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HISTÓRIA DA MÍDIA

DESAFIOS DAS NOVAS MÍDIAS

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1. Entender como ficam a Liberdade de expressão e os mecanismos de controle da informação na internet.

2. Compreender uma nova dimensão política advinda com as novas tecnologias da informação e comunicação.

3. Analisar o futuro da comunicação de massa e da sociedade de consumo em face das novas mídias.

4. Identificar perspectivas para o futuro da comunicação entendendo alguns caminhos possíveis.

5. Conhecer mais algumas ferramentas das mídias digitais como o Youtube e seu papel na sociedade

contemporânea.

Produzido pela ARTIGO 19 Brasil, o vídeo mostra a liberdade de expressão como um direito humano

fundamental. Fonte: //www.youtube.com/watch?v=xeUQIPPAJl0

1 Introdução
As novas tecnologias nos convidam a repensar uma série de questões da história dos meios.

Temas como:
• Liberdade de expressão
• Democratização da informação
• Direitos do autor
• Política da comunicação
São passíveis de novas interpretações no que se convencionou chamar de pós-modernidade*.

* pós-modernidade: Embora esse termo seja visto ainda com certa ressalva por seu caráter fragmentário, sua

nova concepção dos sujeitos e da ciência são temas propícios para entrarmos em nossa última aula. Última, mas

não menos importante como nos diz a expressão inglesa "Last but not least").

Marshall McLuhan, que vez ou outra apareceu por aqui em nossa disciplina, com a expressão que dá

título a um livro seu “A galáxia de Gutenberg” se preocupou em estudar os efeitos dos meios.

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O conteúdo de um meio ou veículo seria outro meio ou veículo.

Uma genealogia das mídias é a proposta de McLuhan para entender que estávamos deixando essa galáxia para

embarcar em um outro espaço mais sensorial.

A história da mídia, na visão de McLuhan, deveria, não só levar em conta os efeitos dos meios, mas também as

mutações dos meios.

Essas e outras idéias serão certamente aprofundadas em outros momentos da sua trajetória no curso de

comunicação.

Por enquanto nos servem para pensar como o século XXI vê as mídias se entrelaçarem e os dilemas dos meios de

comunicação cederem lugar a novos e mais radicais problemas.

A internet democratiza a informação e sua radicalidade ao mesmo tempo choca e entretém.

Como observa Dizard no seu A nova mídia citando Ithiel de Sola:

“Os computadores ligados às redes serão as máquinas impressoras do século XXI”

”Eu sou contra Hadopi. Não há mais propriedade intelectual(...) Pra mim não há diferença entre imagens

anônimas de gatos pegas na internet e uma cena de John Ford"

Godard

Godard, cineasta que você conheceu em nossa aula 6, refere-se à lei Hadopi sobre o direito da criação do autor na

internet. Um dos maiores autores do cinema francês se colocando contra o direito autoral. Não é um fato curioso

na história das mídias?

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2 A política e as novas mídias (Liberdade e controle)
Não é só a transformação do mundo ou dos EUA em uma "sociedade sem papel" que está em jogo. É a

transformação de uma cultura.

Temas como liberdade e controle estão muito próximos na rede como talvez nunca estiveram.

A declaração de Godard nos coloca diante de um problema que não envolve só a criação artística, mas toda a

lógica do autor se refaz na internet. Textos sem autoria, atribuídos a outras pessoas. Imagens que circulam e

geram produtos audiovisuais diversos. Sites de empresas de comunicação em meio a um mar de blogs que se

prolifera.

Marco civil na internet: Por uma legislação garantindo direitos e deveres e não restringindo liberdades. Confira o

vídeo do Sociedade em rede.

Quanto a circulação de mercadorias na web, vejam por exemplo o que diz o pesquisador brasileiro

Henrique Antoun:

Uma visão que coloca nas mãos de qualquer um a possibilidade de escolha. Liberdade ao lado do fato de

qualquer um poder ser um real produtor de informação. E que ao mesmo tempo faz a política que regia as

antigas mídias se assustar.

Como nos lembra Orwell em 1984 que vez ou outra retorna em nossas aulas: “Liberdade é escravidão”.

Essa democratização (livre e escravizada dos novos meios) que permite o acesso de tudo e todos a tudo e a todos

tem alguns exemplos que tentaremos entender um pouco mais nessa aula.

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Na tira inspirada em 1984 de Orwell, “ Ignorância é força“ ”Liberdade é escravidão” e “Guerra é paz”

Não há como pensar os dilemas das novas mídias sem entender fenômenos como o Youtube. Para a história da

mídia, ferramentas como essa lançam importante luz para discutirmos a importância do arquivo e da memória

no contemporâneo.

Se o livro trouxe a ideia de individualidade, a internet e as novas mídias como um todo traz-nos a ideia

de volta o coletivo.

Entre flash mobs* e spoofs*, a história dos meios não é mais a mesma. Da linearidade passamos ao pensamento

complexo que as redes trazem.

Redes de neurônios conectados ou delirio tecnológico? Pergunta ainda sem muitas respostas.

Mas como diz uma recente propaganda de uma canal de televisão* (e claro todo o método cientifico) não são

as perguntas que nos movem?

* flash mobs: Instantâneas reuniões de pessoas em local público acentuadas pelos meios digitais. Exemplo: Flash

mob Black eyed peas.

* spoofs: Paródias de videos na Internet. Exemplo: Spoof de Kill Bdl i filme de Quentin Tarantino).

* recente propaganda de uma canal de televisão: Comercial do Futura "não são as respostas que movem o

mundio."

3 O futuro da comunicação em massa


A comunicação massiva direcionada a um público específico se vê em meio a novas contradições despertadas

pelos novos meios.

Surgem novos tipos de edições com fenômenos como o site que transforma a forma como consumimos imagens.

Surgem também novas editoras. O futuro da edição de livros é incerto. Vejam* o que dizia Dizard sobre isso.

*Vejam: As decisões que as editoras de livros têm de tomar diante das novas tecnologias assemelham-se às que

os administradores nos jornais e revistas e outras empresas de publicações enfrentam cada setor da indústria de

publicações contribui, com forças e vulnerabilidades especiais, para um novo ambiente de informação na qual a

grande invenção de Gutenberg será transformada nos próximos anos. (Dizard, A nova mídia, p.261).

Era de transformações e incertezas.

Era da informação que pode nos levar a uma outra postura diante do outro.

Desafio de todos e em especial dos profissionais de mídia.

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4 Rumos e dilemas profissionais
Força e vulnerabilidade diante das novas mídias, além de ponto de interrogação como nos lembram Burke e

Briggs na última linha de seu Uma história social da mídia:

“Há épocas em que o historiador da mídia sente que a melhor metáfora para usar em relação ao passado recente

é aquela da” mata”. A tecnologia muda tão rápido e se torna tão óbvia que a história mais ampla fica esquecida” (

Burke, Peter e Briggs, Asa. Uma história social da mídia p. 321).

“As mudanças não assinalam, contudo, o fim da imprensa” (Dizard, A nova mídia, p.231).

McLuhan:

As novas tecnologias trazem dilemas históricos e éticos.

Os profissionais da comunicação precisam estar atentos ao fato de que:

A história dos meios passa por significativas mudanças...

... os mercados se adaptam a elas de forma cada vez mais rápida.

O mundo do jornalismo informatizou rapidamente as redações e a publicidade lança mão cada vez mais da

internet para suas ações!

Os publicitários não estão apenas comprimindo seus gastos, estão aprimorando estratégias, e às custas da mídia

impressa (Id., Ibid., p.236).

Esse novo cenário das profissões da comunicação nos leva a todo tempo repensar a questão das

tecnologias*.

* Esse novo cenário das profissões da comunicação nos leva a todo tempo repensar a questão das tecnologias:

McLuhan polemizava em um curioso texto uma interessante questão: "O fim da ética do trabalho" está

diretamente relacionado com o fato de que, sob as condições eletrônicas de um novo ambiente de informações,

já não é possível cultivar um mero objetivo. Quando tudo acontece ao mesmo tempo, quando somos inundados

de informações que nos chegam diariamente de todos os cantos do globo ao mesmo tempo, não podemos fixar

uni objetivos distante e dizer: Vou avançar em direção a esse pontos". Esse ponto encontra-se em rápido

movimento, assim como nós, e muito antes de darmos um passo nessa direção tudo terá mudado" (In McLuhan

por McLuhan.Rio de Janeiro: Ediouro, 2005, p.225)

Agora impulsionados pelas tecnologias é mais do que isso...

O futuro da internet

http://www.youtube.com/watch?v=BnUhZ57fwbI

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5 Uma história do futuro
Tecnologia é para muitos a aplicação prática do conhecimento.

Analisando a junção de techné e logos encontramos respectivamente arte e razão.

Com as novas tecnologias, o artista se transforma em cada um de nós.

A história das mídias está aí para provar isso para gente.

Em tempos onde estética e ética se aliam, em que arte e política se mostram cada vez mais próximas, a internet

entra em sua versão 2.0.

A web 2.0 (alguns já falam até em uma terceira versão) que une serviços a colaboração, texto a imagem entre

homem e máquina.

Para encerrarmos nossa disciplina vamos retomar a discussão sobre Youtube:

O uso das imagens na rede mundial de computadores através de sítios como o Youtube resgata um universo

fecundo de possibilidades para a democracia, para uma nova intelectualidade, para uma nova relação entre

homem e meio, mediada pelas imagens; para um outro cidadão que agora prefere escolher que ser escolhido.

Questão de ficção científica? Não acreditamos de modo algum. [...]Uma vez mais com o amadurecimento de um

meio, a questão da memória parece entrar em cena com as imagens dos sites por aqui já mencionados. Debruçar-

se sobre essas imagens para compreender a memória, para além da idéia de banco de armazenamento, é refletir

que a memória que as imagens da rede fornece é uma memória sempre presente, que os meios de comunicação

de massa e a internet, até o surgimento de ferramentas como o Youtube, não possuíam de forma direta.

Esse desfecho poderia ser feito com qualquer outro site ou ferramenta da web. Mais ainda, com qualquer outra

mídia. Optamos pelo Youtube por estarmos conversando sobre ele na aula de hoje.

Optamos também por acreditarmos que o audiovisual hoje em dia encontra-se em um diálogo com a memória. Se

a história e a memória vivem uma nova relação nos dias de hoje, se “fala-se tanto de memória porque ela não

existe mais” (Nora, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. In Projeto História. V 10, 1993,

p. 7), a história da mídia entre em uma nova era.

Se a “história é a reconstrução sempre problemática e incompleta do que não existe mais. A memória é um

fenômeno sempre atual, um elo vivido no eterno presente” (id.,Ibid., p.9), as mídias digitais e, sobretudo, as

mídias audiovisuais são partes significativas desse elo. Quem sabe achamos o elo para nos entendermos.

O futuro da iternet

https://www.youtube.com/watch?v=f34oYgz6bGs&feature=related

Saiba mais
Releia o capítulo A última batalha de Gutenberg In Wilson Dizard Jr. A nova mídia

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Releia o capítulo A última batalha de Gutenberg In Wilson Dizard Jr. A nova mídia

Chegamos ao fim de nossa disciplina. Fim de muitos começos. Temos certeza que você deve ter se encantado por

essa história e sabemos também que muitas outras você vai conhecer a partir de então.

Obrigado!

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Identificou como as novas mídias redefinem a relação para com a comunicação de massa;
• Conheceu um pouco mais novas ferramentas decisivas para a história da mídia;
• Vislumbrou perspectivas para os profissionais de comunicação, lendo como a publicidade e a
propaganda e também o jornalismo se situam em face dos desafios das mídias novas digitais;
• Compreendeu como as novas tecnologias da informação se relacionam com questões políticas no
contemporâneo;
• Discutiu a questão da liberdade de expressão e da comunicação, além da democratização dos meios
promovida pela aula configuração da sociedade em rede.

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