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ÍNDICE

I Introdução ..................................................................................................................................... 2

1.1 Objectivos ................................................................................................................................. 2

1.1.1 Geral ...................................................................................................................................... 2

1.1.2 Específicos ............................................................................................................................. 2

1.2.2 Metodologia ........................................................................................................................... 2

2 Realismo ...................................................................................................................................... 3

2.1 Contexto histórico de Realismo ................................................................................................ 3

2.1.1 Pressuposto do Realismo ....................................................................................................... 4

2.1.2 Tarefa dos pesquidores Realistas ........................................................................................... 4

2.2.2 Idealismo ................................................................................................................................ 5

2.2.3 Contexto histórico do Idealismo ............................................................................................ 5

2.3.3 Pressuposto do Idealismo ....................................................................................................... 6

2.3.4 Tarefa dos pesquidores Idealistas .......................................................................................... 6

III Conclusão ................................................................................................................................... 8

IV Referências Bibliográficas ......................................................................................................... 9


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I Introdução

O Realismo e o Idealismo representam duas perspectivas filosóficas que têm moldado


profundamente o entendimento humano sobre a realidade e nosso lugar dentro dela. O Realismo,
com seus pressupostos de que o mundo existe independentemente da consciência e que a verdade
é uma correspondência directa entre o conhecimento e o objecto, atribui ao pesquisador a tarefa
de descobrir e descrever a realidade tal como ela é. Por outro lado, o Idealismo sustenta que a
realidade é mentalmente construída, e que a tarefa dos pesquisadores é compreender como
nossas percepções, ideias e conceitos influenciam a maneira como moldamos nosso mundo. Este
trabalho busca explorar essas duas correntes de pensamento, seus fundamentos e as
responsabilidades que impõem aos pesquisadores.

1.1 Objectivos

1.1.1 Geral

➢ Compreender os pressupostos e a tarefa dos pesquidores do Idealismo e Realismo.

1.1.2 Específicos

➢ Identificar os princípios defendidos por Realismo e Idealismo;


➢ Mencionar os principais representantes de cada uma das correntes;
➢ Analisar o impacto do idealismo e Realismo para o mundo contemporâneo.

1.2.2 Metodologia

Para a realização deste trabalho, não distantes daquilo que as directrizes para a
abordagem científica, baseou-se nos métodos bibliográficos, focado na pesquisa de informações
relacionados a Psicologia Geral de seguida usar-se-ia o método hermenêuticos e heurísticos,
focado na interpretação das obras consultadas para posteriormente a compilação de informações
patentes no trabalho.
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2 Realismo

Segundo May (2004. p. 58), o Realismo foi um movimento artístico e literário que se
desenvolveu na Europa no século XIX, como uma reacção ao Romantismo, que valorizava a
subjectividade, o individualismo e a idealização da realidade. O Realismo buscava retractar a
realidade de forma objectiva, crua e sem idealizações, utilizando a observação directa da
sociedade e das pessoas como base para suas obras.

2.1 Contexto histórico de Realismo

Conforme May (2004. p. 62), o Realismo surgiu em um contexto de transformações


sociais, políticas e económicas profundas na Europa do século XIX. A Revolução Industrial
havia trazido mudanças significativas na organização da sociedade, com o surgimento das
grandes cidades, o desenvolvimento da indústria e do comércio, e a ampliação das desigualdades
sociais. A urbanização e o crescimento da burguesia provocaram uma série de transformações
nas relações de trabalho, nas condições de vida das pessoas e nos valores morais

Nesse contexto de mudanças sociais aceleradas, os escritores realistas sentiam a


necessidade de retractar de forma mais fiel a realidade que os cercava, denunciando as injustiças
sociais, as desigualdades económicas, as condições precárias de vida da população e as
contradições do sistema capitalista emergente. Eles buscavam representar a vida cotidiana das
pessoas comuns, mostrando suas lutas, seus dilemas e suas dificuldades, sem as idealizações e os
heróis românticos do passado.

Os principais autores do Realismo foram Gustave Flaubert, com sua obra "Madame
Bovary" (1857), Émile Zola, com suas descrições naturalistas da vida nas cidades e nas fábricas
em obras como "Germinal" (1885), e Fiódor Dostoiévski, com seus romances psicológicos e
filosóficos que abordavam as questões morais e existenciais da sociedade russa.

O Realismo também teve um impacto significativo nas artes plásticas, com artistas como
Gustave Courbet e Jean-François Millet retratando a vida rural e a classe trabalhadora de forma
realista em suas obras. O movimento influenciou ainda o teatro, com peças como "A Dama das
Camélias" de Alexandre Dumas filho, que abordavam temas polémicos e realistas.
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O Realismo foi um movimento importante na história da cultura ocidental, que marcou


uma mudança de paradigma na forma como a realidade era representada nas artes e na literatura.
Seus ideais de objectividade, verossimilhança e crítica social continuam a influenciar artistas e
escritores até os dias de hoje (MAY 2004).

2.1.1 Pressuposto do Realismo

Marx defendeu que os pesquisadores devem organizar seus conceitos para apreender com
sucesso os já existentes aspectos essenciais do capitalismo que o distinguem de outros sistemas
económicos e políticos, portanto os mecanismos e estruturas subjacentes que tornam relações
quotidianas inteligíveis dos chapeiros.

O conhecimento que as pessoas têm do seu mundo social afecta o seu comportamento e
tal mundo não existe independente desse conhecimento. Para o realismo ou pós-empirismo não
há um mundo social além das percepções das pessoas, ele reflecte as condições nas quais os
estados mentais das pessoas vivem, como as estruturas são reproduzidas os desejos e
necessidades das pessoas são frustrados.

2.1.2 Tarefa dos pesquidores Realistas

Revelar as estruturas das relações dos diversos campos sociais para entender porque
temos certo tipo de políticas e práticas ou as condições que tornam possível o quotidiano,
considerando que as causas são simples tendências que produzem efeitos particulares e não
determinam necessariamente as acções. O pesquisador social volta-se para os entendimentos e as
interpretações das pessoas sobre os seus ambientes sociais: Abordagem fenomenológica da
pesquisa social.

Exemplo: Neste paradigma podemos explicar a greve dos chapeiros como um


comportamento que resulta dos já existentes aspectos organizacionais dos transportes urbanos
em que interagem. Assim colecta os entendimentos e interpretações dos diversos campos,
partindo de algumas hipóteses: o campo social político com politicas ambíguas resultantes do
conflito de interesse por seus agentes serem também operadores e evitam sobrecarregar o utente
por comportamento político, mas exigem receitas apertadas aos chapeiros, o campo social da
polícia, com seus interesses corruptos que chocam com as regras éticas da sociedade, o campo
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social dos utentes ávidos em chegar ao destino, com poucas posses, e o campo social dos
chapeiros ávidos em encurtar as rotas perante uma polícia volúvel, fazer um receita adicional à
receita apertada e olham a polícia como o elemento que frustra seus desejos e necessidades.
(BRIONES, 2002).

2.2.2 Idealismo

O Idealismo é uma corrente filosófica que defende a primazia das ideias ou do espírito
como elemento fundamental da realidade. A palavra “idealismo” vem do latim idea, que por sua
vez vem do grego idein (ἰδεῖν), significando “ver”. O termo foi usado pela primeira vez pelo
filósofo alemão Christian Wolff no século XVII para descrever a crença de que a realidade é
composta de ideias.

2.2.3 Contexto histórico do Idealismo

Segundo Hegel (2016, p. 160-162), o Idealismo tem suas raízes na antiguidade, com
Platão sendo um dos primeiros a propor uma forma de idealismo através de sua teoria dos dois
mundos, onde o mundo das ideias é eterno e perfeito, e o mundo material é uma cópia imperfeita
deste. O Neoplatonismo, desenvolvido entre os séculos I e V, seguiu essa linha de pensamento,
sustentando que a verdadeira realidade está além do mundo físico1.

No entanto, foi durante a modernidade que o Idealismo ganhou destaque, especialmente


com o trabalho de Immanuel Kant no século XVIII. Kant propôs o idealismo transcendental,
argumentando que a realidade é construída pela mente humana a partir de suas percepções e
conceitos. Ele influenciou profundamente o desenvolvimento do Idealismo Alemão, que também
incluiu filósofos como Fichte, Schelling e Hegel.

O Idealismo Alemão surgiu em um contexto histórico marcado pelo Romantismo, a


Ilustração e os eventos da Revolução Francesa e das guerras napoleónicas. Esses pensadores
buscavam entender a natureza da realidade e do conhecimento, enfatizando a importância do
sujeito e da consciência na formação da experiência humana.

Cada forma de Idealismo, apesar de suas diferenças, compartilha a visão de que para
alcançar a verdade das coisas e conhecê-las adequadamente, devemos focar nas ideias e não
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apenas nos objectos materiais sensíveis1. O Idealismo, portanto, se opõe ao materialismo, que
afirma que apenas o mundo material e tangível existe.

O Idealismo continua a ser um campo de estudo importante na filosofia contemporânea,


influenciando diversas áreas do pensamento humano, desde a ética até a metafísica e a
epistemologia. Ele desafia os indivíduos a considerarem a natureza da realidade e do
conhecimento de uma perspectiva que transcende a experiência sensorial imediata.

2.3.3 Pressuposto do Idealismo

Segundo Hegel (2016, p. 160-162), as nossas acções não são governadas por mecanismos
de causa efeito como nas ciências naturais, mas pelas regras (escritas e não escritas; gerais e
restritas) que utilizamos para interpretar o mundo. Não é aplicável à pesquisa social falar de
causa efeito, porque as pessoas comtemplam, interpretam e agem nos seus ambientes, deste
modo. É o mundo das ideias que interessa aos pesquisadores sociais, disto se infere que a
actividade humana não é comportamento (adaptação às condições materiais), mas uma expressão
de significado que os homens dão para a sua conduta através da linguagem.

Existem regras na acção social através das quais produzimos a sociedade e nos
entendemos e reconhecemo-nos, que para além de serem frequentemente violadas e
diferentemente interpretadas, não se pode prever o comportamento humano, mas as pessoas
agem como se estivessem a seguir regras e, por isso, as suas acções são inteligíveis. A realidade
não pode ser externa ao homem porque os significados que agregamos ao mundo não são
estáticos, nem universais, logo as nossas descrições do mundo social devem resultar do contexto
das culturas que estudamos.

2.3.4 Tarefa dos pesquidores Idealistas

Concentrar-se sobre como as pessoas produzem a vida social, entendida apenas através
do exame da selecção e interpretação que as pessoas fazem dos eventos e das acções. Assim, o
objectivo da pesquisa é entender as regras que as tornam possíveis, explicar como as pessoas
interpretam o mundo e interagem umas com as outras (Intersubjectividade).
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Exemplo: Neste paradigma vai explicar a greve dos chapeiros como um comportamento
que resulta da interacção dos vários campos sociais que intervém no sistema de transportes em
função das regras formais e informais, as interpretações s e violações que possam ajudar a
entender a greve.
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III Conclusão

Ao final deste estudo, fica evidente que Realismo e Idealismo oferecem lentes distintas
através das quais podemos observar e interpretar o mundo. Enquanto o Realismo nos chama para
uma investigação objectiva e desapaixonada da realidade, o Idealismo nos lembra da importância
da subjectividade e da mente na formação de nosso entendimento. Ambos os campos fornecem
ferramentas valiosas para os pesquisadores, e a escolha entre essas perspectivas depende em
grande parte do contexto e dos objectivos da pesquisa. Em última análise, a interacção entre
Realismo e Idealismo pode levar a uma visão mais holística e integrada do conhecimento
humano.
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IV Referências Bibliográficas

Barata, Ó. S. (2014). Introdução às ciências sociais, 11ª edição, Viseu: Bertrand.

Briones, G. (2002). Epistemologia de las ciências sociales, Colombia: Arfo editores.

Hegel, G, W, F. (2016). História. Brasília: Editora Universidade de Brasíli. P. 160-162.

May, T. (2004). Pesquisa social: Questões, métodos e processos, 3ª Edição, Porto Alegre:
ARTMED. P. 58-62.

Marx, K. (2013). O Capital: crítica da economia política. Livro I: O processo de


produção docapital. Trad. Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo.

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