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O CRISTÃO E A CIBERCULTURA - AS REDES SOCIAIS

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O Cristão e a Cibercultura
As Redes Sociais
Parte 1/5
 
 
Ao falarmos de cultura de massa é impossível não tratarmos da convergência
das mídias, ou seja, de como elas se relacionam e interagem. Há quinze anos
não éramos tão dependentes do ciberespaço, essa necessidade cibercultural
desperta o interesse não só de teóricos da comunicação, mas, nos campos da
sociologia, psicologia, antropologia e porque não dizer que é de interesse da
teologia. Vivemos na era da explosão das redes sociais e do império
tecnológico, pesquisas apontam o aparelho celular como parte integrante da
vida humana, os smartphones são hoje como parte complementar do vestuário
de qualquer pessoa. A indústria tecnológica tem sido mais do que nunca
expoente da evolução cultural e econômica nas diversas camadas sociais.
Como diz Raquel Recuero em seu livro, Redes sociais na internet:
“A rede não conecta apenas computadores, mas, pessoas”.
Essa interação efetuada na rede tem promovido uma grande revolução tanto
na sociedade como na mídia. Protestos já foram realizados e organizados pelo
Facebook, como o Vem Pra Rua, manifestações sindicais e políticas também
têm sido evidentes na maior rede social do momento. Campanhas políticas
indiretamente vigoradas têm sido assessoradas nas redes sociais. Não
poderíamos deixar de mencionar o caso da mulher que foi linchada em praça
pública, uma inocente que foi vítima de uma divulgação errônea na rede. Há
empresas que já empregam gestores de mídias sociais em seu quadro de
funcionários, universidades que já oferecem cursos de pós-graduação em
gerenciamento de mídias digitais. Podemos perceber que a explosão
tecnológica e virtual tem sido cravada incondicionalmente em nosso dia a dia.
Pagamentos podem ser feitos pelo computador ou mesmo pelo celular, numa
simples transação online com um aplicativo baixado para o smartphone ou por
um site.

A Importância do Assunto
Estudar o ciberespaço nos proporcionará desenvolver um pensamento sobre os
padrões de conexões expressos na rede, nessa aldeia global que interage e
promove uma convergência, uma conectividade virtual. Existe uma
dependência midiática voltada para a internet e principalmente para as redes
sociais, isso é a promoção dessa familiarização e esquematização de uma
efervescência cultural, que não pode ser ignorada pelos cristãos. É necessário
que tenhamos um conhecimento basilar da importância social e psicológica
desse fenômeno do nosso tempo e espaço, porque a questão não se limita mais
a uma vida no âmbito físico, mas também no virtual. Dito isto, a reflexão será
embasada nos processos sociais e relacionais que as redes sociais têm
causado. Não iremos fazer uma análise matemática da rede, mas, tentar
desenvolver uma visão circunstancial do impacto no ser humano e em seu
habitat.

O Que é Cibercultura?
É basicamente todo conteúdo esboçado no ciberespaço, na internet, a
quantidade de informações que está na web. Esse desenvolvimento
cibercultural tem sido crescente desde o surgimento da internet e dos sites de
busca, principalmente o Google que proporcionou uma gama de
possibilidades. Esse acesso ao acervo cultural proporcionou um avanço no
campo do conhecimento dos mais diversos setores. Ao analisarmos o avanço
das redes sociais que hoje estão intimamente ligadas ao setor empresarial,
social, político, econômico, religioso, cientifico e educacional, observamos
que as redes de relacionamentos também proporcionaram uma elevação
considerável ao acesso a informação e difusão de ideias. Muitos achavam que
as redes sociais e a internet em geral iriam proporcionar uma baixa no
comércio livreiro, por exemplo, isso não ocorreu, pelo contrário, trouxe um
crescimento e expansão ao mercado de livros impressos; nem mesmo a venda
de E-books impediu a oferta e a demanda de livros convencionais. Muitos
teorizavam que as mídias como jornal e revista, televisão e rádio iriam morrer
com a ascensão da internet, o que também não ocorreu. De fato o que tem
ocorrido no campo da comunicação foi uma convergência midiática. Todo
grande veículo de comunicação brasileiro tem seu conteúdo virtual e físico e
em muitos casos só o virtual como é o caso do Jornal do Brasil que parou de
ser impresso. Isso abre um leque para a atualização imediata de notícias,
proporcionando imediatismo ao trabalho dos meios de comunicação que
publicavam diariamente e periodicamente.

O Ciberespaço e os Evangélicos
É inegável a forte presença dos evangélicos no ciberespaço, as páginas do
Facebook e a blogsfera estão repletas de conteúdo cristão evangélico, que
nunca tiveram tanto espaço na mídia como tem na internet. No Brasil temos
cerca de 76 milhões de usuários do Facebook, e somos o segundo país que
mais têm usuários da rede social, ficando atrás somente dos Estados Unidos,
segundo pesquisa do site "Social Bakers" divulgada em 2013. Embora acredite
que em um tempo não muito distante de nós essa liberdade de expressão irá
sofrer restrições, a exemplo disso, temos entrando em vigor o marco civil para
a internet que pode ser apenas um trampolim para uma futura repressão
ideológica no Brasil. Segundo uma breve observação, identificamos milhões
de páginas cristãs protestantes no facebook, divulgando conteúdo evangélico.
Essa liberdade de mobilizar a informação de conteúdo cristão tem sido
benéfico à igreja, e enquanto isso nos é permitido, a igreja brasileira já sofre
perseguição ideológica com o conteúdo de grandes conglomerados midiáticos
- ligados ao interesse de partidos políticos - que desejam visivelmente ter o
domínio total da informação e sua veiculação no Brasil.
O Facebook e a Integração Social
Outro fator elementar ao analisarmos os fatores ciberculturais e ciberespaciais
são os atores da rede. Por atores, entendemos aquelas pessoas que participam
e proporcionam a identidade da rede social. Atendo-nos ao Facebook
podemos pontuar inicialmente algumas questões importantes.

A Interação Cultural
Não podemos ignorar o fato de uma interação entre os participantes da rede,
que literalmente se transformou em uma mídia fortíssima. O Facebook
proporciona aos seus atores informações dos mais variados calibres: política,
artes, música, educação, religião. Isso notadamente inseriu muitas pessoas
num contexto de cultura que não seria possível sem a interação com a rede.

A Caracterização
Semelhante a um espetáculo teatral a caracterização na rede é um fenômeno
curioso e digno de análise e profundos estudos nos mais diversos campos
científicos. Pessoas tem o poder de se transformarem em quem quiserem na
rede, podem ser mais amáveis do que são comumente, podem ser mais
sensuais do que são na vida pública, podem ser mais espirituais do que são
normalmente, essa forma de viver no mundo virtual tem sido um fator
destacado desde as salas de bate papo.
A Questão Fotográfica
Em nenhum período fomos tão ligados à fotografia, essa nova febre de uma
geração fotográfica tem levantado algumas questões interessantes. Um
exemplo disso é a tecnologia empregada nos telefones para fotografar, um alto
grau de resolução de imagens e muitos filmam em HD e tantas outras
tecnologias de ponta vão surgindo e dando novas possibilidades imagéticas.
Alguns jornais no Brasil já têm desfrutado dessa tecnologia nos aparelhos. A
utilização do WhatsApp por parte de alguns jornais online também é
interessante, os leitores tem o WhatsApp do jornal e quando ocorre qualquer
fator noticiável nas ruas fotografam e mandam para o jornal, esse imediatismo
da notícia na internet é forte, ou seja, o fotógrafo não precisa mais sair da
redação do jornal para registrar as imagens, isso é feito pelos leitores, esse
trabalho é mais rápido e mais barato. A questão fotográfica também tem sido
espelho moral na rede, a pressão midiática que impõe um padrão feminino à
sociedade tem tomado grandes proporções na rede social, a mulher tem que
ser sensual, fazer biquinhos e tirar fotos sensuais e libidinosas para chamar a
atenção de homens e mulheres. Na realidade, essa explosão sensual no
Facebook não é demérito de nossa geração, é apenas a manifestação da
depravação humana (Romanos cap.1).

A Sociabilidade
Vale destacarmos também a questão sociológica das redes com ênfase no
Facebook. Comunidades, grupos, fanpages e muitos outros recursos que a
rede oferece promovem uma sociabilização, isso é positivo no sentido de
interação e integração social, a diminuição da marginalização de classes
inferiores financeiramente. Pessoas de todas as raças, nações, sexo, nível
social ou acadêmico podem curtir uma página e se relacionar com as
informações ali contidas, interagindo com pessoas que também gostam de
determinado tema.

Em Primeiro Plano
Nesse primeiro momento trabalhamos por uma ótica mais positiva, com
respeito ao crescimento e a implantada necessidade das redes sociais na
vivência de comunidades que não são somente materiais geograficamente
falando, mas também existe uma geografia virtual. Devemos uma
antropologia que deve examinar também o ciberespaço e suas relações
convergentes, que deve analisar seus méritos e deméritos. Não é somente uma
questão de ótica religiosa, mas uma reflexão e análise de fatores relacionais e
sociais que envolvem o crescimento da cibercultura. No próximo artigo
analisaremos as questões morais que envolvem as redes sociais e a internet,
um apanhado jornalístico e teológico da questão ética no ciberespaço.

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