A sociedade em rede -Castells, 2005 -resumo

(p.1)Castells, 2004, considera que o mundo está num processo de mudança estrutural,
multidimensional, associado a um novo paradigma tecnológico, o qual teve uma
importância primordial na organização da sociedade em rede. A saúde, o poder, e a
geração de conhecimentos, estão dependentes da capacidade da sociedade para
beneficiar do novo sistema tecnológico, baseado na microeletrónica computadores e
comunicação digital.
Castells não concorda com a designação de sociedade de informação ou de
conhecimento porque a novidade são as redes tecnológicas de base microeletrónica, e a
informação e a comunicação sempre foram centrais em todas as sociedades. As redes
sempre foram as formas de organização mais adaptáveis e flexíveis. Diz Castells que
“as redes de comunicação digitais são a coluna vertebral da sociedade em rede” (p.2). A
sociedade em rede é global. globalização é outra designação para sociedade em rede.
(p.3) A Humanidade está formatada para uma projeção evolucionista do progresso,
visão herdada do Iluminismo e posteriormente reforçada pelo Marxismo. Contudo a
História contraria esta tese, e os holocaustos nazi e estalinista evidenciam o potencial
destrutivo da era industrial, e a revolução tecnológica carrega consigo as consequências
do aquecimento global e o ressurgir das pandemias a uma escala global. A questão não é
como chegar à sociedade em rede, é de que modo a sociedade pode realizar os seus
objetivos fazendo uso da tecnologia, contornando o seu potencial destrutivo.
Para se tirar partido de todo o potencial das novas tecnologias de informação, é
necessário conhecer bem a nova estrutura social que lhe está associada.
No início do século 21, a sociedade em rede já é o núcleo das sociedades.
(p.4) críticas à nova sociedade tecnológica:
Os tradicionalistas são críticos do ambiente tecnológico porque:
1. As tecnologias contribuem para o desemprego e a extinção de postos de
trabalho;
2. a Internet isola os indivíduos;
3. há excesso de informação;
4. a info-exclusão aumenta a exclusão social;
5. o mundo torna-se um Big Brother devido à possibilidade aumentada da
vigilância;
6. o desenvolvimento tecnológico é controlado por militares;
7. a biotécnica leva à clonagem humana e desastres ambientais;
8. os países do terceiro mundo não precisam da tecnologia;
9. as crianças são cada vez mais ignorantes porque passam mais tempo NOS
telemóveis e pcs que a ler livros;
10. Na Internet ninguém sabe quem é quem;
11. a eficiência no trabalho sustentada na tecnologia; prescinde da eficiência
humana;
12. a Internet é um meio de difusão do crime violência e de terrorismo;
13. as pessoas estão a perder o contato físico entre si;
 Segundo os futurologistas, acontece precisamente o oposto. Segundo Castlles, se
conseguirmos reverter o que foi dito, a tecnologia pode ser o Paraíso da realização plena
da criatividade humana.

Definição de sociedade em rede: estrutura social baseada num sistema de nós interligados,
i.e., uma rede tecnológica digital e de informação que contribui para a distribuição de
informação e para o seu processamento. As redes são estruturas abertas e flexíveis.

(p.5) Economia em rede: em todo o mundo, economias em rede articuladas entre si

demonstram taxas de crescimento relevantes(China e Índia). O aumento da produtividade
é um indicador empírico da estrutura produtiva.
Porque e como é que a produtividade aumentou? 3 processos:
1.geração de novas tecnologias microelectrónica/ digitais;
2. maior especialização no trabalho;
3. organização em torno de redes.
(p.6) A unidade operacional deixa de ser a empresa e passa a ser a rede de negócios (empresa
em rede). A empresa passa a ser o nó de ligação entre as redes de produção.

1.Mudanças tecnológicas não provocam o desemprego. Algumas ocupações desaparecem,

mas surgem outras. Existe uma correlação entre inovação tecnológica e emprego, e entre
aquela e o nível de vida dos trabalhadores;
2. O trabalhador autónomo e auto programado é a maior fonte de produtividade e capacidade
de inovação da empresa. O que vai contra a teoria da instabilidade da força de trabalho.
3. o trabalho genérico pode ser substituído por máquinas e por trabalho mais barato, o que
provoca a precariedade, mas aqui sai reforçada a negociação coletiva e a sindicalização. Não
desaparecendo da sociedade em rede, os sindicatos podem tornar-se resistentes à mudança
tecnológica ou, em alternativa tornarem-se impulsionadores do novo significado do
trabalhador, auto programado, mais flexível, autónomo e criativo.
Sociabilidade: os internautas não são mais solitários, pelo contrário, são mais sociáveis, têm
mais contatos e são social e politicamente mais ativos do que os que não são utilizadores da
Internet. A sociedade em rede e hiper social. As pessoas integram a virtualidade nas suas vidas
reais. Contudo, a grande mudança que surge é o individualismo em rede. (p.9) A dinâmica e a
estrutura da comunicação social é essencial na formação da opinião e do processo de decisão
política.
Três Tendências definem um novo sistema de comunicação:
1.a comunicação é organizada em função dos negócios de media, televisão, rádio, imprensa,
produção audiovisual, publicação editorial, indústria discográfica, e a distribuição, e as
empresas comerciais online. As empresas de media estão ligadas em rede a nível global. A
comunicação torna-se em simultâneo local e global, especializada em genérica.
2. O sistema de comunicação, mais digitalizado, torna-se mais interativo. Tem havido uma
deslocação da sociedade D1 sistema de mass media para um sistema multimédia. Sendo este
um sistema mais diversificado e flexível, é gradualmente mais inclusivo. Até vamos lá que ISTO
já está quase no fim. Portanto, A comunicação digital absorveu uma parte crescente da
comunicação social.
3.Castells refere o que designa como comunicação de massa auto comandada, a comunicação
de massas, Em rede, e global, promovida através da net por indivíduos sem a intervenção dos
media. Verifica-se a multiplicação de blogs, vlogs, streaming, etc. A sociedade em rede “
constitui comunicação socializante da lá do sistema de mass media que caracterizava a
sociedade industrial. Mas não representa um mundo de liberdade entoada pelos profetas da
ideologia libertária da Internet” (p.10).

(p-10-11) Política – é no espaço da comunicação que se formam opiniões políticas, contudo,

considera o autor, que os media tradicionais, principalmente a televisão, e não obstante as
rápidas mudanças, ainda dominam o espaço mediático. No entanto a maior transformação nas
instituições políticas da sociedade em rede, é o surgimento de uma nova forma de Estado que
tende a substituir os e de Estados nação. Sendo a sociedade em rede global, o Estado está
envolvido num processo de governação global, mas sem governo global, ou qual não é
desejável nem pelos atores políticos nem pelas pessoas em geral. Surgem, assim, as redes de
Estados-nação, destacando se a União Europeia, As Nações Unidas, o Fundo Monetário
Internacional, o Banco Mundial e o G-8, entre outras. A governação global também é realizada
numa rede de entidades políticas. É o conceito de Estado em rede (p.12).
Aspetos políticos-chave na sociedade em rede: ver efolioA, pp 13, 14 e 15
1.Sector Público;
2.Trabalhador autoprogramado;
3.Educação;
4. Difusão das TD em todo o mundo
5. Criatividade e inovação

Dilemas do nosso tempo : Criatividade versus Capitalismo de Rendimento; Democracia da

Comunicação versus Controlo Político
Desde o início do século 21 que se verifica uma contradição crescente entre relações sociais
tradicionais de produção e a expansão potencial de forças produtivas. No entanto, Alguns
sistemas sociais entravam a dinâmica da criatividade ( caso da União Soviética). O Mesmo de
rendimento da Microsoft, por exemplo Parece bloquear o desenvolvimento de outros modelos
de negócio de capitalismo, como por exemplo a e IBM. Surgem novos modelos de propriedade
intelectual e direitos de autor. Há pois a necessidade de haver abertura deste tipo de
propriedade de modo a permitir que todos os cidadão possam beneficiar dela em fonte aberta
(como acontece com a Google, por exemplo).