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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI – UFSJ

Rodolfo Rodrigues Machado

Ideologia e Cinema Marginal: Análise de narrativas e representações em filmes


durante a ditadura militar

São João Del-Rei


2018
Rodolfo Rodrigues Machado

Ideologia e Cinema Marginal: Análise de narrativas e representações em filmes


durante a ditadura militar

Projeto de pesquisa apresentado como pré-requisito


para conclusão da disciplina de Metodologia da
Redação de Trabalhos Científicos oferecida no 2º
semestre de 2018 do curso de psicologia noturno da
Universidade Federal de São João del-Rei.
Prof. Dr. Isabela Saraiva de Queiróz

São João Del-Rei


2018
Sumário
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................04
3 OBJETIVOS..........................................................................................................................08
4 METODOLOGIA..................................................................................................................09
5 PLANO DE TRABALHO.....................................................................................................10
6 CRONOGRAMA..................................................................................................................10
REFERÊNCIAS......................................................................................................................11
1. Introdução
O cinema apresenta-se como produtor de discursos sobre os mais variados temas. É
um meio de comunicação no qual se fazem presentes diversos tipos de representações.
Constitui-se como um campo de debates onde podem ser apresentadas diferentes posições
ideológicas. Ainda que tratado como um produto com o fim determinado no entretenimento,
as narrativas e os signos presentes nos filmes carregam consigo significações de acordo com o
contexto social de sua produção. Xavier (2017) expõe o discurso cinematográfico como uma
composição visual quadros que procure formas apropriadas para fornecer a analogia mais
adequada entre os elementos ao nível de uma determinada significação. Os discursos podem
ser entendidos como emergências sócio históricas advindas de certas condições de produção
que possibilitam certos sujeitos a emitirem determinados enunciados. O produto de uma época
carrega as marcas de seu tempo, seja seguindo tendências estéticas e de abordagem temática
ou as questionando-as e as subvertendo. O filme, como uma prática social, enquanto narrativa
e discurso, é o suporte dos discursos que pretendemos analisar nesse projeto.

Como retrata Bernadet (2009) e Xavier (2017), o cinema nacional, durante um longo
período de tempo e desde seu início, excluiu temáticas associadas a questões sociais, à
representação de minorias, à população operária, e a qualquer prática cultural que não
pertencesse à burguesia brasileira. Alguns poucos filmes, quando procuram retratar em suas
narrativas conflitos sociais existentes, como em Luzes que se apagam (1929), de José Medina,
que conta a história de uma greve operária, retratam sob um viés ideológico de apologia ao
conservadorismo moral e político. Além disso, como afirma Bernadet (2009, 2004), a
produção cinematográfica nacional foi, e continua sendo em certo nível, refém da importação
de produções norte americanas. Tal fato não apenas implica em uma presença cultural norte
americana muito forte na circulação dos filmes disponíveis, como também promove uma
replicação estética e temática dos filmes importados por parte da produção brasileira.

Nos anos do regime militar no Brasil, a questão referente à presença de reivindicações


sociais nas representações cinematográficas havia sofrido um avanço considerável. O
movimento do Cinema Novo, de surgimento no início da década de 1960, liderado por
Glauber Rocha e Nelson Pereira do Santos, tinha entre suas preocupações principais uma
abordagem crítica e de resistência frente à realidade social brasileira (XAVIER, 2015). O
movimento alcançou prestígio internacional e foi fundamental na fundação da Embrafilme
(Empresa Brasileira de Filmes Sociedade Anônima), em 1969, órgão do governo responsável,
na época, por distribuir, produzir e fomentar do cinema nacional. Bernadet (2009) aponta
algumas contradições relacionadas a tal momento histórico do cinema nacional. Ao mesmo
tempo em que a direção estatal da Embrafilme defendia a liberdade criativa dos diretores para
suas produções, a censura, ao longo do período ditatorial, se tornava cada vez mais presente.
Nesse contexto, surge, no fim da década de 1960 e início de 1970, o movimento do Cinema
Marginal, uma tentativa de romper com os padrões estéticos e temáticos predominantes no
momento por meio de uma produção independente.

A tentativa de romper com os padrões morais e técnicos do cinema não se direcionou


somente às produções convencionais, como também àquelas do próprio Cinema Novo. De
acordo com Sternheim (2005), o baixo custo das produções e a efervescência de criações de
diversos estilos cinematográficos rompiam com as convenções da época. Os cenários para as
produções, em muitos casos, eram as ruas do bairro, os atores eram improvisados com os
transeuntes do local, não tendo compromisso com uma vanguarda artística. Além disso, a
abordagem narrativa priorizava a parcela marginalizada da sociedade, representando de uma
maneira nova criminosos, homossexuais, as periferias da cidade, etc.

Louis Althusser, em duas de suas principais, Ideologia e aparelhos ideológicos (1996)


do estado e Sobre a reprodução (2008), afirma ser necessário para o marxismo a construção
de uma teoria da ideologia em geral marxista. O autor propõe sua contribuição para a tarefa
mencionada com um sistema composto de três teses para a definição conceitual de ideologia.
A primeira, “A ideologia é uma ‘representação’ da relação imaginária dos indivíduos com
suas condições reais de existência.” (ALTHUSSER, 1996, p. 126), procura romper com a
ideia disseminada de que ideologia corresponderia à uma “falsa consciência”. Para o filósofo,
o que é representado na ideologia não são se trata das condições da realidade em si, mas das
relações imaginárias que os indivíduos mantém com as condições reais de existência: “É esta
relação que está no centro de toda representação ideológica, e portanto imaginária do mundo
real. É nesta relação que está a “causa” que deve dar conta da deformação imaginária da
representação ideológica do mundo real” (ALTHUSSER, 1996, p. 127). A segunda tese, “A
ideologia tem uma existência material” (ALTHUSSER, 1996 p. 128), afirma a existência de
instituições que atuam como aparelhos ideológicos do estado. Não somente na instituição
enquanto presença física, mas também nas práticas individuais reproduzidas pelas mesmas. A
ideologia, portanto, passa a ser compreendida no terreno da prática social:
as práticas sociais e as ideias que os homens fazem delas estão estreitamente
relacionadas. Pode dizer-se que não há prática sem ideologia e que qualquer prática, incluindo
a científica, se realiza através de uma ideologia. Em todas as práticas sociais (quer pertençam
ao domínio da produção económica, ao da ciência, ao da arte, ao do direito, ao da moral ou da
política), os homens que atuam estão submetidos às ideologias correspondentes,
independentemente da sua vontade e mais ou menos com uma total ignorância do assunto.
(ALTHUSSER, 1996, p. 130)

A terceira tese, “A Ideologia interpela os indivíduos enquanto sujeito” (ALTHUSSER,


1996, p. 131), caracteriza a função ideológica enquanto constituidoras de sujeitos. A
imposição de ideias como evidências, no processo de construção de uma “verdade
indubitável”, se faz presente no papel da ideologia na medida em que interpela e participa da
formação dos indivíduos. Althusser afirma que a ideologia é utilizada para a conservação e
reprodução das condições de produção, materiais e ideológicas, do sistema capitalista.
Entretanto, ressalta que, na medida em que a ideologia constitui sujeitos e opera no terreno
das práticas sociais, também é por dela que novas relações e possibilidades de transformação
do sistema vigente ocorre. Aqui, entra o papel dos aparelhos ideológicos do estado.

Referindo-se à segunda tese de seu sistema, Althusser afirma que a ideologia


dominante se impõe, se conserva e se reproduz, por meio dos AIE (aparelhos ideológicos do
estado). Segundo o autor, tanto instituições públicas quanto estatais apresentam-se como
instrumentos de poder utilizados pela classe dominante para reproduzir tanto as condições
materiais (salário, qualificação técnica, etc.) quanto ideológicas para a reprodução do sistema
capitalista. Althusser cita como exemplos a família, a religião, os meios de comunicação e a
escola, que seria o AIE de maior relevância (ALTHUSSER, 1996). O filósofo, porém, ressalta
uma importante observação: “não são as instituições que ‘produzem’ as ideologias
correspondentes; pelo contrário, são determinados elementos de uma ideologia (a ideologia de
Estado) que ‘se realizam’ ou ‘existem’ em instituições correspondentes, e suas prática”
(ALTHUSSER, 1996 p. 108).

Ao mesmo tempo, os AIE reproduzem a ideologia vigente na medida em que estão


subordinados ao poder de uma classe dominante e seus interesses. As instituições em si não
são a causa da imposição ideológica, podendo ser elas mesmas instrumentos de resistência e
transformação, uma vez que estejam alinhadas a outro referencial ideológico dentro da luta de
classes (ALTHUSSER, 2008). Pecheux (2006), retomando as contribuições de Althusser,
destaca como o sistema de subordinações que constitui os AIE’s é o principal fator da
conservação ideológica capitalista, uma vez que as instituições se submetem às determinações
econômicas em primeira instância. Aqui, tratando o cinema como um AIE dentro dos meios
de comunicação, pretendemos investigar como o Cinema Marginal constitui-se como prática
ideológica de transformação dentro do contexto histórico em que se deu.

Dessa forma, nossa hipótese é que o movimento cinematográfico Cinema Marginal,


constituiu-se como um campo ideológico de resistência dentro dos meios de comunicação da
época. Algumas produções como A mulher de todos (1969) e O bandido da luz vermelha
alcançaram grande sucesso de bilheteria em um momento de grande preocupação do estado
em relação a qual tipo de conteúdo era difundido pelos filmes. A censura presente na ditadura
demonstrava a importância dada pelo regime ditatorial ao conteúdo ideológico e às temáticas
presentes nas narrativas.

O foco de nossa pesquisa, portanto, concentra-se no cinema nacional do período do


regime militar, com especificidade no movimento cinematográfico chamado Cinema
Marginal. Buscamos, primeiramente, uma compreensão do percurso histórico das produções
brasileiras até o momento, e das tendências nas abordagens temáticas do período citado.
Realizaremos então a análise de dois filmes de grande representatividade para o Cinema
Marginal, considerados como principais expoentes e ao mesmo tempo inauguradores do
movimento: O bandido da luz vermelha (1968), de Rogério Sganzerla, e O Anjo Nasceu
(1969), de Júlio Bressane. Posto como um movimento subversivo e transgressor, tanto
esteticamente quanto ideologicamente (XAVIER, 2014), pretendemos verificar como os
discursos contidos em suas narrativas atuam enquanto representações de resistência e desafio
em relação a ideologia hegemônica no contexto sócio cultural de sua época e na própria
produção cinematográfica. Para tal, iremos utilizar como suporte o sistema teórico de Louis
Althusser referente à ideologia e aos aparelhos ideológicos do estado.

Consideramos que, usando como base a conceituação de Louis Althusser sobre


ideologia e aparelhos ideológicos do estado, e analisando o conteúdo dos filmes O bandido da
luz vermelha, O anjo nasceu, e o Cinema Marginal enquanto movimento envolvido em seu
contexto histórico, podemos obter uma compreensão sobre como os meios de comunicação,
em específico o cinema, podem atuar como aparelhos ideológicos que procuram a difusão de
ideias e práticas de resistência e transformação social. Também podemos balizar, tomando o
cinema como expressão de um contexto histórico, os tipos de representações políticas e de
relações sociais que estavam ou não presentes no período do regime militar, quais delas ainda
existem na atual conjectura histórica.

Alguns trabalhos referentes ao tema possuem grande contribuição às questões


levantadas, como o trabalho de conclusão de mestrado na Faculdade de Letras na
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da autora Roberta Canuto no ano de 2006, O
Bandido da Luz Vermelha: Por um cinema sem limites. Podemos citar também a obra de
Ismail Xavier: Alegorias do Subdesenvolvimento: Cinema novo, tropicalismo e cinema
marginal. Ambas possuem análises referentes à importância do Cinema Marginal enquanto
ruptura de padrões. Acreditamos, entretanto, que uma análise focada na perspectiva
ideológica do movimento, tomando como base os conceitos de Althusser, possa contribuir
para a discussão não só do cinema nacional como do contexto histórico e político envolvidos.

2. Objetivos

2.1 Objetivo Geral:

Analisar, sob a ótica do sistema teórico de Louis Althusser, em que medida as


narrativas produzidas no movimento Cinema Marginal atuam como produtos ideológicos que
buscam transformações nas condições de produção em sua época.

2.2 Objetivos Específicos:

2.2.1 Analisar as condições de produção existentes no cenário do cinema nacional


brasileiro nos anos do regime militar, tanto do cinema marginal quanto das produções
relacionadas à Embrafilme.

2.2.2 Investigar as tendências estéticas e ideológicas presentes nas narrativas do


cinema nacional anterior ao surgimento do movimento Cinema Marginal e durante os anos do
regime militar.

2.2.3 Promover uma análise do conteúdo presente em dois filmes representativos ao


movimento do Cinema Marginal, sendo eles O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério
Sganzerla, e O Anjo Nasceu, de Júlio Bressane.

2.2.4 Articular o conteúdo analisado com a concepção de ideologia e de aparelhos


ideológicos do estado, tal como conceituados por Louis Althusser.

3. Metodolgia
Visando alcançar os objetivos propostos, analisar a conjuntura social de um
movimento cinematográfico e realizar a análise de dois de seus filmes mais representativos,
adotaremos na pesquisa o enfoque qualitativo. A metodologia inscreve-se, mais
especificamente, em dois campos: a pesquisa bibliográfica e a análise de conteúdo. Afim de
compreender o contexto histórico no qual o Cinema Marginal surge e tem sua produção,
assim como nas características especificas do cinema nacional anterior e durante o período da
ditadura militar, realizaremos uma pesquisa bibliográfica, sob perspectiva do materialismo
histórico, entre autores tratados como referência no estudo do cinema brasileiro, como Jean-
Claude Bernadet, e Ismail Xavier. Também será utilizado o método descrito na pesquisa
referente ao embasamento teórico sobre o conceito de Ideologia na obra de Louis Althusser,
seus desdobramentos, críticas e contribuições.

Na análise dos filmes selecionados, trata-se de uma análise de conteúdo. Pelas


articulações com a obra de Louis Althusser, assim como pelo enfoque no papel da ideologia
na produção de efeitos de sentido (FIGEUIRA, 2015), teremos como suporte teórico o sistema
conceitual e a metodologia de análise elaborados por Michel Pecheux. O autor descreve os
discursos como desprovidos de sentido em si, e afirma que eles adquirem determinados
efeitos de sentido na medida em que se afiliam a uma formação discursiva específica
(PECHEUX, 1990). O conceito de formação discursiva, reformulado ao longo de sua obra,
remete à uma delimitação abstrata que circundaria discursos ideologicamente semelhantes.
Dessa forma, identificar sobre qual formação discursiva, sobre qual suporte ideológico, tal
conteúdo produz efeitos de sentido em seu discurso é uma das principais tarefas na análise
proposta por Pecheux (ORLANDI, 1999). Outros conceitos como o de condições de
produção, as condições materiais e ideológicas de um determinado contexto histórico
possibilitam a produção de determinado discurso, também serão fundamentais em nossa
análise.

Embora seja mais comum encontrar o método analítico de Pecheux aplicado em


conteúdos verbais, uma série trabalhos posteriores à sua produção se utilizaram dos conceitos
teóricos no intuito de promover a análise de diferentes tipos de conteúdos. É o caso, por
exemplo, explorado pela pesquisa de Fernandes C., A resistência da imagem: Uma análise
discursiva dos processos de leitura e escrita de textos visuais (2013). O autor explora as
possibilidades, dificuldades e possíveis contribuições na utilização do sistema conceitual da
análise do discurso elaborada por Pecheux em conteúdo áudio visual.
4. Plano de trabalho

 Levantamento e análise da produção referente às tendências temáticas e estéticas do


cinema brasileiro no período anterior ao surgimento do cinema marginal;

 Levantamento e análise de textos e estudos sobre as condições de produção do cinema


brasileiro durante a ditadura militar;

 Análise do discurso dos filmes O bandido da Luz Vermelha e O Anjo Nasceu, e


articulação do conteúdo com o referencial teórico e a pesquisa bibliográfica.

 Elaboração de textos para publicação e apresentação em congressos de divulgação


científica.

 Orientações quinzenais: discussão da literatura pertinente à temática e supervisão das


etapas de pesquisa

6. Referencias

ALTHUSSER, L. (1996) Ideologia e aparelhos ideológicos do estado. In: Zizek, S.


(Org.) Um mapa da ideologia. Rio de Janeiro: Contraponto

ALTHUSSER, L. (2008) Sobre a reprodução. (2a ed.). Petrópolis: Vozes

BAUER, M. W; Gaskell, G. (2008) Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som:


Um manual prático. (7a ed.). Petrópolis: Vozes

BERNADET, J-C. (1990) O vôo dos anjos: Bressane, Sganzerla. São Paulo: Editora
Brasiliense

BERNADET, J-C. (2004) Historiografia clássica do cinema brasileiro: metodologia e


pedagogia. (3a ed.) São Paulo: Annablume

BERNADET, J-C. (2009) Cinema brasileiro: proposta para uma história. São Paulo:
Companhia das Letras

FERNANDES, C. (2013) A resistência da imagem. Uma análise discursiva dos


processos de leitura e escrita de textos visuais. 2013. 225 f. Tese (Doutorado em
Letras) – Instituto de Letra, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre

FIGUEIRA, L. F. B. (2015) O althusserianismo em linguística: A teoria do discurso


de Michel Pêcheux. Jundiaí: Paco Editorial
FIORIN, J. L. (2002) Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto

ORLANDI, E. (1999) Análise do discurso. Princípios e procedimentos. Campinas:


Pontes

PÊCHEUX, M. (1996) O Mecanismo de (des)conhecimento ideológico. In: Zizek, S.


(Org.) Um mapa da ideologia. Rio de Janeiro: Contraponto

PÊCHEUX, M. (1990) O discurso: estrutura ou acontecimento. Tradução de Eni


Pulcinelli Orlandi. Campinas: Pontes

STERNHEIM, A. (2005) Cinema da Boca: Dicionário de diretores. São Paulo:


Cultura – Fundação Padre Anchieta, 2005.

XAVIER, I. (2017) O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência. (7a


ed.). São Paulo: Paz e Terra

XAVIER, I. (2014) Alegorias do subdesenvolvimento: cinema novo, tropicalismo e


cinema marginal (2a ed.). São Paulo: Cosac Naify

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