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Recorrer à voz, à música e ao

canto com a finalidade da


informação ou vendas é um
recurso muito antigo, herança
dos arautos.
Relatos indicam que era possível, de muito
longe, reconhecer as manifestações dos
mascates do século XIV. Certamente eles
também esboçaram os primeiros slogans e
Jingles. Vendiam produtos confiando
somente no alcance da própria voz.
Peixe: Olha o peixinho!
Só compra quem tiver dinheiro.
Quem não tiver não sente nem o cheiro!
Viajantes e religiosos também
“vendiam” suas ideias e
produtos através da palavra.
Em 15 de junho de 1543, o donatário
Martin Afonso de Souza, na Capitania
de São Vicente baixava uma lei de
“ética nos pregões” o que atesta a
força dos mercados na época (século
XVI).
Em 15 de junho de 1543, o donatário
Martin Afonso de Souza, na Capitania
de São Vicente baixava uma lei de
“ética nos pregões” o que atesta a
força dos mercados na época (século
XVI).
As capitanias do Brasil
foram uma forma de
administração territorial
da América portuguesa,
parte do Império
Português, pela qual a
Coroa, com recursos
limitados, delegou a
tarefa de colonização e
exploração de
determinadas áreas
As capitanias do Brasil
foram uma forma de
administração territorial
da América portuguesa,
parte do Império
Português, pela qual a
Coroa, com recursos
limitados, delegou a
tarefa de colonização e
exploração de
determinadas áreas
O código de
postura proibia os
mercadores de
falar mal da
mercadoria dos
concorrentes, o que
nos permite supor
que era corriqueira
a falta de ética e a
comunicação
comparativa e
pejorativa.
Vamos viajar para o
século XIX
A polca “Imberibina”, composta por Mariano de Freitas Brito,
em louvor a um remédio para digestão (1882) é considerado o
primeiro anúncio sonoro brasileiro.
Um tipo de dança/música de
origem austro-hungaro que fez
muito sucesso no Brasil no final
do século XIX, momento que
ganhou variações como polcas
dobrado, galope, fado, fadinho,
lundu, tango.
A segunda comunicação com caráter comercial é datada de
1894, tem o mesmo estilo da anterior e falava da pomada
“Lugolina” letra de Eduardo França (médico e fabricante).
Com o surgimento do fonógrafo
(1877 – Thomas Edison), são feitas
as primeiras gravações.
O primeiro spot brasileiro
foi gravado em 1902. Ele
antecedia uma música e
dizia: “Esta é uma
gravação da casa Edison do
Rio de Janeiro”, na voz do
locutor Nozinho.
Em 1918 a Cia. Souza Cruz
lançou o cigarro Yolanda e o
grande diferencial foi o tango
“Yolanda, venha cegar-me”
composto por Catullo da Paixão
Cearense (poeta, escritor e
autor da música “Luar do
Sertão”.
O século XX
Tradicionalmente, a invenção
do rádio é atribuída a
Guglielmo Marconi.

O jovem inventor italiano


realizou seus primeiros
experimentos fazendo tocar
um sino do outro lado de uma
sala pressionando um botão
telegráfico na bancada.

Isso aconteceu em 1894.


O Padre Landell de Moura nasceu
em Porto Alegre, em 1861 e
estudou no exterior.

Entre 1893 e 1894, Landell


transmitiu a voz humana por meio
de ondas eletromagnéticas a
partir do Colégio das Irmãs de São
José (hoje Colégio Santana), no
alto do bairro de Santana, em São
Paulo, até a Avenida Paulista, por
uma distância de 8 km.
Por levar seus experimentos a um estado prático e
comercial, o italiano ficou com todo o reconhecimento.
Inclusive foi agraciado com o Prêmio Nobel em 1909.
Landell, em compensação, foi relegado ao esquecimento.
Em 7 de setembro de 1922, Edgard
Roquette Pinto trouxe o Rádio para o
Brasil. O então presidente, Epitácio
Pessoa, deu início às transmissões
radiofônicas brasileiras, porém, as
emissoras só surgiram no ano
seguinte.

A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e


a Rádio Clube de Pernambuco, foram
as primeiras emissoras . Edgard Roquette Pinto
Rádio de Galena
Nessa época a programação
era tímida e a ação
comercial também,
lembrando aquilo que hoje,
na TV se rotula de
merchandising. Algumas
empresas pagavam uma
pequena “fortuna” para ter
o nome em uma grande lista
de anunciantes, ex:
“Contribuem para o fundo de
broadcasting (e entrava o
nome das empresas)”.
Nessa fase a exploração comercial era proibida para
emissoras recém criadas.
No início do rádio, a linguagem da comunicação
manifestou-se através de diferentes formas:

 Improvisação do locutor;
 Leitura dos textos preparados;
 Textos pré-elaborados por redator;
 Spot, Jingle e Paródia;
 Testemunhal.
“Oh, padeiro desta rua
tenha sempre na lembrança.
não me traga outro pão
que não seja o pão Bragança.

Pão inimigo da fome.


fome inimiga do pão.
enquanto os dois não se matam,
a gente fica na mão

De noite, quando me deito


e faço a oração,
peço com todo o respeito
que nunca me falte o pão”.
Durante os anos 40 o rádio
atingiu seu apogeu;
Spots e jingles já eram
comuns e os anunciantes
disputavam o patrocínio dos
programas.

Glostora Eucalou Talco Ross


Neste período tínhamos
grandes compositores
como Ari Barroso, que
compôs jingles para
produtos como Urudonal:

“ Clima quente,
rim doente,
tome Urudonal e
viva contente”
Era a época dos grandes
programas radiofônicos. Em 1941
surgiram “Em busca da felicidade”
(que permaneceu no ar durante
dois anos) e o
programa jornalístico “Repórter
Esso” idealizado pela McCann-
Erickson.

O Repórter Esso só saiu do ar em


31 de dezembro de 1968.
Em 1942 começa a ser
comercializada no Brasil a Coca-
Cola, que investe em comunicação
de rádio, passando a divulgar o
slogan “A pausa que refresca”.

Dalva de Oliveira – Rainha do Rádio 1951


Nos anos seguintes foram lançados uma série
de jingles que marcaram época.
 Em 1950, o rádio começou a perder sua força: o país
ganha sua primeira imagem de televisão, com a
inauguração da TV Tupi, em São Paulo.
 No lugar do spot, o slide; no lugar do jingle, a garota
propaganda, o comercial ao vivo e mais tarde o comercial
perpetuado em vt.
Mesmo com este forte
concorrente, o rádio conseguiu
manter alguns anunciantes que
conseguiram grandes
resultados com suas peças,
como é o caso do refrigerante
Grapette:
“Quem bebe Grapette,
repete Grapette,
Grapette é gostoso demais “. Grapette
As radionovelas são
produzidas em grande
escala, produzidas com
o apoio de
patrocinadores de
renome.
Em 1958, uma
novidade, inaugura-
se em São Paulo a
rádio Eldorado, que
não aceita spots nem
jingles, apenas
textos para locução.

Propaganda Rádio Eldorado 1982


A década de setenta foi, sem dúvida alguma, a da Fm.

Música estrangeira, locutores


pouco convencionais. As
trilhas prontas invadem a
comunicação radiofônica.
Bons jingles continuam registrados no eco
da memória...

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