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1-9)
INTRODUÇÃO
Durante algum tempo da História Cristã, um mal entendido sobre Deus foi
semeado na Teologia Cristã, o que resultou numa divisão de Deus em duas imagens
contrastantes: um Deus mau, severo e intolerante que pune furiosamente, tão
imediatamente quando o pecado se manifesta aos seus olhos. É um Deus vingativo
que suprime seu amor para nos destruir (esse quadro faz referência ao Antigo
Testamento). E segundo, um Deus bom, que foi apaziguado pelo Filho na sua morte
em lugar dos pecadores. Esse sacrifício foi o único poder que refreou as suas fortes
mãos e tirou delas o cálice do seu furor inflamado contra os pecadores, concedendo
misericórdia e estendendo sua paciência no trato com o pecado (esse quadro faz
referência ao Novo Testamento).
No texto que acabamos de ler, Deus faz um convite ao povo para que bus-+0
que a Sua face e clame ao Seu Nome, o Nome da aliança, pelo que Ele se
dispõe a responder ao povo e mostrar-lhes coisas grandes e insondáveis ou difíceis
sobre o seu futuro, que nós dividimos alguns argumentos:
I. A SEVERIDADE DE DEUS CONTRA O SEU POVO
Mas passado algum tempo, ele se mostrou infiel ao seu compromisso à aliança.
A acusação mais importante é que o povo rejeitara a Deus e adorara a ídolos. Em
sua rebelião ele rejeitou deliberada e voluntariamente o amor da aliança com suas
prostituições. Eles substituíram Deus e sua adoração exclusiva com os ídolos, o que
era uma violação intencional da aliança. De tão loucos se haviam tornado em adorar
estas coisas que de modo nenhum eram deus, o povo endureceu seu coração e fez
ouvidos surdos aos constantes apelos e acusações de Deus através dos profetas.
Essa cegueira espiritual, deu frutos à frieza do coração para o amor ao próximo,
ninguém se importava com a causa dos mais vulneráveis, as injustiças haviam
crescido demais. Os poderosos usavam todos os meios a seu favor para se
tornarem cada vez mais poderosos, enquanto os fracos desfaleciam em sua
fraqueza e opressão.
Todo esse mal crescia em categorias (espiritual, moral, político, cultural e social),
e também em escala crescente (gênero, faixa etária, classes sociais), mas nada
disso se compara à corrupção interior do coração humano, pois é enganoso e
desesperadamente mau desde a meninice. O coração do povo era tão doente que
não havia cura para as suas feridas, nem remédio para as suas chagas. A sua
impiedade manifesta não apenas sua natureza pecaminosa, mas também sua
incapacidade humana de por si mesmo mudar a si próprio, tal como se ouve nessas
palavras: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas?
Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal” (Jr. 13.23). A
grandeza da sua maldade e da multidão dos seus pecados tinham alcançado seu
limite. A grande questão é: O que Deus fará diante de tudo isso? Passará por cima,
fechará seus olhos ignorando tais ofensas? Ou dará a resposta devida ao pecado?
Nestas frases “feridos por minha ira e meu furor” e “escondi o meu rosto”,
encontramos o primeiro acto de Deus contra o seu povo: ele castigaria com furor
inflamado o seu povo. Nada nem ninguém faria Deus mudar o que Ele já havia
determinado fazer contra o seu povo, nem mesmo Samuel e Moisés, ou Noé, Daniel
e Jó. Uma vez que o povo de Israel havia provocado o Senhor à ira com deuses
estranhos, e o irritado com abominações, a reação inevitável da natureza perfeita de
Deus ao mal é punição. Com essas frases, o profeta desejava exprimir que havia
dentro de Deus “uma intolerância santa para com a idolatria, a imoralidade e a
injustiça. Onde quer que essas ocorrem, agem como estímulos ao
desencadeamento de sua resposta de ira ou indignação”. Ele jamais é provocado
sem motivo, “feridos por minha ira ... por causa da sua maldade”. “O mal e somente
o mal o provoca, e deve ser assim necessariamente, visto que Deus deve ser Deus
(e proceder como Deus). Se o mal não o provocasse à ira ele perderia nosso
respeito, pois já não seria Deus”.
Deus já não mais olharia com misericórdia o seu povo, ele removeria o seu braço
do seu povo, removendo consigo todo o bem que lhe desejava fazer, tudo o que
tornava a vida digna de ser vivida. Deus demonstraria ao povo que suas acusações
não passavam de um mero espantalho, de uma retórica com argumentos vazios,
mas que Ele tinha poder para realizar tudo o que havia predito por meio dos
profetas: o povo sofreria nas mãos de um povo ímpio, seria levado ao cativeiro o que
colocaria em risco sua nacionalidade vivendo em escravidão, eles sofreriam
gravemente pela fome que comeriam seus próprios filhos como alimento, o Templo
e os palácios reais com toda a sua glória e riqueza seriam reduzidos a pó, homens,
mulheres e crianças de todo gênero morreriam terrivelmente pela espada, os muros
da cidade seriam destruídos expondo ao perigo e vergonha aqueles que não fossem
ao cativeiro.
Por um pecado Moisés foi impedido de entrar em Canaã, Miriã foi castigada com
lepra por ciúme e insubordinação à liderança de seu irmão, Davi foi severamente
punido quando adulterou com Bateseba, o bebé morreu, Amnom, o herdeiro do
trono, foi assassinado pelo seu irmão, Absalão foi morto e Adonias executado (seus
próprios filhos lhe causaram tristeza e conflitos internos de estupro, incesto público,
atentado ao poder e morte, tudo isso, despedaçou sua família); o povo de Israel que
voltou do cativeiro, gerações mais adiante sofria nas mãos do Império Romano com
os altos impostos e a mistura cultural, o Senhor Jesus Cristo sofreu no Jardim do
Getsêmani com apenas a visão do furor de Deus que seria derramado sobre si que
fê-lo suar e sangrar, e na cruz o furor inflamado de Deus derramado contra o pecado
que o Senhor Jesus carregava e o abandono do Pai ao Filho, que removeu todo o
bem naquelas três horas de trevas foi a única coisa que fez aquele santo homem
entrar em tremenda agonia na alma expresso pelo seu triste e profundo sofrer:
“Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste”, ou melhor, por que escondeste o
teu rosto de mim? Ananias e Safira foram castigados de imediato por terem mentido
o que levou à morte, e por fim, encontramos as advertências às sete igrejas da Ásia
Menor que por frieza espiritual (amor a Deus e ao próximo), idolatria e imoralidade
sexual, tolerância aos falsos ensinos e à sensualidade, formalidade religiosa
(cristianismo nominal) e indiferença (acomodação espiritual), e hoje sabemos que
por não obedecerem aos conselhos de Deus foram removidas de seu lugar – não
mais existem, ficaram na história. Deus vomitou essas congregações por não
levarem a sério o pecado, e não defenderem seu ódio e punição merecida ao
pecado.
Nós, a igreja da Sr. do Monte, não estamos isentos desse quadro dos juízos de
Deus, porque o pecado é o mesmo, terrivelmente maligno, e Deus é o mesmo,
Santo e Irado: Ele continua punindo o pecado hoje. Se não velarmos a viver de
acordo à aliança com Deus, “Santidade ao Senhor”, dando-lhe adoração exclusiva
como Único Deus verdadeiro, em sinceridade interior, lealdade e obediência não
haverá escape para a punição nem esperança para a bênção. Pastores, velem pelo
povo de Deus, ensinando a verdade, examinando os seus caminhos e conduzindo-
os pelo exemplo no caminho da santidade e relacionamento íntimo e pessoal com
seu Senhor.
Aos Santos no Senhor, não desprezem a ardem ira de Deus, seu declarado ódio
ao pecado e sua determinação santa e justa de puni-lo tal como merece. Não
troquem seu Deus, por falsas religiões, não sacrifiquem seus filhos para
enriquecerem ou agradarem qualquer um que seja, não descaiam da graça para se
perderem loucamente na imoralidade sexual, muito mais do que vir à igreja,
considerem por alta reverência a presença do Deus santo que aqui está, mais do
que tomar os emblemas considerem o significado e a responsabilidade que a cruz
traz sobre nós. Fujamos de toda tentação de sermos parecidos com o mundo à
nossa volta, não troquemos o privilégio de sermos o povo escolhido de Deus, com o
molho de lentilhas que o mundo nos oferece hoje. Acima de tudo, não tomemos a
grandeza e a multidão dos privilégios que a cruz comprou e nos oferece de graça
como desculpa para o pecado, porque todos eles testificam contra nós, nas palavras
de Jesus: “Quem muito lhe foi dado muito lhe será cobra, mas ao que muito lhe foi
confiado, muito mais se lhe pedirá”. Antes, “retenhamos a graça, pela qual sirvamos
a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é
fogo consumidor” (Hb 12.28-29).
Se a ira de Deus já nos está quebrando por dentro, creio firmemente que a
bondade o fará ainda mais. Falar da santidade de Deus e do seu juízo nos dará
muito mais que falar do seu amor, e muito mais nos maravilharemos ao
contemplarmos lado a lado a severidade e a bondade de Deus como suas
perfeições.
O povo declaradamente, havia traído Deus e desfeito a aliança com Ele. O povo
provou ser inclinado para o mal e não estava disposto a mudar de direção. Eles se
opuseram fortemente contra Deus, estavam tão incapacitados de por si mesmos
fazerem novas as coisas. É justamente, nesta direção contrária a Deus que o povo
estava seguindo que Deus diz: “eis que lhes trarei saúde e cura e os sararei”.
Nessa aliança eterna que Deus firmaria com o povo, eles teriam uma comunhão
íntima e pessoal com Deus individualmente, tal como Deus declara” “serei o seu
Deus, e eles serão o meu povo”. O pertenceria somente a Deus e Deus
pertenceria igualmente ao povo. Nesta comunhão, Deus se comprometia a nunca
deixar de lhes fazer bem. Ele velaria pela causa do povo totalmente, ele se
preocuparia com cada detalhe da história do povo. O povo, por outro lado,
encontraria satisfação plena em Deus, não mais trocariam a Deus com qualquer
coisa, nem devotariam seu amor a estranhos. Eles dependeriam de Deus em tudo e
para tudo, em Deus teriam a sua glória, não mais sua sabedoria, força ou riqueza.
Maravilha das maravilhas, é que Deus se permitiria ser conhecido pelo povo