa forma, a humanidade sempre buscou pela comunicação
e informação. Em todas as eras e culturas existiram sistemas de inte-
ratividade e uma busca constante para aprimora-los.
Por isso hoje, essa ansiedade caótica instalada como parte da ci-
bercultura, na verdade pode ser entendida como a libertação de uma
necessidade reprimida ao longo dos séculos: a de efetivar a comuni-
cação com os pares independente das distancias físicas tornando-as o
mais instantânea possível, e também o desejo de saciar a curiosidade
sobre qualquer assunto que vai desde pormenores da vida do próxi-
mo até a descoberta de um novo planeta.
É verdade sim que a cibercultura é a demonstração de
uma sociedade que nunca existiu anteriormente com valores e
pensamentos jamais imaginados. Todavia, há de se considerar que
Cibercultura, suas implicações sociais e a Igreja Adventista
Referências
BERGMANN, E. Ciberespaço e cibercultura: novos cenários para a sociedade, a
escola e o ensino de geografia. Secretaria Municipal de Educação de Vitória, Brasil.
LEMOS, A.; CUNHA, P. Olhares sobre a Cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2003.
1
Graduado em Desenho Industrial pela FATEA. Tecnólogo em Web Design pela UNIP. E-mail:
felipe.mello@ucb.org.br
2
Mestre em Comunicação e Práticas de Consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing -
ESPM, Doutoranda em Comunicação na ESPM e coordenadora do curso de Comunicação Social do
UNASP. E-mail: lizbeth.kanyat@ucb.org.br
3
Mestre em Comunicação e Consumo pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Escola
Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). E-mail: luiz.santos@ucb.org.br
Comunicação corporativa no adventismo
◆◆ Precisam de velocidade
◆◆ São inovadores
176
Relação com o mundo pós-moderno
Enquanto a era industrial se definia pela produção de bens ma-
teriais e pelo consumo de produtos padronizados impulsionados
pela produção em massa, a era pós-moderna é caracterizada pelo
consumo de serviços nem sempre tangíveis, além de serem ofereci-
dos de forma personalizada. As pessoas vivem em um mundo satu-
rado de conteúdo, diversões e serviços e por uma economia baseada
no ter é mais importante do que ser.
Uma das principais características da era pós-moderna é o que
chamamos de niilismo, onde as crenças e os valores tradicionais são
infundados e que não há qualquer sentido ou utilidade na existência.
Consumo digital da geração internet
178
Consumo digital no mundo
A empresa DOMO divulgou uma pesquisa chamada “Data Ne-
ver Sleeps 3.0” em que mostra um crescimento de 18,5% no número
de usuários de internet no mundo entre 2013 e 2015 chegando ao total
de 3.2 bilhões de pessoas.
A pesquisa também mostra a quantidade de conteúdo digital que
é gerado por minuto pelas principais redes sociais e outros aplicativos
ao redor do mundo. Segue abaixo alguns dos resultados interessantes:
Motivações Emocionais
A revista Harvard Business Review publicou na edição de setembro
de 2015 uma pesquisa realizada pela empresa de tecnologia de marketing
Consumo digital da geração internet
Resposta Psicológica
Resposta Social
Considerações finais
Fica evidente que os avanços tecnológicos ocorridos nas últimas 183
décadas permitiram que a Geração Internet se desenvolvesse de for-
ma rápida, tornando-os uma geração dinâmica e inovadora. Mais do
que nunca os jovens da Geração Internet estão conectados com o mun-
do inteiro, derrubando barreiras territoriais e culturais.
Contudo, é importante salientar que essas tecnologias também
trouxeram uma nova forma de valor para as pessoas e os objetos. O
pós-modernismo e outras correntes filosóficas atuais tornaram a nos-
sa sociedade superficial, líquida e descentralizada tornando o indiví-
duo digital exposto, como um objeto de consumo, podendo ser idola-
trado ou rejeitado de forma rápida.
Essa velocidade e dinamismo trouxe também novas doenças
emocionais, nas quais os estudos iniciais tornam o tratamento desses
Comunicação corporativa no adventismo
Referências
184 BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
AARTEDAMARCA. Dossiê Universo Jovem MTV. 2015. Disponivel em: <http:// 185
bit.ly/2ptFHfv>. Acesso em: jan. 2016.
TIME. Your Wireless Life: Results of TIME’s Mobility Poll. Disponivel em: <http://
ti.me/LZZ8IW>. Acesso em: jan. 2016.
Veneração tecnológica sob o regime
da dromocracia: a comunicação
com o sagrado na cibercultura e a
transferência/ da devoçã/o humana
Helbert Roger Almeida1
Martin Kuhn2
Luís Henrique dos Santos3
1
Mestre em Teologia Pastoral pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). Bacharel em Teo-
logia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). E-mail: prhelbertalmeida@gmail.com.
2
Doutor em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). Mestre em Comunica-
ção, Administração e Educação pela Universidade São Marcos (Unimarco). E-mail: martin.kuhn@ucb.org.br
3
Mestre em Comunicação e Consumo pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Escola
Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). E-mail: luiz.santos@ucb.org.br
Comunicação corporativa no adventismo
para desafiar a natureza. Então esse apelo leva o homem a desafiar a natureza, to-
mando-o como parte da sua processualidade posicionadora, a qual ele não dirige.
Nas sociedades pré-modernas, o religare era parte integrante de cada um, da mesma
maneira como o sexo, a cor da pele, os membros, a linguagem. Na modernidade des-
encantada, fruto do capitalismo e impulsionada pelo pensamento iluminista, o mun-
do religioso foi sendo fragmentado, afastando o homem da natureza e da realidade
cósmica, já que tudo passou a ser explicado, medido, aferido, relegando ao homem o
desamparo, em sua eterna busca pela realização mítica (MIKLOS, 2013, p. 7).
Violência e velocidade
ditam o comportamento
Em sua obra “Mentes Consumistas”, Ana Beatriz Bueno Silva
discorre sobre a violência premente do regime dromocrático ciber-
cultural. Conforme suas palavras,
Considerações finais
A comunicação com o sagrado na forma de religare sempre foi
uma necessidade inata do ser humano.
Percebe-se que, na esteira da civilização cibercultural, a dromo-
cratização escraviza a sociedade coletiva, levando cada indivíduo a se
tornar um bem nascido ou um excluído na era mercantilizada através
dos meios eletrônicos de comunicação e rede.
202 Vê-se, por outro lado, a possibilidade do ser humano, utilizar
mais uma forma de comunicação com o sagrado na cibercultura, a
fim de transcender e evangelizar. Como exemplo, há muitas igrejas
históricas, tradicionais e institucionalizadas, pentecostais e neo-
-pentecostais no século XXI. A ciber-religião abriu espaço para novas
estratégias para atrair as pessoas que sentem a necessidade de um
encontro pessoal com Deus, através dos meios de comunicação ele-
trônicos e de rede.
Todo cuidado deve ser tomado, no sentido de pensar que só isso satis-
fará totalmente a necessidade de religar-se a Deus e satisfazer a necessidade
de pertencimento das pessoas. Deve haver uma ponte para o contato pre-
sencial através do culto litúrgico e/ou atividades sociais e espirituais da igre-
ja. O intuito do culto e das atividades não é só proporcionar compreensão,
Veneração tecnológica sob o regime da dromacracia: a comunicação
com o sagrado na cibercultura e a transferência da devoção humana
Referências
BENEDICTO, M. D. A revolução da tecnologia: novos meios de comunicação
reconfiguram as oportunidades do cristianismo. Revista Adventista, Tatuí, n. 1301,
ano 110, p. 2, set. 2015.
Veneração tecnológica sob o regime da dromacracia: a comunicação
com o sagrado na cibercultura e a transferência da devoção humana
1
Bacharel em Teologia e Administração pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo, E-mail:
juan.vargas@adventistas.org.br.
2
Doutor em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). Mestre em Co-
municação, Administração e Educação pela Universidade São Marcos (Unimarco). Atualmente é Vi-
ce-reitor do Unasp. E-mail: martin.kuhn@ucb.org.br
3
Mestre em Comunicação e Consumo pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Escola
Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). E-mail: luiz.santos@ucb.org.br
Comunicação corporativa no adventismo
Metodologia
A primeira parte do trabalho se deu através de pesquisas biblio-
gráficas em fontes sobre o assunto em questão, utilizando também ar-
tigos disponíveis na Internet, isso por se tratar de um tema bem atual e
em constante desenvolvimento, onde a Internet desempenha um papel
fundamental quando se tenta buscar informações atualizadas.
O artigo é do tipo quantitativo, descritivo de corte transversal.
Como neste tipo de pesquisa o universo é muito grande, se traba-
lhará com uma amostragem do público como propõe Gil (1999). O
Cibercultura: seu efeito na experiência de adoração dos membros na igreja
universo foi composto por 1372 pessoas, membros de seis igrejas ad-
ventistas em São Luís, MA: Monte Castelo Sede 417 membros, Mon-
te Castelo II 146 membros, Central 425 membros, Viva 79 membros,
Vicente Fialho 173 membros, Santa Clara 132 membros.
O questionário foi entregue no sábado de manhã, na própria nave
da igreja. Porém, como normalmente o número da secretaria não corres-
ponde a quantidade real de pessoas, e considerando que mesmo assim
muitos não estavam presentes no dia, e ainda tendo em conta que a tarefa
de responder foi de caráter anônimo e voluntário, foram coletados 240
questionários preenchidos. Sendo que 12 foram eliminados por falta de
informação ou preenchimento incorreto do mesmo. Assim foram utili-
zados 228 questionários representando 16,6% do total de membros das
igrejas em questão. Portanto, o total dos questionários de membros que
responderam corretamente constitui-se no universo do estudo. 209
Contexto Histórico
Durante a segunda guerra mundial os britânicos em seu ímpeto
por decifrar os códigos alemães, montaram um grupo de inteligência
com vários pesquisadores entre eles Alan Mathison Turing, cientista
da computação, matemático e lógico, que trabalhou arduamente para
desvendar a criptografia do Enigma. O seu trabalho foi crucial para
guerra e para dar desenvolvimento a ciência da computação, forman-
do assim os primeiros conceitos de algoritmos e inteligência artificial
com sua famosa Máquina de Turing (COPELAND, 2015).
Comunicação corporativa no adventismo
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É um computador de grande porte, normalmente dedicado ao processamento de um volume grande
de informações.
5
Termo internacional utilizado para se referir aos computadores de mesa.
Cibercultura: seu efeito na experiência de adoração dos membros na igreja
Termos como Web 2.0 tem se popularizado a partir de 2004 para de- 211
finir a segunda geração de comunidades e serviços, usando como platafor-
ma a World Wide Web. Em essência este ambiente on-line se tornou bem
mais dinâmico possibilitando a troca de conteúdo e colaboração de seus
usuários, baseados em folksonomia, redes sociais, blogs, e wiki, possibilitan-
do a geração, compartilhamento, organização, avaliação e comentário de
conteúdo próprio e de terceiros. Conceito comparável ao do software livre.
Cibercultura
Todos esses avanços tecnológicos que surgiram nos últimos
anos no ambiente computacional aliados ao advento da Internet
Comunicação corporativa no adventismo
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Palavra utilizada normalmente para designar algum dispositivo eletrônico portátil, como celulares
Cibercultura: seu efeito na experiência de adoração dos membros na igreja
Plasticidade do cérebro
Para compreender a proposta de McLuhan é preciso considerar
alguns aspectos da plasticidade do cérebro. Antigamente acreditava-
-se que a forma de pensar, perceber o entorno, e a forma de atuar es-
tavam totalmente determinadas pelos genes ou pelas experiências da
infância. Estudos recentes mostram que os cérebros estão em cons- 213
tante mudanças em resposta às experiências vivenciadas pelas pesso-
as. Segundo comenta Carr (2011), a neuroplasticidade é o estado nor-
mal de todo o sistema nervoso durante toda a vida. Isso permite que
o cérebro esteja constantemente mudando, adaptando-se a pequenas
alterações de circunstâncias ou comportamento, ou mesmo a pres-
sões ambientais, mudanças fisiológicas ou qualquer outra experiência.
Com base nesses conceitos, cientistas realizaram várias pesqui-
sas ensinando os macacos a utilizarem ferramentas como rastelo e
pinças para conseguirem pegar seus alimentos, sendo que sem esses
artefatos o alimento ficaria fora do alcance deles. O resultado da ex-
periência com os primatas mostrou como as ferramentas acabaram
7
Kandel descobriu que se tocar ligeiramente as brânquias da babosa, elas se retraem de maneira ime-
diata, como se fosse um reflexo. Mais se continua tocando as brânquias da babosa sem causar dano,
esse instinto irá deixando de se manifestar. Ela se acostuma ao contato e para de reagir a ele.
8
No estudo de um adolescente que tinha perdido o braço esquerdo num acidente, o neurologista V. S.
Ramachandran, que dirige o Centro para o Cérebro e Cognição da Universidade de Califórnia em San
Diego, descobriu que quando pedia ao jovem que fechasse os olhos e ele o tocava em diferentes partes
do rosto, o paciente acreditava que estavam tocando seu braço esquerdo que tinha perdido. Em certo
momento Ramachandran tocou o adolescente embaixo do nariz e perguntou: Onde estou te tocando?,
o garoto respondeu: “No dedo menor da mão esquerda, e está me fazendo cócegas”. O cérebro do
rapaz estava em pleno processo de reorganização de seus neurônios para novos usos.
Cibercultura: seu efeito na experiência de adoração dos membros na igreja
215
Oralidade, Escrita e Cibercultura
Essas mudanças informativas e tecnológicas intelectuais tem es-
tado presente no decorrer da história. O mundo oral de antigamente
se caracterizava por uma profundidade emocional e intuitiva muito
superior ao atual. A linguagem era a principal ferramenta para pas-
sar informação e conhecimento de uma geração a outra. Segundo a
definição Platônica o conhecimento tinha se incrustado na poesia.
“E uma casta especializada de poetas acadêmicos tinha se converti-
do no dispositivo humano, a tecnologia intelectual de carne e osso,
para armazenamento, recuperação e transmissão da informação”
(HAVELOCK, 1986, p. 74). Tudo precisava ser transmitido pela voz,
Comunicação corporativa no adventismo
Multitarefa
Sweller (1999), ainda apresenta provas que o cérebro huma-
no não consegue processar mais de dois a quatro elementos ao
Comunicação corporativa no adventismo
Determinismo Tecnológico
ou Instrumentalismo
221
Durante o decorrer da história da raça humana tem debatido o
papel que a tecnologia exerce na formação de uma civilização. Exis-
tem duas correntes que tentam explicar o assunto.
O determinismo tecnológico pressupõe que a tecnologia de deter-
minada sociedade impulsiona o desenvolvimento de sua estrutura so-
cial e valores culturais. Em outras palavras a tecnologia rege a história.
O exemplo de Karl Marx ajuda na compreensão deste ponto. “O moi-
nho de vento produz uma sociedade com senhores feudais; e o tear a
vapor produz uma sociedade com capitalismo industrial” (apud CARR,
9
Cliffor Nass, catedrático de Standford, chegou a conclusões muito mais incisivas nas suas pesquisas.
Ele chega a afirmar que os usuários multitarefas se distraem com qualquer coisa. E ainda diz, que
ao realizar constante multitarefas on-line as pessoas estão treinando seus cérebros para que prestem
atenção unicamente em besteiras. E a consequência para a vida intelectual é funesta (CARR, 2011).
Comunicação corporativa no adventismo
Gráfico 1: Sexo
225
Gráfico 4: Porque?
227
229
230
231
É significativo notar que os jovens de 16 a 20 anos sejam o grupo
que mais utilize celular durante o culto (conforme gráfico 3 e 6). Este
mesmo grupo afirma que isso não interfere na sua adoração (gráfico
7). Porém, é curioso perceber que quando perguntado de forma im-
pessoal (gráfico 9), este seja o grupo que mais acredite que o uso de
celular atrapalha na adoração.
Comunicação corporativa no adventismo
232
Considerações finais
Conforme McLuhan tinha proposto quando disse que o meio
determina a mensagem modificando a percepção, se observa que na
configuração atual da cibercultura o próprio conteúdo corrobora
com a visão determinista ao produzir em grande escala conteúdo que
Comunicação corporativa no adventismo
235
Referências
BATISTA, E. Sistemas de informação. São Paulo: Saraiva, 2005.
CHABRIS, C. You have too much mail. 2007. Disponível em: <http://on.wsj.
com/2p8e4sV>. Acesso em: 28 jan. 2016.
HAVELOCK, E. the muse learns to write: reflections on orality and literacy from
antiquity to the present. New Haven: Yale University Press, 1986.
NIELSEN, J. How user read on the web. 1997. Disponível em: <http://bit.
ly/1plpY1w>. Acesso em: 24 jan. 2016.