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HISTÓRIA DA PUBLICIDADE E
PROPAGANDA
AULA 6

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Prof. Otacílio Vaz

CONVERSA INICIAL

Hoje, vamos investigar e conhecer algumas tendências da publicidade. A comunicação

contemporânea passou por diversas transformações e inovações: ao acessarmos nossos tablets,

smartphones, o youtube e uma rede social, lá estará a publicidade, onipresentemente. Inúmeros

formatos são utilizados desde uma linha publieditorial até um website altamente imersivo como um

jogo. A era da informação e a era da convergência transformaram completamente nossas vidas. Não

temos mais o limite do território: segundo Pierre Levy (2003), a informação se desterritorializa. Novos

hábitos e atitudes surgem da conectividade: em tempo real, compartilhamos vídeos, musicas,

correntes, mensagens, ideias. Na era da publicidade digital, surgem tecnologias que nos geolocalizam

– algo que combina rede social e localização geográfica. Ao mesmo tempo, nossos hábitos on-line e

os dados gerados indicam a possibilidade de se acompanhar o histórico do usuário conforme suas

experiências e preferências de navegação e agir em função disso.

CONTEXTUALIZANDO

O que vimos se intensificar entre final do século 20 e início do século 21 foi a hibridização dos
meios de comunicação e suas linguagens. As agências hoje têm se especializado na comunicação e

interação com seus consumidores. O Google surgiu em 1998; o UOL, em 1996; e a Wikipédia, em
2001. Destes, apenas a última não exibe publicidade.

Atualmente, observa-se uma tendência que reforça o conceito de troca de informações e


colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais. Trata- se, pois, de uma associação de

plataformas cuja ideia é de que o ambiente on-line é, hoje, mais dinâmico e potencializa que os
usuários colaborem para a organização de conteúdo.

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As pessoas começaram a criar coisas na internet e a terem comportamentos característicos do

mundo virtual, como adotar uma imagem de perfil para aderir a uma causa, compartilhar frases e
pensamentos sobre a atualidade, a conectar-se com pessoas de fora da sua teia de conhecidos,

agregar-se em torno de imagens, gostos e afetos, brigar por personagens da ficção.

TEMA 1 – PUBLICIDADE CONTEMPORÂNEA E NOVAS MÍDIAS

Sabe-se que, sobretudo na metade dos anos 1990, as pessoas começaram a utilizar

computadores em um ambiente de rede. Embora não fosse um fenômeno de escala global, foi a
partir de 1994 que a World Wide Web foi liberada para o mundo.

Por novas mídias, adotamos os conceitos de Lev Manovich (2002): arte digital, jogos de

computador, animação, composição, telepresença, fotografia, cinema e televisão se reconfiguram em

novas mídias nas quais uma vai transformando a outra.

Segundo Manovich (2002), algo inerente às novas mídias é a possibilidade de um computador

ser uma ferramenta tanto de produção de mídias quanto de reprodução e armazenamento de mídias.

E hoje isso envolve uma série de dispositivos que vão além do computador: um smartphone pode

muito bem fazer um filme, tirar fotos, acessar as redes sociais e adentrar em fóruns de discussões on-
line.

Aliás, quantos filmes já foram produzidos que tinham o ponto de vista de uma tela de celular ou

de uma câmera doméstica? Exemplos: a Bruxa de Blair (1999) que tinha o formato de
pseudodocumentário; e o filme Cloverfield – o Monstro (2008), cujo argumento inicial é que as cenas

foram obtidas a partir de um cartão de memória de uma câmera digital.

Assim, vivemos o século 21 lendo jornais em telas coloridas e táteis, assistindo a filmes dentro de
um automóvel.

Figura 1 – Banner da IBM: a publicidade digital visando o prosumer – o consumidor proativo

Crédito: ESB Professional/Shutterstock.

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A publicidade contemporânea apresenta uma nova realidade ao consumidor, que hoje podemos

chamar de consumidor prosumer – ou o consumidor proativo. São os usuários que consomem, mas

também produzem conteúdo na internet, além de estarem interessados em participar do processo de

construção de novos produtos das marcas que sejam fãs.

Isso é fruto do compartilhamento cada vez mais presente de informações, que se tornam

públicas por meio das redes sociais. Nesse contexto, planejar produtos, ações, estratégias e
campanhas de sucesso exige novas abordagens.

O marketing e a publicidade on-line também mudaram, pois as empresas já não podem apenas

se comunicar; elas devem interagir. A publicidade deixou de ser uma via de mão única, em que a

empresa emite uma mensagem que o consumidor recebe. A internet é feita de gente, e a publicidade

se tornou o relacionamento entre pessoas da empresa e pessoas que são seus consumidores.

Estamos na Era do Buzz marketing, em que, segundo comenta Sicco Beerda, diretor de criação da

EuroRSCG de Amsterdã (citado por Salzman; Matathia; O’ Reilly, 2003, p. 14), é um esforço de

comunicação utilizando um evento de alto impacto e de curta duração – é a famosa propaganda de

boca a boca no ambiente digital. Ou, ainda, o Buzz marketing “é orgânico, baseia-se no valor

conversacional; deve-se às pessoas conhecidas; é estratégico e espalha-se dos geradores de

tendências para os disseminadores de tendências” (Salzman, Matathia, O’ Reilly, 2003, p. 15).

É a Era da cibercultura que, segundo Lemos (2003, p. 11), pode ser entendida como “a forma

sociocultural que emerge da relação simbiótica entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de

base microeletrônica que surgiram com a convergência das telecomunicações com a informática na

década de [19]70”.

O autor explica que a cibercultura vai se estruturar no que ele chama de as leis da cibercultura,

que são as seguintes:

Liberação do polo da emissão: a cibercultura possibilita a emergência de discursos e vozes

que anteriormente eram reprimidos devido à edição dos meios de comunicação de massa;
Conectividade generalizada: homens e máquinas, homens e homens, máquinas e máquinas

estão conectados, compartilhando informações de forma autônoma e independente,


alterando-se a percepção de tempo e de espaço;

Reconfiguração: o autor sugere que se evite a lógica da substituição e do aniquilamento.

(Lemos, 2003)

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Na cibercultura, trata-se antes de reconfigurar práticas, modalidades midiáticas e espaços.

Nesse contexto, a web é entendida como um ambiente que propicia novas práticas sociais na

contemporaneidade e que, consequentemente, requer novas formas de se informar e de se consumir.

Talpscott e Williams (2007) indicam que novas infraestruturas colaborativas de baixo custo

(telefonia via internet, softwares de código aberto ou plataformas gerais de terceirização) permitem

que milhares de indivíduos e pequenos produtores criem produtos acessem mercados e encantem
clientes de uma forma que somente as grandes empresas poderiam fazer antigamente.

A mídia e o mundo do entretenimento é onde mais evidentemente se visualizam as mudanças na

economia, com blogs e redes sociais de relacionamento desafiando as formas de se produzir,


armazenar e distribuir informações e bens culturais em novas mídias (música, literatura, vídeos etc.).

Anderson (2006), por sua vez, propôs a ideia da cauda longa para explicar o advento do mercado

de nicho: enquanto os hits do mercado de massa encontram-se em decadência, o mercado de nichos

se expande. Não que os hits não existam mais, porém o que se observa é que cada vez se compra

mais do que, historicamente, vende menos. Paralelamente, os hits vendem menos do que em épocas

anteriores, devido:

1. à variedade do que se oferece;

2. à desigualdade (certas coisas apresentam atributos com mais intensidade do que outras);

3. aos efeitos de rede, como marketing viral e reputação, que tendem a ampliar as diferenças em

qualidade.

TEMA 2 – TRANSMÍDIA

Para pensarmos a atualidade, precisamos atentar ao que Jenkins (2008) vai chamar de cultura da
convergência. Para esse autor:

A convergência não ocorre por meio de aparelhos, por mais sofisticados que venham a ser. A

convergência ocorre dentro dos cérebros de consumidores individuais e em suas interações sociais

com outros. Cada um de nós constrói a própria mitologia pessoal, a partir de pedaços e fragmentos
de informações extraídos de fluxo midiático e transformados em recursos através dos quais

compreendemos nossa vida cotidiana. (Jenkins, 2009, p. 30)

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O conceito de transmídia é entendido como uma narrativa (um seriado por exemplo, ou um

personagem) que é transmitida por diversas mídias em conteúdos diferenciados, na qual uma mídia

complementa a informação da outra.

Um bom exemplo é o BBB – Big Brother Brasil, em que, se as pessoas o assistem pela tevê aberta,
há um tipo de experiência distinta daquela que assiste a ele pelo pay-per-view.

Segundo informa Dennis Altermann, do blog Midiatismo: “estes fenômenos potencializam e


ampliam o alcance do público-alvo, já que a mensagem poderá ser acessada por diferentes meios de

comunicação”.

As narrativas transmidiáticas vão se fundamentar em outros princípios, em que podemos


percorrer caminhos distintos nas mais diversas mídias com a possibilidade do surgimento de

múltiplos finais e novas interpretações, por exemplo, quando a pessoa entreter-se com o game

Assassins Creed, sua experiência não é a mesma que assistir ao filme e, portanto, as experiências se

complementam. Jenkins (2008) vai definir essas narrativas como transmedia storytelling ou narrativa

transmidiática.

Podemos entender ainda a transmídia como a proliferação de narrativas televisivas em diferentes

meios (cinema, internet, TV, smartphones), diversas plataformas (TV aberta, a cabo, on-line) e

diferentes formatos (seriado, minissérie, filme, show ao vivo), acompanhados pelo surgimento de fãs
que assistem e buscar narrar suas experiências (Lopes; Gómez, 2010, p. 19). Contudo, cada um desses

meios traz uma contribuição única à narrativa.

É importante não se confundir a ideia de transmídia com a de crossmedia. A mídia cruzada é o

uso de diversos veículos para enviar a mesma mensagem publicitária. A transmídia, por sua vez,
envolve narrativas diferentes, não apenas uma adaptação à linguagem estética de cada meio.

Em um mundo em que o excesso de informações faz parte do nosso dia a dia, trata-se de um

desafio à atividade publicitária e aos seus apelos constantes para prender a atenção dos
espectadores. Ao experimentar diferentes histórias em diferentes plataformas, os consumidores
muitas vezes podem adquirir uma experiência mais rica. Um exemplo a se pensar são os comerciais

de automóveis e veículos.

Diversos seriados estrangeiros e nacionais aplicam conceitos de transmídia: um deles foi o


seriado Lost. No Brasil, o exemplo mais emblemático é um reality show veiculado pela Band, o Master

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Chef Brasil. Uma coisa é assistir ao programa pela televisão e outra experiência é acompanhá-lo pelo

Twitter ou pelo Facebook. Para se ter uma ideia, basta observar na página do canal a hashtag do
programa acompanhado da contagem de tweets na tele da televisão para se ter uma ideia.

Mais uma vez, na esteira do que propôs André Lemos (2003), as mídias se reconfiguram e, aos
poucos, uma vai redesenhando a outra. Quem imaginaria, lá no passado recente, que pessoas que

tiram fotos de comidas poderiam ter milhares de seguidores? Uma rede social como o Instagram
mostra-nos que isso é um nicho interessante e com muitos fãs. Ao seguir determinado perfil

gastronômico, é possível seguir um link com a receita e dicas, por exemplo, tornando a experiência

daquele seguidor algo mais próximo possível do perfil que a pessoa segue.

Assim, estabelecem-se novas afetividades em torno de marcas, empresas, produtos e

organizações. Um exemplo exitoso de transmídia é o reality show American Idol, que teve mais de 15

edições: na medida em que a quantidade de aspirantes ao prêmio vai afunilando até digamos o top

12, os candidatos entram num patamar em que eles mesmos irão fazer merchandising dos mais

diversos produtos. Assim, podem aparecer tomando Coca-Cola ou Pepsi, dirigindo o novo Ford Fiesta

enquanto cantam um jingle especialmente composto para suas vozes. Enquanto os espectadores

assistem, um link do programa os convida a visitarem um app de músicas, como o Shazam ou a

iTunes Store. Ao mesmo tempo, as empresas de telefonia monitoram a localização de um voto,

elaborando mapas sobre as votações que indicam em que tal candidato obteve mais votos.

Saiba mais

Um exemplo de transmídia nacional foi a ação da Fiat com a personagem Vivi Guedes. Você

pode saber mais sobre este ótimo case em:

CALDEIRA, B. Um dos maiores projetos transmídia que o Brasil já experimentou. Draft, 21


out. 2019. Disponível em: <https://www.projetodraft.com/vivi-guedes/>. Acesso em: 14 jun. 2021.

TEMA 3 – ANÚNCIOS NA INTERNET

Os primeiros anúncios na internet ou eram banners ou eram enviados por e-mail, o que

conhecemos hoje como a estratégia do e-mail marketing. Entretanto, na medida em que mais

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pessoas passaram a utilizar a World Wide Web (como era mais conhecida), os e-mails poderiam ser

disparados à revelia das pessoas, o que ficou conhecido como spams.

Diversas empresas foram criadas para desenvolver softwares e tecnologia para oferecer acesso às

bases de dados a diversas listas de e-mails. Alguns podem ser encaminhados automaticamente, via
autômatos.

Um spam seria um e-mail enviado a um destinatário que não o solicitou. Pode ser um e-mail
enviado com base em uma lista em que é necessário cancelar uma assinatura ou, ainda, grandes

quantidades de um e-mail de uma mesma empresa. Trata-se, portanto, de um tipo de publicidade

indesejada, mas muito utilizada. Sabe quando você para em um cruzamento ou quando entra em um

estabelecimento comercial e alguém lhe entrega um folheto de ofertas, na maioria das vezes, sem

você pedir? Pois assim são os spams: você não pede por eles, alguém lhe entrega inadvertidamente e,

em raros casos, pedirão antes a sua permissão.

Figura 2 – Email-me

Crédito: Didecs/Shutterstock.

Lembra nas aulas anteriores em que se comentou que a publicidade de elixires, remédios e
xaropes era um sucesso na época da mídia impressa? Em nosso tempo, o assunto que aparece na

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liderança entre os spams estão os produtos farmacêuticos. Segundo a Wikipédia inglesa, mais de 80%

dos spams são sobre remédios.

Por outro lado, quando autorizado pelas partes, o e-mail marketing é ainda uma forma de

comunicação para usuários particulares e empresas, juntamente com as estratégias de marketing nas
diversas redes sociais.

Hoje são aproximadamente 3,9 bilhões de pessoas que estão conectadas à internet. Como vimos,

os spams enviados por dia superam esses bilhões facilmente, o que seria humanamente impossível.

Um dos formatos de anúncios mais tradicionais da web é o banner: um gráfico medido em pixels.

Canesso ([S.d.]) informa que geralmente os banners ficam dentro dos navegadores, na horizontal

(landscape) ou vertical (skyscraper). Quem define a padronagem e os tamanhos dos banners é uma

organização internacional denominada Internet Advertising Bureau ou a CASIE – Coalision for

Advertising supported Information and Entertainment. (Canesso, [S.d.]). Você já deve ter visto a escala

da Figura 3:

Figura 3 – Tamanhos padrão de banners

Fonte: Standard..., 2012.

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Saiba mais

Veja no link a seguir, algumas informações importantes sobre investimentos no mercado

publicitário:

INVESTIMENTO em publicidade cai 30% em 2020. Negócios da Comunicação, 2020.

Disponível em: <https://portaldacomunicacao.com.br/2020/09/investimento-em-publicidade-cai-

30-em-2020/>. Acesso em: 15 jun. 2021.

Os anúncios de banners podem ser classificados em três tipos, de acordo com Zeff e Aronson
(citados por Canesso, [S.d.]):

estáticos – de imagem fixa, fácil visualização e de rápida produção;

animados (gifs1) – trazem a sensação de movimento, tendo mais impacto visual;

interativos ou rich media – porque possibilita a apresentação de uma mensagem publicitária

mais detalhada: podem haver sons, imagens, e interatividade como o banner.

Saiba mais

O gif é muito utilizado, principalmente para criar imagens animadas. Essa extensão já foi

muito popular na internet e é uma das mais antigas, tendo sido motivo de muitas brigas judiciais

por conta de direitos autorais. Seu formato é 8-bit, o que significa que imagens em gif possuem
apenas 256 cores.

Segundo aponta Canesso ([S.d.]), os banners em formato rich media aumentam o volume de

respostas e são encontrados na maioria dos grandes portais brasileiros.

Destaque-se que nem todos os banners irão aparecer emoldurando as páginas. Existem outros

recursos, como uma janela independente que flutua sobre o navegador (browser) – seu nome mais
conhecido é pop-up, e a maioria dos navegadores atuais permitem que pop-ups sejam bloqueados da

navegação. Os pop-ups são comercializados por dia ou faixa horária e custam um pouco mais.

Outro formato bastante comum de publicidade na internet são os ad-ons, aquele que se baseia

em motores de busca como o Google: o usuário digita alguma pesquisa ou palavra-chave, e os

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anúncios irão aparecer de acordo com os hábitos de navegação que estejam armazenados no

navegador ou na conta do usuário, por meio de cookies. Assim, não importa a página que o
internauta visite, pois às vezes anúncios relacionados às buscas realizadas na internet e também

relacionadas aos hábitos de navegação irão aparecer por um tempo. É a Era dos anúncios
direcionados a satisfazer os nossos gostos.

Ainda no que diz respeito aos motores de busca, outra forma de se anunciar são os links
patrocinados, os quais aparecem vinculados especificamente aos termos buscados ou, ainda, por

analogias. Geralmente quando clicamos em um link patrocinado, o navegador é redirecionado para

uma página web ou um hotsite, um site desenvolvido para promoção de marcas e vendas de

produtos.

A seguir, veja um quadro de Canesso ([S.d.]) sobre os formatos mais utilizados na publicidade de

anúncios da internet, com suas respectivas indicações.

Quadro 1 – Formatos mais utilizados na publicidade de anúncios da internet

Variáveis da marca x função da


Formato Utilização
publicidade

Impulsionamento de venda.
Ideal para o varejo divulgar promoções
Banner e floater Incentivar a venda
Bens que precisam ser comercializados rapidamente
Gerar visita ao website

Conhecimento
Pop-up e pop- Bens de consumo que precisem ser lembrados a médio e
Proporcionar interação
under longo prazo
Conhecimento e lembrança da marca

Aumentar qualidade percebida

Conquistar a lealdade
Bens que precisam estar inseridos no contexto sociocultural
Hotsites Relacionamento com o cliente.
do cliente
Prover muita informação

Prestar serviços

Fonte: elaborado com base em Canesso, 2003.

A publicidade e os anúncios digitais têm a vantagem de acertarem melhores segmentos do

público, uma vez que, para melhores resultados e devido ao planejamento, os hábitos de navegação

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de cada usuário irão influenciar as mensagens que nele serão veiculadas. Por esse motivo, é

perfeitamente possível que os resultados de uma mesma pesquisa no Google possam obter

resultados diferenciados entre uma pessoa e outra. Hoje, a estratégia do product placement invadiu

lugares distintos como o Instagram e o Snapshat. Outro fator importante é a mobilidade dos

dispositivos: conseguimos ficar on-line em quase todos os lugares razoavelmente povoados. Por

outro lado, segundo Ramalho (2010, p. 114), cada mídia tem sua métrica e sua forma de medir a

audiência, mas as redes sociais saem na frente, pois é possível comparar visitantes, cliques, page
views, entre tantas outras coisas subjetivas, quantitativas e qualitativas.

TEMA 4 – ANÚNCIOS EM REDES SOCIAIS

Segundo Raquel Recuero (2009), em Redes sociais na internet, as redes sociais são redes de

softwares sociais, que nada mais é do que um conjunto de diversos softwares atuando diretamente

mediante a interação pelo computador ou dispositivos móveis (tablets e smartphones). Pensar a

publicidade num contexto de redes sociais é pensar em conteúdos gerados para usuários e pelos

usuários.

Novos canais de relacionamento se estabelecem entre as empresas e seus consumidores: um

perfil de uma empresa no Facebook pode se transformar em um SAC – serviço de atendimento ao

consumidor – mediante uma postagem ou uma dúvida que se apresente ali naquele canal.

Diversas empresas têm investido quantias vultosas nesses canais de relacionamento que se
instituem em redes, como o Twitter e o Facebook. Nesse sentido:

Quaisquer mídias são inseparáveis das formas de socialização e cultura que são capazes de criar, de

modo que o advento de cada novo meio de comunicação traz consigo um ciclo cultural que lhe é

próprio e que fica impregnado de todas as contradições que caracterizam o modo de produção
econômica em que tal ciclo cultural toma corpo. (Santaella, 2003, p. 117)

As redes sociais funcionam da seguinte maneira: servem como plataforma de ferramentas onde
os usuários podem se autodefinir por meio de um perfil, ou de uma página pessoal, na qual é possível

interação com os demais usuários da plataforma. Essas informações se tornam públicas ao ponto de
que outros usuários da mesma rede podem fazer comentários, conversar e ver uns aos outros. Ainda,
as redes sociais orbitam em torno dos mais variados interesses, ou tribos: música, comida, futebol ou

fotografia, mídias diversas importantes para as empresas e para o mercado da comunicação.

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Ao mesmo tempo, as redes sociais colocam pessoas desconhecidas em contato: o que já é uma

novidade, pois nossas interações deixam de se estabelecer apenas olho no olho ou ao vivo. Podemos

teleagir – agir a distância. Estabelecemos, a partir das redes sociais, novos contatos e novas redes,

coisas que seriam impossíveis sem o deslocamento físico ou a presença física.

Para a publicidade, as redes sociais não são apenas lugares de anúncio, mas lugares de pesquisa:

pesquisa de mercado e lugar da promoção e das vendas; o lugar da assistência dos consumidores e
lugar do gerenciamento de relacionamento com clientes (CRM – costumer relationship management)

e, ainda, lugar das relações públicas. É por meio das redes sociais que podemos saber um pouco da

vida de um consumidor como também seus gostos, desejos e necessidades (Ramalho, 2010, p. 12-13).

Tudo isso vai implicar mudanças da nossa prática profissional.

Figura 4 – Anúncio em rede social

Crédito: Tuthelens/Shutterstock.

Para Ramalho (2010), trata-se da Era do marketing conversacional – aquele em que a mídia é

gerada pelo usuário, e na qual a empresa irá agir ou reagir a consumidores satisfeitos e insatisfeitos,
sendo que mesmos estes podem ser mudados. Por último, Ramalho (2010, p. 19) aponta que a

maioria das pessoas é tolerante até sentir desconforto com um produto ou serviço.

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Segundo Recuero (2009), as redes sociais são compostas por atores e pelas interações entre

diversos deles. Nesse sentido, ao utilizarem uma plataforma de uma rede social para interagir, as

pessoas estabelecem laços, os quais podem ser fortes ou fracos e relacionais ou associativos. Para o

autor, laços fortes exigem uma interação mútua constante; já os fracos são geralmente efêmeros,
durando apenas o calor do momento.

TEMA 5 – MEMES E VIRAIS

Por décadas a fio, a única forma de se manter na boca do povo era investir quantias elevadas de

veiculação de anúncios em veículos de comunicação clássicos, como jornais e revistas, rádio e

televisão. Ou, ainda, produzir inúmeros releases de imprensa sobre um produto e/ou serviço e esperar

pacientemente que os veículos resolvessem fazer uma matéria ou reportagem sobre. Se antes

medíamos o investimento publicitário pela ideia do retorno do investimento, hoje, outro conceito

apareceu, o retorno do engajamento.

Figura 5 – “Fique em casa ou dance comigo”

Crédito: Ibnufauzi/Shutterstock.

Quanto mais pessoas se engajam a uma marca, maior a sua força. Lembrar da marca também é

importante, mas não é o suficiente em tempos de hiperconexão.

No livro Contracomunicação, Décio Pignatari (2004, p. 47) vai explicar que um meme é uma ideia
que tem a facilidade de se reproduzir na mente das pessoas e que há hoje uma explosão de meios,
códigos e de linguagens. Segundo Dawkins (2001), um meme é uma ideia que se propaga e que se

replica rapidamente. Atualmente, uma das tarefas que competem à publicidade e aos departamentos

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de marketing é fazer o monitoramento das redes sociais. Saber para conhecer virou uma regra de

ouro no relacionamento entre empresas, organizações e seus consumidores.

Numa era em que a comunicação é multimídia, as pessoas consomem cada vez mais produtos

on-line. Hoje, mais do que nunca, é importante conhecer não só como se organizam as redes sociais
mas também estar atento aos valores que são trocados por essas redes, bem como identificar as

pessoas que são influenciadoras na rede, pois geralmente são essas pessoas que compartilham coisas
que rapidamente viralizam.

Segundo Alex Primo (2006), existem dois tipos básicos de interação: a reativa e a mútua. Na

interação reativa, baseia-se no esquema estímulo-resposta, algo como sacar dinheiro em um caixa

eletrônico. Há pouca ou nenhuma interação com aquele ambiente. Já a interação mútua é negociada,

aberta, imprevisível e, muitas vezes, criativa. É num contexto de interação mútua que as coisas

geralmente viralizam.

Logo, é necessário estar atento às oportunidades de comunicação!

TROCANDO IDEIAS

Nesta aula, vimos como a publicidade se modificou no ambiente online, adequando-se aos

modos de interação, participação e consumo. As marcas que não se adequarem completamente às

formas de interação e consumo na pós-modernidade estarão fadadas ao fracasso.

NA PRÁTICA

Faça pesquisas sobre como as memes que se espalham nas redes sociais são apropriados pela

publicidade, terminando por serem aproveitados nas estratégias de comunicação das agências.

FINALIZANDO

Chegamos ao fim desta disciplina, mas não esqueça sobre como foi importante conhecer a
trajetória histórica da publicidade, no Brasil e no mundo. Munidos de uma visão ampla sobre o

desenvolvimento da publicidade, sem dúvida teremos um profissional mais bem preparado para um
mercado cada vez mais competitivo.

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REFERÊNCIAS

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