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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

AULA 07 –
FILOSOFIA E
DESAFIOS
CONTEMPORÂNEOS

Caro estudante,

Neste módulo, você aprenderá como a filosofia pode ajudá-lo a entender


os problemas sociais de nosso tempo. Você se concentrará em duas
questões muito delicadas em nossas vidas diárias: o impacto da mídia digital
na sociedade e os dilemas éticos criados pelo desenvolvimento da tecnologia.
Essas duas questões estão relacionadas na medida em que, como
mostram Adorno e Horkheimer (1985) em “Dialética do Esclarecimento”, os
meios de comunicação são produto de uma sociedade que produz tecnologia no
interesse de expandir seu poder sobre a natureza e sobre as pessoas. Por um
lado, isso significa que podemos nos comunicar com mais rapidez e eficiência,
esse poder questiona nossa responsabilidade para com nossos semelhantes e
a natureza. Afinal, o clichê às vezes é verdade: com grandes poderes vêm
grandes responsabilidades.
A maioria das pessoas usa uma mídia poderosa, como a Internet, para
perseguir interesses pessoais específicos, sem necessariamente pensar em
suas implicações sociais mais amplas. Nesta aula, que se concentra em
questões de ética e tecnologia, você descobrirá como a filosofia de Platão
surgida no século IV a.C., já ponderou sobre esses problemas, tão antigos
quanto a própria humanidade.
 Descrever a influência das mídias digitais nas mobilizações sociais;
 Identificar a produção de fake news e sua disseminação digital sob a
perspectiva filosófica;
 Avaliar a adoção de posturas sustentáveis frente à aceleração do
desenvolvimento tecnológico.
Nesta aula, você vai conferir os contextos conceituais da psicologia entenderá
como ela alcançou o seu estatuto de cientificidade. Além disso, terá a oportunidade
Bons estudos!
de conhecer as três grandes doutrinas da psicologia, behaviorismo, psicanálise e
Gestalt, e as áreas de atuação do psicólogo.

 Compreender o conceito de psicologia


 Identificar as diferentes áreas de atuação da psicologia
 Conhecer as áreas de atuação do psicólogo.
7 A FILOSOFIA E AS MÍDIAS DIGITAIS

Quando a Internet se tornou popular na década de 1990, intelectuais de todo o


mundo lutaram intensamente para entender seu impacto social. Alguns otimistas
pensaram que ela ajudaria a tornar nossa sociedade mais democrática; outros, mais
realistas, chamaram a atenção para os problemas sociais que podem ser causados
pela facilidade com que as informações podem ser divulgadas de forma irresponsável
ou maliciosa. Mas esse debate entre otimistas e pessimistas não era totalmente novo.
Sempre que surge uma nova tecnologia, os filósofos se perguntam quais serão as
consequências.
No entanto, foi a filosofia e a sociologia do início do século XX que mais se
esforçaram para compreender as mudanças provocadas pelos avanços tecnológicos
nos meios de comunicação. Ficou claro para os estudiosos que o advento da mídia
de massa teria um impacto direto não apenas na vida cotidiana dos indivíduos, mas
também no destino político das nações. Entre as questões que levaram a questões
filosóficas sobre os meios de comunicação de massa, destaca-se o uso da
propaganda massificada por regimes autoritários (nazifascismo, estalinismo, Estado
Novo, etc.), a emergência da cultura de massa (cinema, rádio, televisão, publicidade,
etc.) e a influência da mídia na educação e comportamento dos cidadãos.
Como na maior parte dos casos de surgimento de novas tecnologias, a história
dos meios de comunicação de massa começa com boas intenções. Foi por volta de
1450 que Gutenberg inventou a prensa de tipos móveis. Com esse invento, tornou-se
possível imprimir milhares de cópias idênticas de panfletos e livros. Antes do final do
século XVI já havia, literalmente, milhões de livros impressos esparramados pelo
mundo ocidental. A partir daí, a comunicação escrita, por cartas, panfletos e livros,
tornou-se uma prática social bem estabelecida, mesmo já sendo usada há pelo menos
dois mil anos.
Antes de Gutenberg, a maioria dos livros era elaborado à mão. Portanto, era
necessário muito tempo e esforço para fazer cópias do mesmo texto, o acesso ao
conhecimento era limitado a uma pequena parte da população, especialmente clérigos
e nobres.
A possibilidade de produzir textos com mais rapidez e eficiência aumentou o
número de leitores e escritores. A demanda por entretenimento e informação deu
origem a uma nova indústria: editoras e jornais cresceram, escritores e jornalistas se
profissionalizaram e os periódicos, uma vez mensais ou semanais, tornaram-se
diários. Com isso, o interesse pela expansão do público consumidor de informação
acabou contribuindo com a consolidação de uma população letrada: saber ler e
escrever deixou de ser um privilégio, tornando-se um direito de todos. Assim foi se
consolidando o conjunto de meios de comunicação a que hoje chamamos de
“imprensa”, em referência à máquina inventada por Gutenberg.
No início do século XX, o rádio facilitou ainda mais o acesso à informação. Com
um simples aparelho na sala de estar, era possível ouvir direta e instantaneamente
em sua casa as palavras de ordem do líder de sua nação. Isso ainda tinha uma série
de vantagens sobre o texto impresso: o discurso oral não exigia que o público fosse
alfabetizado (o que significava que todos podiam ser informados sem exceção);
as ondas de rádio AM viajavam grandes distâncias muito rapidamente, levando
informações de um lugar para outro quase instantaneamente; em suma, todos podem
se informar simultaneamente, independentemente da defasagem característica do
jornal impresso (que só poderia ser comprado pela manhã).
Os mesmos benefícios se aplicam à televisão que, a partir da segunda metade
do século XX, fez parte integrante do cotidiano das pessoas, mantendo-se como um
dos principais meios de entretenimento do mundo. Em maior ou menor grau, o
desenvolvimento das tecnologias de comunicação tem buscado minimizar as
limitações físicas que o ser humano enfrenta, pelo simples fato de ser feito de carne
e osso. Ignorando as restrições de tempo, a informação é cada vez mais instantânea;
ignorando os limites do espaço, eles são cada vez mais onipresentes. Assim, nosso
poder sobre a natureza aumentou, pois a tecnologia nos permite realizar o que nosso
corpo não consegue sozinho.

7.1 Mídias digitais e mobilizações sociais

No topo desta cadeia tecnológica evolutiva está a Internet. Se antigamente


demorava semanas ou até meses para enviar uma carta para um local remoto, hoje
podemos falar com qualquer pessoa no mundo em tempo real, desde que tenhamos
acesso à rede por meio de um computador com microfone e câmera. E isso é apenas
uma pequena parte do que a Internet pode fazer, porque praticamente todas as
nossas formas de comunicação hoje dependem mais ou menos fortemente da mídia
digital.
Se, por um lado, as tecnologias estão empoderando a humanidade com
crescentes poderes de comunicação, por outro, nada garante que esse poder seja
bem utilizado. Desde o seu nascimento, os meios de comunicação de massa tiveram
um impacto direto nas mobilizações da sociedade — sabemos o quanto Hitler usou a
mídia para propaganda do regime nazista sob a liderança de seu ministro da
propaganda, Joseph Goebbels. No Brasil, Getúlio Vargas criou “Hora do Brasil” com
propósito semelhante e ajudou a manter a ditadura do Estado Novo por 15 anos.
O sucesso da propaganda nazifascista junto da população foi tal que os
primeiros especialistas no fenômeno criaram uma teoria “hipodérmica” da
comunicação, também conhecida por teoria da bala mágica, que emitia a hipótese de
um efeito quase hipnótico dos meios de comunicação sobre a população. Hoje,
sabemos que a mídia não tem esse poder absoluto sobre as ações dos indivíduos. No
entanto, também sabemos que seu poder de sugestão não é desprezível.
Com a consolidação da Internet como principal meio de comunicação no século
XXI, as mobilizações sociais adquiriram uma nova dimensão. O sociólogo francês
Pierre Levy, em seu livro Cibercultura (1999), acreditava que a grande vantagem da
Internet em relação ao passado era seu caráter interativo. Isso significa que a Internet
se diferencia das mídias dos séculos anteriores porque não assume um consumidor
passivo. Enquanto no modelo da imprensa, televisão e rádio, jornalistas e produtores
decidem sobre o conteúdo a ser veiculado, na Internet, cada consumidor também se
torna um possível produtor.
Qualquer pessoa pode publicar seus textos em um blog, escrever
comentários em uma notícia, compartilhar uma opinião no Facebook, publicar um
vídeo pessoal no YouTube. O otimismo de Levy (1999) o levou a dizer que isso
tornaria a sociedade mais democrática. A Internet, baseada em práticas de
trocas generosas e desinteressadas, encarnaria assim os próprios ideais da
Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.
Embora tenha havido experiências positivas em torno desse novo uso das
mídias digitais — como as revoltas no mundo árabe, que levaram à deposição de uma
ditadura —, nem todas as mobilizações sociais organizadas por meio digital têm
caráter democrático. Algumas, inclusive, têm um caráter bastante autoritário,
lembrando os tempos do nazifascismo — isto é, expressam o desrespeito à
diversidade e à livre discussão de ideias.

7.2 Fake news

O filósofo Marshall McLuhan (1974) previu em meados do século XX que os


avanços nas tecnologias de informação nos tornariam cidadãos de uma “aldeia
global”. A sua ideia era que todos os habitantes do mundo — agora capazes
de comunicar facilmente — partilhassem os seus costumes e ideias, como os
cidadãos de uma pequena aldeia. Hoje, depois que a Internet tornou realidade
a profecia de McLuhan (1974), vivemos em um mundo globalizado. Mesmo
morando em uma cidade pequena, longe dos grandes centros, nunca estamos
completamente isolados: nossas ações aqui impactam diretamente os habitantes de
lá.
O impacto na cultura foi gigantesco: não só os hábitos de pessoas de diferentes
países tornaram-se bastante semelhantes, mas também os seus gostos e ideias. Já
nem sabemos quantos de nossos hábitos cotidianos têm origem em lugares distantes.
Por exemplo, o simples gesto de cantar parabéns na frente de um bolo com algumas
velas acesas em um aniversário e depois apagá-las para fazer um desejo parece
natural no Brasil, mas, na verdade, é um costume nativo dos Estados Unidos, que já
faz parte do repertório cultural de vários países, inclusive do Oriente.
Neste sentido, uma das grandes preocupações da filosofia contemporânea tem
sido compreender como este processo de homogeneização cultural nos afetou. Hoje,
devido ao poder comunicativo das mídias digitais, a filosofia está cada vez mais
preocupada com os dilemas do livre fluxo de ideias. Se por um lado é desejável
defender o direito à liberdade de expressão conquistado pelo Iluminismo, por outro, a
produção desenfreada e irresponsável de conteúdo entrou em conflito direto com o
projeto de uma sociedade democrática.
Ainda não conseguimos encontrar um equilíbrio entre o global e o local, e
muitas vezes o mero desejo de expressar um sentimento ou uma ideia na mídia social
pode levar à violência, ao autoritarismo e à rejeição sistemática de opiniões
divergentes. Neste sentido, torna-se urgente a tarefa de questionar a nossa posição
enquanto divulgadores de informação. Se realmente queremos viver
harmoniosamente em sociedade, devemos refletir criticamente sobre nossa
responsabilidade como habitantes desta “aldeia global”.
Um dos fenômenos que mais conflita com os interesses das sociedades
democráticas é a disseminação de notícias falsas na Internet, conhecidas
mundialmente como fake news. Tais textos podem ser definidos como mensagens
feitas ou inventadas por pessoas que tenham interesse em sua divulgação. Esses
textos mantêm o formato visual e estrutura formal dos textos jornalísticos, mas não
são o produto de um processo jornalístico de apuração e verificação.
Antes da Internet, não havia tantos canais diferentes para encontrar
informações quanto hoje. As pessoas leem jornal, assistem televisão ou ouvem rádio;
nesses veículos, as informações foram produzidas por jornalistas treinados para
verificar a veracidade dos fatos. Os jornais impressos queriam vender informações
confiáveis e imparciais, da mesma forma que um lojista quer vender um produto de
qualidade para fidelizar clientes. Dessa forma, criou-se uma confiança muito grande
nos meios de comunicação de massa: algo era considerado verdadeiro se estivesse
publicado no jornal, e tudo o que estava no jornal podia ser considerado verdadeiro
— foi daí que surgiu a expressão “preto-no-branco”, que usamos até hoje para indicar
confiança e veracidade.
Na era da Internet, o monopólio dessas empresas de comunicação foi
desestabilizado. Com a capacidade de produzir informações mais baratas, surgiram
empresas que flexibilizaram os critérios de verificação das informações. A competição
entre os velhos meios de comunicação e a Internet levou à redução do investimento
na produção de notícias e com isso perdeu-se grande parte da credibilidade da
população.
Além disso, a facilidade e rapidez de acesso à informação fizeram com
que houvesse cada vez menos tempo para investigar um fato ou refletir sobre
um acontecimento. O critério jornalístico de que a melhor notícia é a mais imediata fez
com que os textos na Internet valorizassem mais a velocidade com que a informação
chega às pessoas do que a qualidade da apuração. Sua confiabilidade também é
menor.
Embora as notícias falsas tenham ganhado destaque hoje, elas não são
novidades na era da Internet. De fato, os historiadores da mídia sabem muito bem que
a maioria dos jornais nasceu em nome de interesses políticos muito específicos. O
próprio Platão disse na Grécia antiga que a mentira de um rei é útil desde que sirva
aos interesses da cidade. Foi apenas no final do século XIX que o critério da
objetividade apareceu no jornalismo, justamente para contrariar o excesso de notícias
falsas.
Quantas vezes você já se perguntou se a notícia é verdadeira antes de clicar
no botão de compartilhamento? Ou se a fonte é confiável? Ainda se o jornal
responsável pela notícia for uma empresa socialmente responsável? Poucos se
interessam por isso. O preocupante é que são essas notícias falsas, criadas por
pessoas com interesses éticos duvidosos, que alimentam o debate. Por isso, as fakes
news são um desafio para a filosofia contemporânea, especialmente a política e a
ética. Parece que vivemos em um mundo onde os critérios para o que é verdadeiro
ou falso estão mudando, e esse tem sido, de modo geral, o problema fundamental da
filosofia desde Platão.

7.3 Sustentabilidade e desenvolvimento tecnológico

Desde a primeira revolução industrial do século XVIII, o desenvolvimento


tecnológico acelerado e globalizado trouxe diversos problemas ao planeta.
Economicamente, o sistema capitalista de distribuição de riquezas intensificou as
desigualdades sociais, criando os problemas que hoje conhecemos na vida urbana.
No que diz respeito à cultura, a globalização acirrou os conflitos étnicos e raciais, que
levaram à perseguição de minorias em nome de um suposto projeto civilizatório.
O filósofo alemão Martin Heidegger (2001), em sua famosa palestra
sobre A questão da técnica, já na década de 1940, sublinhou os dilemas éticos que
cercam a forma predatória como o homem moderno se relaciona com a natureza.
Heidegger (2001) disse que o homem moderno, em sua soberba vontade de
poder, vê a natureza, não como sua “morada”, mas como algo a ser desafiado,
domado, possuído, esticado. Em vez de se considerar membro e parte da natureza, o
homem se colocou como adversário; enquanto a técnica dos antigos tentava extrair
o alimento do homem, a técnica moderna tenta acumular energia e poder.
Para explicar o seu raciocínio, Heidegger (2001) compara um moinho hidráulico
com uma hidrelétrica moderna. O moinho, para moer o grão, extrai as forças da água
sem modificar o curso do rio; a hidrelétrica, visando acumular energia e produzir mais
riquezas, destrói o meio ambiente, adaptando-o à vontade humana. Assim, Heidegger
(2001) afirma que, para o homem moderno, não é a hidrelétrica que está no rio, mas
o rio que está na hidrelétrica. O que isso significa? Tudo acontece, para nós, como se
fosse óbvio que o rio está ali para ser explorado. A tecnologia moderna vê a natureza,
simplesmente, como algo ao nosso serviço, à nossa disposição; escravizamos a
natureza, esquecendo que é graças a ela que somos livres.
O que parecia uma ideia inovadora na época de Heidegger (2001) tornou-se
um dos mais importantes debates do desenvolvimento tecnológico nas décadas de
1970 e 1980. Nessa época, o conceito de sustentabilidade começou a ganhar cada
vez mais importância. Você provavelmente já ouviu esse conceito antes. Ele aponta
para uma nova forma de o ser humano se relacionar com o meio ambiente, evitando
os erros do consumismo desenfreado dos séculos XIX e XX. Em 1987, o Relatório
Brundtland, também conhecido como Nosso Futuro Comum, apresentou ao mundo a
conclusão de que os atuais padrões de consumo são incompatíveis com a
preservação do meio ambiente. Nesse sentido, o documento define desenvolvimento
sustentável como o desenvolvimento que atende às necessidades de uma geração
sem colocar em risco as necessidades de outras.
Por causa dessa consideração, a maioria dos países hoje tenta conter o
aspecto predatório do desenvolvimento tecnológico. De fato, a ciência procura agora
soluções mais inteligentes para sustentar o nosso modo de vida sem afetar
negativamente o ambiente e mesmo o meio social. A procura de fontes de energia
renováveis foi uma das primeiras linhas deste debate. Considerando que grande parte
da energia consumida no mundo provém de combustíveis não renováveis (como o
petróleo), chegará um momento em que o atual modo de vida será impossível a menos
que a ciência encontre outras soluções.
Sustentabilidade não é apenas sobre o meio ambiente, no entanto, como a
maioria das pessoas pensa. A ação sustentável visa também um desenvolvimento
social e econômico mais igualitário que crie melhores condições de vida para as
gerações futuras, e isso implica pensar na saúde, segurança e educação dos que
ainda vão nascer.
Não basta salvar espécies ameaçadas, reduzir as emissões de dióxido de
carbono ou garantir que nossas fontes de energia não se esgotem: é preciso pensar
também nas interações humanas e nas instituições que criam o ambiente da vida
social. Trata-se de pensar em questões mais “humanas”, como a violência urbana, a
delinquência, os direitos humanos fundamentais, a igualdade social, as condições de
trabalho, a urbanização, a higiene, a vacinação… natureza e entre o homem e a
sociedade, gera um “habitat” ou um “ambiente”.
Heidegger (2001) lembra que os antigos gregos chamavam ethos “o hábito” de
alguém, seu modo de ser, de agir, de pensar, ou seja, de “habitar” o mundo. A palavra
ética, que deriva de ethos, é a parte da filosofia que reflete sobre as formas como
podemos habitar a Terra. Portanto, podemos dizer que um mundo sustentável é
também um mundo ético, e é por isso que a sustentabilidade é uma questão filosófica
tão urgente e deve ser levado à sala aula.
Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do
mundo, no tempo e no espaço, a escola deve fornecer a cada aluno, meios eficazes
para compreender os fenômenos naturais, as ações humanas e suas consequências
para si, para sua própria espécie, para outros seres vivos e o meio ambiente. É
importante que cada aluno desenvolva seu potencial e adote posturas pessoais e
comportamentos sociais construtivos para trabalhar juntos na construção de uma
sociedade socialmente justa em um ambiente saudável.
Com conteúdos ambientais permeando todas as disciplinas curriculares e
utilizando novas tecnologias contextualizadas com a realidade da comunidade, a
escola ajuda o aluno a perceber a correlação dos fatos e ter uma visão holística do
mundo em que vive.
Diante desse desenvolvimento tecnológico e educacional, não podemos ser
apenas espectadores, as possibilidades de uso do computador como ferramenta
educacional são crescentes e os limites dessa expansão são desconhecidos. No
entanto, quando se trata do uso da tecnologia da informação no estudo do
desenvolvimento sustentável, é preciso pensar mais sobre como os ambientes
informatizados são projetados e usados.
E, para Leff (2001) “o princípio de sustentabilidade surge no contexto da
globalização como a marca de um limite e o sinal que reorienta o processo civilizatório
da humanidade. A crise ambiental veio questionar a racionalidade e os paradigmas
teóricos que impulsionaram e legitimaram o crescimento econômico, negando a
natureza”.
A importância do assunto está diretamente relacionada ao entendimento atual
das questões educacionais, em geral, e, em particular, no que diz respeito ao processo
de aprendizagem relacionado ao uso de recursos de informação na educação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. A dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro:


Jorge Zahar, 1985.

HEIDEGGER, M. A questão da técnica. In: HEIDEGGER, M. Ensaios e


conferências. Petrópolis: Vozes, 2001. p. 11-38.

LEFF, Enrique. Trad. Lúcia Mathilde Endlich Orth. Saber ambiental -


Sustentabilidade, racionalidade, complexibilidade, poder. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

LEVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

McLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensão do homem. São Paulo:


Cultrix, 1974.

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