Este documento apresenta 7 questões sobre o livro "Você, eu e os robôs: pequeno manual do mundo digital" de Martha Gabriel. As questões discutem tópicos como a distinção entre "estar conectado" e "ser conectado", previsões sobre as mídias e suas relações, o fortalecimento do poder das mídias e a manipulação social, a construção do conhecimento na era digital e a tensão entre liberdade e controle na "sociedade do espetáculo".
Este documento apresenta 7 questões sobre o livro "Você, eu e os robôs: pequeno manual do mundo digital" de Martha Gabriel. As questões discutem tópicos como a distinção entre "estar conectado" e "ser conectado", previsões sobre as mídias e suas relações, o fortalecimento do poder das mídias e a manipulação social, a construção do conhecimento na era digital e a tensão entre liberdade e controle na "sociedade do espetáculo".
Este documento apresenta 7 questões sobre o livro "Você, eu e os robôs: pequeno manual do mundo digital" de Martha Gabriel. As questões discutem tópicos como a distinção entre "estar conectado" e "ser conectado", previsões sobre as mídias e suas relações, o fortalecimento do poder das mídias e a manipulação social, a construção do conhecimento na era digital e a tensão entre liberdade e controle na "sociedade do espetáculo".
LINGUAGENS E TECNOLOGIAS APLICADAS AO ENSINO DE HUMANIDADES E LINGUAGENS
QUESTÕES DE ESTUDO DOS TEXTOS
GABRIEL, M. Você, eu e os robôs: pequeno manual do mundo digital. São Paulo: Atlas, 2018. Capítulos 2, 4, 5, 14 e 16.
1. Tente estabelecer como, em sua vida cotidiana, você estabelece os
limites entre ‘estar’ conectado e ‘ser’ conectado. “Estar” conectado vs. “ser” conectado A banda larga de internet nos permitiu uma importante mudança de “estar conectado” para “ser conectado”. “Estar” conectado eventualmente entramos e saímos da internet, como ocorria na década de 1990. “Ser” conectado significa que parte de mim, está na rede – eu vivo em simbiose com ela. Isso só foi possível através da banda larga, principal catalisador da participação dos indivíduos na rede, que se tornou uma crescente fonte de poder no cenário atual, permitindo expressar-me, publicar, atuar, escolher, opinar, criar, influenciar outras pessoas. A banda larga de internet distribuiu o poder entre (pessoas), transformando completamente o cenário informacional no mundo: criação, publicação e distribuição de informações e conteúdo. 2. Muitas profecias não se realizaram (p. 15). Que anúncio "profético" você faria hoje sobre a mídia e as suas relações? O anúncio "profético" que eu faria hoje sobre a mídia e as suas relações: Como resume Ray Kurzweill, citado mais de uma vez nesta obra, em seu clássico The Singularity is near: “A Singularidade nos permitirá transcender as limitações dos nossos corpos e cérebros (...). A parte não biológica da nossa inteligência será trilhões e trilhões de vezes mais poderosa do que nossa inteligência humana (...). Viveremos tanto quanto desejarmos”. Depois de lermos Kurtweil by Martha, nos sobra pouco a não ser concluir: a assim chamada raça humana será substituída por outra, com pouco ou nenhum resquício biológico. E essa viverá para sempre. 3. “O poder das mídias tem aumentado gradativamente no último século, fortalecendo-se tanto, que além de cumprir a sua função de contrapoder, adquiriu também o poder de manipulação social.” (GABRIEL, 2018, p.20). Explique como esse fortalecimento das mídias se dá em sua vida cotidiana e como você ‘contorna’ a manipulação. O ambiente digital, por sua vez, aumenta a vulnerabilidade da informação pois potencializa fortemente não apenas o acesso, como, principalmente, disseminação rápida de grandes volumes, possibilitando transparência em todos os níveis e ampliando o poder social. Esse novo “poder da internet” é muitas vezes chamado de Quinto Poder, como uma evolução do Quarto Poder: a imprensa. Apesar de variações de origem, o termo “Quarto Poder” tem sido usado de forma geral para descrever o poder regulador necessário para evitar o abuso do poder, como contraponto aos Três Poderes do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário) – esse contrapoder tem sido o papel da imprensa. A importância do WikiLeaks reside justamente em causar esse processo reflexivo essencial para todos nós, pois ele foi precursor de uma nova dinâmica informacional mundial, que já resultou em outros leaks, e tem o potencial de gerar muitos mais. Além das questões de transparência informacional que a internet traz, a hiperconexão, principalmente por meio das mídias sociais, também nos permite a organização descentralizada de grupos de interesse–incontestavelmente, isso nos dá poder, indiscriminadamente, independentemente do tamanho do grupo, da qualidade ou interesses. 4. Segundo Gabriel (2018, p. 48), a se dá pela integração dos processos COPIAR+TRANSFORMAR+COMBINAR. Explique como isso afeta a construção do conhecimento na era digital, levando em consideração as questões de acesso e poder midiáticos. Construção do conhecimento: copiar + transformar +combinar A evolução, tanto genética quanto cultural, depende do processo de (COPIAR + TRANSFORMAR + COMBINAR). Os organismos evoluem por meio de copiar, transformar e combinar células. A cultura evolui por meio de copiar, transformar e combinar memes. Considerando-se que copiar, transformar e combinar sempre foram a base do processo de evolução, o ambiente tecnológico digital atual amplia consideravelmente todas essas funções, além de acrescentar mais uma: a facilidade de propagação. Assim, a proliferação de conteúdo em virtude das novas possibilidades tecnológicas de produção, reutilização e distribuição que a internet propicia tende a gerar um ambiente mais rico em aprendizagem e criatividade do que em qualquer outra era. A evolução e as inovações sempre aconteceram em função da construção coletiva do conhecimento, e todas as grandes invenções na história da humanidade foram, na realidade, uma combinação ou aperfeiçoamento de ideias anteriores, de forma que todos nós contribuímos
sempre para que algo novo aconteça.
5. Em uma ‘sociedade do espetáculo’, como se dá a tensão entre
liberdade e controle? E como essa tensão afeta o público e o privado? Simultaneamente à sociedade de controle, vimos florescer também a Sociedade do espetáculo (DEBORD, cit.), alavancada pelas mídias eletrônicas baseadas em imagens, como a televisão. Essas mídias imagéticas transformaram o nosso cotidiano, inaugurando o “viver por meio de representações de imagens”, revelando outros aspectos importantes das transformações sociais que têm impactado o relacionamento humano, inclusive a alienação. Acredito, no entanto, que diferentemente das mídias de então, as novas mídias digitais atuam em duas direções extremas e opostas nesse fenômeno – ao mesmo tempo em que elas têm o poder de acentuar espetáculo e a alienação, por outro lado, elas também têm o poder de iluminar e permitir o “viver diretamente”, de intermediando as mídias de massa e ampliando o contato direto do indivíduo com a realidade. O paradoxalmente, no ambiente digital, o controle e o espetáculo encontraram o meio propício para seu desenvolvimento na sociedade, e, nesse cenário, a privacidade é elemento regulador e a transparência, o efeito resultante. 6. Muito se tem falado sobre o uso dos bots na disseminação de mensagens (tanto falsas como verdadeiras) e como eles parecem ‘conhecer’ as pessoas. Isso se deve ao desenvolvimento de algoritmos de inteligência artificial que estão cada vez mais capazes de aprender sobre o comportamento humano. Explique como as noções de ethos e agência, duas noções até hoje puramente humanas, podem ser associadas a robôs, bots, andróides e ciborgues. Toda vez que uma inovação acontece, ela pode ser incremental ou disruptiva, em função do impacto que a sua introdução causa no mundo. Por exemplo, a invenção da televisão foi uma inovação disruptiva, pois transformou completamente a sociedade, tanto em hábitos das pessoas quanto em estruturas sociais e econômicas associadas ao ecossistema que a indústria da televisão inaugurou: emissoras, produtoras, agências de mídia, profissionais, produção de aparelhos e acessórios para televisão etc. No entanto, depois da sua invenção, durante décadas, até o aparecimento da TV a cabo, a televisão (e todo seu ecossistema) foram sofrendo apenas pequenas melhorias, que agregam cada vez mais valor para a sociedade, mas sem causar grandes impactos estruturais no mundo: antenas, cores, controle remoto etc. Essas pequenas inovações são chamadas de incrementais, pois causam um “incremento” de valor ao sistema previamente estabelecido, sem resultar na ruína da sua estrutura. Considerando-se que, conforme aumenta o ritmo de inovação, aumenta também a quantidade de inovações, tanto incrementais quanto disruptivas, temos como resultado uma aceleração de disrupções. A configuração e o ritmo tecnológicos que têm se estabelecido, especialmente na última década, têm catapultado a inovação disruptiva de forma tão intensa e rápida, que, como consequência, temos experimentado um processo de reestruturação da realidade em uma frequência inédita na história da humanidade. Tecnologias como Internet, plataformas sociais, mobile, cloud e big data criaram uma fundação tecnológica que deu o embasamento estrutural necessário para que outras tecnologias pudessem acelerar o processo de disrupção. Essas tecnologias aceleradoras são: 3D printing, energia renovável, Internet das Coisas, computação cognitiva, nanotecnologia e robótica. Conforme essas tecnologias evoluem, dando origem a tantas outras mais que tendem a surgir e causar disrupções continuamente, o cenário resultante, disruptivo, vai se estabelecendo: fundação smart, carro conectado, casas inteligentes, novos modelos educacionais, cidades inteligentes, novos modelos de automação, saúde conectada, inteligência artificial, economia compartilhada, veículos autônomos, movimento maker etc. Esses cenários disruptivos criam novos paradigmas econômicos no mundo, resultando em novas realidades disruptivas. Esse contexto – aceleração da disrupção no mundo –, requer uma negociação ética e social constante entre tecnologia e cenários disruptivos para que consigamos criar e viver nas novas estruturas sociais e econômicas que se estabelecem, na busca de sermos seus autores e não vítimas. Ter consciência desse redemoinho de disrupção é o primeiro passo para nos prepararmos e lidarmos com isso. 7. Explique a noção de noosfera. Uma das previsões impressionantes sobre os dias atuais é a teoria da “noosfera”, desenvolvida no século XX por Vladimir Vernadsky e Pierre Teilhard de Chardin. Segundo a teoria, além das camadas da atmosfera e da biosfera, a Terra evoluiria para mais uma camada: a noosfera, ou a camada do pensamento humano (“noos” vem do grego nous, que significa mente). No pensamento original, para Vernadsky, a noosfera é a terceira fase de desenvolvimento da Terra, depois da geosfera (matéria inanimada) e da biosfera (vida biológica). Assim como a emergência da vida transformou fundamentalmente a geosfera, a emergência da cognição humana (noosfera) transforma a biosfera. Para Teilhard, a noosfera emerge e é constituída pela interação das mentes humanas. Conforme a humanidade se organiza em redes sociais mais complexas, mas a noosfera cresce em consciência. Desse modo, as possibilidades tecnológicas atuais, alavancando o cibridismo, tornam o tecido da noosfera, que envolve o planeta, cada vez mais denso – as tecnologias digitais têm permitido a integração de todo o pensamento humano em uma única rede inteligente, na qual o conhecimento é produzido e compartilhado por todos, transformando sensivelmente a biosfera, como teorizado por Vernadsky, e impactando profundamente a sociedade, como imaginado por Arthur Clarke. A internet e as tecnologias digitais de informação e comunicação são a infraestrutura que torna possível a noosfera, cibridizando e interconectando nosso pensamento. Talvez essa seja a principal transformação que a humanidade está vivendo e que pode nos levar para uma nova época da evolução, não apenas da nossa
espécie, mas do universo como conhecemos.
8. Como a estrutura midiática contemporânea e os processos
comunicacionais que ela traz consigo alteram as práticas de ensino?
A sociedade midiatizada contemporânea aprendeu a lidar com as tecnologias digitais
como um sistema complexo que envolve a dualidade entre informação e comunicação, como formas interligadas dos processos de mediação do conhecimento e dos fatos.