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HISTÓRIA DA PUBLICIDADE E
PROPAGANDA
AULA 5
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CONVERSA INICIAL
Campanhas cada vez mais criativas surgem com os meios eletrônicos: o rádio e a televisão
inauguraram uma nova era na publicidade brasileira. Era preciso dar voz e imagens aos anunciantes. A
propaganda massiva passa a fazer parte do dia a dia das pessoas. De início, a televisão é altamente
segmentada, pois seu público era a classe A. A televisão levou quatro anos para chegar aos 350 mil
aparelhos (Ramos; Marcondes, 1995, p. 50). O rádio se firmara como o meio massivo mais popular,
mas, aos poucos, perdia espaço para a TV. Hoje, quase 60% do investimento publicitário fica na
CONTEXTUALIZANDO
ideias simples (procure no YouTube o anúncio morte do orelhão, da extinta Telesp) e na irreverência
com bom humor (o cachorrinho basset da Cofap).
Brasil – em virtude do tricampeonato na Copa do Mundo e ainda o slogan Brasil, ame-o ou deixe-o,
famoso na época da ditatura. À medida que a economia do país crescia, “a felicidade se expressava na
posse de bens”, dizia o publicitário Celso Japiassu (citado por Marcondes, 2001, p. 46), bem como na
satisfação de desejos de uma nova classe média que surgia nos anos do milagre econômico.
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Numa época em que um dos principais veículos publicitários era o Almanaque do Biotônico
Fontoura, anunciar no rádio era um desafio. Os primeiros jingles da década de 1920 eram, em sua
maioria, rimados. Segundo Simões (2006), a primeira voz a ser ouvida no rádio brasileiro foi a do
rádio. Só após um ano da concessão que as rádios poderiam explorar os anúncios (Simões, 2006, p.
86-7). O rádio lançara, no cenário brasileiro, as cantoras Carmem Miranda e Araci de Almeida, assim
como Noel Rosa, Chico Alves, Silvio Caldas, Cartola, entre outros. As radionovelas conquistavam os
públicos, bem como os programas de auditório. A palavra broadcasting entrava para o vocabulário
das agências.
radionovela as ruas esvaziavam. Conta-se que até missas eram realizadas quando um personagem
querido morria (Ramos; Marcondes, 1995, p. 42). O rádio veio disputar espaço publicitário primeiro
como meio alternativo a jornais e revistas para, ao longo de uma década, consolidar-se como uma
das principais plataformas para se fazer propaganda. Isso é particularmente interessante do ponto de
vista do alcance: textos falados podem ser entendidos por mais pessoas, afinal, o Brasil ainda não era,
Bacalhau, Xarope São João – algo entre os remédios e as lojas. Os anuários são publicados ano a ano,
fazendo um balanço do cenário das atividades publicitárias, como dando conta dos maiores
anunciantes do ano e fazendo rankings das maiores agências e suas respectivas campanhas.
Com o tempo, o rádio passava a incorporar noticiários em sua programação, com destaque para
o famoso Repórter Esso, na Rádio Nacional, na década de 1940: o primeiro a dar as últimas e
testemunha ocular da história (Ramos; Marcondes, 1995, p. 46). A revista Publicidade, na sua edição n.
95, apontava que em 1932 o investimento publicitário no rádio estava superando as verbas investidas
em painéis e cartazes (Simões, 2006, p. 105).
Pelo que os historiadores apontam, um dos jingles mais famosos da época eram os do sabonete
Gessy. Ainda em 1934, o governo proíbe que empresas de comunicação brasileiras possuíssem sócios
estrangeiros, apenas brasileiros natos. À medida que se proliferam as empresas radiofônicas por todo
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anunciantes do rádio na década de 1930 destacam-se as meias Lupo, cigarros da Souza Cruz,
remédios e até uma seguradora: a Sul América. Começam a aparecer anúncios das emissoras
No Rio, a rádio Guanabara anunciava: quem anuncia na Guanabara sabe que é ouvido por todo
mundo; ou, ainda, a Rádio Transmissora Brasileira oferecia seus serviços: mande-nos o seu cartão que
nós faremos dez textos para o senhor escolher um ou dois, sem despesa para o anunciante. Outro
anúncio da Rádio Tupy dizia: aumente suas vendas anunciando na rádio Tupy, a estação mais ouvida de
Brasil. Um jingle famoso da época, para o sabonete Lifebuoy dizia: quando chega o verão, e aperta o
calor, transpira-se tanto, é mesmo um horror – nos faz pensar, será que funcionaria hoje? Em seguida,
surgiam as primeiras produtoras de áudio para publicidade radiofônica. José Scatena fundou em São
Paulo, em 1948, a RGE – Rádio Gravações Especializadas (Ramos; Marcondes, 1995, p. 49). Quase uma
década antes, em 1938, Carlos Pereira Valle fundava a Publicidade em Filmes Sonoros, que destinava
anúncios para o cinema; seu primeiro cliente foi a Bayer (Simões, 2006, p. 120). Em seus primórdios, a
programação radiofônica e suas publicidades foram formatadoras da cultura brasileira. Foi o rádio
Era uma época em que se comprava os espaços para anúncio não pelo tempo de 15, 30 ou 60
segundos, mas por blocos. Comprava-se espaço para vários anúncios. Diversas rádios alugavam
espaços na programação a preços módicos, se comparados a hoje. Quanto aos formatos, afirma
Marcondes: Em dois ou três anos, contudo, a linguagem publicitária no rádio criaria os seus primeiros
formatos próprios: spots (peças com textos interpretados, acompanhados ou não de música) e jingles
(trilhas sonoras curtas, desenvolvidas especificamente para o anunciante) (Simões, 2001, p. 27)
Já a televisão iniciaria suas transmissões oficialmente em 1950 com a TV Tupi, colocando o Brasil
como quarto país do mundo a transmitir televisão. Houve exibições experimentais antes, mas
oficialmente é a TV de Assis Chateubriand, proprietária dos Diários Associados. Marcondes ainda
destaca que com a TV o desafio à publicidade era dar imagem e movimento às mensagens
publicitárias; o rádio, antes, deu a voz (Simões, 2001, p. 31).
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no formato infomercial se popularizaram, pois sua “função era demonstrar, como numa conversa
doméstica com a consumidora, as maravilhas dos produtos anunciados” (Simões, p. 32). Marcondes
ainda recorda que a televisão, em seus primórdios, era ao vivo, não havia videotape, ou seja, imagens
pré-gravadas – algo comum hoje em dia.
Nos anos 1950, o sonho de consumo das famílias era comprar uma TV – estava armado o circo
eletrônico e seus novos padrões de beleza, novos eletrodomésticos e um novo ritmo, o rock n’ roll. Ao
passo que a televisão avança no mundo, surgem novos fenômenos da música, entre eles a primeira
Segundo as estatísticas (Mídia Dados Brasil, 2020), o brasileiro dispõe entre três a seis horas
serviço. Atualmente, o Brasil conta com oito (Mídia Dados Brasil, 2020), redes de televisão privadas de
abrangência e cobertura nacional, entre elas estão: Globo, Record, SBT, Bandeirantes e Rede TV. O
país possui apenas um canal público direcionado ao país, a TV Brasil. As outras tevês educativas são
No livro 200 anos de propaganda no Brasil, Ricardo Ramos e Pyr Marcondes (1995, p. 57)
assinalam que “a propaganda em televisão começou do nada” – dizia Fernando Severino, diretor
comercial da TV Tupi. Na ausência de firmas especializadas em filmes, a maioria dos anúncios era ao
vivo.
Nossos primeiros anunciantes foram as Persianas Colúmbia e a Casa Clô. Os comerciais eram ao vivo
ou com slides [...] é interessante observar que, no Brasil, a televisão veio do rádio, quer dizer, foi
iniciada com a participação de muitos homens do rádio, enquanto em outros países, ela começava
com homens do cinema e teatro. Isso refletiu-se na publicidade de TV, que tinha muita influência do
rádio. Os textos eram tremendamente radiofônicos. (Ramos; Marcondes, 1995, p. 57)
A Globo foi fundada em 1965, em meio à ditadura militar. Nos anos 1980, a emissora era a
principal rede de tevê do país. Segundo consta, possuía equipamentos adquiridos de uma parceria
como grupo Time-Life. Chegou a alcançar 75% da audiência, sendo que seus programas do horário
nobre costumam, até hoje, a manter a liderança. A Globo inovava com vinhetas e chamadas criativas,
modernas e com ar internacional: um de seus maiores criativos era o alemão Hans Donner,
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responsável pelo padrão estético da Vênus Platinada, que ficou conhecido como padrão globo de
construídos e exposições múltiplas com câmera especiais de animação [...] criaram, no final dos anos
1970, alguns dos mais marcantes ícones da Globo. Entre eles, a esfera de aço escovado, que seria a
Os anúncios ao vivo começaram nas ruas e depois tomaram conta das rádios; é o meio que mais
atinge a população brasileira e está presente em 99% das residências. Geralmente, anúncios ao vivo
ser feito por palavras, sons ou imagens (Sampaio, 2003, p. 42). Utilizando-se da figura de um ou mais
Outro recurso comum aos anúncios ao vivo é a ideia do testemunhal, ou o uso de personalidades
auditório da televisão utilizam do mesmo formato, sendo muito comum assistirmos anúncios nos
programas de auditório do fim de semana: Silvio Santos, Eliana, Faustão, Pânico, são alguns dos
exemplos de programas atuais com apresentadores de anúncios ao vivo. Durante a semana, Ana
Maria Braga e seu programa matinal, bem como o Encontro com Fátima Bernardes são programas
Testemunhais são muito comuns nos anúncios ao vivo. Outras modalidades vêm da promoção de
que participam do reality-show vão às compras para a casa em um supermercado. Mas este assunto
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será tratado mais detalhadamente no próximo tema! No link a seguir você pode ver um exemplo de
promoção de vendas. Assim, o patrocínio se configura como recurso de comunicação utilizado para
consumidores. Entretanto, é um campo bastante vasto: podendo ser apenas uma ação (patrocínio) ou
“um conjunto de ações amparadas em uma mensagem objetiva de comunicação” (Sampaio, 2003, p.
253).
Ainda, no caso do patrocínio, a ferramenta pode se configurar nos mais diversos campos, pode-
se, por exemplo, patrocinar um filme, um espetáculo de teatro, um festival, um edifício, um
campeonato esportivo, um evento científico, entre outros. É difícil isolar as atividades de comunicação
em apenas um aspecto ou uma estratégia ou ferramenta de comunicação, ainda mais em um
contexto de criação e desenvolvimento de campanha, num mundo cada vez mais dinâmico e
conectado: a maioria das ações acontece em um conjunto de estratégias e ações com objetivos de
comunicação claros e definidos.
comunicação, o patrocínio poderia aparecer como uma ferramenta do marketing cultural ou social,
por exemplo, dependendo, sobretudo, de uma definição prévia de qual objetivo de comunicação se
pretende obter.
Formato muito comum nos Estados Unidos, o patrocínio aparece praticamente em todos os
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televisão ou evento vêm precedidos de uma sentença que diz algo como: este programa é um
oferecimento da empresa... ou, ainda, chocolate cacau apresenta... . Cabe aqui comentar outra variação
empresa anunciante aparece impressa, projetada ou desenhada em um cenário (como nas corridas de
No fim dos anos 1930, e durante a Segunda Guerra, “o jornalismo patrocinado pela Esso faz
história” (Simões, 2006, p. 127). O programa Repórter Esso marcava a era do rádio durante o governo
de Getúlio Vargas que, segundo Simões (2003), foi o primeiro presidente a se preocupar com a
propaganda do governo no Brasil e no exterior. O repórter Esso também marcou a história porque
transitou do rádio à televisão. Ouça um exemplo do programa Repórter Esso na época em que era
Outra variação do patrocínio é aquela em que o produto vai aparecer dentro da narrativa do
programa, sendo utilizado em um filme ou em uma novela, por exemplo. Atualmente, isso se chama
product placement. Alguns autores, como Sampaio, chamam esse tipo de estratégia de merchandising
editorial ou tie-in (atado ao editorial). Trata-se de uma estratégia bastante peculiar e que se
intensificou no final do século passado (a Nike em De Volta para o Futuro) e que, com o advento da
internet, invadiu os seriados televisivos, novelas e até o youtube. Veja um exemplo na série House em:
<https://blogdamarco.wordpress.com/2011/11/21/product-placement-propaganda-invisivel-ou-quas
e-isso/>. Acesso em: 15 jun. 2021. E alguns exemplos de product placement em filmes famosos: <http
s://www.youtube.com/watch?v=wBuUrJBLZV8>. Acesso em: 15 jun. 2021.
Pense num estrangeiro que nunca esteve no Brasil a observar os brasileiros sintonizados, pela
manhã, numa televisão de uma padaria qualquer, e se deparar com um programa em que uma
senhora loira e um papagaio conversam animadamente com um convidado enquanto a senhora está
a servir um café da manhã. A propaganda veiculada nesse horário e neste programa em especial,
precisa adequar-se à realidade editorial, ou pode correr o risco de não falar com o público.
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O programa Mais Você, da Rede Globo, é, há anos, o líder de audiência em sua faixa horária, e o
papagaio Louro José é um êxito como apresentador de merchandising televisivo. Assim, para o
estrangeiro, por mais estranho que possa lhe parecer, irá começar a perceber que o programa matinal
da maior emissora brasileira tem muitas semelhanças com os programas da mesma faixa horária de
outros países. Programas matinais vão contar as notícias do dia, falar ou preparar comida; terão
matérias com foco em coisas domésticas ou de família, falarão de economia, de crianças e de receitas.
Os programas de televisão matinais irão se ocupar de uma linha editorial que não diz respeito
necessariamente à faixa horária, mas ao público que o assiste: são programas que visam às donas de
casa, que, muitas vezes, são chefes de família. Sabendo disso, a publicidade brasileira sempre investiu
numa comunicação com as mulheres. O que mudou ou evoluiu, por assim dizer, foram os veículos. Se
antes as publicações impressas dominavam, hoje disputam espaço com a televisão, com blogueiras e
características editoriais, com formato bastante semelhante ao contexto do veículo onde é inserida e
geralmente identificada de modo bem discreto” (Sampaio, 2003, p. 256). É muito comum em revistas,
em impressos, mas também aparece em outros meios. Aliás, o mercado nacional de revistas foi se
especializando com a melhora de renda da população nos anos 1970, década do milagre econômico
É nos anos 1980 que a publicidade moderniza seus formatos e práticas. Apareciam os jornais em
formato tabloide, novidade em meio a jornais de formato standard. Ramos e Marcondes (1995)
contam que nessa década as transformações no mercado editorial foram radicais: buscando ampliar o
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leque de seus interesses editoriais. “O fenômeno era de segmentação, com lançamentos de títulos em
profusão para os cada vez mais variados e específicos públicos” (Ramos; Marcondes, 1995, p. 101).
Surgiam revistas jovens, revistas masculinas e semanários; a revista Istoé tinha quatro anos em 1980, e
Porque existem padronização de anúncios? A título de exemplo, a cidade de São Paulo, em 1938,
contava, segundo a revista Aspectos, com 80 mil cartazes espalhados pelas ruas, 1.798 luminosos a
maioria em neon (citado por Simões, 2006, p. 122). Simões (2006) informa que, já nessa época, a
prefeitura da cidade de São Paulo começa a organizar a tributação sobre luminosos e a proibição da
Foi entre 1930-1940 que se padronizou o formato centímetros X colunas para anúncios em
jornais: é o espaço padrão de um anúncio de jornal, ou seja, um centímetro de comprimento por uma
coluna de largura (Sampaio, 2003, p. 328). Outra preocupação que necessitava de normas e alguma
vigilância eram as propagandas da área de saúde, na qual se incluem médicos e parteiras, bem como
a indústria farmacêutica, de modo a prevenir abusos por parte de uma publicidade por muitas vezes
gananciosa.
Em 1944, uma lei da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul regulamentava que nenhum
era um tanto lógico, se os anúncios de automóveis muitas vezes recebiam retoques ou lift-ups por
parte dos artistas gráficos, por que não fazer o mesmo com as promessas de um medicamento de um
anunciante cheio de verba para investir em propaganda? Daí a necessidade de uma organização e
normatização de determinadas práticas do marketing e da publicidade. Na década de 1940, as
agências e emissoras de São Paulo formaram um convênio em que se redigiu o primeiro esboço de
um Código de Ética Profissional de Propaganda. A seguir, o que saiu pela Associação Paulista de
Propaganda:
prestar toda e qualquer assistência às agências; as emissoras manterão tabelas de preços fixas e que
só podem ser alteradas com um prazo de 90 dias de antecedência; as agências são divididas em
dois grupos: o daquelas que se responsabilizam pelo pagamento em nome do cliente e das que não
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tabela; os contatos quer de agência quer das emissoras precisam ser sócios da APP incumbe-se a
APP para realizar um amplo estudo sobre o rádio. (Simões, 2006, p. 133)
Marcondes, 1995, p. 51). A padronização de anúncios hoje é realizada pelo Conselho Executivo de
O CENP - Conselho Executivo das Normas-Padrão foi constituído em 16 de dezembro de 1998 por
meio de uma livre convenção entre as entidades representativas dos principais agentes econômicos
CENP os Anunciantes, representados pela ABA – Associação Brasileira dos Anunciantes; as Agências
de Publicidade, pela ABAP – Associação Brasileira das Agências de Publicidade e FENAPRO –
por Assinaturae a Central de Outdoor. Posteriormente vieram se juntar também o IAB Brasil –
Interactive Advertising Bureau, a ABMOOH – Associação Brasileira de Mídia Out-of-Home e a
Todas essas entidades de classe discutem formatos, modelos, padrões e práticas da publicidade.
Por exemplo, em 1980, a Associação Brasileira de Empresas Produtoras de Filmes Publicitários instituiu
presente em todos os estados do país e é a maior organização do setor na América Latina. Suas
associadas são responsáveis por 78% do investimento publicitário brasileiro em mídia, movimentando
um universo de 3.200 profissionais e 4.100 clientes. Dentre as realizações da Abap estão a cofundação
do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), do Conselho Executivo das
Cinema (FAC).
Além disso, a Abap inspirou a Lei n. 4680/65, conhecida como Lei da Propaganda, e foi
n. 12.232, que regulamenta critérios para licitações públicas. A associação é sister association de duas
elaboração, discussão, defesa e articulação das normas publicitárias, nas mais variadas instâncias. A
padronização é algo que vem sendo discutido desde a década de 1940.
Na ocasião do convênio entre a ABAP e a AAAA firmaram-se as seguintes cláusulas que definiam
o que era uma agência, quais os serviços que prestam quer ao anunciante quer ao veículo, fixando
sua independência em relação a ambos, e fixa os critérios de remuneração (na época em 17,65% na
veiculação e 15% sobre as despesas de produção). Ao todo, 11 agências firmaram o acordo: J.W.
Thompson, Standard, Inter-Americana, McCann-Erickon, Grant, Record, Voga, Época, Erwin Wasey,
movimentando em valores o equivalente a 1% do PIB. Exemplo: em 1954, o PIB foi de 450 bilhões de
cruzeiros enquanto o investimento publicitário nacional alcançara 4,5 bilhões de cruzeiros. Em 1951,
entrava em vigor a Lei n. 1.521, que versava sobre crimes contra a economia popular, considerando
criminosa a propaganda que estivesse a “dar indicações ou fazer afirmações falsas em prospectos ou
anúncios, para o fim de substituição, compra ou venda de títulos, ações ou cotas” (Brasil, 1951).
Paulo. Lembre-se que, em aulas anteriores, foi comentado sobre o publicitário Júlio Cosi (o velho Cosi,
um homem de agências e do rádio) a viajar pelo interior do Brasil a fim de organizar o negócio da
publicidade no Brasil; a maioria dos jornais não tinha tabela de preços de centimetragem. Na década
de 1920, ele teve de viajar o Brasil [...] para estabelecer um método de operação agência-veículo:
nasceram as autorizações, prevendo tamanho, data e preço do anúncio; [...] viajou aos Estados Unidos,
O autor vai chamar a época dos anos 1940-1950 de movimento associativo. Já na década de
1970, começam a surgir os Conselhos Estaduais de Propaganda, uma iniciativa que vai na esteira das
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associações nacionais como a Abap. Existe uma grande quantidade de entidades associativas e
conveniadas. No Brasil, o cenário publicitário se configura com uma grande diversidade de entidades
de classe associativas. Para saber mais sobre essas entidades, acesse: <http://www.abapnacional.com.
br/links.cfm>.
No começo dos anos 1980, o mercado editorial brasileiro amadurecia com a introdução de novos
formatos, promoveu-se uma mudança editorial em diversas publicações. Nesse sentido, Ramos e
Marcondes (1995, p. 101) apontavam que a maior revista feminina do país, a Claudia, aumentava o
seu formato e introduzia em suas páginas algumas seções fixas sobre temas ligados ao cotidiano
feminino. Esse processo acabou atingindo uma série de publicações nacionais, em que se
desenvolveu o foco editorial, com destaque para Quatro Rodas, Playboy, Istoé, entre outras.
trabalho. Por exemplo, a Central de Outdoor, entidade que representa vários exibidores, realizou um
intenso trabalho de valorização desse veículo. Foi responsável pela padronização do formato, o que
facilitou muito o trabalho das agências (anteriormente, cada exibidor utilizava uma medida para o
outdoor, fazendo com que a agência tivesse que produzir diferentes artes-finais para a mesma
campanha). Isso aconteceu também em outras mídias, como a TV, com a padronização dos tempos
ofertados para anúncio e a padronização feita pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), que é
aplicável à maioria dos jornais brasileiros e define os formatos de jornal (standart, tabloide, berliner).
Isso também se aplica à internet, com formatos de banners, por exemplo. É possível ver as
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Saber que um formato se adequa a vários veículos facilita o planejamento de anúncios, bem
como sua criação. Já pensou se você fosse anunciar em jornais do Brasil inteiro e cada um tivesse um
formato diferente? Que trabalhão você teria para criar as artes, não é?!
TROCANDO IDEIAS
Nesta aula, aprendemos um pouco como o surgimento do rádio e da televisão trouxeram novas
alternativas para a criação publicitária, revolucionando as formas de interação do público com as
marcas.
NA PRÁTICA
merchandising. Trata-se de uma ferramenta do marketing utilizada no ponto de venda ou, nesse caso,
em espaços editoriais (programas de TV, de rádio, mídia impressa). É comumente utilizado em
eventos esportivos, em seriados, novelas e minisséries: as marcas estão presentes sob a forma do
produto em si (alguém tomando uma Coca-Cola) ou, ainda, em símbolos, na ambientação, no cenário
ou na decoração, em objetos etc. Atualmente, também é possível ver a prática de product placement
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FINALIZANDO
REFERÊNCIAS
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia pra Assuntos Jurídicos. Lei n 1.521, de 26
de dezembro de 1951. Altera dispositivos da legislação vigente sobre crimes contra a economia
2021.
Summus, 2006.
SANT’ANNA; ROCHA JUNIOR; DABUL GARCIA. Propaganda: teoria, técnica e prática. São Paulo:
Cengage Learning, 2013.
SIMÕES, R. A Propaganda no Brasil: evolução histórica. São Paulo: ESPM: Referência, 2006.
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