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Alexandra Okada/Open-UK
Ana Amélia Carvalho/ Universidade de Coimbra
Ana Paula Correia/Universidade de Ohio
Bento Silva/Universidade do Minho
Eliane Schlemmer/Unisinos
Eugênio Trivinho/Puc-SP
Gilda Helena B. de Campos/Puc-Rj
Conselho editorial Katia Morosov Alonso/UFMT
Lucia Santaella/PUC-SP
Luis Paulo Mercado/UFAL
Lynn Alves/UNEB
Maria Elizabeth de Almeida/PUC/SP
Maria Teresa Freitas/UFJF
INCONVENIENTE.........................................................................................................212-213
Ana Letícia Vieira, Bruno Rossato, Vinicius Leite Reis
ARTIGOS
O objetivo deste artigo é apresentar alguns aspectos da história da televisão analógica no Brasil bem
como entender as potencialidades da TV digital, da WebTV e da rede YouTube. A relevância desde
texto, que é uma pesquisa bibliográfica, está no fato de discutir novos formatos para a produção
audiovisual na internet e sua importância para a educação. Para tanto utilizamos referenciais como
Lucena (2009, 2012), Lemos (2003, 2009), Lévy (2000), Santaella (2007) e Santos (2000). A televisão
analógica foi uma invenção desenvolvida em meados do século XX, porém ao longo de algumas décadas
a forma como inicialmente a televisão foi pensada tem se modificado. A grande transformação no
sistema televisivo surgiu no início do século XXI com a TV digital. A TV digital é na verdade uma nova
mídia. Não se trata de um aperfeiçoamento tecnológico, mas de uma mídia, que combina e absorve as
tecnologias existentes e que poderá produzir outras tantas mídias, a depender das escolhas políticas. É
também no início do século XXI que temos uma expansão da internet por meio de fibras e óptica, das
redes Wi-fi e das tecnologias móveis que ampliam as potencialidades da cibercultura ao disponibilizar
novas interfaces de comunicação, produção e publicação de conteúdos. Para a educação estas
potencialidades da cibercultura são de grande importância, pois possibilita novas formas de produzir e
compartilhar saberes e culturas.
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 6 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
UPGRADE NA INTERFACE DO FORMULÁRIO ONLINE DA GOOGLE: AMBIENTE
COLABORATIVO DE APRENDIZAGEM
Ana Patricia Lima Sampaio, Maria Ines Pereira de Alcântara
Este artigo é decorrente de observações, registros e análises de estudos realizadas a partir de uma oficina
pedagógica onde foi utilizado o aplicativo Google para elaboração e compartilhamento de formulários
de avaliação. Teve como finalidade potencializar o uso do formulário da Google no ambiente
colaborativo da plataforma e-Proinfo. O percurso metodológico foi baseado na abordagem mista que
combina técnicas de pesquisa quantitativa e qualitativa. A concretização do estudo aconteceu durante a
realização do curso professor na era digital, disciplina criação de formulários online utilizando como
recurso de interação e colaboração o Ambiente Colaborativo de Aprendizagem (e-Proinfo), o qual
contou com a participação de 26 (vinte e seis) professores, para os quais foi aplicado um questionário
com perguntas diretas. O estudo mostrou que as tecnologias educacionais despontam como alvissareiras
e propícias para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem no contexto atual caracterizado por
intensas modificações sociais, culturais, educacionais e tecnológicas, entretanto, o estudo também
apontou a necessidade de estruturas mais adequadas para que as formações aconteçam com mais êxito.
Cada vez mais as tecnologias da informação e comunicação (TIC) tornam mais rápida e dinâmica a
comunicação, a interação e o compartilhamento de conteúdo entre as pessoas. Essa investigação busca
refletir sobre contribuições do Facebook como espaço de aprendizagem em uma disciplina do Mestrado
em Educação do PPGEduc/UFRRJ. A disciplina transcorreu em sua maior parte no Facebook e os
participantes tiveram oportunidade de explorar as ferramentas disponibilizadas no grupo e de refletir
coletivamente a partir de diferentes propostas de discussão. Os dados foram gerados a partir das
interações no próprio grupo. O software Nodelx foi utilizado para analisar a não linearidade e a
hipertextualidade presentes no processo interativo nesta rede. A análise elucida ruídos e silêncios
observados na dinâmica interativa neste grupo. Ruídos foram caracterizados a partir das interações
relacionadas às discussões que aconteciam no grupo. Como silêncios são denominados os rastros
silenciosos dos membros ao utilizar a rede, mesmo sem interagir nela.
Este trabalho apresenta as reflexões sobre a prática pedagógica do professor dos anos iniciais,
juntamente com a experiência vivenciada pelos alunos da disciplina do Estágio Supervisionado IV em
sua formação acadêmica. De natureza qualitativa, o estudo tem como instrumento tecnológico para
coleta de dados, a pesquisa documental. O objetivo desse artigo é identificar as diferentes práticas
metodológicas utilizadas pelos estagiários para mediar sua prática pedagógica na sala de aula, enquanto
intervenção no Estágio do Ensino Fundamental I. Utilizamos como apoio teórico os estudos de Morais
(1994), Saviani (2009), Tardif (2012), Libânio (1994), Documentos oficiais: LDB, PPC Pedagogia,
entre outros. Nesse contexto, discute-se a Formação do professor, a Metodologia e a Didática do Ensino
Fundamental; e por fim, apresentamos a análise dos dados, na qual expomos as metodologias mais
utilizadas pelos alunos do Curso de Pedagogia em tempos de cibercultura.
Esta pesquisa apresenta como objetivo investigar quais usos que os docentes fazem das tecnologias
digitais em suas práticas pedagógicas. Para isso, o trabalho de campo realizado em 2017 centralizou
seus esforços em conhecer essas práticas através da análise interpretativa de relatos online produzidos
e enviados por quinze professores do primeiro segmento do ensino fundamental que atuam em múltiplos
cotidianos escolares. Através da abordagem teórico-metodológica dos estudos com os cotidianos, o
instrumento metodológico de pesquisa utilizado foi o Google formulário. Como resultado desta
experiência, os professores participantes da pesquisa evidenciaram o quanto os usos das tecnologias
digitais são plurais e distintos, ainda que falte infraestrutura nas escolas e formação continuada atenta a
(re)pensar o digital na prática pedagógica.
Partindo das premissas dos estudos nos/dos/com os cotidianos, esta pesquisa teve como objetivo pensar
com imagens compartilhadas por estudantes do terceiro ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual
Abdias Nascimento, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense/RJ, as noções de diferença tecidas com essa
prática em suas articulações com as narrativas que engendraram. As imagens em questão foram
compartilhadas na rede social da internet Facebook, em páginas correspondentes a grupos criados para
este fim, denominados #Diferença e que operaram como dispositivo de pesquisa-intervenção, situando-
se em um contexto que enunciamos como “sociedade do compartilhamento”. Buscamos pensar com
fragmentos das redes de significações tecidas no momento em que eram compostas, problematizando
conceitos, representações, dogmas e rupturas em relação a perspectivas tradicionais e hegemônicas da
noção de diferença. As imagens, acompanhadas de suas narrativas/análises, nos deram pistas para pensar
nos múltiplos atravessamentos e bricolagens entre imagens e ideias de diferença que são criadas e
circulam nas múltiplas redes educativas e que engendram os processos curriculares nos cotidianos das
escolas.
Este artigo é centralizado em discutir as dificuldades do corpo docente na utilização das Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs) na prática pedagógica. O objetivo principal da pesquisa é identificar
os problemas que causam a falta de preparo, de orientação, de investimento e, até, de interesse por parte
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 8 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
dos educadores. A pesquisa traz à tona as questões do despreparo e das barreiras que os professores
encontram na utilização das TICs e os receios que os mesmos têm em usá-las, além de buscar
explicações para a baixa aplicação de recursos pelo governo, local onde serão realizadas as pesquisas
que buscarão responder às questões aqui elencadas e soluções para o desafio de unir tecnologia e
educação
Este estudo tem como objetivo analisar as interações e interatividade no ambiente virtual de
aprendizagem - AVA Moodle de uma disciplina do curso de Pedagogia - UAB da Universidade Federal
de Alagoas, bem como identificar a concepção que alunado possui sobre a influência da interação no
processo de ensino aprendizagem. Partindo do conceito que aprender envolve interação e participação
de todos e que na EAD a mediação acontece por meio do AVA. A questão norteadora é a seguinte: O
que motiva o aluno a interagir no AVA e quais as ferramentas e elementos disponíveis no AVA que
influenciam a interação virtual? O estudo teórico tem como base Behar (2013), Illera (2010), Mattar
(2011), Silva (2017) entre outros autores que serviram de fundamentação teórica/bibliográfica para este
estudo. O percurso metodológico envolveu coleta de dados por meio de questionários aplicados a alunos
do curso de Pedagogia EAD. Os resultados permitiram perceber que os alunos compreendem a interação
como elemento importante para a construção colaborativa do conhecimento e que as principais
ferramentas de interação é o email, fórum e os espaços de postagem de atividades que servem como
meio para troca de conhecimentos.
RESENHA
O objetivo deste texto é apresentar um estudo a respeito dos conceitos de letramento científico
(SOARES, 2002), pois esta é uma palavra que possui diversos sentidos e significações. Faremos um
recorte e daremos foco aos letramentos digitais, que sugerem que o praticante cultural tenha domínio
das possibilidades que o digital possui, garantindo práticas letradas, onde ele atribua sentido ao que se
lê e escreve na tela (BUZATO, 2003). E como esses letramentos construirão novas práticas
educacionais, pois será um elemento caro para uma inovação que a Educação Brasileira precisa. Eles se
darão no contexto da Cibercultura, que é a cultura contemporânea estruturada pelo uso das tecnologias
digitais nas esferas do ciberespaço e das cidades (SANTOS, 2012, 2014). O texto analisará o que alguns
autores entendem por letramento, e o que pesquisadores com seus praticantes culturais vêm produzindo.
Essa análise se baseará no fazerpesquisa, na metodologia da Pesquisa Formação do Grupo de Pesquisa
Docência e Cibercultura, coordenado pela professora Edméa Santos. O presente estudo é fruto do eixo2,
no qual nosso objetivo é mapear e utilizar softwares para produção e interpretação de dados em
contextos digitais. Este eixo pertence à Pesquisa Institucional, “Análise de dados em pesquisa-formação
na cibercultura”, que pretende investigar teorias, práticas e dispositivos que potencializem a produção,
análise e interpretação de dados produzidos em contextos de pesquisa-formação mediados por
tecnologias digitais em rede. Temos como resultado as potencialidades dos novos letramentos digitais
produzidos que vão se inserindo para contribuir para a educação brasileira que utilizará novas práticas
educacionais, para formar mais praticantes que sejam letrados digitalmente. Além disso, a produção da
resenha do livro New Literacies? New Agencies? a Brazilian perspective on mindsets, digital practices
and tools for social action in and out of school organizado por Eduardo S. Junqueira.
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 9 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
VÍDEO-PESQUISA
INCONVENIENTE
Ana Letícia Vieira, Bruno Rossato, Vinicius Leite Reis
O curta-metragem “Inconveniente” (2015) é uma provocação que já começa pelo próprio título e, em
sete minutos, nos convida a transitar pela arte, ciência, ficção e pelo cotidiano. Nesta encruzilhada de
saberes que se misturam, rompem e criam outros modos de existência, múltiplos sentidos são atrelados
a alguns aspectos do vídeo, envolvendo os saberesfazeres cotidianos que, por sua vez, vão instituindo
significações e lógicas atravessadas nas/pelas questões de corpo, gênero e sexualidade. Entendemos que
estamos imersos em uma cultura que é contaminada pelo audiovisual, onde narrativas circulam por
diferentes espaçostempos produzindo agenciamentos e operando criações de subjetividades, desejos e
estéticas de existências. Neste sentido, pensando no audiovisual como um dispositivo para a produção
de diferentes saberes, o objetivo deste trabalho é anunciar um corpo, uma vida e uma estética trans que
não quer ser apagada e nem silenciada e que para isso precisa gritar, berrar… Um corpo inconveniente
que circula em diferentes lugares potencializando e afirmando a vida. Produzindo-se, afetando e sendo
afetado pelo mundo. Um corpo que insiste em não se enquadrar e que transita no seio das verdades
instituídas.
RESUMO DE DISSERTAÇÃO
O objetivo da presente pesquisa consiste em investigar aspectos presentes nas apresentações corpóreas
de alguns alunos de uma unidade do Colégio Pedro II, com idade entre nove e onze anos. As
investigações acerca do tema foram realizadas a partir do seguinte problema: as imagens que os
estudantes formulam com suas configurações corpóreas podem ser encaradas como um tipo de criação
artística? Nesta reflexão, proponho também, demonstrar que a nossa experiência corporal, que cremos
muitas vezes ser individual, está invadida e modelada, desde o início, pela sociedade em que vivemos e
por nossas relações. Almejo, desta forma, apontar outras possibilidades de apreensão de um corpo
frequentemente entendido como uma realidade cerrada e íntima e sublinhar a sua condição aberta e
dinâmica em função da sua mediação social, e assim problematizar estéticas difundidas pelas mídias –
que visam caracterizar as etapas da juventude – analisar o papel reservado ao corpo dos estudantes no
cotidiano escolar e realizar uma breve análise a respeito de sua participação no processo formativo.
Proponho uma discussão acerca das imagens que os jovens figuram com seus corpos a fim de alinhavar
outros contornos de nossas referências para o ensino e para nossa visão sobre o humano. Nos capítulos
que integrarão esta pesquisa, abordarei o corpo como lugar de criação, real e potencial, como sujeito e
objeto de suas próprias construções visuais, destacando também alguns aspectos do seu caráter
simbólico.
O objetivo deste poema é analisar, de forma sintética e alegórica, a trajetória da mulher Marielle Franco.
O mesmo vislumbra apontar possíveis dilemas e dores originados de atos discriminatórios e vislumbra
se apropriar dos signos de crônicas policiais para trazer à baila a morte dos jovens da favela da maré e
o assassinato de nossa atuante parlamentar. Tal alegoria visa especular sobre um possível incômodo
gerado por nossa sempre PRESENTE vereadora, pois a mesma era contundente em apontar os excessos
cometidos pelo Estado legalmente constituído e a atuação do poder paralelo.
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VIEIRA, Ana Letícia; ROSSATO, Bruno; e REIS, Vinicius Leite. INCONVENIENTE. Revista
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https://doi.org/10.12957/redoc.2018.33423
ABSTRACT: The purpose of this article is to demonstrate, through legal arguments, the
inapplicability of Constitutional Amendment N° 95 of 2016, which inserted Art. 107 in the
Acts of Transitional Constitutional Provisions of the Brazilian Federal Constitution of 1988,
which limits the Government for a period of twenty financial years, regarding the financing of
Education, considering the Principles of Unity of the Constitution, Citizenship and Dignity of
the Human Person. It also aims to demonstrate that there are specific judicial mechanisms that
can be used by civil society. The methodology used was constitutional hermeneutics based on
the weighting of constitutional principles. Having said this, it is concluded that the amendment
is unconstitutional, and that it must be expunged from the legal system, not being applied, to
the financing of education.
INTRODUÇÃO
É notório e sabido, que o Brasil nos últimos anos está passando por uma grave crise
econômica decorrente de inúmeros fatores a saber: implementação de políticas econômicas
equivocadas nos últimos anos; a redução do preço das commodites exportadas pelo país no
mercado internacional; queda na arrecadação; aumento desenfreado dos gastos públicos;
governos coniventes com práticas ilícitas; dentre outros fatores.
Nesse contexto, foi aprovado pelo Congresso Nacional o Projeto de Emenda
Constitucional N° 241 (PEC 241), o qual foi convertido na Emenda Constitucional tombada
sob o N° 95 de 2016, a qual limita os gastos públicos por um prazo de vinte exercícios
financeiros (vinte anos), contados a partir do ano de 2018.
Todavia, não devemos esquecer que a Constituição Federal Brasileira de 1988
consagra princípios que garantem o mínimo de dignidade a todo e qualquer cidadão, dentre eles
o direito à Educação.
Nesse contexto, estariam os financiamentos da Educação atingidos por este novo
mandamento constitucional?
A resposta para tal questionamento será encontrada a partir das reflexões acerca do
Princípio Constitucional da Unidade da Constituição, da Dignidade da Pessoa Humana e da
Cidadania.
A Educação, em sentido amplo, representa tudo aquilo que pode ser feito para
desenvolver o ser humano e, no sentido estrito, representa a instrução e o desenvolvimento de
competências e habilidades.
Desde a Grécia antiga que se teorizava sobre a Educação. Para Aristóteles, a
educação deve levar o homem a alcançar a sua plena realização, mas isso só se torna possível
se ele desenvolver suas faculdades físicas, morais e intelectuais.
Partindo dessa premissa básica, muitos confundem os conceitos de “ensino”,
“aprendizagem” e “educação”. O ensino é uma prática eminentemente ligada à instrução, ou
seja, é uma forma sistemática de transmissão de conhecimentos utilizada pelos humanos para
instruir os seus semelhantes, geralmente em locais conhecidos como escolas.
O ensino pode ser praticado de diferentes formas. As principais são: o ensino formal
e o ensino informal. O ensino formal é aquele praticado pelas instituições de ensino, com
respaldo de conteúdo, forma, certificação, profissionais de ensino, dentre outros. O ensino
informal está relacionado ao processo de socialização do homem, ocorrendo durante toda a
vida, muitas vezes de forma não intencional.
Segundo Dirley da Cunha Júnior (2009, p. 130), direitos fundamentais são aquelas
normas de cunho constitucional que disciplinam e vinculam toda a atuação estatal, as quais
impõem ao poder público o poder de proteger a vida humana no seu nível de dignidade, de
modo a realizar, em última instância, a felicidade humana.
Em relação aos direitos de natureza social, José Afonso da Silva (1992, p. 258)
compreende como prestações positivas estatais enunciadas em normas constitucionais, as quais
possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos estes que tendem a realizar a
igualização de situações sociais desiguais.
Postas estas premissas, a Constituição Federal Brasileira de 1988 confere um status
significativo ao Direito à Educação, de modo a discipliná-lo locus específico, qual seja, o
Capítulo III, Seção I, Art. 205, o qual consagra o Direito à Educação numa concepção
transdisciplinar, democratizando-o a todos indistintamente, obrigando o Estado e a sociedade
civil a promovê-lo e incentivá-lo. Assim, leia-se:
Capítulo III
Da Educação, da Cultura e do Desporto
Seção I
Da Educação
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Nessa diretriz, considerando a maneira como é tratado o Direito à Educação pela Lei
Maior do Estado numa acepção ampla, para efetivá-lo, não basta apenas consagrá-lo no
documento constitucional. Assim, além dos aspectos legais, deverá o Estado garanti-lo
mediante políticas públicas, considerando que o Direito à Educação é um direito subjetivo que,
no pensamento de Boaventura (1997), significa dizer que, para ser considerado um direito de
todos, deverá ser garantida escolas para todos e, não existindo, deterá o indivíduo a faculdade
de exigir dos poderes públicos o cumprimento da prestação educacional, podendo os gestores
públicos incorrerem em crime de responsabilidade, à luz do quanto disposto no Art. 208, §§ 1°
e 2° da Constituição Federal de 1988:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
(...)
Ainda em relação ao Art. 208 da Constituição Federal ora citado, este estabelece as diretrizes
que o Estado deve observar para garantir o direito à Educação em seu aspecto amplo:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela
não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos
de idade;
Nessa diretriz, conforme verificado, o rol de políticas que a Constituição obriga o poder
público a executar para a efetivação do direito à Educação é significativo, necessitando para
tanto, de um montante significativo de recursos
Nesse sentido, eventual limite de gastos em relação ao financiamento da Educação
deverá considerar outras variáveis previstas na Constituição Federal, o que será constatado nos
capítulos a seguir.
financeiros, nos termos dos arts. 107 a 114 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias.
I - do Poder Executivo;
Assim, conforme verificado no Art. 107, §1°, I e II, a partir do exercício financeiro de
2018, o limite de aumento de gastos para os exercícios seguintes será pelo percentual do índice
de inflação do exercício anterior. Ocorre que, tal limite é mitigado pela própria Constituição
Federal, no que se refere ao financiamento da Educação, considerado o Princípio da Unidade
da Constituição.
Nessa diretriz, Ávila (2011, p. 97) endossa que os princípios são dotados de eficácia
direta, pois atuam sobre outras normas sem intermediação ou interposição de uma regra, ou
seja, no plano da eficácia direta, os princípios exercem uma função integrativa, à medida que
estão numa mesma situação jurídica, o que decorre do fato de pertencer a uma mesma natureza,
que é dita humana, conforme o pensamento de Adorno (1998, p. 61).
Con tal principio se quiere destacar que ya no se admite actualmente la
existência de hombres de segunda categoria, de sub-humanos, de vidas sin
valor vital. Es suficiente con ser hombre para ser reconecido como persona.
Todos los hombres son igualmente dignos, em razon de su naturaleza común.
Ser digno equivale, por tanto, a ser persona.
Não é por acaso, que tanto a Dignidade Humana como a Cidadania, estão expressamente
positivadas na Constituição Federal brasileira, na qualidade de fundamento da República
Federativa do Brasil. Assim, vejamos o quanto disposto no Art. 1°, II e III:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
[ADI 2.356 MC e ADI 2.362 MC, rel. p/ o ac. min. Ayres Britto, j. 25-11-
2010, P, DJE de 19-5-2011].
Posto isso, é importante salientar, que a causa de pedir da Ação Civil Pública, da Ação
Popular e do Mandado de Segurança é o ato administrativo do gestor que limita os gastos com
4
NASSIF, Luis. PSOL Entra com Ação no STF Contra Emenda do Teto de Gastos. Site Jornal GGN.
Seção Página Inicial. Disponível em: <http://jornalggn.com.br/sites/default/files/documentos/adi-
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NASSIF, Luis. PSOL Entra com Ação no STF Contra Emenda do Teto de Gastos. Site Jornal
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SEN, Amartya. Desenvolvimento como Liberdade. 3. ed. Rio de Janeiro: Cia das Letras,
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Malheiros, 1992.
Simone Lucena2
Abstract: The purpose of this article is to present some aspects of the history of
analogue television in Brazil as well as to understand the potential of digital TV,
WebTV and the YouTube network. The relevance from the text, which is a
bibliographical research, lies in the fact of discussing new formats for audiovisual
production on the internet and its importance for education. In order to do this, we use
references such as Lucena (2009, 2012), Lemos (2003, 2009), Lévy (2000), Santaella
(2007) and Santos (2000). Analog television was an invention developed in the mid-
twentieth century, but over the course of a few decades the way television was first
thought has changed. The great transformation in the television system emerged at the
beginning of the 21st century with digital TV. Digital TV is actually a new medium. It
is not a technological improvement, but a media, which combines and absorbs the
existing technologies and that can produce so many media, depending on the political
choices. It is also at the beginning of the 21st century that we have an expansion of the
internet through fiber and optics, Wi-Fi networks and mobile technologies that increase
the potential of cyberculture by providing new interfaces for communication,
production and publication of content. For education these potentialities of cyberculture
are of great importance, as it enables new ways of producing and sharing knowledge
and cultures.
Keywords: Analog TV, Digital TV, WebTV, Cyberculture, Education
3
Neste texto optamos por utilizar a grafia “tevê” para nos referir à televisão analógica e a grafia “TV”
para nos referir à televisão digital e as outras formas televisivas presentes na internet. Esta escolha se
deve ao fato do sistema de TV digital e WebTV serem uma nova mídia que inserem e remixam diferentes
linguagens e formatos mão podendo esta razão ser tratada como uma evolução da televisão analógica.
A falta de recursos da maioria das TVs educativas do país tem contribuido para
o fato de que essas emissoras tenham poucas possibilidades de produção de programas
que retratem a identidade cultural da sua região ou crie novos conteúdos televisivos
próprios. Por esta razão, acabam retransmitindo os programas produzidos pela TVE do
Rio de Janeiro e pela TV Cultura de São Paulo, na maior parte do tempo da sua
programação. Isso reforça a premissa de que se as TVs educativas tivessem melhores
recursos, aliados a uma gestão pública qualificada, poderiam ser produtoras de
projeto4.
Inspirada na proposta da RITU, a Faculdade de Educação da UFBA desenvolveu
“Rede de Intercâmbio de Produção Educativa” (RIPE), em parceria com LAVID/UFPB,
com o objetivo de desenvolver um sistema e uma dinâmica de produção e veiculação de
produtos audiovisuais disponíveis para os processos de ensino e aprendizagem das
escolas públicas do ensino básico do Estado da Bahia, com intensivo uso de software
livre, de forma descentralizada e com base em princípios colaborativos.5
4
Mais informações sobre a RITU estão disponíveis no site da ABTU <https://www.abtu.org.br/>
5
Os conteúdos da RIPE podem ser acessado em <http://ripe.ufba.br/>
Fonte: Wikipedia.Disponível
em:https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_digital_television_deployments_by_country#Braz
il acessado em 22/07/2017.
Cada um dos sistemas ISDB, ATSC e DVB foram desenvolvidos de acordo com
as características econômicas, políticas e culturais de cada país que o concebeu. Para a
implantação de um destes padrões nos demais países faz-se necessária algumas
adaptações para a realidade local. Isso torna imprescindível a reflexão sobre o que cada
país deseja ou espera alcançar com a TV digital, uma vez que esta mídia não é um mero
desenvolvimento da televisão analógica, mas um novo e potente meio capaz de
proporcionar grandes transformações econômicas, políticas, educacionais e
sociotécnicas.
6
Disponívelemhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/D4901.htm
risco de perder suas informações, caso o país fosse bombardeado durante uma guerra.
Contudo, a ARPANET não ficou restrita apenas ao uso militar, pois aos poucos
novos pesquisadores e universidades passaram a integrar a rede trocando informações e
criando outras possibilidades de comunicação. A utilização da rede pelos centros de
pesquisa fez com que outras redes fossem criadas, a ponto de, em 1983, a ARPANET se
tornar ARPA-INTERNET e, finalmente, INTERNET (a rede das redes), a partir da
década de 1990.
A palavra rede é outro termo que, assim como audiovisual, possui várias
conotações. Definir atualmente o termo rede é algo complexo, já que se tornou
polissêmico e ambíguo, o que pode levar a uma imprecisão do seu significado. Logo,
estabelecer com precisão uma data de quando este termo foi criado é tão difícil quanto
lhe atribuir um único sentido. A origem desta palavra vem do latim retis, que significa
um conjunto de fios entrelaçados com aberturas regulares fixadas por malhas e nós
formando um tecido aberto. A partir desta definição, a palavra rede passou a ser
utilizada com diversas conotações e em diferentes áreas.
No sistema de radiodifusão, como o da televisão, a rede de transmissão é
formada por um grupo de emissoras associadas ou afiliadas que transmitem toda ou
grande parte da programação produzida por uma emissora geradora de conteúdos,
também denominada de cabeça de rede. Em conformidade com a política adotada pelas
redes de radiodifusão, as grandes emissoras são as produtoras e difusoras de conteúdos
criados de acordo com sua percepção de sociedade, política, economia, educação e
cultura. Dentro desta concepção de produção, as emissoras afiliadas acabam tendo
pouco espaço na grade de programas para apresentar suas produções locais que retratem
a identidade cultural da sua região. A maioria dos programas produzidos pelas
emissoras afiliadas são telejornais locais. Isso demonstra que, na radiodifusão, as redes
são verticalizadas de tal modo que os conteúdos produzidos por um centro gerador são
retransmitidos para diversos pontos periféricos.
Esta é a lógica da chamada mídia de massa que opera no sentido “um-todos” e
que considera o sujeito apenas como um espectador que assiste ao que lhe é transmitido.
O sistema de radiodifusão realiza a distribuição, transmissão de conteúdos seguindo o
Fonte: http://www.tvescola.mec.gov.br
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
2012.
MACHADO, Arlindo. Pré-cinema & pós-cinema. Campinas – SP: Papirus, 1997.
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dispositivos-moveis-manual-para-professores-formadores-e-bibliotecarios> Acesso em
28 de jan. 2018.
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SANTAELLA, Lucia. Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus,
2007.
SILVA, Marco. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2000.
Abstract: This article is based on observations, records and analysis of studies carried
out from a pedagogical workshop where the Google application was used to elaborate and
share assessment forms. It was intended to enhance the use of the Google form in the
collaborative environment of the e-Proinfo platform. The methodological approach was
based on a mixed approach that combines quantitative and qualitative research
techniques. The implementation of the study took place during the course of the teacher
in the digital age, a discipline that created online forms using the Collaborative Learning
Environment (e-Proinfo) as an interaction and collaboration resource 26 (twenty-six )
teachers, for whom a questionnaire with direct questions was applied. The study showed
that educational technologies are emerging as a good way to improve the teaching and
learning process in the current context characterized by intense social, cultural,
educational and technological changes, however, the study also pointed to the need for
more adequate structures to the formations happen more successfully.
Keywords: training; online forms; virtual platform.
INTRODUÇÃO
3
É um diálogo entre o homem permeado pela máquina, que permitem conexões em tempo real, ou seja,
um tipo de relação tecnossocial.
4
Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo) - e-proinfo.mec.gov.br
tecnologia, que possibilita que se compartilhem ações, interaja professor, tutor e aluno e
que todos atuam simultaneamente.
As principais ferramentas síncronas e assíncronas utilizadas no curso Professor
na Era Digital da disciplina Criando formulários online da Google pelo professor e alunos
foram:
Ferramentas síncronas:
✓ Chat ou salas de bate–papo: o professor e o aluno precisam está conectados em
tempo real para participarem da discussão. O pensamento de Mattar (2012) sugere
que “[...] é interessante que sejam propostos, antes do chat, alguns temas, textos
para leituras, links, vídeos, etc., para que os participantes cheguem preparados
para o debate” (MATTAR, 2012, p.118).
Com essa perspectiva, também é possível conversar reservadamente com os colegas e
dividir a turma em grupos para realização de alguma atividade.
Ferramentas assíncronas:
✓ Fórum de discussão e tira dúvidas: os assuntos exposto nos fóruns são
acompanhados pelo professor ou tutor, os comentários dos alunos são dados
feedback pelo do professor ou tutor. Como no caso dos chats, o fórum pode
pressupor a leitura de um texto ou propor um tema para debate ou tirar dúvidas de
alguma atividade. De acordo com Mattar (2012) “[...] os fóruns podem ser
moderados (quando o professor ou o tutor precisam ler os comentários dos alunos
antes de publicá-los) ou livres (quando os comentários são automaticamente
publicados, sem a mediação do professor ou tutor)” (MATTAR, 2012, p.120).
✓ Questionário: é um repositório de questões elaborado pelo professor, as mesmas
são utilizadas nas atividades das turmas direcionadas a cada módulo do curso. As
questões podem ser elaboradas de diferentes formatos: múltipla escolha
certo/errado e questões discursivas.
Por conseguinte, Litwin (1997), enfatiza que “com as novas tecnologias o
trabalho adquire uma nova conformação: como exemplo as qualificações dos educadores
quanto ao uso das Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC, aprender novos
modelos e práticas educacionais e produção de novos conhecimentos”.
FORMAÇÃO CONTINUADA
aliado, na medida em que possibilita que o professor supra as lacunas na sua formação
inicial ao mesmo tempo em que se mantém em constante aperfeiçoamento em sua
atividade profissional. Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar.
O relatório de avaliação 2013-2016 quadrienal 2017 da Coordenação de
classificação dos Programas da Área desde sua primeira avaliação, em 2007, com 11
Programas, até a avaliação atual, com 140 Programas. Partindo de um ponto em que havia
apenas dois programas referência nota 5, em 2007, a Área foi ampliando a qualidade dos
23 programas indicados para nota 5 pela CA e sendo 19 confirmados pelo CTC (11
primeiros programas nota 7 (um deles confirmado pelo CTC-ES), e para ampliar para 7
da Área de Ensino foi concluído, e que agora seu contínuo aperfeiçoamento será tarefa da
O potencial educativo das ferramentas da Web 2.0 viraram tendências nas “novas
tecnologias digitais” abrindo um leque de possibilidade e impactando a produção e troca
de novos conhecimentos.
Compartilhando desse pensamento, Roesler (2012) enfatiza que a Web 2.0, tem
se constituído em um grande banco de dados para aqueles que interagem em busca de
conhecimentos e informações. Suas ferramentas, como exemplos os blogs, ferramentas
da Google e as páginas wikis, podem e devem ser explorados e incentivados pelos
professores como meios de produção e troca de saberes.
Nessa perspectiva, o aplicativo Google Drive conta com ferramentas de
interação e colaboração acessíveis, para auxiliar a transposição de conteúdos e avaliações
para o mundo de significados do educando (ALMEIDA, 2016, p.2) na construção do
processo de ensino e aprendizagem em múltiplos planos. Todo esse aporte tecnológico é
utilizado com recurso pedagógico.
É importante ressaltar que essa ferramenta de inovação pedagógica “formulários
da Google”, ou “Google Forms” permite de maneira simples e fácil coletar informações,
criar diagnóstico dos alunos, realizar uma pesquisa rápida e aplicar autodiagnostico onde
os alunos possam identificar os seus estilos de aprendizagem impactando positivamente
nos métodos ativos de ensino.
das suas avaliações. Verifica-se também, a não exposição dos pesquisados à influência
da pessoa do pesquisador, contemporizando o anonimato das respostas.
Esta metodologia deve ser aproveitada em contexto educativo, pois motivar a
participação de um grande número de professores e alunos, tornando-os participantes
principais do processo e não mais meros coadjuvantes, proporcionando possível a
construção do conhecimento, principal objetivo do processo educacional.
METODOLOGIA
Este curso foi realizado na modalidade semipresencial, o qual possui 2 (dois)
momentos à distância exigindo que os interlocutores estejam conectados mediante o
ambiente colaborativo de aprendizagem e presencial por via de oficina pedagógica.
Segundo Candau (2011), a oficina constitui um espaço de construção
coletiva do conhecimento, de análise da realidade, de confronto e troca de
experiências. A atividade, a participação, a socialização da palavra, a vivência de
situações concretas através de sociodramas, análise de acontecimentos, a leitura e a
discussão de textos, o trabalho com distintas expressões da cultura popular, são
elementos fundamentais na dinâmica das oficinas pedagógicas.
Desta feita, foi desenvolvido esse trabalho com 5 (cinco) turmas de, no mínimo,
38 (trinta e oito) e, o máximo 60 (sessenta) docentes com a intenção de tornar as aulas
motivadoras e ao mesmo tempo enriquecedoras para a aprendizagem dos alunos, cuja
parte empírica e análise obedeceram aos seguintes momentos:
Momentos da oficina
1º Momento
a) Realização de pesquisa bibliográfica;
b) Produção de materiais e vídeos aulas;
c) Preparação da sala virtual da disciplina Criando Formulário Online no
Ambiente Colaborativo de Aprendizagem;
d) Disponibilização do ambiente virtual de aprendizagem para os cursistas.
2º Momento
a) Encontro presencial com os cursistas;
RESULTADOS E DISCUSSÕES
[...] Olá, Professor F1! Respondi ao seu formulário, acho que não fui muito
bem, não...rsrs...Bom, esta atividade é muito rica e inovadora. É uma maneira
bem prática no uso de tecnologias na educação. Tenho certeza que os alunos
adoram essa ferramenta [...] (Entrevista do professor F2).
[...] Segue abaixo o link para acesso a minha avaliação de matemática para
alunos do 2° ano, estou muito feliz, pois, não conhecia esta ferramenta,
espero corresponder as expectativas dos colegas que queiram acessar o
link e responder essa avaliação que é a primeira de muitas que pretendo fazer
[...] (Entrevista do professor F5).
[...] Estou encantada com a ferramenta, foi a primeira vez que trabalhei com
ela, como é prática quando temos uma internet boa [...] (Entrevista do
professor F8).
Os relatos revelam o quanto aprendizagem foi significativa para os professores
cursistas, bem como para seus respectivos alunos, conforme o depoimento do professor
F1. Para Ausubel (2003) aprender significativamente é ampliar e reconfigurar ideias já
existentes na estrutura mental e com isso ser capaz de relacionar e acessar novos
conteúdos.
Outro ponto a destacar foi à motivação dos estudantes em responder o “teste”, o
que demonstra que para aprender significativamente, segundo Moreira (2012), é
necessário essencialmente duas condições 1) o material de aprendizagem deve ser
potencialmente significativo e 2) o aprendiz deve apresentar uma predisposição para
aprender.
De acordo com o autor a primeira condição sugere: l) que o material de
aprendizagem (livros, aulas, aplicativos,...) tenha significado lógico (isto é, seja
relacionável de maneira não-arbitrária e não-literal a uma estrutura cognitiva apropriada
e relevante) e 2) que o aprendiz tenha em sua estrutura cognitiva ideias-âncora relevantes
com as quais esse material possa ser relacionado. Quer dizer, o material deve ser
relacionável à estrutura cognitiva e o aprendiz deve ter o conhecimento prévio necessário
para fazer esse relacionamento de forma não-arbitrária e não-literal.
Na concepção do Professor F2 a atividade foi rica, inovadora, revelou ser uma
maneira prática da utilização da ferramenta na educação, enfatizando mais uma vez a
importância da inteligência tecnológica como artefato rico em possibilidades educativas.
A inteligência tecnológica é um termo utilizado por Lévy (2010), segundo ele a
inteligência do todo não resulta mais mecanicamente de atos cegos e automáticos, pois é
O gráfico 1 mostra que os objetivos do curso foram atingidos. Para isso, 87,5%
dos professores cursistas tiveram uma compreensão de como o curso foi impactante e
desafiador para sua prática pedagógica; já 12,5% dos entrevistados disseram ter
dificuldade em entender a proposta do curso, em função da não utilização do aplicativo
da Google.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
_______ . Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). Lei nº. 9.394, de
20 de dezembro de 1996.
Resumo: Cada vez mais as tecnologias da informação e comunicação (TIC) tornam mais
rápida e dinâmica a comunicação, a interação e o compartilhamento de conteúdo entre as
pessoas. Essa investigação busca refletir sobre contribuições do Facebook como espaço
de aprendizagem em uma disciplina do Mestrado em Educação do PPGEduc/UFRRJ. A
disciplina transcorreu em sua maior parte no Facebook e os participantes tiveram
oportunidade de explorar as ferramentas disponibilizadas no grupo e de refletir
coletivamente a partir de diferentes propostas de discussão. Os dados foram gerados a
partir das interações no próprio grupo. O software Nodelx foi utilizado para analisar a não
Resumen: Cada vez más las tecnologías de la información y la comunicación (TIC) hacen
más rápida y dinámica la comunicación, la interacción y el intercambio de contenido entre
las personas. Esta investigación busca reflejar sobre las contribuciones de Facebook como
espacio de aprendizaje en una disciplina de la Maestría en Educación del PPGEduc /
UFRRJ. La disciplina transcurrió en su mayor parte en Facebook y los participantes
tuvieron la oportunidad de explorar las herramientas disponibles en el grupo y de
reflexionar colectivamente a partir de diferentes propuestas de discusión. Los datos se
generaron a partir de las interacciones en el propio grupo. El software Nodelx fue
utilizado para analizar la no linealidad y la hipertextualidad presentes en el proceso
interactivo en esta red. El análisis eluciona ruidos y silencios observados en la dinámica
interactiva en este grupo. Los ruidos se caracterizaron a partir de las interacciones
relacionadas con las discusiones que ocurrían en el grupo. Como silencios se denominan
los rastros silenciosos de los miembros al utilizar la red, incluso sin interactuar en ella.
Palabras claves: Facebook; Análisis de interacciones; Grupo cerrado en Facebook;
Disciplina optativa.
INTRODUÇÃO
Este artigo é recorte de uma dissertação que analisa a experiência de uma disciplina
optativa de mestrado conduzida em um grupo fechado no Facebook (da SILVA, 2017). O
propósito principal foi refletir sobre contribuições da rede social Facebook como espaço de
aprendizagem em uma disciplina optativa de Pós-Graduação em Educação. Concretamente,
encontramos na rede social dados os quais nomeamos de silêncios e ruídos. Que ruídos e silêncios
a pesquisa em educação nesta rede social podem ser capturados na produção do conhecimento
neste campo? Que ruídos e silêncios podemos indicar ou querer assumir nesse modo de fazer
pesquisa?
Com esse intuito, buscamos suscitar reflexões sobre o uso da rede social Facebook como
mais um espaço possível de aprendizagem e, portanto, essa utilização demanda práticas de ensino
e de pesquisa inovadoras e construtivas de outras formas de aprendizado e de descoberta conjunta
para professores e alunos. Também, demanda novos modos de fazer pesquisa e de produzir
conhecimento.
Onde poucos produziam para muitos, sendo estes conteúdos e notícias por muito tempo
aceitos como únicos e verdadeiros.
De acordo com o levantamento das mídias sociais mais acessadas no Brasil, como
Facebook, Instagram, Twitter e YouTube foi possível chegar ao seguinte resultado, baseado no
site de ranqueamento de acessos alexa (2015)3. O Facebook é o segundo site mais acessado no
mundo, perdendo somente para o Google, o YouTube é o terceiro, o Twitter o décimo e o
Instagram vigésimo oitavo. O Brasil é o segundo país do mundo onde mais se acessa Facebook,
responsável por 4,0% dos acessos mundiais. O YouTube fica em quarto mais acessado no Brasil,
responsável por 3,7% dos acessos mundiais. O Twitter em décimo primeiro, já o Instagram fica
em décimo sétimo.
Por ser o segundo site mais usado no mundo e ter ferramentas que podem ser exploradas
para o viés educacional, mesmo que não tenham sido criadas com este intuito, é possível observar
que há pessoas que exploram as suas ferramentas para o uso educacional. Inclusive na própria
pós-graduação da UFRRJ o uso dos grupos fechados nas disciplinas obrigatórias e em outras
disciplinas optativas também era recorrente. No entanto, o uso era desdobrado em troca de
mensagens e local de compartilhar os arquivos que seriam discutidos nas aulas presenciais, ou
seja, a rede era apenas um meio que dava continuidade ao que acontecia nos encontros presenciais
e não o espaço de interação das aulas.
saber o que acontece em um chat ou fórum precisamos logar, entrar no AVA e acessar
cada um desses espaços.
Diferente do que acontece no Facebook, que acaba sendo a extensão da vida dos
usuários. Por exemplo, ao acordar a pessoa pega o celular e confere as notificações que
receberam durante o período que estiveram dormindo e podem publicar coisas de seu
cotidiano. O AVA não tem a mesma característica de ser a extensão da vida dos alunos e
sim um espaço onde as pessoas acessam para “estudar”, se especializar etc. A dinâmica
do Facebook é bem diferente do AVA, pois o Facebook está a todo momento avisando a
seus usuários sobre a atualização na rede. No AVA para saber sobre qualquer coisa que
acontece no fórum o participante ou recebe um e-mail ou tem que acessar o fórum, algo
que não acontece no Facebook.
Saímos então dos nossos prédios (que seriam os AVAs), onde nem todos sabem
que podem ter acesso, e fomos à periferia da cidade (rede social Facebook) ver como
acontece, como é feita a pesquisa em um ambiente onde todos se “sentem em casa” e que
se pode ter acesso com mais facilidade. O acesso pelo Facebook nos facilitou bastante,
possibilitando a mobilidade de estar logado, em nossas contas pelo celular e verificar as
notificações avisando quem publicou e quando publicou. Diferente do que acontece no
AVA onde os alunos têm que estar sempre logando para ver se há novas publicações e as
entregas de tarefas no AVA, na maioria dos casos, são enviadas em documentos no Word,
PDF, Power point, que sempre exigem maior ligação do usuário ao desktop.
A disciplina ocorreu no primeiro semestre de 2015 e, por acontecer em uma rede
social, todos estavam presentes por seus avatares na rede e a relação social acontecia
através das interações das postagens dos membros sobre as opiniões que eram
demandadas no decorrer da disciplina. Desse modo, os membros tinham acesso às novas
publicações, ou seja, eles eram avisados através de uma notificação no globo do Facebook
onde poderiam curtir, comentar, concordar, discordar, aumentando desta forma as
interações e os hipertextos que apareceram durante a disciplina. Ao contrário, em um
AVA, é comum encontrarmos participantes esquecendo senhas, tendo que atualizar seus
dados cadastrais de acesso e ficando muitas vezes dependentes do seu e-mail, ferramentas
não muito usuais entre jovens e adolescentes.
Outro ponto que foi pensado e repensado seria não trazer a dinâmica da sala de
aula presencial, para a rede social. Já que a disciplina estava acontecendo em um ambiente
diferente do tradicional, teríamos que usar as ferramentas e a linguagem daquele espaço
que seria usado como disciplina. Sem quadro, sem giz, sem cadeiras enfileiradas. O curso
foi planejado, com ementa, com atividades e datas de entregas, supervisionado e
direcionado pelo professor responsável da disciplina. Para Bairral (2007, p. 33)
A relação espaço e tempo tendo como aliada a mobilidade ubíqua, onde não
precisávamos estar em um mesmo lugar físico em determinado horário, foi bem explorada
pelos membros e possibilitou que os mestrandos e mestrandas participassem de suas
casas, trabalhos, da rua, de qualquer lugar que houvesse conexão com a internet. Houve
um caso, onde uma aluna precisou se mudar para outro estado, no decorrer do semestre,
por questões pessoais, e aproveitando o fato da disciplina optativa ser on-line ela
conseguiu concluí-la. Caso a disciplina optativa fosse presencial se tornaria um pouco
mais trabalhoso para aluna. Como afirmou Bairral (2007, p. 35)
Estar on-line na rede e presente nas discussões, mesmo que em outro espaço físico,
nos ajudou bastante, pelo fato de cada um ter a flexibilidade de criar seu horário de estudo,
de comentar e realizar as atividades no Facebook, usando, inclusive, seu celular.
Após o término da aula no Facebook foi feita a análise do grupo onde garimpamos
por dados e encontramos nos rastros da rede social dados que chamamos de ruídos e
silêncios.
Figura 2 - Exemplo (1) de "silêncio" na rede Figura 3 - Exemplo (2) de "silêncio" na rede
5 de junho de 2015
15 de junho de 2015
11 de junho de 2015
Este intervalo de tempo, sem nenhum contato dos membros do grupo entre si, na
rede, foi um dos exemplos encontrado para tentar mostra o que chamamos de silêncio em
um grupo na rede social. Entretanto, se pegarmos outro (s) momento (s) de análise
encontraremos casos parecidos. Da mesma forma como aconteceu com os ruídos, o que
será explicado posteriormente. O tema sobre silêncio e ruído será aprofundado com mais
detalhes na metodologia.
28 de maio de 2015
2 curtidas s
s 10 de junho de 2015
5 de junho de 2015
3 curtidas
Visualizado por todos
s
ASPECTOS METODOLÓGICOS
Por estarmos pesquisando em uma rede social, optamos por utilizar a observação
on-line, participante, pois os autores estavam implicados. Macedo (2015, p. 370) nos
lembra que nas pesquisas on-line o campo de observação é o ciberespaço”, um cenário
Término do
silêncio no
grupo
Início do
silêncio no
grupo
5
É um criador de gráficos para Excel que consegue visualizar os contatos da sua conta em redes sociais. O
programa usa a ferramenta na própria interface do office, facilitando a visualização dos usuários
acostumados com o editor da Microsoft. Tudo o que você tem de fazer para usar o programa é inserir dados.
Disponível em: www.techtudo.com.br/tudo-sobre/nodexl.html. Acesso em: 18 outubro 2016. O
conhecimento desse recurso se deu na disciplina cursada pelo primeiro autor desse artigo na disciplina
ciberpesquisa-formação no PROPED/UERJ no segundo semestre de 2016.
Fonte: Término
Elaboração dos ruídos
própria a
no grupo
partir do
software
nodexl.
Início dos
ruídos no
grupo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ruídos e silêncios muitas vezes estejam imbricados, optamos por deixá-los separados de
modo a facilitar a construção de uma linha argumentativa que responda à questão de
pesquisa. Pela fluidez, dinamicidade e horizontalidade comunicativa da rede social é
desafiante capturar silêncios e ruídos e, sendo assim, cabe investigar os desafios dessa
captura para a pesquisa e o aprendizado na contemporaneidade.
REFERÊNCIAS
ABSTRACT: This work presents the reflections about the pedagogical practice of the
teacher of the initial years associated with the experience of the students of the subject of
Supervised Internship IV in his academic formation. Of qualitative nature, the study has
as a technological instrument for data collection, documentary research. The objective of
this article is to identify the different methodological practices used by trainees to mediate
their pedagogical practice in the classroom, as an intervention in the Elementary School
Stage I. We use as theoretical support the studies of Morais (1994), Saviani (2009), Tardif
(2012), Libânio (1994), Official documents: LDB, PPC Pedagogy, among others. In this
context, we discuss the teacher training, the Methodology and Didactics of Elementary
Education and finally, we present the data analysis, in which we expose the
methodologies most used by the students of the Pedagogy Course in cyberculture times.
KEYWORDS: Teacher training. Pedagogical practices. Teaching methodologies.
Supervised internship. Elementary School.
RESUMÉN: Este trabajo presenta reflexiones sobre la práctica pedagógica del profesor
de los años iniciales, juntamente con la experiencia vivida por los alumnos de la disciplina
Prácticas Supervisadas IV en su formación académica. De naturaliza cualitativa, el
estudio tiene como instrumento tecnológico para recoger datos, la investigación
documental. El objetivo de este artículo es identificar las diferentes prácticas
metodológicas utilizadas por los practicantes para mediar su práctica pedagógica en el
aula, mientras se da su intervención en el período de prácticas en la enseñanza primaria.
Utilizamos como apoyo teórico los estudios de Morais (1994), Saviani (2009), Tardif
(2012), Libânio (1994), Documentos oficiales: LDB, PPC Pedagogía, entre otros. En este
contexto, se discutió la formación del profesor, la metodología y la didáctica de la
enseñanza primaria; y finalmente, presentamos el análisis de los datos, en donde
exponemos las metodologías más utilizadas por los alumnos del curso de Pedagogía en
tiempos de cibercultura.
INTRODUÇÃO
A prática pedagógica docente tem sido bastante discutida nos últimos tempos por
se tratar de processos teóricos/metodológicos pelo qual o professor utiliza para promover
a aprendizagem do aluno, direcionando caminhos da relação indissociável entre ensino e
aprendizagem. Os estudos nesse campo educacional têm recebido um novo olhar a partir
da cibercultura (LEMOS; CUNHA, 2003 e SANTOS, 2013).
A justificativa para essa pesquisa se situa a partir da curiosidade de compreender
quais são os métodos de ensino que os estagiários escolheram no momento de elaborar as
regências do estágio. Com a análise dos projetos elaborados por futuros professores,
podemos observar se essas metodologias são propícias para alcançar o objetivo docente,
que é articular a teoria e a prática para mediar o conhecimento por meio de uma prática
pedagógica contextualizada.
Este artigo, originado da pesquisa empírica, estruturou-se em 4 tópicos: (1)
apresenta-se abordagens teoricamente sobre a “Formação dos professores”, (2)
“Metodologia e Didática do Ensino Fundamental”, (3) a “Metodologia da pesquisa” e (4)
a “Análise dos dados coletados”, tendo como objetivo estabelecer uma conexão entre os
elementos anteriores. A investigação buscou reunir dados suficientes tendo como
propósito responder ao seguinte problema de pesquisa: que metodologias são propostas e
desenvolvidas nas práticas de intervenção do Estágio Supervisionado IV do Curso de
Pedagogia?
Dentro da temática, o presente artigo tem como objetivo identificar as
metodologias utilizadas pelos alunos do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de
Alagoas (UFAL), na tentativa de analisar as diferentes práticas pedagógicas que foram
mediadas durante seu exercício na sala de aula, enquanto intervenção no Estágio do
Ensino Fundamental I.
Configurada como uma pesquisa documental, utilizou como instrumento
tecnológico para coleta de dados os projetos de intervenção. Além disso, optou-se por
uma abordagem de natureza qualitativa, tendo como fundamento teórico Silveira e
Córdova, 2009.
Para o embasamento teórico para a presente discussão nos utilizamos das ideias
de Morais (1994), ao tratar dos conceitos das mudanças ocorridas nas formações dos
professores, a relação entre a teoria e a prática, a criação de Centros Específicos de
Formação e Aperfeiçoamento do Magistério (CEFAMs); Saviani (2009), ao investigar
sobre os objetivos de se tornar um educador; Tardif (2012) que evidencia a base teórica,
os conhecimentos profissionais, a formação profissional; Libânio (1994), que conceitua
a metodologia do ensino e a didática; e além da Lei 9.394 de 1996, e o PPC do Curso de
Pedagogia.
Com essa nova reforma, o curso foi estruturado conforme o esquema citado acima,
garantido pelo parecer CNE/CP 2005. O curso de Pedagogia oferecia o título de bacharel,
a quem cursasse três anos de estudos em conteúdos específicos da área, que eram os
fundamentos e teorias educacionais; e o título de licenciado que permitia atuar como
professor, aos que, tendo concluído o bacharelado, cursasse mais um ano de estudos,
dedicado à Didática e à Prática de Ensino.
Entretanto, tendo como base a LDB 9.394/1996, o profissional da educação
conclui o curso em nível superior, com perfil de um profissional capaz de exercer a
docência, a pesquisa e a gestão dos processos educativos, como assegura Verçosa (2006,
p. 32):
O Curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro de Educação da UFAL
destina-se à formação de licenciados/as para exercer funções de magistério na
Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nas disciplinas
pedagógicas dos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, na
Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como para
exercer atividades de organização e gestão de sistemas e instituições de
ensino, englobando planejamento, execução, coordenação, acompanhamento
e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação e produção e difusão do
conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos
educacionais.
Tratando-se dos objetivos de uma determinada ação, Saviani (2009) revela que o
educador necessita antecipar mentalmente suas ideias. Nesta perspectiva, essa produção
de ideias será o conhecimento, seja ele sobre a natureza, ou sobre a cultura que abarca o
conjunto da produção humana. Neste sentido, o autor salienta que a educação se
enquadrará na categoria do trabalho não material.
A constituição da profissão docente no Brasil, parte do reconhecimento de que a
profissionalização cresce na educação na proporção em que são ampliados os sistemas
escolares, os padrões de organização educacional e escolar decorrentes dessas mudanças,
podem estar constituindo um novo perfil de trabalhador docente.
Com isso, Ostetto (2008, p. 128) afirma:
a formação do professor envolve muito mais que uma racionalidade teórico-
técnica, marcada por aprendizagens conceituais e procedimentos
metodológicos. Há, no reino da prática pedagógica e da formação de
professores, muito mais que domínio teórico, competência técnica e
compromisso político. Lá estão histórias de vida, crenças, valores, afetividade,
enfim, a subjetividade dos sujeitos implicados.
Dessa forma, a formação profissional requer uma prática expressiva que assuma
perante a sociedade, um empoderamento para o docente desenvolver suas técnicas,
habilidades, teorias e práticas, possibilitando condições e saberes necessários para sua
atuação. Tardif (2012, p. 249) complemente que,
tanto em suas bases teóricas quanto em suas consequências praticas, os
conhecimentos profissionais são evolutivos e progressivos e necessitam, por
conseguinte, de uma formação contínua e continuada. Os profissionais devem,
assim, autoformar-se e reciclar-se através de diferentes meios, após seus
estudos universitários iniciais. Desse ponto de vista, a formação profissional
ocupa, em principio, uma boa parte da carreira e os conhecimentos
profissionais partilham com os conhecimentos científicos e técnicos a
propriedade de serem revisáveis, criticáveis e passíveis de aperfeiçoamento.
O autor considera que a base teórica passa por processos de transformações que
auxilia o profissional em seu desenvolvimento, salientando que essas transformações são
evolutivas e segue uma linha de continuidade conforme a suas experiências docentes.
No entanto, Carrer (1996, p. 247) garante que:
METODOLOGIA DA PESQUISA
EIXOS ANALISADOS
A coleta de dados foi realizada no ano de 2016, por meio de projetos finais dos
estagiários da disciplina Estágio Supervisionado IV, do Curso de Pedagogia da Ufal. Os
resultados mostram as principais metodologias de ensino apresentados nos projetos,
oferecendo subsídios para análise dos referentes a métodos apropriados.
Os resultados dispostos no Gráfico 1 apresentam o quantitativo dos métodos
identificados nos projetos analisados. Observa-se que a maior concentração de projetos
que utilizaram a prática metodológica estão nas (a) atividades expositivas e na (b)
participação ativa dos alunos; a concentração que utilizaram (c) jogos e (d) literatura
infantil como possibilidades metodológicas é menor.
Percentualmente, detecta-se que nos projetos analisados, que 32% indicaram
realizar atividades expositivas, 31% indicou que utilizou como procedimento a
participação ativa dos alunos nas aulas. 20% dos projetos indicam a utilização de jogos e
17% empregaram literatura infantil nas aulas.
12
10
8
Projetos
0
Atividade Jogos Literatura infantil Participação ativa
expositiva
Fonte: Acervo da disciplina Estágio IV, a partir da busca por relatórios finais dos estágios supervisionados
do Ensino Fundamental I (2016)
de jogo que seja desenvolvido na escola é importante, porém o que mais interessa é o
‘jogo didático’, isto é, aquele usado com a finalidade de trabalhar determinado conteúdo”.
Desde então, o jogo é uma das ferramentas utilizadas pelos estagiários, tendo como
objetivo tornar a aula mais dinâmica, sem perder o foco de alcançar seu objetivo final: a
aprendizagem.
Das diversas formas de tornar a aula dinâmica, os projetos propuseram jogos, tais
como: dinâmica de grupo, jogo do boliche, labirinto matemático, jogo da trilha
matemática, jogo da amarelinha, jogos pedagógicos, jogo da memória, jogo de tabuleiro,
brincadeira “Escravo de jó”, pé de lata, bambolê, bola, corda. Observa-se que ainda há
uma limitação para o uso de jogos digitais.
Já no terceiro eixo, buscamos identificar quantos projetos trabalharam com
Literatura Infantil. Conforme a análise, somente seis projetos realizaram atividades com
esse instrumento. Foram desenvolvidas, conforme os projetos: cantigas de roda, poesia,
poema, parlenda e músicas infantis consideradas literaturas. Segundo Paço (2009), a
Literatura Infantil torna-se uma descoberta de mundo para as crianças, fazendo com que
elas busquem o interesse pela leitura, despertando assim o habito e o prazer de ler.
Nos projetos analisados, que seu utilizaram da literatura infantil como recurso
didático, percebe-se que esse recurso foi trabalhado de diversas formas. Durante as
regências, as músicas foram utilizadas no formato de cantoria coletiva, exploração das
letras e palavras das músicas, como também o desenvolvimento de coreografias; nas
cantigas de rodas foram trabalhadas coletivamente as letras das músicas para
consequentemente realizarem atividades de formação de palavras e confecção de
cartazes.
Foram identificadas também poesias, das quais destacamos “A casa” de Vinicius
de Morais, sendo realizado um momento de exploração da escrita, como também do
contexto musical da poesia. Nos projetos também identificamos poemas que foram lidos
com os alunos a partir de leitura coletiva, reflexão e atividade dirigida, a exemplo do
poema de Manoel Bandeira “O Bicho” e da leitura coletiva e atividade proposta do poema
“Meio Ambiente”; houve debate sobre os poemas de figuras ilustres africanas, a partir da
leitura e exploração das figuras, foram distribuídas para os alunos. Visualizamos também
atividades realizadas com parlenda, sendo realizada a leitura e uma atividade escrita
registrando palavras desse recurso.
No quarto eixo, procuramos identificar se em todos os projetos ficou evidente a
participação ativa dos alunos. Ao analisar, ficou constatado que todos os projetos
comprovaram que os alunos foram ativos nas atividades propostas e realizadas durante a
regência. Sendo assim, Freire (2011, p. 83-84) “[...] o bom professor é o que consegue,
enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento”.
Conforme o autor é um meio que o docente busca para ajudar o aluno a tornar mais
participativo em sala de aula.
4
O Quadro 1 apresenta os principais materiais utilizados durante as regências.
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Foi possível visualizar essa participação ativa dos alunos por meio da leitura dos
tópicos sobre a avaliação das aulas regidas, outro item que consta nos projetos analisados.
Destacamos um desses fragmentos:
A avaliação será processual e contínua, a partir das observações realizadas
durante a aula e através da participação, escrita e aprendizagem dos alunos.
Serão observados os seguintes aspectos: participação, interesse, desempenho,
engajamento e colaboração. Registraremos os possíveis avanços e
dificuldades dos alunos em relação à aprendizagem. (PROJETO X, 2016)
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Portanto, foi uma forma de registro das aulas ministradas que possibilitou ampliar o olhar
nos possíveis avanços e dificuldades dos alunos.
Na análise do quinto eixo, buscamos analisar os tipos de materiais utilizados para
o desenvolvimento das regências. Os materiais usados foram diversos, sendo materiais
recicláveis, eletrônicos, materiais escolares, entre outros, visando aulas diversificadas,
produtivas e dinâmicas, baseando sempre nas experiências vivenciadas dentro da sala de
aula e considerando a realidade do contexto escolar.
A partir dos dados e da análise, observa-se que os resultados da investigação
realizada mostram quais os tipos de metodologias os projetos dos estagiários do Curso de
Pedagogia/UFAL utilizaram com mais frequência nas aulas ministradas.
CONSIDERAÇÕES
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REFERÊNCIAS
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DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.33011
GUIMARÃES, A.C. A importância do lúdico nas séries iniciais: o jogo e a brincadeira como
elementos didáticos das aulas de educação física. Barra do Bugre-MT. 2014, disponível em:
<http://docplayer.com.br/38828708-A-importancia-do-ludico-nas-series-iniciais-o-jogo-e-a-
brincadeira-como-elementos-didaticos-das-aulas-de-educacao-fisica.html>. Acesso em: 01 de
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formação de professores: unidade teoria e práticas? (1994), de Selma Garrido Pimenta. São
Paulo: Editora Cortez, 1994.
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NUNES, Célia, 2001 apud Nóvoa, António. Saberes docentes e formação de professores: um
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VICENTINI, Paula Perin; LUGLI, Rosário Genta. História da profissão docente no Brasil:
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© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 105 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.33409
Resumo: Esta pesquisa apresenta como objetivo investigar quais usos que os docentes
fazem das tecnologias digitais em suas práticas pedagógicas. Para isso, o trabalho de
campo realizado em 2017 centralizou seus esforços em conhecer essas práticas através da
análise interpretativa de relatos online produzidos e enviados por quinze professores do
primeiro segmento do ensino fundamental que atuam em múltiplos cotidianos escolares.
Através da abordagem teórico-metodológica dos estudos com os cotidianos, o
instrumento metodológico de pesquisa utilizado foi o Google formulário. Como resultado
desta experiência, os professores participantes da pesquisa evidenciaram o quanto os usos
das tecnologias digitais são plurais e distintos, ainda que falte infraestrutura nas escolas e
formação continuada atenta a (re)pensar o digital na prática pedagógica.
Palavras-chave: Tecnologias digitais, prática docente, pesquisa com o cotidiano, ensino
fundamental.
Abstract: This research aims to investigate the uses that teachers make of digital
technologies in their pedagogical practices. To this end, the field work carried out in 2017
has centered its efforts on knowing these practices through the interpretative analysis of
online reports produced and sent by fifteen teachers of the first segment of elementary
school who work in multiple school daily. Through the theoretical-methodological
approach of the studies with the daily ones, the methodological instrument of research
used was the Google form. As a result of this experience, the teachers participating in the
research evidenced how the uses of digital technologies are plural and distinct, even
though there is a lack of infrastructure in schools and continuous training to (re) think
digital in pedagogical practice.
Keywords: Digital technologies, teaching practice, research with daily life, elementary
school.
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Resumén: Esta investigación tiene como objetivo investigar cuales son los usos que los
docentes hacen de las tecnologías digitales en sus prácticas pedagógicas. Para esto, el
trabajo de campo realizado en 2017 centralizó sus esfuerzos en conocer estas prácticas a
través del análisis interpretativo de relatos en línea producidos y enviados por quince
profesores del primer segmento de la enseñanza primaria que actúan en múltiples
cotidianos escolares. Por medio del abordaje teórico-metodológico de los estudios con los
cotidianos, el instrumento metodológico de investigación utilizado fue el Google
formulario. Como resultado de esta experiencia, los profesores participantes de la
investigación evidenciaron que los usos de las tecnologías digitales son plurales y
distintos, aunque falte infraestructura en las escuelas y formación continua atenta a
(re)pensar lo digital en la práctica pedagógica.
TESSITURAS INICIAIS
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2
FREIRE, 2002, p. 37.
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© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 110 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
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aluno seja um cidadão autônomo, crítico e criativo. Neste contexto, Amante, Oliveira e
Pereira (2017) explicam que a internet em sua fase atual vem permitindo aos seus usuários
transformarem-se de meros consumidores de informações a produtores de conteúdos
partilhados através das redes. Frente às possibilidades educacionais que se abrem com a
emergência/popularização do digital em rede, o docente pode utilizar a internet em suas
aulas para manusear diversas interfaces (fórum de discussão, bate-papo,
videoconferência...), fazendo com que seu aluno teça interações na relação todos-todos,
troque experiências, estabeleça intervenções, se tornando protagonista do seu
aprendizado em parceria com outro.
Optamos para este trabalho operar través da pesquisa com os cotidianos escolares
(ALVES, 2003, 2012; OLIVEIRA, 2014), uma vez que os nossos interlocutores de
pesquisa são docentes do primeiro seguimento do ensino fundamental de escolas distintas.
A pesquisa de campo aconteceu em 20173 e ao mergulhar nela buscamos “criar,
incorporar e desenvolver as ideias de redes de conhecimentos e de tessitura de
conhecimentos em redes” (ALVES, 2003, p. 2) em relação aos cotidianos pesquisados.
Fazer pesquisa com os cotidianos é entender que,
Para compreender as práticas cotidianas dos docentes com os usos das tecnologias
digitais conectadas em rede ou não, partimos da noção de “currículo
pensandospraticados” (OLIVEIRA, 2013), que se refere ao currículo que é construído e
3
O trabalho de campo foi conduzido pela primeira autora do texto. O segundo autor orientou o trabalho de
pesquisa.
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Faço uso de slides para que a seja mais dinâmica – Professora Graciele.
Quando utilizo o computador com Datashow na minha sala de aula, ele se torna
um recurso muito rico, no qual trago vídeos, slides, e partir deles aplico diversos
4
Os relatos foram enviados por intermédio do Google formulário. Cabe reiterar ainda que o “Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido” foi utilizado durante o procedimento de envio dos relatos, assegurando
que os relatos produzidos pelos professores fossem previamente autorizados a serem utilizados como
material de análise desta pesquisa.
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conteúdos. Com esses recursos, a aula se torna mais rica, e interessante, tanto
para mim, enquanto professora, quanto para os alunos – Professora Juliana.
Esses usos plurais relatados nos ajudam a entender como a prática educativa
atrelada às diferentes tecnologias é complexa e rica ao mesmo tempo para o processo
formativo. Esses usos contribuem, conforme relatado, para o desenvolvimento de aulas e
aproximar o conteúdo dos cotidianos dos alunos, visando deixá-los mais interessados em
sala de aula. Nesse sentido, essas diferentes tecnologias contribuem, como sinalizado por
Cutrim e Lima (2015), para mediar a ação docente, valorizar o aprendizado e tornar a aula
mais dinâmica. As professoras Juliana e Gabriela usam as tecnologias para tornar a aula
mais rica, se sentem entusiasmados em fazer uso destes recursos, pois desperta a atenção
do discente e com isso “abarca o desejo e a necessidade dos sujeitos de se sentirem como
produtores de cultura” (COUTO JUNIOR, 2013, p. 141), indo muito além da perspectiva
de que haveria certa obrigatoriedade de adotar o digital em rede para que os processos de
ensino-aprendizagem sejam mais dinâmicos, interessantes e potentes.
É preciso salientar que uso de vários meios tecnológicos digitais não garante a
qualidade no processo de ensino e de aprendizagem, uma vez que ”não se trata apenas de
inserir tecnologias dentro da sala de aula” (CRUZ & BIZELLI, 2014, p. 262), tem que
haver resultados, mediação docente, colaboração e interatividade. Nesse cenário, a
docência precisa entender que transitamos das mídias massivas para as mídias interativas
e com isso promover múltiplas experimentações e provocar situações de aprendizagem
inquietadoras (SILVA, 2009a; 2009b).
Já as professoras Ana Carolina, Brunet, Francine e Lukiane reconhecem a
necessidade do uso das tecnologias e trazem outros pontos de vista em relação ao assunto:
O uso de tecnologias hoje em dia é muito necessário, tendo em vista que estamos
em constante evolução. Infelizmente não utilizo nenhum recurso em sala de aula,
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mas os utilizo muito para a elaboração dos meus planos de aula. Tenho
computador em casa e também na escola onde trabalho. E faço muito uso do
celular para buscar novas estratégias de ensino-aprendizagem já que tenho
trabalhado com Educação especial e a cada dia aprendo com meus alunos –
Professora Ana Carolina.
Tenho pouca experiência com as TICs na sala de aula, visto que nas escolas em
que trabalhei não dispúnhamos de muitas tecnologias, um recurso que sempre
utilizei foram dos meus aparelhos pessoais, como celular e notebook para
pequenos vídeos e músicas – Professora Francine.
Nos relatos das professoras notamos que elas lançam mão das tecnologias digitais
para uso pessoal, apresentam pouca experiência em suas práticas pedagógicas e quando
fazem usos desses recursos em sala de aula é para uma atividade bem pontual, como
passar um vídeo, por exemplo. Esses relatos expõem, em contrapartida, a falta de políticas
públicas de formação continuada adequada que atinjam espaços-tempos para além do
centro urbanos e de infraestrutura que vá ao encontro do cotidiano escolar. Uma formação
adequada, como explicam Cruz e Bizelli (2014, p. 262), “trata-se de estruturar as escolas,
os conteúdos, os educadores para proverem capacidades de desenvolvimento intelectual
e cidadão para atender ao educando”.
É possível identificar a falta de políticas públicas de formação continuada e de
infraestrutura a partir do relato da professora Francine quando ela argumenta que nas
escolas em que trabalhou têm carência de tecnologias digitais e que faz o uso do celular
e do notebook pessoal em suas práticas educativas. O relato da professora Lukiane vai ao
encontro do cotidiano das escolas da professora Francine, principalmente quando salienta
que na sua escola não há uso de tecnologias. Já o pouco uso e falta de experiência com as
tecnologias digitais, conforme relatado pelas professoras Ana Carolina e Brunet, revelam
a necessidade de formação continuada voltada para essa área emergente.
Por meio dos relatos dessas professoras, pode-se entender como elas tecem seus
“currículos pensandospraticados” (OLIVEIRA, 2013), isso é, o currículo que constroem
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com ou sem o uso das tecnologias digitais, apesar de todos os desafios e as tensões
cotidianas. Nesse sentido, os currículos pensadospraticados por essas professoras com
seus alunos, confirme salienta Oliveira (2013, p. 192),
Todos esses relatos expostos nesta seção mostram a complexa trama das redes
educativas (ALVES, 2014) em que se situam as práticas docentes, redes essas que
também (de/trans)formam os próprios docentes e são atravessadas por múltiplas
adversidades.
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Por fim, precisamos superar a visão de que o uso do digital em rede, por si só,
seria capaz de transformar a prática docente. Não devemos esperar que as tecnologias
exterminem com os problemas encontrados no cotidiano escolar de forma mágica e
rápida, há um longo caminho a ser percorrido e é imprescindível investir na formação
continuada de nossos docentes.
REFERÊNCIAS
CRUZ, José Anderson Santos; BIZELLI, José Luiz. Sociedade, tecnologias e educação:
as Tecnologias da Informação e Comunicação e o pensar da sociedade
concreta. Cadernos de Educação, Tecnologia e Sociedade, v. 5, p. 258-266, 2014.
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 116 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.33409
Edith (Org.). Tecnologia educacional: política, historias e propostas. Porto Alegre: Artes
Medicas,1997.
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 117 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.33478
Resumén: Este trabajo monográfico tiene por objetivo investigar las posibilidades de
enseñar-aprender estimuladas por los usos de las tecnologías digitales en el cotidiano
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escolar. Por medio de la investigación bibliográfica fueran trazados posibles caminos para
(re)pensar lo digital en rede en la práctica pedagógica. Para esto, se buscó considerar la
importancia de los aspectos metodológicos en el trabajo con los conocimientos, la
familiarización del profesor con lo digital en red y como la institución escolar está
preparada para recibir esta nueva generación de alumnos que conviven en su día a día con
estas nuevas tecnologías.
Palabras clave: Inclusión digital, educación, tecnologías, enseñanza.
INTRODUÇÃO
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© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 121 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
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© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 122 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
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© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 123 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
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© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 124 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
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© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 125 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
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se constituem de forma dinâmica e viva quanto aquelas vivenciadas pelos usuários nos
diversos espaços físicos fora da escola (PETARNELLA, 2008).
No entanto, cabe ainda reforçar que o mero uso das tecnologias digitais dentro do
ambiente escolar não garante que os processos de ensinos-aprendizagem sejam mais
dinâmicos e atraentes. Isso porque não basta que a escola adquira recursos tecnológicos
e materiais pedagógicos considerados “modernos”, a questão central é tornar a prática
pedagógica significativa para todos aqueles envolvidos na produção de conhecimento.
Neste contexto é extremante importante que haja uma percepção por parte do professor
de que na educação sempre há a necessidade em se traçar novas concepções pedagógicas
a partir da influência do uso dos novos recursos tecnológicos que visam possibilitar novas
oportunidades de aprendizado ao aluno. A perspectiva educacional baseada na
transmissão de conhecimentos pode muito bem ser utilizada também a partir do uso do
digital em rede, de forma semelhante àquela metodologia maçante das chamadas “aulas
tradicionais”, cuja exposição/explicação insere o professor no centro dos processos
educacionais. Diante da necessidade de ressignificar a prática pedagógica, Santos (2002)
argumenta que “podemos nos inspirar no digital e nos seus desdobramentos (hipertexto,
interatividade, simulação), propondo práticas curriculares mais comunicativas, com mais
e melhores autorias individuais e coletivas” (p. 115).Com isso, é importante
problematizar as práticas educacionais a fim de encontrar caminhos metodológicos
alternativos que possam ser potentes para incentivar a participação dos estudantes em
processos de ensino-aprendizagem melhor sintonizados com seus interesses e anseios.
As diversidades de linguagens utilizadas nas práticas sociais propiciam aos
professores a oportunidade para que as atividades de ensino incorporem diferentes formas
de se entrar em contato com o conhecimento. Com isso, precisamos visar a melhora da
qualidade dos processos de ensino-aprendizagem através do uso de imagens, vídeos, sons
etc capazes de potencializar ainda mais o trabalho com as informações em sala, tornando
mais prazerosa e dinâmica a produção de conhecimento.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 2000) afirmam que
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Não há como negar que a utilização de equipamentos tecnológicos está cada dia
mais presente no cotidiano de nossas crianças. Fechar os olhos para essa realidade é
desconsiderar as infâncias que vêm sendo vivenciadas por crianças que exploram cada
vez mais o mundo através das tecnologias digitais2. Frente a isso, a sociedade
contemporânea exige a necessidade de que o conhecimento seja constantemente
2
Foge ao foco deste trabalho discutir a relação das crianças com as tecnologias. Para isso, ver os trabalhos
de Girardello e Campos (2013), Alcântara e Osório (2014) e Couto Junior (2013).
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Hoje não existe um local ideal para que a aprendizagem aconteça e sim lugares
onde o conhecimento pode se fazer presente respeitando o tempo e a individualidade de
cada aluno. Para isso, o professor necessita estar atento a essas possibilidades fazendo
com que recurso tecnológicos como filmes, músicas, informações obtidas em sites, entre
outros, não caiam na perspectiva da mera “transmissão de conhecimento, esvaziando de
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sentido as práticas educativas no cotidiano escolar. Cabe ao professor, uma vez inserido
no contexto das práticas sociais mediadas pelas tecnologias digitais, conscientizar-se de
que o trabalho desenvolvido utilizando recursos tecnológicos como filmes e imagens, por
exemplo, quando bem desenvolvido, pode ser verdadeiramente instigante e produtivo
para o aprendizado de seu aluno. Adotar estratégias metodológicas em sala de aula
abarcando esses recursos poderia se constituir como um verdadeiro estímulo para que os
estudantes percorram caminhos onde a exploração e a investigação de informações
possam ir além daquelas tradicionalmente trabalhadas nos livros didáticos impressos.
Dito isso, conseguir aliar as tecnologias como mediadoras do processo de ensino-
aprendizagem ainda se configura como sendo um grande desafio para os professores,
ainda mais para aqueles que atuam em redes públicas de ensino que, em geral, carecem
de recursos públicos para que as salas de aula sejam devidamente informatizadas.
Outra consideração importante a ser feita refere-se à adequação do uso das
tecnologias com a realidade dos alunos, o que demanda certos critérios a serem escolhidos
pelo professor para que os recursos digitais possam ser explorados de forma dinâmica e
prazerosa na sala de aula.
Os profissionais do campo da educação vêm reconhecendo a necessidade de
buscar constantemente novas estratégias metodologias para atender à necessidade e a
curiosidade dos alunos. Esses profissionais estão permanentemente confrontados com
inovações tecnológicas que lhes possibilitam (re)pensar a própria prática pedagógica na
medida em que (re)inventam seus modos de trabalhar os conhecimentos com os alunos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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Resumo: Partindo das premissas dos estudos nos/dos/com os cotidianos, esta pesquisa
teve como objetivo pensar com imagens compartilhadas por estudantes do terceiro ano
do Ensino Médio, do Colégio Estadual Abdias Nascimento, em Nova Iguaçu, Baixada
Fluminense/RJ, as noções de diferença tecidas com essa prática em suas articulações com
as narrativas que engendraram. As imagens em questão foram compartilhadas na rede
social da internet Facebook, em páginas correspondentes a grupos criados para este fim,
denominados #Diferença e que operaram como dispositivo de pesquisa-intervenção,
situando-se em um contexto que enunciamos como “sociedade do compartilhamento”.
Buscamos pensar com fragmentos das redes de significações tecidas no momento em que
eram compostas, problematizando conceitos, representações, dogmas e rupturas em
relação a perspectivas tradicionais e hegemônicas da noção de diferença. As imagens,
acompanhadas de suas narrativas/análises, nos deram pistas para pensar nos múltiplos
atravessamentos e bricolagens entre imagens e ideias de diferença que são criadas e
circulam nas múltiplas redes educativas e que engendram os processos curriculares nos
cotidianos das escolas.
Palavras chave: Imagens, diferença, Facebook
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Abstract: Based on the assumptions of the studies in the day-to-day, this research aimed
to think with images shared by students of the third year of High School, Abdias
Nascimento State College, in Nova Iguaçu, Baixada Fluminense / RJ, the notions of
difference Woven with this practice in their articulations with the narratives they
engendered. The images in question were shared in the social network of the Internet
Facebook, in pages corresponding to groups created for this purpose, denominated #
Difference and that operated like device of research-intervention, situating in a context
that we pronounce like "society of the sharing" . We sought to think with fragments of
the networks of meanings woven in the moment they were composed, problematizing
concepts, representations, dogmas and ruptures in relation to traditional and hegemonic
perspectives of the notion of difference. The images, along with their narratives /
analyzes, gave us clues to think about the multiple crossings and bricolages between
images and ideas of difference that are created and circulated in the multiple educational
networks and that engender the curricular processes in the daily life of the schools.
Keywords: Images, difference, Facebook
Resumen: A partir de las premisas de los estudios en los / de los / los cotidianos, esta
investigación tuvo como objetivo pensar con imágenes compartidas por estudiantes del
tercer año de la Enseñanza Media, del Colegio Estadual Abdias Nascimento, en Nova
Iguaçu, Baixada Fluminense / RJ, las nociones de diferencia Con esta práctica en sus
articulaciones con las narraciones que engendraron. Las imágenes en cuestión fueron
compartidas en la red social de internet Facebook, en páginas correspondientes a grupos
creados para este fin, denominados # Diferencia y que operaron como dispositivo de
investigación-intervención, situándose en un contexto que enunciamos como "sociedad
del compartir". Buscamos pensar con fragmentos de las redes de significaciones tejidas
en el momento en que estaban compuestas, problematizando conceptos, representaciones,
dogmas y rupturas en relación a perspectivas tradicionales y hegemónicas de la noción de
diferencia. Las imágenes, acompañadas de sus narrativas / análisis, nos dieron pistas para
pensar en los múltiples atravesamientos y bricolajes entre imágenes e ideas de diferencia
que se crean y circulan en las múltiples redes educativas y que engendran los procesos
curriculares en los cotidianos de las escuelas.
Palabras clave: Imágenes, diferencia, Facebook
Etienne Samain
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Clicar, postar, compartilhar, curtir e comentar vídeos, imagens e textos nas redes
sociais da internet faz parte do nosso cotidiano.
Para além da internet, milhares de imagens são produzidas e circulam todos os
dias nos vários meios de comunicação, seja na televisão, no cinema, nos espaços públicos
e privados, em nossa casa, na nossa vida... Imagens estão, o tempo todo, à nossa volta, e
constituem um dos mais importantes modos pelos quais vemos, aprendemos, pensamos,
narramos e tecemos o presente.
Neste contexto imagético que compartilhamos na tessitura do nosso dia a dia com
a potência da produção de imagens e publicação, quase que instantânea, nas redes sociais
da internet, foi o cenário para uma pesquisa que buscou pensar e tensionar um dos modos
pelos quais se realiza, a cada dia com mais frequência e intensidade, a apropriação de
imagens e seus diferentes usos na produção de si e dos outros, nas redes que urdimos
cotidianamente.
O texto que aqui apresentamos para o dossiê “Imagens, Narrativas e Currículo”
se ocupa de alguns fragmentos da minha pesquisa de doutorado, realizada entre 2014 e
2016, em uma escola pública de Ensino Fundamental e Médio situada na região
metropolitana do Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense, no município de Nova Iguaçu,
o Colégio Estadual Abdias Nascimento, com objetivo de problematizar as ideias de
diferença criadas pelos estudantes com os usos que fizeram de imagens criadas e
apropriadas dentrofora da instituição de ensino. Tomando como fio condutor para os
debates, uma curadoria realizada pelos estudantes, que consistiu na seleção, organização,
captura e compartilhamento no Facebook2 de imagens por eles consideradas como
imagens da diferença, produzimos rodas de conversas online e presenciais que
possibilitaram o questionamento e o alargamento das redes de significações e
subjetividades tecidas com essas as imagens.
2
Facebook é uma rede social na internet lançada 2004, considerada atualmente como a maior rede social
em todo o mundo, reunindo mais de um bilhão de usuários ativos. No Facebook é possível compartilhar e
comentar textos, fotos e vídeos.
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Não nos vemos em um mundo onde as imagens não poderiam ser utilizadas na
produção de conhecimento; no qual só as palavras tivessem valor, como em tempos
passados com as proibições ou as deslegitimações que as imagens sofreram. As imagens
4 Iconoclasmo é uma doutrina de pensamento oposta ao culto a ícones e símbolos religiosos e políticos; toda pessoa
que não venera imagem é um iconoclasta. Fonte:
http://www.2014.gepsexualidades.com.br/resources/anais/4/1404610017_ARQUIVO_ASNARRATIVASAUDIOVI
SUAISCOMOPOTENCIALIZADORASDASDISCUSSOESSOBREGENEROESEXUALIDADE.pdf>.Acesso em:
07 jul. 2017.
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fazem-nos sentir e pensar a vida e o mundo em si. Seu uso cresce nos processos educativos
e comunicacionais a cada dia, mas não podemos radicalizar e afirmar que as mesmas
promovem a “morte” das palavras.
Flusser (2011), autor de Filosofia da Caixa Preta e outros livros sobre imagem,
nos aponta que as imagens são utilizadas para representar o mundo e também para nos
orientar nele. As imagens tradicionais (pintura, escultura) e as imagens técnicas
(fotografia, vídeo) têm algo em comum e cada uma tem seu impacto, que pode mudar
conforme o tempo. Assim, para este autor, “o significado das imagens é o contexto
mágico das relações reversíveis” (p. 23). Ele aponta que o universo imagético produz
desafios a serem enfrentados pelos seus praticantes:
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Não podemos deixar de observar que toda imagem pode afetar-nos, produzir
problematizações, fazer pensar sobre um determinado assunto, fraturar padrões
cognitivos habituais, tecer novas ideias. Entretanto, cada praticante da cultura, inclusive
da cultura visual, produz as suas próprias interpretações (ou seja, atribui sentidos) acerca
de uma mesma imagem, pois, como diz Nilda Alves5 em suas aulas, vemos uma imagem
com as nossas redes de saberes, fazeres e afetos. É nessa perspectiva que Alves (2016)
pensa as imagens como “personagens conceituais”, e/ou operam como intercessores do
pensamento e sem os quais é impossível pensar.
Ressaltamos que as imagens, estando implicadas nos processos de subjetivação e
da tessitura das nossas redes de conhecimentos e significações, constituem vetores
importantes nos processos de aprendizagem como invenção de si e dos mundos
(KASTRUP, 2007).
As imagens fazem parte dos cotidianos das escolas e, dessa forma, são atuantes
nas redes lá tecidas, inclusive, nas redes de conhecimentos e significações sobre a
diferença e sobre “os diferentes” que lá se engendram.
A educação atual, mediada pelo uso das tecnologias nas práticas educacionais, que
se entendem como “artefatos tecnoculturais” (SOARES & SANTOS, 2012) e pelas
diferenças que se engendram nas mais diversas redes que convergem nos ambientes
escolares, nos apresentam múltiplas faces e abre para o pesquisador, enquanto forma, e
se formam novas abordagens para criar e recriar suas próprias práticas.
5 Professora Dr.ª do Programa de Pós Graduação em Educação da UERJ (PROPED/UERJ), autora de inúmeros livros
sobre as pesquisas nos/dos/com os cotidianos.
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Nesse contexto, Edméa Santos (2014) nos ajuda também a repensar a ideia de
rede:
Rede aqui é entendida como todo fluxo e feixe de relações entre seres
humanos, objetos técnicos e as interfaces digitais. Nessa híbrida
relação, todo e qualquer signo pode ser produzido e socializado no e
pelo ciberespaço, compondo assim o processo de comunicação em rede
próprio do conceito de ambiente virtual de aprendizagem [...]
(SANTOS, 2014, p. 60).
E ainda:
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6 A história de criação do Facebook é atualmente bastante conhecida, para o que em muito contribuiu a sua abordagem
no cinema em 2010com o filme A rede Social (The social network) de David Fincher, onde se conta o essencial da
história verídica da criação desta rede social inicialmente designada Thefacebook. Criado em 2004 por um grupo de
jovens universitários de Harvard (Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Eduardo Saverin e Chris Hughes), visava criar
um espaço no qual as pessoas se encontrassem, compartilhassem opiniões e fotografias visando, no início criar uma
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uma página para cada grupo nessa rede social que operou como dispositivo para a
pesquisa que denominamos #DIFERENÇA.
Apoiamo-nos em Foucault (2012b) para usar o termo “dispositivo” como uma
função metodológica na nossa pesquisa.
rede de comunicação apenas para os estudantes da própria Universidade. Todavia, em poucos meses a rede expandiu-
se entre as universidades americanas, conectando jovens de mais de 800 instituições (ARRINGTON, 2005). A sua
popularidade cresceu e em menos de um ano já tinha 1 milhão de utilizadores ativos. Em 2005 ultrapassa as fronteiras
americanas e no início de 2006, algumas empresas e estudantes do ensino não superior passam a ter acesso a esta rede.
Em setembro desse mesmo ano, o Facebook foi aberto a quem se quisesse registrar, mantendo apenas a restrição
(teórica) da idade mínima de treze anos. No final de 2011, a rede social de Zuckerberg ultrapassou o Orkut, até então
a maior rede do social do Brasil. Em dezembro de 2012 a rede social ultrapassou 1.060 milhões de utilizadores mensais
ativos, sendo 680 milhões utilizadores que usam acesso móvel. Por dia, o número de utilizadores médios ativo, ronda
os 618 milhos. Trata-se pois de um fenômeno único que se configura como a maior rede social do mundo (FACEBOOK,
2012 apud AMANTE, 2014, p. 29).
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E ainda:
As redes sociais, designadamente o facebook, têm vindo a constituir-se
como um espaço alternativo, onde se fazem e reforçam amizades e que,
como espaço social que são, dão igualmente lugar a processos de
construção de identidade de jovens. Atualmente, estar nas redes sociais
constitui uma forma de gerir a própria identidade dos jovens.
Atualmente, estar nas redes sociais constitui uma forma de gerir a
própria identidade, estilo de vida e relações sociais. Quando um jovem
faz comentários positivos sobre os seus amigos, está a favorecer a
possibilidade de também os seus amigos, fazerem comentários
positivos sobre si próprio. (AMANTE, 2014, p. 35).
7Fonte: <http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/noticias/2014/08/22/Facebook-tem-89-milhoes-de-
usuarios-no-Brasil.html>. Acesso em: 11 jan. 2017.
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Dessa maneira, pensamos que a interação com os estudantes seria mais fácil,
prática e até econômica. Todos poderiam postar imagens sem ter que imprimir e levar
para sala de aula; poderiam fazer isso a qualquer hora, de qualquer lugar, seja na escola,
em casa ou na rua, como também, poderiam escrever, compartilhando sua ideia de
maneira menos formal.
Não determinamos se as imagens deveriam ser criadas por eles ou se poderiam
usar imagens disponíveis em bancos de dados disponíveis em sites de busca como o
“Google”; deixamos que cada um fizesse sua escolha.
Nessa contingência, mergulhar com todos os sentidos nos cotidianos das redes
tecidas dentrofora da escola é também imergir nas redes sociais, nas quais professores e
alunos se relacionam, interagem e criam conhecimentos e significações.
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Em nossa proposta, imersos numa cultura imagética e digital, solicitamos que cada
estudante, em separado, deveria postar uma imagem que, para ele, significasse ou
traduzisse uma ideia de “diferença” e, nesse sentido, também postar seu comentário,
dizendo por que aquela imagem representa a “diferença”. Ou seja, porque ele escolheu
aquela imagem.
Após postar a sua imagem dentro do grupo e somente para os componentes dele,
cada estudante também deveria comentar a imagem do colega do grupo. De acordo com
o quantitativo de estudantes por grupo, vários comentários foram postados sobre uma
mesma imagem.
Efetivamente, podemos afirmar que as redes sociais, nomeadamente o
Facebook, permitem, atualmente, equacionar o processo pedagógico de
forma diferente. No entanto, a mudança não deve ser vista só do ponto
de vista tecnológico, mas, sobretudo em termos de mentalidade e de
prática. Esta realidade implica uma alteração cultural, pois obriga a
repensar os papeis dos professores e dos estudantes, e a relação
existente entre eles, para além das implicações a nível da planificação
de cursos e currículos, sistemas de avaliação, formas de ensinar e
aprender, metas a atingir. Na verdade, o papel do professor está em
mudança e aproxima-se, com o apoio digital, ainda mais, dum e-
moderador, ou seja, de um orientador de aprendizagens. (MOREIRA &
JANUÁRIO, 2014, p. 81).
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Entendemos que os diferentes usos das redes sociais pelas juventudes possibilitam
outros modos de produzir conhecimento e subjetividades atualmente.
Essas juventudes conectadas criam modismos, tendências, estilos musicais,
canais, memes, tutoriais, promovendo outras formas de compreensão de si e do mundo e
despertando, cada vez mais, interesse da mídia e de setores da sociedade em geral.
E são essas juventudes que estão presentes na nossa pesquisa, nos cotidianos das
escolas com seus celulares e smartphones, clicando, compartilhando, curtindo, criando e
cocriando novas maneiras de ser e novas formas de agir nos diversos espaçostempos que
habitam na nossa “sociedade do compartilhamento” com o protagonismo das imagens.
O uso de imagens e as redes sociais da internet constituem uma das principais
práticas das juventudes na nossa contemporaneidade.
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O mundo de imagens que é gerado, por sua vez, afeta a própria vida.
Torna-se cada vez mais difícil fazer distinções entre vida, arte fantasia,
realidade. Os campos confundem-se. A vida torna-se o modelo, a
protoimagem do mundo de aparências e vice versa. O visual está em
uma trajetória hipertrófica. (WULF, 2013, p.34).
Os regimes de verdade sobre o outro e sobre si estão cada vez mais produzidos e
praticados com imagens que são curtidas e compartilhadas por essas juventudes.
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Assim, a imagem postada que vamos conversar neste texto, foi a imagem de uma
carinha amarela sorrindo no meio de várias carinhas azuis tristes. Imagem essa, disponível
em banco de dados da internet. Seguimos com os comentários dos estudantes:
A estudante D postou: “Para mim, a diferença é quando você deixa de ser ou seguir
os outros para ser você mesmo, afinal, somos todos diferentes e, às vezes, as pessoas não
entendem/aceitam isso. Porque você sendo você mesmo, não sendo igual aos outros, você
aprende a se amar e a ser feliz.”
O estudante E postou: “Achei interessante a imagem, primeira coisa que me veio
à mente foi: se todos estão pensando a mesma coisa, ninguém está pensando. Aí, então,
tem um ser pensante ali.”
O estudante F postou: “Na minha opinião, a diferença somos nós que fazemos; no
caso da imagem demonstra uma carinha feliz amarela e um grupo de carinhas tristes ao
seu redor. Isso me fez lembrar uma forma de se vestir o preconceito, de se arrumar
diferente, se você usa ou não usa roupa da moda, isso é uma grande diferença na sociedade
e seu julgamento mesquinho.”
Podemos pensar nos/com as imagens/comentários que os processos de
singularização, tais como foi interpretada a “carinha amarela” da imagem postada, são
considerados como prática de liberdade e se configuram como uma das alternativas de
combate aos modelos de subordinação identitária ou de assujeitamento. Dessa forma, sai
da relação de uma identidade hegemônica, do metro padrão. Contudo, a de lembrar-se
com Foucault (2012b), que liberdade não é fazer o que se quer livremente, mas de não
deixar que os outros (os poderes instituídos, as normas institucionais, as verdades
científicas, midiáticas e religiosas etc.) façam tudo o que querem conosco. Mais ou menos
como: o que podemos fazer com tudo aquilo que age no sentido de nos formatizar?
Fazer a diferença, entretanto, virou também uma palavra de ordem principalmente
no mundo do trabalho e do consumo. Cabe então pensar a diferença processual,
afirmativa, que potencializa e que é criadora de si, considerando que ela se efetua nesse
mundo, com e apesar de tudo que nos é oferecido e/ou imposto.
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O poder se apresenta difuso e não apenas polarizado nas relações verticais, mas
também nas relações sociais, nas instituições, nos grupos, exercendo assim um papel de
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vigilantes e vigiados. Segundo Foucault (2012b), o poder não está somente no Estado: ele
se encontra nas diversas relações humanas; ele também não é absoluto, pois onde
encontramos relações de poder, podemos encontrar a resistência. O poder se exerce. É
uma relação e, assim, está sempre sendo disputado; mais do que repressor, o poder é
produtivo.
O que faz com que o poder se mantenha e que seja aceito é
simplesmente que ele não pesa só como uma força que diz não, mas que
de fato ele permeia, produz coisas, induz ao prazer, forma saber, produz
discurso. Deve-se considerá-lo como uma rede produtiva que atravessa
todo o corpo social muito mais do que uma instância negativa que tem
por função reprimir. (FOUCAULT, 2012b, p. 45).
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Podemos observar nesses estudos, que as pessoas que não estavam enquadradas
na relação da normalidade, eram afastadas; as que não eram “normais”, eram afastadas
do convívio social, eram assim marginalizadas. Muitas pessoas ainda continuam passando
por esse processo de segregação e marginalização.
Dessa maneira, a desqualificação é utilizada como um importante elemento no
que Foucault (2013a) aponta como “poder de normalização”, impondo àquele
classificado como anormal, a sua exclusão do convívio social.
[...] Ora, é sob essa forma que se descreve, e a meu ver ainda hoje, a
maneira como o poder se exerce sobre os loucos, sobre os doentes,
sobre os criminosos, sobre os desviantes, sobre as crianças, sobre os
pobres. Descrevem-se em geral os efeitos e os mecanismos de poder
que se exercem sobre eles como mecanismos e efeitos de exclusão, de
desqualificação, de exílio, de rejeição, de privação, de recusa, de
desconhecimento, ou seja, todo o arsenal dos conceitos e mecanismos
negativos da exclusão. [...] (FOUCAUT, 2013a,p. 37-38)
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grande aliada para que, nessa visão, possa ser aplicada a esses processos de exclusão das
pessoas, dos desviantes, dos anormais na sociedade hierarquizada.
A disciplina “fabrica” indivíduos; ela é a técnica específica de um poder
que toma os indivíduos ao mesmo tempo como objetos e como
instrumentos de seu exercício. Não é um poder triunfante que, a partir
de seu próprio excesso, pode-se fiar em seu super poderio; é um poder
modesto, desconfiado, que funciona a modo de uma economia
calculada, mas permanente. (FOUCAULT, 2012a, p. 164).
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ABSTRACT: This article is centralized on discussing the difficulties of the teaching staff
in the use of Information and Communication Technologies (ICTs) in pedagogical
practice. The main goal of the research is to identify the problems that cause the lack of
preparation, guidance, investment and even interest on the part of educators. The research
brings to the fore the issues of the lack of preparation and of the barriers that teachers
encounter in the use of ICTs and the fears that they have to use them, in addition to
seeking explanations for the low application of resources by the government, where will
be conducted the research will seek to answer the questions listed herein and solutions to
the challenge of merging technology and education.
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RESUMÉN: Este artículo se centró en discutir las dificultades del cuerpo docente en la
utilización de las Tecnologías de la Información y Comunicación (TIC) en la práctica
pedagógica. El objetivo principal de la investigación es identificar los problemas que
causan la falta de preparación, de orientación, de inversión y , hasta, de interés por parte
de los educadores. La investigación presenta las cuestiones de desesperación y de barreras
que los profesores encuentran utilizando las TIC y los recelos que los mismos tienen al
usarlas, más allá de buscar explicaciones para la baja aplicación de recursos por el
gobierno, lugar donde serán realizadas las investigaciones que buscarán responder a las
cuestiones aquí expuestas y soluciones para el desafío de unir tecnología y educación.
Palabras clave: práctica pedagógica; Tecnologías de información y comunicación;
entrenamiento continuo
INTRODUÇÃO
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na sala de aula, segundo pesquisa “TIC Educação”2. Essa pesquisa é realizada pelo
Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), ligado ao Comitê Gestor da
Internet no Brasil (CGI.br), que tem a atribuição de estabelecer diretrizes estratégicas
relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, entre outras atividades
correlatas. Na mesma pesquisa, ficou evidenciada a alta conectividade entre estudantes e
professores, tanto das redes públicas quanto das particulares. Todavia, as potencialidades
pedagógicas continuam aquém do ideal.
Em entrevista à revista eletrônica “O Estado de São Paulo” (2016)3, o gerente do
Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação
(Cetic.br), ligado ao NIC.br, Alexandre Paiva, alega que os desafios não estão somente
na disponibilidade da tecnologia, mas sim na “preparação pedagógica para realizar
atividades complexas com tecnologia junto aos alunos.”
É inegável que as novas tecnologias da informação estão presentes no cotidiano
de muitas pessoas no mundo inteiro. As crianças e adolescentes, cada vez mais, utilizam
com destreza as TICs. Entretanto, é notável que esses recursos tecnológicos nem sempre
são bem aproveitados, por simples falta de desenvoltura, além de baixos investimentos
em políticas públicas, na área de tecnologia na educação, para qualificação dos docentes.
Ao citar a falta de desenvoltura, leva-se em consideração o fato de que a grande maioria
das pessoas, dentre elas os profissionais da educação, sabem lidar com as redes sociais,
internet, mídias sociais, etc, para uso pessoal. Então, onde está a falta de qualificação?
Provavelmente, na aplicação, nas possibilidades em utilizá-las de modo a tornar o
processo de ensino-aprendizagem mais atraente, contemporâneo e desafiante, não só para
o professor, mas também para o discente.
Os cursos de magistério demonstram um déficit no que concerne à formação, em
caráter tecnológico, sendo descontextualizado da realidade do professor, não
2
A pesquisa encontra-se disponível em: https://www.cgi.br/publicacao/pesquisa-sobre-o-uso-das-
tecnologias-de-informacao-e-comunicacao-nas-escolas-brasileiras-tic-educacao-2015/ Acesso em:
20/09/2017.
3
A entrevista encontra-se disponível em: http://link.estadao.com.br/noticias/cultura-digital,no-brasil-73-
dos-professores-usam-internet-em-sala-de-aula,10000079005. Acesso em: 28/08/2017.
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considerando a situação efetiva em que ele vive e, assim, não contribuindo para a
construção de um ambiente propício para as mudanças educacionais (VALENTE;
ALMEIDA, 1997). Portanto, há a necessidade de elucidar as razões pelas quais ainda não
se obteve o êxito almejado, de identificar os problemas que causam a falta de preparo, de
orientação, de investimento e, até, de interesse por parte dos educadores. Somente com
essas respostas será possível transpor-nos a essas dificuldades, permitindo que sejamos
capazes de, enquanto docentes, construir metodologias e estratégias de ensino mediadas
pelos usos das tecnologias digitais em rede.
Este trabalho, do tipo bibliográfico, adota como referencial teórico, o uso de
artigos de periódicos publicados na internet, livros, reportagens e pesquisas recentes sobre
o tema. Para isso, alguns de meus interlocutores incluem Edméa Oliveira dos Santos
(2002), Dilton Ribeiro do Couto Junior (2009/2013), Helenice Mirabelli Ferreira (2009),
José Manuel Moran (2000/2004), Marcos T. Masseto (2000), Maria Aparecida Behrens
(2000) e Paulo Freire (1987), Assim, este trabalho acadêmico procurou mostrar e buscar
respostas para as causas da baixa utilização dos recursos tecnológicos disponíveis
atualmente, passíveis de serem usadas no ambiente escolar.
OS PRINCIPAIS PROGRAMAS
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4
A reportagem encontra-se disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/governo-lanca-
programa-para-levar-internet-a-escolas-publicas.ghtml. Acesso em: 01/12/2017.
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OS PROBLEMAS VERIFICADOS
Sem dúvidas, um dos grandes problemas que se pode apontar é a falta de recursos
e de investimento por parte do governo, seja ele municipal, estadual ou federal. São
poucos os programas ou projetos verificados que tenham resultados promissores. Mas,
além deste, há outros sintomas que demonstram o porquê do despreparo e das dificuldades
dos professores na utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e os
receios que os mesmos têm em usá-las.
BAIXOS INVESTIMEENTOS
5
A reportagem encontra-se disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41236052. Acesso em:
09/10/2017.
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amarguemos posições ínfimas. Numa relação de 39 países, o Brasil está entre os últimos.
Diferentemente disso, os investimentos no Ensino Superior são três vezes mais do que as
despesas no ensino fundamental e médio, se mantendo no mesmo patamar de países
europeus.
É como diz um provérbio popular, “descobrir um santo para cobrir outro”. Pelo
menos é o que representa tal cenário. Essa disparidade na aplicação financeira dificulta o
desenvolvimento de ações na Educação Básica, fase onde o desenvolvimento cognitivo
está em formação e traz a base que o indivíduo levará para a toda a vida. E o PISA 2015
(Programme for International Student Assessment – Programa Internacional de Avaliação
de Estudantes), que avalia estudantes que cursam no mínimo o 7º ano, demonstra isso.
No ranking do programa, também coordenado pela OCDE, o Brasil ficou na 63ª posição
em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática, entre 70 países membros
e nações convidadas. Ora, se a grande maioria dos estudantes brasileiros tiveram
desempenhos que equipara-os a analfabetos funcionais, a grande responsabilidade reside
na problemática do baixo investimento em políticas públicas eficazes no anos iniciais da
educação e vai tornando-se uma bola de neve com decorrer dos períodos.
No entanto, baixo investimento não é o problema para o ensino superior, que
detêm números de países europeus, pelo menos é o que aponta o estudo da OCDE. Nisso,
inclui-se a média salarial dos docentes dessa fase do ensino, consideravelmente maior que
as outras, além da carga horária menor. Ainda assim, os baixos níveis de acesso ao curso
superior que, mesmo mostrando melhoras, ainda está abaixo do ideal, o que vem a
reforçar a fragilidade que a pouca aplicação de capital e incentivos, na educação básica,
causa quando os jovens atingem graus mais elevados na sua formação escolar.
A partir daí, chegamos a simples conclusão de que há, de fato, pouco investimento
no que diz respeito à inserção das TICs no âmbito escolar, uma vez que ele já é baixo na
educação como um todo. Desse modo, a formação acadêmica de professores, em
infraestrutura e, principalmente, nos jovens fica exacerbadamente prejudicada.
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A FALTA DE PREPARO
A ideia de que o uso de mídias na escola é dificultado pelo pouco manejo que
as professoras têm destes meios, especialmente os digitais, vem reforçando que
somente as novas gerações seriam capazes de utilizar com destreza os artefatos
tecnológicos, colocando em xeque a capacidade docente em criar condições de
utilizar câmeras fotográficas, celulares, computadores etc. (COUTO
JUNIOR, 2013, p. 141).
Vale lembrar ainda que, temos ainda aqueles profissionais que não se predispõe a
“bater de frente” com as técnicas convencionais/tradicionais, optando por permanecer nas
6
A reportagem encontra-se disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/09/parte-dos-
professores-acha-computador-desnecessario-no-ensino.html. Acesso em: 29/08/2017.
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No fundo, porém, os grandes arquivados são os homens, nesta (na melhor das
hipóteses) equivocada concepção ‘‘bancaria da educação. Arquivados, porque,
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fora da busca, fora da práxis, os homens não podem ser. Educador e educandos
se arquivam na medida em que, nesta distorcida visão da educação, não há
criatividade, não há transformação, não há saber. Só existe saber na invenção,
na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens
fazem no mundo, com o mundo e com os outros. (FREIRE, 1987, p. 33)
7
A entrevista encontra-se disponível em: http://veja.abril.com.br/educacao/desafio-aos-professores-aliar-
tecnologia-e-educacao-2/. Acesso em: 29/08/2017.
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FALTA DE ACESSO
8
São diversas as leis estaduais que proíbem o uso de celulares em sala de aula. Por exemplo a Lei nº
5.222/08 do Estado do Rio de Janeiro e a Lei nº 14.486/02 do Estado de Minas Gerais.
9
A matéria encontra-se disponível em http://www.educacao.sp.gov.br/noticias/aprovada-lei-que-libera-o-
uso-do-celular-em-escolas-estaduais-de-sp/. Acesso em: 20/10/2017.
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10
O programa, instituído em 2008, foi descontinuado. (MEC/SEB, 2017).
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conectar todas as escolas públicas à internet com qualidade e velocidade para incrementar
o ensino público no país até 2025, essa conexão ficou cerceada à administração das
unidades.
A DEVIDA ORIENTAÇÃO
No entanto, mesmo com tão bem intencionado projeto, o governo brasileiro não
conseguiu ainda, criar uma estrutura apropriada para a aplicação das orientações da
publicação, demonstrando um aparente desinteresse no que se refere a esta temática.
Antes mesmo da atual crise econômica, os níveis de aplicação de recursos não atendiam
plenamente a demanda. Alguns cursos de capacitação, treinamentos e palestras não são o
suficiente para trazer uma nova concepção na metodologia educacional vigente. E para
que isso seja possível, é preciso criar métodos que ampliem a visão e as técnicas de ensino
e rompam com as práticas pedagógicas antigas arraigadas no sistema. E a questão começa
na formação.
Não se opondo a isso, a formação deve prover condições que para o professor
possa construir seu conhecimento sobre as técnicas computacionais, entender
por que e como integrar o computador em sua prática pedagógica e ser capaz
de superar barreiras de ordem administrativa e pedagógica. Com isso
possibilitará a transição de um sistema fragmentado de ensino para uma
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cursos que não apresentam a contrapartida aguardada. Mais do que isso, deve-se ouvir e
assimilar as carências e dificuldades que o docente enfrenta quando se pensa em
informática na educação. Os educadores são, no verdadeiro e amplo sentido da palavra,
mediadores do conhecimento e seu preparo é fundamental nesse processo de
intermediação entre o antigo e o novo.
ALUNOS-MESTRES
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A rede de ensino finlandesa, com apoio empresas de tecnologia daquele país, criou
um projeto chamado OppilasAgentti ("Agentes Escolares")11 que aproveita as
competências e habilidades de alunos para dar aulas à seus professores (isso mesmo,
aulas) sobre diferentes aparatos tecnológicos e aplicativos, das quais detenham um bom
conhecimento. Com isso, desempenham diversas funções assistindo não só aos docentes
quanto aos colegas. As escolas também incentiva-os a contribuírem com a comunidade,
prestando preleção a idosos e a colegas de outras escolas, suporte técnico nas unidades
escolares e ensinado crianças menores a lidar com as novas tecnologias. O custo não deve
ser muito oneroso, uma vez que as empresas treinam os jovens nas suas áreas de
competência gratuitamente e os “alunos-mestres” são voluntários, não recebendo, assim,
quaisquer remuneração. Os únicos prêmios que estes recebem são o reconhecimento de
seus talentos, da elevação de sua autoestima, do sentimento de participação ativa dentro
da sociedade e serem felizes e orgulhosos fazendo o que gostam, num contexto em que já
nasceram mergulhados.
Não é difícil perceber os motivos pelos quais a Finlândia está entre os melhores
países nos rankings mundiais de educação. Mesmo que devamos considerar seus altos
investimentos em educação, as suas ideias, nada ortodoxas e peculiares, são
extremamente inovadoras e, com isso, um sucesso retumbante.
Porém, se estamos sem grandes ideias para por em prática, considero importante
nos inspirarmos em projetos como esses que buscam investir nas potencialidades de
ensinar-aprender engendrados pelo digital em rede. Criar situações que tendem a
estimulá-los, a criarem e recriarem, construírem e reconstruírem, serem colaboradores,
reconhecidos e valorizados. Precisamos romper com práticas pedagógicas que,
entendidas como recipientes prontos para serem enchidos de conteúdos, sejam capazes
de favorecer a promoção de pedagogias dialógicas entre professores e estudantes
(FREIRE, 1987).
11
A matéria encontra-se disponível em http://www.bbc.com/portuguese/internacional-42074059. Acesso
em: 27/11/2017.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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AS REDES SOCIAIS
Para Marcon, Machado e Carvalho (2012), “as redes de comunicação digital são
a coluna vertebral da sociedade em rede” (apud CASTELLS, 2005). Diante de tal ponto
de vista, temos a percepção do quão importante é a capacidade comunicacional da WEB
2.0. A alta interatividade que viabiliza, intensifica a dinâmica da comunicação e confere
aos indivíduos uma posição de autores e/ou co-autores nessa interlocução.
Logo, as Redes Sociais são aqui definidas como “uma estrutura social composta
por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que
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OS GAMES
Os jogos de vídeo-game são, há anos, adorados por jovens e por aqueles que
vivenciaram o início dessa trajetória, lá pela década de 1980. Desde sua invenção,
despertou o interesse dos que viam naquele sistema um meio de criar, de extravasar
emoções, de estabelecer relações com outros. E tal fascínio existe até hoje. Por essa e
outras razões, os jogos eletrônicos possuem uma grande capacidade em ser um
complemento às atividades educacionais.
12
Retirado do Wikipédia.
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inteligência, resultados positivos não são apenas utopia. Em Uberlândia (MG), diversas
escolas fazem uso de aparelhos de telefone móvel como recurso pedagógico13. A adesão
de professores a esta nova tendência de conceber o ensino foi grande e obteve resultados
muito satisfatórios na consecução das metas preestabelecidas.
Mais recentemente, em Itatiaia (RJ), similar ideia foi implantada em um colégio
da rede municipal de ensino. O programa intitulado “Uso das Tecnologias Digitais”
utiliza-se de aplicativos disponíveis para smartphones para ajudar em aulas de
matemática.14 O programa aparentou grande aceitação por todos os envolvidos. E a
idealização desse projeto partiu diretamente dos professores, que perceberam o quanto
este tipo de dispositivo móvel pode ser um aliado na célebre missão de ensinar.
Assim, incentivar processos educacionais através do uso dos telefones celulares,
e todas as suas multifunções ao cotidiano das crianças e adolescentes, tende a ser deveras
produtivo, pois este equipamento está amplamente difundido na vida desse público,
notadamente nos grandes centros urbanos. Entretanto, tal propagação junto aos discentes
deve ser feita com parcimônia, de modo a não haver equívocos nem atropelos no que
compete a implementação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
13
Assunto encontra-se disponível em http://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/celular-e-
usado-como-recurso-pedagogico/. Acesso em: 28/11/2017.
14
Mais sobre o assunto em http://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/odiaestado/2017-04-20/professores-usam-
celular-para-ensinar-matematica-em-itatiaia.html. Acesso em: 25/11/2017.
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 181 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.33476
difusão que a tecnologia moderna tem no dia-a-dia das pessoas, torna-se necessário tentar
compreender os óbices dela em relação à escola.
Fato é que o processo iniciado há mais de duas décadas ainda precisa de muitos
ajustes. Principalmente, no que concerne à formação continuada que, para muitos
especialistas no assunto, seria o melhor instrumento para se sobrepujar a este obstáculo.
Preparar os educadores da nova geração, desde o início de sua formação docente, para
que ele possa trabalhar de forma consistente este conhecimento na prática pedagógica.
Fazê-lo um profissional mais bem preparado e antenado com as tecnologias digitais em
rede que tanto atrai os alunos. Aos professores mais antigos, que viram uma invasão de
computadores e smartphones entrarem em seus espaços, sem terem a sabedoria crucial
para utilizá-la com perícia, cabe a necessidade de buscarem qualificação e se
reinventarem. Serem novos agentes educativos, para auxiliar na promoção de novas
propostas de ensino-aprendizagem.
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© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 184 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.31393
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DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.31393
ABSTRACT: This study aims to analyze interactions and interactivity in the virtual
learning environment (AVA) Moodle of a course of Pedagogy - UAB of the Federal
University of Alagoas, as well as to identify the conception it has on the influence of
interaction in the process of teaching learning. Starting from the concept that learning
involves interaction and participation of all and that in the EAD, mediation takes place
through the AVA. The guiding question is: What motivates the student to interact in the
AVA and what tools and elements are available in the AVA that influence the virtual
interaction? The objective is to analyze the role of interaction tools as a resource to
generate motivation and foster collaborative learning. The theoretical study is based on
Behar (2013), Illera (2010), Mattar (2011), Silva (2017) among other authors that served
as theoretical / bibliographic basis for this study. The qualitative research according to
Sampiere; Collado and Lucio (2013), involves a case study according to Yin (2015). The
methodological course involved data collection through questionnaires applied to
students of the EAD Pedagogy course. The results allowed us to understand that students
understand interaction as an important element for the collaborative construction of
knowledge and that the main interaction tools are the forum and the posting spaces of
activities that serve as a medium for knowledge exchange.
Key words: virtual environments, EAD, interaction, interactivity, digital tools.
RESUMÉN: Este estudio tiene como objetivo analizar las interacciones e interactividad
en el entorno virtual de aprendizaje EVA Moodle de una disciplina del curso de
Pedagogía –UAB de la Universidad Federal de Alagoas, como también identificar la
concepción que el alumnado posee sobre la influencia de la interacción en el proceso de
enseñanza aprendizaje. Partiendo del concepto que aprender comprende interacción y
participación de todos y que en la EaD la mediación se da por medio del EVA. La cuestión
disparadora es la siguiente: ¿Qué motiva al alumno a interactuar en el AVA y cuáles son
las herramientas y elementos disponibles en el EVA que influencian la interacción
virtual? El estudio teórico tuvo como base Behar (2013), Illera (2010), Mattar (2011),
Silva (2017) entre otros autores que sirvieron de fundamentación teórica/bibliográfica
para este estudio. El desarrollo metodológico realizó la colecta de datos por medio de
cuestionarios aplicados a alumnos del curso de Pedagogía EaD. Los resultados
permitieron percibir que los alumnos comprenden la interacción como elemento
importante para la construcción colaborativa del conocimiento y que las principales
herramientas de interacción son el correo electrónico, foro y los espacios de publicación
de actividades que sirven como medio de intercambio de conocimientos.
Palabras clave: entornos virtuales, EAD, interacción, interactividad, herramientas
digitales.
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INTRODUÇÃO
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envolve interação e participação de todos, e que na EAD a mediação acontece por meio
do AVA. A questão norteadora é a seguinte: o que motiva o aluno a interagir no AVA e
quais as ferramentas e elementos disponíveis no AVA que influenciam a interação online?
O estudo teórico tem como base Behar (2013), Illera (2010), Mattar (2011), Silva (2017)
entre outros autores que serviram de fundamentação teórica/bibliográfica para este
estudo. A pesquisa de cunho qualitativo conforme Sampiere; Collado e Lúcio (2013),
envolve estudo de caso segundo Yin (2015). O percurso metodológico envolveu coleta
de dados por meio de questionários aplicados a alunos do curso de Pedagogia EAD.
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METODOLOGIA
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
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“Sim, tiro dúvidas e também ajudo a esclarecer questões sobre as quais tenho
conhecimento”. (A3)
“Sim, isso viabiliza a aprendizagem”. (A4)
“Sim, soma aprendizagem e assim tiro dúvidas”. (A5)
“Sim, pois tiramos nossas dúvidas”. (A6)
Fonte: dados da pesquisa.
A troca entre os envolvidos, as diferentes ideias e esclarecimento faz com que
ambos acabem se ajudando. Isto é, o compartilhamento de conhecimentos enriquece a
interação no AVA e reflete na construção do aprendizado. Essa interação estimula os
alunos a participarem mais das discussões levantadas no AVA. Contudo, parte dos alunos
relataram precisar de comunicação presencial para uma maior interação com a turma, ou
ainda, conforme um dos alunos: “É sempre bom ter o contato pessoal o “olho no olho”
(A2). A partir disso, é possível perceber que os encontros presenciais no polo são
necessários para esses alunos. Quando questionados sobre os benefícios da interação no
AVA, as respostas foram as seguintes:
Tabela 2: Benefícios da interação no AVA.
Benefícios da interação no AVA na percepção dos alunos
“Os fóruns são bem uteis e vêm agregar informações e troca de conhecimento.” (A3)
“Estimula a estudar”. (A7)
“A interação é relevante para o processo de aprendizagem, pois expomos nossas
opiniões e aprendemos também com nossos colegas”. (A8)
“Ver e compreender as opiniões dos colegas, pois nos ajuda a tirar dúvidas sobre o
conteúdo”. (A9)
“Contribuir e receber contribuições dos colegas que compartilham das mesmas
dificuldades nas disciplinas”. (A11)
“Troca de conhecimentos, facilidade no estudo, espirito de união entre as turmas.”
(A12)
“Em nós ajudar na compreensão dos estudos”. (A13)
Fonte: dados da pesquisa.
Como vimos nas respostas, a interação beneficia a aprendizagem aproximando os
alunos que estão em espaço e tempo distintos. Promovendo questionamentos e ajudando
a compreender melhor o conteúdo estudado, a interação constitui, portanto, um canal de
expressão e troca mútua. Na percepção dos alunos, os principais benefícios da interação
é a troca de informações, a comunicação com os colegas.
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esclarecer que apesar do e-mail ser mais utilizado, além do fluxo de mensagens em
atividades, o fórum é o recurso mais usado como ferramenta de interação dentro do AVA.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BEHAR, P. A. Modelos pedagógicos em Educação a Distância: um olhar a partir das
competências. 2013.
BELLONI, M.L. Educação a Distância. 2ª edição. Campinas, SP: Autores associados.
2001.
BENTES, R. F. A Avaliação do Tutor. In: LITTO, F. M.; FORMIGA, M. M. M. (Org.).
Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2008, v.
p. 166-170.
FIGUEIREDO, C. G. Silva; Figueiredo, V. F. Ambiente Virtual de Aprendizagem:
comunicação, interação e afetividade na EAD. Aprendizagem em EAD, v. 1, p. 1-16,
2012.
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INTRODUÇÃO
O objetivo do presente texto é apresentar uma resenha crítica acerca do livro New
Literacies, new agencies?: a Brazilian perspective on mindsets, digital practices and
tools for social action in and out of school organizado por Eduardo S. Junqueira2, líder
do grupo de pesquisa Linguagens e Educação em Rede (LER), coordena pesquisas sobre
navegação hipermodal em contextos de aprendizagem com o uso da técnica de
rastreamento ocular (eye tracking) e Marcelo E. K. Buzato3, Professor Doutor MS3 da
Universidade Estadual de Campinas, atua principalmente na área de concentração
Linguagem e Sociedade, nas linhas de pesquisa Linguagens e Tecnologias. Dessa forma,
trazendo reflexões e análises a respeito de cada capítulo presente no livro baseadas no
fazerpesquisa4, na metodologia da Pesquisa Formação do Grupo de Pesquisa Docência e
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Cibercultura, coordenado pela professora Edméa Santos. Além disso, trazendo um relato
breve a respeito da intinerância da bolsista de Iniciação Científica.
para as pesquisas nos/dos/com os cotidianos, do modo dicotomizado criado pela ciência moderna para
analisar a sociedade”.” (SANTOS, R., 2015p. 13 apud ALVES, 2008, p.11)
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para que surjam novos atores que poderão fazer a mudança, lutar por suas causas sociais,
para a construção de uma sociedade brasileira com menos desigualdade social.
Além disso, vemos diversos exemplos de como essas novas práticas educacionais,
que vão de textos a sites colaborativos, representam um novo futuro para a educação
brasileira, que atualmente encontra-se enfrentando diversas dificuldades, sejam elas de
infraestrutura, falta de qualificação, ou má organização dos projetos por parte do governo.
Um dos problemas que podemos ilustrar é o índice de reprovação nas escolas que não
tem havido políticas públicas para resolver:
Por isso, é mais do que importante que esse sistema passe por inovação, e que
professores estejam qualificados e atualizados para essas mudanças. De acordo com o
capítulo 76 de Monte Mór, o Projeto Nacional na Educação dos Professores aponta que
professores que ensinam línguas estrangeiras continuam a utilizar metodologias de ensino
antigas, mantendo a centralidade no professor e não desenvolvendo a educação como uma
forma de “empoderamento” e desenvolvimento de agência.
5
Gráfico produzido por Diana Mandelert, especialista na área de repetência escolar.
6
Chapter 7. The Development of Agency in a New Literacies Proposal for Teacher Education in Brazil
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AGÊNCIA
7
Chapter 2. Mapping Flows of Agency in New Literacies: Self and Social Structure in a Post-social World
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A Teoria Ator Rede é uma análise que “preconiza que as entidades são
constituídas e adquirem seus atributos por meio de um conjunto de relações que
estabelecem uma com as outras, existindo por meio dessas relações.” (ALCADIPANI,
TURETA, 2009)8, ou seja, essas entidades9 só estão em sua posição social, econômica,
por meio dessa rede de relações. E de acordo com Latour (1996), objetos também fazem
parte dessa rede, por conta de sua habilidade de transmitir, distorcer ações. O ator é aquele
que age e sofre as ações na relação com o outro que pertence a mesma rede, sendo ele
humano ou não humano.
Dessa forma, a TAR dialoga com a teoria de Agência, por nos lembrar de que
tanto humanos quanto não humanos são atuantes, ou seja, ambos podem produzir
realidades sociais, se trabalharem juntos.
Assim, devemos compreender que estamos em uma rede em que artefatos
culturais também nos afetam, agem sobre nós. Por exemplo, ter uma boa conexão de rede
de Internet em casa facilita a produção de trabalhos, a comunicação com outras pessoas,
a pesquisa. Pessoas que não são letradas digitalmente, não estão vivendo os fenômenos
ciberculturais e não são agentes digitais.
8
Disponível em: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/11084/7997
9
Termo que não reduz a possibilidade de que se refira a um ser humano ou não-humano.
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DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.34175
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DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.34175
10
http://lattes.cnpq.br/7239316228662609
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entre eles e a última é sobre os avatares, que às vezes transformam humanos em agentes,
e às vezes ações em ferramentas.
Para responder a primeira questão, Leffa diz que ferramentas e objetivos estão
relacionados, dependendo um do outro para a sua existência. Pois existe intencionalidade
quando adquirimos uma ferramenta, que é para atingir algum objetivo. E, Leffa afirma
que “objetivos, por outro lado, são inalcançáveis se as ferramentas não estão lá para
ajudar.” (p.74). Dessa forma, os professores deveriam garantir essas ferramentas para os
alunos atingirem seus objetivos.
Na segunda questão, é argumentado que agentes podem fazer algo não só para
eles, mas para o interesse de outras pessoas, funcionando como ferramentas, ou seja,
ajudando outras pessoas a alcançar os seus objetivos. Esse fato não diminui esses agentes,
na verdade demonstra que eles podem passar de agentes, quem faz coisas para si, à
mediadores, que é quem trabalha para outras pessoas.
Na terceira questão, o autor começa dizendo que um avatar “é a representação
gráfica de uma personalidade digital”, que pode ser parecido ou não com a pessoa que
representa. O avatar faz referência a antigos artefatos culturais, como as máscaras. Essas
que vestimos para nos manter profissionais e escondendo seus sentimentos ruins. Outra
referência é aos fantoches, em que não se esconde quem é, mas transfere conforto e mais
dialogia. A máscara serviria como agente e o fantoche seria o mediador. Porém, os dois
artefatos culturais teriam a mesma potencialidade que é de empoderar as pessoas e
garantem o conforto para o praticante cultural, assim como vimos no capítulo analisado
anteriormente.
A conclusão é de que o avatar tem potencialidades para o ensino e a aprendizagem,
seja usado como máscara, seja usado como fantoche. Ele garante que praticantes possam
ser o que quiserem, o limite é a sua imaginação.
O autor tem sucesso em seus exemplos dados, e traz questões teóricas
interessantes para o livro, porém a escolha pela palavra “ferramenta” é complicada, pois
cotidianistas entendem “ferramenta” apenas como uma extensão do músculo, nada mais.
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Já no capítulo 5 If You Can’t Play, Don’t Come Down to the Playground!, escrito
por Luiz Fernando Gomes, que faz parte do GT Linguagem e Tecnologia da ANPOLL e
estuda Linguística Aplicada em Linguagem e Tecnologia11, nos apresenta uma diferente
análise de duas postagens do site Zuei Muito, que utilizam a paródia e a remixagem para
construir suas imagens e produzir sentido. O objetivo específico é compreender a autoria
do discurso humorístico dos dois textos.
Em seu texto, Gomes entende Agência como “uma das características salientes
dos novos letramentos, e está ligada à necessidade de entender códigos, convenções e
valores, de lidar com os limites, de subverter, criticar e reagir ao mundo envolta de nós.”
(p. 89). Além disso, argumenta citando Gee, Hull e Lankshear que para se tornar um
letrado é preciso começar lendo, e mais tarde ter práticas sociais de discurso, interação
que vão afetar a sua maneira de estar no mundo, e, consequentemente, pensar nele de
novas formas.
O autor vai escolher a argumentação de Aherns (2001), a respeito do conceito de
Agência, a qual é preciso intencionalidade, responsabilidade, expectativa de se conseguir
reconhecimento. Essas características vão aparecer no humor, que é um conceito
explorado no capítulo, Gomes diz que o humor será uma agência quando criticar alguns
costumes, a sociedade em si e a política. E essa crítica se dará através da paródia e da
remixagem. A primeira é uma forma de satirizar as ideias originais do autor original,
criando uma nova versão, a segunda é a combinação de dois artefatos culturais, resultando
em uma mistura criativa. É importante destacar a afirmação do autor que toda leitura é
uma forma de remixagem, trazendo assim as opiniões do autor original e de quem lê, o
que podemos ver isso em citações, resenhas, entre outros.
O site Zuei Muito foi escolhido por razões pessoais e pelo slogan12 “se você não
sabe brincar, não desça pro play”, que chamou a atenção de Gomes, dizendo que a
11
Informações tiradas do site: http://www.bv.fapesp.br/pt/pesquisador/103859/luiz-fernando-gomes/
12
Trago em português para que tenha coerência com a língua utilizada neste texto, já que a expressão
originalmente é em Língua Portuguesa e foi traduzida para o Inglês.
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afirmação expressa a sátira desenvolvida pelos autores das postagens. Estes que não são
explícitos e/ou mencionados no blog.
A primeira imagem analisada é uma crítica em forma de paródia à respeito dos
fast foods, comidas que fazem mal à saúde e obesidade, utilizando um slogan de um
restaurante famoso em formas grandes para trazer a ideia da silhueta de duas pessoas
obesas. Já a segunda é um remix do mesmo slogan, porém, colocado como epitáfio. As
duas imagens trazem diferentes leituras e significados, mostrando a criatividade de quem
às produziu e que efeitos surgem na leitura delas.
Considero subjetiva a escolha do site e pouco discorrido a respeito das razões
pessoais do autor a respeito disso. Creio que seria mais autoral se soubéssemos quem são
os autores das imagens, para compreender o contexto dos praticantes culturais e as razões
de se fazer a crítica a respeito da obesidade e fast foods.
A autoria será mais saliente no capítulo 6 de Ana Elisa Ribeiro, doutora em
Linguística Aplicada (Linguagem e tecnologia) e mestre em Estudos Linguísticos, e Carla
Viana Coscarelli, participa do Núcleo de Pesquisa Lingtec e tem doutorado em Estudos
Linguísticos13, em que as autoras vão analisar o que três grupos, de diferentes perfis, vão
produzir em três textos. Esses grupos utilizaram um software de nuvem, para editar seus
textos.
O conceito sobre Agência apresentado aqui é o de Bazerman (2006), que será
inserida no contexto da escrita, que “está imbuída de agência”. Escrever, discutir,
reescrever, editar, são ações que acionam a agência de dos atores, que são os grupos.
O primeiro grupo não tinha experiência com a escrita colaborativa e não possuíam
letramento digital. É composto por alunos recém-chegados na Faculdade, a tarefa deles
era escrever versões iniciais de Projetos de Pesquisa, em que fossem apresentados
questões da pesquisa, objetivos e metodologia.
O segundo já possuía um nível mais alto de experiência, esse grupo se compõe
por estudantes do Mestrado. O objetivo destes estudantes era de produzir uma resenha de
algum livro, e ela seria publicada para revista científica.
13
http://lattes.cnpq.br/8886697697917438
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O último, formado por professores, alguns com mestrado, outros com doutorado,
já era mais letrado, com muita experiência de escrita colaborativa e tinham facilidade com
os ambientes virtuais. Eles foram convidados a desenvolver um artigo, para leitores que
seriam professores das escolas fundamental e médio.
Os resultados foram que o primeiro grupo dos estudantes recém-chegados não
atingiu o que era esperado, o pouco letramento digital não levou a um nível de agência
que chegasse ao que foi proposto. No caso do segundo grupo, a produção da resenha não
foi satisfatória, pela falta de familiaridade com o software e por falta de agência e
colaboração. Já os professores conseguiram cumprir a tarefa, produzindo um texto de
qualidade, com colaboração e autoria, mostrando agência e letramento digital, por
apresentarem poucas dificuldades.
A autoria, a colaboração a familiaridade com o Google Docs – entidade não
humana que age na rede de colaboração – são elementos importantes que os praticantes
dessa pesquisa precisariam ter para que sua agência emergisse e atingisse o nível esperado
pelas pesquisadoras.
Podemos perceber que a Teoria Ator-Rede aparece quando o Google Docs é
fundamental para garantir que se produza de forma colaborativa, porém só se obtiverá
sucesso com esse software se o praticante cultural for letrado digitalmente, se tiver
colaboração.
A respeito da seleção de grupos, considero que seria melhor trabalhar com
praticantes que estão já cursando a graduação e preparando-se para se autorizar em seu
trabalho final, a Monografia. Esse momento é desafiador para a maioria deles, pois é um
grande obstáculo quando não se está acostumado a escrever, reescrever, editar um
trabalho científico.
Um trabalho de colaboração, coletividade será apresentado no capítulo 3 de
Junqueira, em que estudantes vão se engajar com novos letramentos digitais em seu
laboratório de informática.
O conceito explorado de Agência é o de Sewell (1992), em que agência é coletiva
e individual no sentido “que implica a capacidade de coordenar suas ações com os outros,
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para formar projetos coletivos, persuadir (...)”, ou seja, é possível que os alunos
adquirissem agência trabalhando em coletivo.
Além disso, Sewell ainda diz que recursos não humanos são objetos que podem
ser usados para conquistar ou manter poder. Para Junqueira, isso significa que “situações
com poucos recursos podem ser transformadas por atores” para que consigam chegar aos
seus objetivos. Essa transformação é a agência.
Apesar de cada praticante ter direito ao seu computador, por conta do programa
Um Computador por Aluno, no laboratório de informática, Junqueira diz que a agência
deles emergirá a partir de relações sociais em grupo e de seus novos letramentos digitais.
Dessa forma, os estudantes aprendem a desenvolver narrativas e páginas web para
concluir um projeto da escola. Essa aprendizagem se dá com uma tutora, e às vezes por
falta de mediação dela, outros estudantes assumem o papel de tutor, ensinando os outros
a trabalhar nos ambientes virtuais. O que demonstra que esse era um grupo muito
independente e unido.
Importante destacar que Junqueira diz que essa experiência foi importante para
que os estudantes pudessem desenvolver letramentos digitais, já que poucos, devido à
pobreza, têm computadores em casa. Porém os recursos ainda eram muito escassos na
escola. E, a partir dessas dificuldades, os praticantes culturais criaram uma Estratégia
(CERTEAU, 1984) para que eles pudessem trabalhar em grupo, e menos em individual,
ajudando nas deficiências que o outro tinha, seja de escrever, de operar softwares, etc.
O capítulo é muito bem escrito e traz uma reflexão diferente em que pensa mais
em coletividade, e como a agência e o letramento científico se dariam em situações de
extrema pobreza. Porém, acredito que o pesquisador poderia ter sido o tutor desses
praticantes culturais, e poderia ter atuado para contribuir com os letramentos científicos
deles. A observação do pesquisador leva à crítica da tutora, que não deu a atenção
necessária para os alunos, e seria interessante ter alguma narrativa dela, ou até do próprio
pesquisador que pudesse explicar a ausência.
Os capítulos analisados aqui possuem quadros teóricos diferentes e trabalham com
seus dados de acordo com seu fazerpesquisa. Porém, eles se unem no momento que se
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CONCLUSÃO
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Acreditamos que através dos diversos exemplos que foram apresentados no livro,
está claro como os novos letramentos científicos podem servir para melhorar a situação
da Educação Brasileira. Um dos que mais chama atenção pra isso é a do capítulo 3, em
que estudantes que são socialmente estratificados, que enfrentam inúmeras dificuldades,
podem também trabalhar, atingir agência.
REFERÊNCIAS
FREIRE, P. (1987). Pedagogia do oprimido. (28nd ed.). Rio de Janeiro, Brasil: Paz e
Terra.
GOMES, Luiz Fernando. If You Can’t Play, Don’t Come Down to the Playground!. 2013.
JUNQUEIRA, Eduardo S. Peer-based Work and Agency in the School Computer Lab:
Learning New Literacies as a Collective Practice.
LANKSHEAR, C., & Knobel, M. (2003). New literacies: Changing knowledge and
clasromm practice. Buckingham, England: Open University Press.
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 210 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
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RIBEIRO, Ana Elisa., COSCARELLI, Carla Viana. Agency, Collaborative Writting, and
ICTs: A Brief Analysis of Three Cases of Textual Production Using Google Docs.
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 211 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
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INCONVENIENTE
___________________________________________________________________
INCONVENIENTE
___________________________________________________________________
INCONVENIENTE
1
Doutoranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (ProPE/UERJ). Email: pesquisa.analeticia@gmail.com
2
Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (ProPE/UERJ). Email: rossatbruno@yahoo.com.br
3
Mestrando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (ProPE/UERJ). Email: viniciusreiswork@gmail.com
4
Visite nossa página: https://www.facebook.com/inconveniente2015/
5
Neste trabalho, optamos pela expressão trans para nos referir às pessoas nomeadas/enquadradas como
“transexuais”, “travestis”, “transgêneros”, “transhomens”, “transmulheres” etc, bem como àquelas que, de
alguma maneira, não estão conforme a um metro-padrão e produzem seus corpos nas fronteiras,
transbordando as normas de sexo-gênero.
6
A grafia da palavra está com dois “s” propositalmente para mostrar que estamos entendendo a sexualidade,
neste caso, de forma expandida ao invés de nomear ou dividir por categorias identitárias (travestis,
transexuais, transgêneros etc). Sabemos que a luta identitária é legítima e funciona em alguns aspectos no
âmbito das políticas públicas, entretanto gostaríamos de produzir um exercício de um pensar “outro” que
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 212 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.33423
Abstract: The short film "Inconveniente" (2015) is a provocation that begins with the
title itself and, in seven minutes, invites us to travel through art, science, fiction and daily
life. In this crossroads of knowledge that mixes, breaks and creates other modes of
existence, recent senses are linked to some aspects of the video, involving everyday
knowledge that, in turn, institutes meanings and logic inter twined in the questions about
body, gender and sexuality . We understand that we are immersed in a culture that is
contaminated by the audiovisual, where narratives circulate through different spaces
producing agency and operating in the creation of subjectivities, desires and esthetics of
existences. In this sense, thinking in the audiovisual as a device for the production of
different knowledge, the purpose of this work is to announce a body, a life and a
transsexual aesthetic that does not want to be erased or silenced and that for this needs to
scream, scream... An inconvenient body that circulates in different places potentializing
and affirming life. A body that is producing itself, affecting and being affected by the
world. A body that insists that it does not fit and transits within the truths of the instituted
truths.
Keywords: Transsexuality; Daily; Audio-visual; Genre; Certeau
nos aponte a possibilidade de podemos usar das categorias identitárias em determinados momentos a nosso
favor, entretanto não podemos nos aprisionar a elas pois não dão conta da totalidade, da expansão e da
diferenciação constante da vida.
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DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.33814
Abstract: The objective of the present research is to investigate aspects present in the
bodily presentations of some students of a unit of the Pedro II College, aged between nine
and eleven years. The investigations on the subject were made from the following
problem: the images that the students formulate with their corporal configurations can be
seen as a type of artistic creation? In this reflection, I also propose to demonstrate that our
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DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.33814
bodily experience, which we often believe to be individual, is invaded and shaped, from
the beginning, by the society in which we live and by our relationships. Almejo, in this
way, points out other possibilities of apprehending a body often understood as a closed
and intimate reality and to underline its open and dynamic condition in function of its
social mediation, and thus to problematize aesthetics diffused by the media - that aim to
characterize the stages of youth - analyze the role reserved to the students' body in the
daily school life and make a brief analysis regarding their participation in the formative
process. I propose a discussion about the images that young people have with their bodies
in order to align other contours of our references to teaching and our view of the human.
In the chapters that will integrate this research, I will approach the body as a place of
creation, real and potential, as subject and object of its own visual constructions, also
highlighting some aspects of its symbolic character.
REFRÊNCIAS
PINTO, Rosana da Silva, 1984 – Corpoarte e identidades: um estudo sobre as visualidades
juvenis nas escolas. 2016.
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 215 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.34318
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Filósofo (UERJ), Especialista em Teatro/Educação estética (UNIRIO), Mestre em Educação, colaborador
do Laboratório Educação e República e Aluno da disciplina de Doutorado “Cibercultura, Redes
Sociotécnicas e Currículos Online” (PROPED/UERJ).
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 216 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.34318
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 217 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.34318
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 218 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004
DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2018.34318
© Redoc Rio de Janeiro v.2 n.2 p. 219 Maio/Agosto. 2018 ISSN 2594-9004