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4 tópicos sobre cibercultura

que influenciam no mundo


contemporâneo

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Cibercultura: definições e principais teorias

1. As tecnologias de comunicação e a rede

Viver sem internet é praticamente impossível hoje em dia. Já estamos tão acostumados
com as facilidades da rede e o acesso massivo a qualquer tipo de informação que
muitas atividades passaram a ser realizadas no modo online. Ler mensagens, fazer
transações financeiras e até as reuniões de trabalho são algumas rotinas que se
tornaram digitais, visando a otimização do tempo e o aproveitamento de todas as
ferramentas que a tecnologia oferece.
A comunicação, no caso, se tornou totalmente mutável, evoluindo a níveis
surpreendentes em um curto espaço de tempo. Há 10 anos as mensagens de texto ainda
eram os meios mais eficazes, hoje em dia temos aplicativos modernos em que é possível
conversar em tempo real, enviar fotos e até interagir por vídeo. Surpreendente ou não,
essa é apenas uma pequena parte de todo o universo da cibercultura.
Esse movimento está ganhando força e abre margem para uma porção de teorias.
Podemos identificá-lo tanto nessa dependência digital humana quanto em uma série
de aspectos, principalmente com a ascensão das chamadas tecnologias de
informação e comunicação (TICs), ou, como define o autor Pierre Lévy, a revolução
digital. Segundo ele, "as mudanças das técnicas, economia e costumes estão mais
rápidas e desestabilizantes". O quadro de mutações é tão grande que mal
conseguimos acompanhá-lo, o que gera até certo transe frente a tantas novidades –
para se ter ideia, atualmente a sociedade de massa se transformou em sociedade de
rede, em que as relações estão, literalmente, conectadas.

Pierre Lévy
2. A cibercultura por Pierre Lévy

Pierre Lévy é um dos maiores estudiosos sobre cibercultura do mundo. Suas obras
são ótimos referenciais para entender o impacto da internet e dos meios digitais na
sociedade, em seu famoso livro "Cibercultura", o autor revela que esse movimento é
responsável por uma série de técnicas que se aplicam a praticamente todos os
campos do conhecimento e as relações sociais, da educação à arte (como até um
aprimoramento da indústria cultural), da organização do território físico para o
ciberespaço, no qual tudo passa a ser programado, conectado e interativo –
principalmente no comportamento humano até as mais variadas ações.
Lévy analisa tanto a parte benéfica da cibercultura, sobretudo em termos de
educação, até os fatores desfavoráveis que pode acarretar. Se por um lado as TICs
facilitam o acesso a uma variedade de cenários e contribui para o aprendizado, por
outro acabam tornando as relações pessoais mais distantes e até gerando conflitos.
O mundo virtual, a inteligência coletiva e as redes digitais são amplamente destacadas
pelo autor por todo o livro, porém há espaço também para inúmeras
problematizações acerca desses fenômenos, algo como uma "abordagem dos dois
lados" da cibercultura. Para ter uma ideia, vale considerar uma afirmação sobre o
que ele chama de comunidade virtual:

“A cibercultura mantém a universalidade ao mesmo tempo em que dissolve a totalidade.


Corresponde ao momento em que nossa espécie, pela globalização econômica, pelo adensamento das
redes de comunicação e de transporte, tende a formar uma única comunidade mundial, ainda que
essa comunidade seja - e quanto! - desigual e conflitante”.
3. A cibercultura por Jorge González
O autor mexicano Jorge González é outra referência nos estudos atuais sobre
a cibercultura e a cultura contemporânea numa perspectiva sociológica e com outras
diversas abordagens. Suas pesquisas e obras são baseadas em grande parte na tese de
grandes filósofos e especialistas, como Bordieu e McLuhan.
A teoria da aldeia global, principal objeto dos textos de McLuhan, é um dos aspectos
mais salientados por González quando se trata da evolução e das metamorfoses
geradas pela cibercultura, justamente porque o mundo está cada vez mais conectado,
acessando novas informações e aprimorando seus métodos de comunicação.

Jorge González Marshall Mcluhan


Pierre Bourdieu
Se o objetivo é criar um mundo totalmente digital, o autor considera interessante o
propósito da cibercultura promover diversas ferramentas inclusivas sob aspectos
sociais e educativos. Regiões e pessoas desfavorecidas podem contar com esses recursos
para consumirem a mesma informação que a elite, o que garante uma real
democratização, melhorando muitas carências – tanto que González usa a própria
América Latina como base para esse cenário inclusivo.
A perspectiva "otimista" do autor sobre o movimento o levou a criar até um
neologismo utilizado para designar os processos benéficos que é capaz de gerar.
González propõe o termo “cibercultur@” (com o @ no lugar do a) para destacar seus
dois principais objetivos: como objeto de estudo – no impacto das TICs na sociedade e
especificamente em alguns grupos -, e como um valor de desenvolvimento social, no
sentido de que toda essa informação e tecnologia dispostas pelo digital não acarretem
apenas no acesso a determinados sistemas, mas também na melhoria de vários
conceitos, sobretudo o conhecimento.
É nesse contexto que surge um dos maiores desafios da cibercultura: em vez de criar
uma "inclusão" centrada apenas na tecnologia e seus recursos, é pertinente formar
redes de comunidades que compartilhem conhecimentos e se estruturam de modo a
promover reais mudanças, usando esses parâmetros para "retecer a malha
social" focada no desenvolvimento.
4. Principais teorias da cibercultura

Já a base para essas teorias é o livro "As teorias da cibercultura: perspectivas,


questões e autores", de Francisco Rüdiger, em uma interpretação realizada pelo
mestrando Charles Cadé, da UFPB.

A cibercultura e a polêmica sobre a técnica na era


das massas
Após uma introdução sobre o conceito de
cibercultura – que, segundo o autor, se articulam
desde o tempo em que estava em voga os estudos
sobreindústria cultural, de Adorno -, surge a
primeira abordagem destacando três pontos de vista
principais:

•os defensores das qualidades sociais, políticas,


econômicas e culturais do movimento;
•os críticos e conservadores midiáticos da
cibercultura;
•os ciber criticistas, aqueles que vinculam esse
fenômeno ao poder e essa influência sobre o
Francisco Rüdiger indivíduo.
Numa visão geral desses três segmentos são apresentadas as
teorias de seus principais defensores. No primeiro caso, a
aldeia global é destacada como um conceito de interação
igualitária, que é capaz até de empoderar as pessoas e
derrubar monopólios – sobretudo quando se trata do
compartilhamento e troca de informações. Já a cultura da
convergência - defendida por Henry Jenkins – fortalece a
criação de projetos cooperativos, sobretudo na perspectiva
comercial, na relação de empresas e clientes, por exemplo.
O aspecto antagonista, por sua vez, destaca o papel das
mídias tradicionais avaliando que ainda se preocupam com
um conteúdo apurado e de qualidade, o que não acontece
quando os indivíduos produzem informações. As redes sociais
 contribuem para que vários dados sejam difundidos, porém
a "falta de filtro" é ruim e até prejudicial em muitos casos.
Os autores críticos ainda revelam que esses criadores
autônomos são responsáveis por uma produção ruim,
gratuita e precária, o que acaba com o profissionalismo e
afeta até questões como direitos autorais.
Henry Jenkins
Já a visão dos ciber criticistas explana a relação do desenvolvimento da técnica com
a cibercultura. Basicamente, os autores dessa corrente defendem que o domínio da
internet é parte da própria dinâmica de consumo e conceitos do capitalismo, embora
também abra margem para uma soberania maior ao sujeito social. Se antes
materiais e informações eram restritos a um grupo, hoje em dia estão ao alcance
geral.
O pensamento cibernético
A teoria do pensamento cibernético analisa amplamente a formação da sociedade
contemporânea em meio à ascensão das TICs, quais os principais fatores que levam
à construção do conceito de cibercultura e toda a influência desses fatores em todas
as interações humanas.
Se a cibernética constitui a ciência do controle das máquinas e dos seres vivos, os
autores defensores dessa hipótese acreditam que a comunicação é o meio capaz de
promover uma "reconciliação global", de modo que a relação entre homem e
máquina impacte positivamente em muitos contextos. Como "organismos
cibernéticos" e um envolvimento latente do ciberespaço, seria possível realmente
organizar a sociedade, mudar parâmetros e ordenar aspectos problemáticos.
Cibercultura e era da informação

Manuel Castells é um dos grandes autores


dos quesitos de cibercultura com a era da
informação, destacado no quinto capítulo
do livro com sua teoria de que a internet
não se formou como um meio de
comunicação propriamente dito. Para ele,
trata-se de um cenário hipermídia que é
focado apenas na convergência dos
principais veículos e seus recursos.
O fato é que todos os seus processos
"acabam com os limites que antes
separavam a indústria da informação e
entretenimento das demais formas de
comunicação", ou seja, agora está tudo
junto e, claro, facilitado. 
O espólio de Marx

Aborda a concepção marxista da relação


entre arte e tecnologia e a máxima da
indústria cultural, criticada tanto pelos
doutrinadores da Escola de
Frankfurt quanto por especialistas como
Walter Benjamin. Aplicada à
cibercultura, essa tendência é vista como
uma reprodução massiva, elaboração e
comercialização do conhecimento – a
geração de imagens e produtos
audiovisuais é um forte exemplo.
Walter Benjamin
O esquerdismo cibernético

Essa teoria destaca o surgimento de cenários antagônicos políticos em meio ao


advento da internet e das redes digitais, salientando o lado em que a cibercultura é
influenciada pelo poder dominante e a parte em que contribui para novas
transformações sociais. Mesmo que haja propósitos voltados a uma possível
"alienação", é importante destacar que os opositores ao estado atual das coisas
(status quo) também têm espaço para criar e divulgar projetos de livre expressão,
com suas próprias representações.  
O pensamento pós-humanista

Trata-se de uma visão que não atribui todo


esse poder à tecnologia. Muitos especialistas
acreditam que a máquina e todos os seus
recursos, por mais incrível que pareça, nunca
será capaz de ultrapassar a perspectiva
humana, afinal, o homem a conduz.
Jean Baudrillard, por exemplo, apresenta
perspectivas sombrias à cibercultura, na qual
as pessoas usam esses sistemas para acabar
com o diálogo e com as interações sociais
puras, assim como utilizam a inteligência
artificial para criar métodos automatizados
que podem solucionar um problema, mas
abrem espaço para adversidades maiores.

Jean Baudrillard
Tarefa

Fazer um resumo dessa


resenha de Márcia Pereira
Sebastião e Lucila Pesce.

Entregar na próxima aula,


(16/03/2021), enviar para meu
e-mail.

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