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EEEFM “ATÍLIO VIVÁCQUA”

ALUNO:

SÉRIE/TURMA: 1ª SÉRIE TURNO: MATUTINO PERÍODO: 21/06 a 30/06/2021

COMPONENTE CURRICULAR Projeto de Vida

PROFESSOR Natália Potratz Schulz Jacob

CONTEÚDO E A CONVERSA COMEÇA... OU A ARTE DE DIALOGAR.

Observações:
 Qualquer dúvida entrar em contato com a professora Natália, pelo número: 995022412.
 Responder as atividades no caderno referente a disciplina de Projeto de Vida.

Aula 01
 Aula expositiva e dialogada com leitura de textos e resolução de atividades sobre a importância de
dialogar e o diálogo virtual.

Leia atenciosamente os textos abaixo e depois faça o que se pede:


O sentido de dialogar
Uma das principais constatações, ao tratarmos dos problemas concernentes à banalização dos valores, é a banalização
da palavra. Desde o seu uso irresponsável até o esvaziamento dos seus significados. Mas um grupo social, qualquer que
seja ele, só chega a esse estado de coisas através de uma outra prática banal: o esvaziamento do vínculo entre pessoas
– vínculo que também se expressa na qualidade de seus diálogos.
Em qualquer lugar onde o vínculo humano perdeu a importância, as pessoas se encontram, mas não dialogam, mesmo
que falem sem parar: uma anseia pelo calar do outro para chegar à sua vez de falar. Os encontros se tornam, então,
previsíveis e automáticos, sem nenhuma criatividade. Perde-se a maior graça do encontro: o seu ineditismo; a
possibilidade de criar, juntos, novos sentidos, outros significados para o que se vive e para a experiência de mundo. E é
justamente esse ineditismo a natureza do diálogo.
Dialogar não é simplesmente falar. É também ouvir. E silenciar. Pois é no silêncio que ponderamos, “esperamos o terceiro
pensamento”, como escreveu Guimarães Rosa. “Mesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos”, disse Carlos
Drummond de Andrade. Não dialogamos para reforçar o que “já sabemos”, mas para construir novos significados. É uma
forma de se relacionar, de criar com o outro.
O barulho e o bulício cotidianos, principalmente nas grandes cidades, mas não apenas nelas, são em parte fruto do
alcance global dos meios de comunicação de massa. O apelo incessante para sempre estarmos “ocupados”, “fazendo
algo”; as informações prontas, efêmeras e velozes nas timelines das mídias sociais; o apelo incessante para que
opinemos sobre tudo, mesmo desconhecendo o assunto em pauta... São muitas as formas que, disfarçadas de
comunicação, nos distanciam do diálogo. Assim, quanto mais nos “comunicamos”, menos criamos novos significados.
Como observou o pensador francês Gilles Deleuze, na falta do que dizer, só resta “um incessante tagarelar”.
No mundo do automatismo desenfreado do “tagarelar”, desconhecemos a potência da nossa própria fala, de tanto a
lançarmos no vazio. E desconhecemos a potência do outro, pois não sabemos escutá-lo. O dizer se torna, assim, inútil, e
as palavras perdem a força, isto é, a potência de significar.

ATIVIDADE 01
Um dos posicionamentos mais desastrosos para o cultivo do diálogo em mídias sociais é a mistura constante da vida
pública com a vida privada. Desde as confissões dos afetos mais íntimos à publicação de fotos tiradas em momentos
reservados da vida pessoal. Mas um tipo de postagem que desperta imediatamente desconfiança e constrangimento é
aquele que, por não conter um destinatário explícito, nem especificar o contexto em que foi enviado, pode gerar uma série
de mal-entendidos. Qualquer pessoa pode se identificar com a mensagem e pensar que é com ela, ou dela, que estão
falando. Dado o mal-estar que costumam gerar, as mensagens indiretas dizem mais sobre quem as escreveu e não sobre
a quem foram endereçadas.
Você certamente já presenciou situações em que as pessoas “jogam indiretas” para as outras nas redes sociais. Reflita
sobre essa curiosa forma de se comunicar, a partir das frases destacadas abaixo. Levante hipóteses sobre os possíveis
significados; você perceberá que a frase tem mais de um sentido – provavelmente vários.
Dizeres, típicos das mídias sociais:
01: Tem gente que se acha #aff
02: Gente que posta “fotinha” fazendo biquinho pro espelho #VocêEstáFazendoIssoErrado
03: Inveja mata, viu! #BeijinhoNoOmbro
04: Eu vou cuidar da minha saúde, porque da minha vida já tem quem cuide #AinvejaTemFacebook
05: A fila anda, tá? #SouMaisEu
06: Gente que não sabe nem escrever direito #AgenteVêPorAqui

Após a análise das frases, responda:


• Em quais tipos de contexto as frases poderiam ter sido escritas?
• A quem ela se destinaria? Ou seja: para quem “a carapuça poderia servir”?

• Quais as possíveis intrigas e picuinhas que estariam por trás de tudo isso?

Aula 02
 Aula expositiva e dialogada sobre a definição e o uso dos Hashtag nas redes sociais, seguido de
atividades.

Informação adicional...
Hashtag, termo utilizado inicialmente por usuários do Twitter e, mais recentemente, pelo Facebook, Instagram e Google+,
é um recurso que possibilita a pesquisa em mídias sociais através de palavras-chave. O diferencial está no uso de #, que
transforma as palavras-chave em hiperlink, possibilitando que, ao serem clicadas, apareça na tela todos os assuntos
relacionados a essas palavras.
Apesar de ser um recurso útil para pesquisa de assuntos afins, muitos usuários utilizam hashtags apenas com a finalidade
de enfatizar aquilo que estão dizendo.
as regras de convivência e diálogo em redes online são as mesmas que regem as relações sociais. Contudo, por não
estarem em contato presencial, as pessoas tendem a se sentir mais à vontade para comportamentos mal-educados
Por fim, observe que as nossas interações online delineiam, post por post, o nosso perfil público, e revelam muito da
nossa capacidade de dialogar. Além disso, o conteúdo que disponibilizamos em redes virtuais nunca são totalmente
deletados, e qualquer pessoa pode copiar (“printar”) nossas publicações e utilizá-las contra nós, inclusive nas relações de
trabalho.

ATIVIDADE 02
A partir das discussões, responda às questões abaixo.
01-Quando surge algum conflito entre você e alguém da sua rede social, como você procura resolver a situação?
Exemplifique.

02-Você costuma tomar cuidado ao dialogar publicamente, seja em fóruns online ou na “vida real”? Cite alguns exemplos.

Aula 03
 Leitura e interpretação da crônica: Recado ao senhor 903, de Rubem Braga, retratando as relações de
vizinhança atualmente, seguido de atividades.

ATIVIDADE 03
Recado ao senhor 903
Vizinho –
Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o
senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-
noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O
regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor teria ainda ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia
inteiro tem direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou
melhor: é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu,
ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito a Leste
pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 –
que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum
ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da
lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul.
Prometo. Quem vier à minha casa (perdão, ao meu número) será convidado a se retirar às 21:45, e explicarei: o 903
precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde
ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um
número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas –
e prometo silêncio.
Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse:
“Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou.” E o outro respondesse: “Entra, vizinho, e come
de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e a cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é
bela”.
E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para
agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os
humanos, e o amor e a paz.

A crônica “Recado ao Senhor 903”, de Rubem Braga, suscita questões importantes relacionadas ao diálogo, por diversas
razões. Sabendo disso responda:
01-O conflito típico entre vizinhos que habitam o mesmo prédio é relatado pela perspectiva do vizinho que incomoda, não
pela perspectiva do vizinho que é incomodado? Justifique.

02-Sendo o narrador o vizinho que incomoda, ele civilizadamente reconhece o seu erro, ainda que, de forma hilária e
irônica, se “identifica” como um mero número e atribui a mesma situação ao vizinho ao qual se dirige, enaltecendo assim a
impessoalidade absurda entre duas pessoas que dividem o mesmo espaço e não se conhecem. Quais atitudes poderiam
mudar essa situação?

03-Já nos dois últimos parágrafos, o narrador devaneia sobre uma relação ideal entre ele e o vizinho, onde as atitudes que
desencadearam o conflito não fossem mais que um pretexto para a boa convivência, fraternal e repleta de hospitalidade.
Você concorda com essa interpretação?

Aula 04
 Leitura orientada da pesquisa: Redes sociais podem acabar com amizades reais, BELINDA GOLDSMITH –
Reuters, seguido de atividades.

ATIVIDADE 04
Redes sociais podem acabar com amizades reais, diz pesquisa
BELINDA GOLDSMITH - Reuters
Desrespeito e insultos online estão acabando com amizades, à medida que as pessoas estão ficando mais rudes nas
mídias sociais, revelou uma pesquisa nesta quarta-feira, que também mostrou que dois em cada cinco usuários cortaram
relações após uma briga virtual.
Assim como o uso das mídias sociais cresceu, a falta de civilidade também aumentou, com 78 por cento de 2.698 pessoas
entrevistadas tendo relatado um aumento das grosserias na Internet. As pessoas não hesitam em ser menos educadas
online do que ao vivo, segundo o levantamento.
Uma em cada cinco pessoas reduziu seu contato pessoal com alguém que conhece na vida real depois de uma briga pela
Internet.
Joseph Grenny, co-presidente da empresa de treinamento corporativo VitalSmarts, que conduziu a pesquisa, disse que as
brigas online muitas vezes se tornam brigas na vida real, com 19 por cento das pessoas bloqueando ou cancelando
amizades com alguém por causa de uma discussão virtual.
"O mundo mudou e uma parte importante das relações acontece online, mas os modos ainda não acompanharam a
tecnologia", disse Grenny à Reuters, no lançamento da pesquisa, conduzida ao longo de três semanas em fevereiro.
"O que é realmente surpreendente é que muitas pessoas desaprovam esse comportamento, mas as pessoas ainda estão
fazendo isso. Por que você xingaria online, mas nunca na cara da pessoa?"
Dados do Pew Research Center mostram que 67 por cento dos adultos conectados à Internet nos Estados Unidos usam
sites de redes sociais, dos quais o Facebook é o mais popular, enquanto os últimos números mostram que mais da
metade da população britânica tem conta no Facebook.
A pesquisa acontece após uma série de desentendimentos pela Internet envolvendo personalidades, que atraíram grande
atenção da mídia.
O jogador de futebol britânico Joey Barton, do Olympique de Marseille, foi convocado pelo comitê de ética da federação
francesa após chamar o zagueiro brasileiro Thiago Silva, do Paris St Germain, de "travesti acima do peso" no Twitter.
O boxeador Curtis Woodhouse foi amplamente elogiado após ter rastreado uma pessoa no Twitter que o chamou de
"desgraça completa" e uma “piada” após uma derrota, indo até a casa do autor das críticas para cobrar um pedido de
desculpas.
Grenny disse que os entrevistados tinham suas próprias histórias, como uma família que não se fala há dois anos porque
um homem publicou na Internet uma foto embaraçosa de sua irmã e recusou-se a removê-la. Em vez disso, espalhou a
foto para todos os seus contatos.
As tensões nos locais de trabalho também foram transferidas para conversas através da Internet, nas quais funcionários
falam de forma negativa de um companheiro.
"As pessoas parecem ser conscientes de que este tipo de conversa importante não deve acontecer nas mídias sociais,
mas, apesar disso, também parecem ter o impulso de resolver as emoções de forma imediata e através deste tipo de
canal", disse Grenny.
Responda:
01- Você já passou por alguma situação parecida com as descrita no texto? Em que foi insultado ou insultou alguém?

02- Se sim, o que fez para resolver a questão?

03- Na sua opinião, quais seriam as possíveis atitudes e ações para que essas situações não ocorressem?

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